sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Opinião do dia - Thodor Adorno

Liberdade não é poder escolher entre preto e branco mas, sim abominar este tipo de proposta de escolha
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Thodor Adorno (1903-1969), foi um filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão. É um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jürgen Habermas, entre outros

Reeleição de Maia na Câmara faz Centrão encolher

• Com ajuda do Palácio do Planalto, deputado do DEM conseguiu atrair sete siglas de bloco informal contra o candidato Jovair Arantes (PTB-GO)

Isadora Peron, Daiene Cardoso, Igor Gadelha, Julia Lindner, Tânia Monteiro e Carla Araújo | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - A reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara nesta quinta-feira, 3, marcou a derrota do chamado Centrão, grupo informal de partidos que ganhou força enquanto Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso na Lava Jato, comandou a Casa.

Com 193 votos, Maia garantiu a vitória no primeiro turno. O deputado Jovair Arantes (PTB-GO), nome que representava o grupo, obteve 105 votos.

Maia diz que em sua nova gestão Câmara deve ser reformista

• Presidente reeleito da Casa confirmou que comissão da reforma previdenciária será instalada na próxima semana; outra prioridade será a reforma trabalhista

Julia Lindner e Igor Gadelha | O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Recém-reeleito presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a afirmar que a Câmara deve ser "reformista" e precisa atuar com mais protagonismo. "Precisamos terminar 2018 com a certeza de que a Casa comanda a reforma do Estado brasileiro", declarou. Ele confirmou que a comissão especial da reforma previdenciária será instalada na próxima semana, sob relatoria de Arthur Maia (PPS-BA).

Para Maia, foi justamente a condução das matérias econômicas do governo durante a sua gestão que garantiu apoio absoluto da base aliada e da sociedade. Ele espera que a reforma da previdência seja finalizada "o mais rápido possível", porém com tempo suficiente para ampliar o debate sobre o assunto "polêmico". Pelos cálculos do presidente, a tramitação da reforma da previdência deve ser encerrada na Casa até a metade do ano.

Maia anuncia que avançará nas reformas de Temer

Eleito ontem por 293 votos, Rodrigo Maia continuará presidindo a Câmara dos Deputados e ajudará o governo, na avaliação do Planalto, a aprovar as reformas e medidas de ajuste fiscal. 

• Reeleito à presidência da Câmara terá agenda afinada com Planalto

Leticia Fernandes, Simone Iglesias e Eduardo Bresciani | O Globo

-BRASÍLIA- A reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara na tarde de ontem dá início à fase de um Congresso “reformista”, cujo objetivo, afinado com o Palácio do Planalto, será avançar na votação das matérias de interesse do governo, sobretudo as reformas da Previdência e trabalhista.

Sem declarar seu apoio, Temer vence com Maia

Por Raymundo Costa | Valor Econômico

BRASÍLIA - A vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara mostra que o governo tem maioria confortável para negociar as reformas trabalhista e previdenciária. Os votos que Maia teve para vencer em primeiro turno (293) são apenas 15 a menos que o necessário para aprovar emendas constitucionais, que exigem 308 votos.

A situação pode ser considerada ainda mais confortável para o governo quando se verifica que Jovair Arantes (PTB-GO), o candidato dissidente da base aliada, recebeu 105 votos. No total, chega a 398 o número de deputados federais com os quais o presidente Michel Temer pode contar para aprovar reformas e concluir seu governo com a tranquilidade, desde que a Lava-Jato e a economia permitam.
Temer foi o grande vitorioso da eleições na Câmara. Ele é um especialista nisso. Sem a caneta nas mãos, já ganhou quatro. Tendo agora a caneta, ganhou com Maia sem nunca declarar que ele era seu candidato

Reeleito, Maia reforça agenda do governo

Por Raphael Di Cunto e Fabio Murakawa | Valor Econômico

BRASÍLIA - Reeleito com 57% dos votos no primeiro turno, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá um mandato mais independente do governo nos próximos dois anos, dizem aliados que participaram ativamente da campanha. Essa postura não deve comprometer a agenda de reformas do presidente Michel Temer, até porque Maia é entusiasta delas, mas afetará outras negociações.

A comissão especial que discutirá a reforma da Previdência será instalada na terça-feira, com a presidência do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) e relatoria de Arthur Maia (PPS-BA). A aliança com a oposição, em especial o PCdoB, porém, fez Maia rever seu calendário, que antes era aprovar tudo até abril. "Será votada o mais rápido possível, garantido o debate e a transparência. O que significa isso? Eu não sei. Espero que seja até o meio do ano", afirmou.

Já a reforma trabalhista terá o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) como relator. O acordo com a oposição é para que tramite nas comissões, onde a discussão sobre o projeto será aprofundada, sem que requerimentos de urgência levem o assunto direto para o plenário.

Temer faz apelo por aprovação de mudanças

Por Andrea Jubé e Vandson Lima | Valor Econômico

BRASÍLIA - Consolidada a base aliada no formato desde sempre idealizado pelo Palácio do Planalto, com o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) no comando do Congresso Nacional e Rodrigo Maia (DEM-RJ) reeleito para a presidência da Câmara já no primeiro turno, o presidente Michel Temer reforçou ontem o apelo aos parlamentares pela aprovação das reformas estruturantes. Em mensagem ao Legislativo, Temer afirmou que o país atravessa uma crise, e por isso é o momento de "encarar sem rodeios as grandes reformas de que o Brasil precisa".

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que foi o portador da mensagem presidencial, negou que a eleição de Rodrigo Maia provoque um racha na base governista. A vitória no primeiro turno era um desejo do Planalto para confirmar a efetiva "desidratação" do antigo Centrão, bloco formado por PR, PP, PSD, PTB, PRB e PSC, conforme preconizado por Temer logo que assumiu a interinidade.
Padilha disse que Temer está cuidando pessoalmente da recomposição da base.

Temer anuncia a criação de dois ministérios

Por Andrea Jubé, Bruno Peres e Raymundo Costa | Valor Econômico

BRASÍLIA- O presidente Michel Temer anunciou ontem a reestruturação de sua equipe, com ampla reforma na estrutura do Palácio do Planalto, do Ministério da Justiça, e a criação de mais duas pastas para fortalecer o PMDB e o PSDB. Do grupo mais próximo de Temer, o secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), Moreira Franco, assume o Ministério da Secretaria-Geral, e ganha foro privilegiado. Também cresce a participação do PSDB: os tucanos tinham três ministérios, e agora passam a comandar cinco pastas, sendo uma com assento no núcleo político do governo.

Ainda não está descartada uma mudança no Ministério da Saúde. Se for uma reivindicação do PP, o ministro Ricardo Barros pode ser substituído pelo atual líder da bancada e ex-ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ele também é cotado para a liderança do governo na Câmara, no lugar de André Moura (PSC-SE).

A reforma chega na contramão do discurso inicial de Michel Temer, de redução do tamanho da máquina pública. O governo Temer, que tinha 25 pastas na interinidade, agora tem 28 ministérios. O 26º ministério foi a Cultura, que inicialmente havia sido incorporado à Educação.

Temer nomeia Imbassahy como ministro da Secretaria de Governo

• Presidente também recriou dois ministérios e ampliou o escopo da Pasta da Justiça

Igor Gadelha e Tânia Monteiro | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer (PMDB) assinou nesta tarde, 2, a nomeação do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) como ministro da Secretaria de Governo. A escolha do tucano foi acertada no fim de 2016 e fez parte da negociação para reeleger o Rodrigo Maia (DEM-RJ) como presidente da Câmara. Em troca da pasta, os tucanos desistiram de lançar candidatura própria e decidiram apoiar o parlamentar fluminense.

Imbassahy substituirá o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que deixou o cargo em 25 de novembro, após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de o ter pressionado para liberar a construção de um edifício residencial em que comprou um apartamento em Salvador.

Sorteado relator, Fachin já trabalha na Lava-Jato

• Ministro se reúne com juízes do caso e promete acelerar decisões

Janot e equipe preparam pedidos de abertura de inquéritos contra políticos

Depois de se candidatar a integrar a 2ª turma, que conduz a Lava-Jato no STF, o ministro Edson Fachin foi transferido e acabou sorteado para ser o relator do caso, em substituição ao colega Teori Zavascki. Ele prometeu conduzir as investigações com rapidez. O Ministério Público também faz esforço concentrado para dar celeridade às delações de executivos da Odebrecht, que atingem autoridades de Brasília e de diversos estados. O procurador-geral, Rodrigo Janot, pedirá abertura de inquérito contra políticos que têm foro no STF, mas não tem prazo previsto. Ontem mesmo Fachin iniciou a transição de comando na Lava-Jato, com a ajuda de juízes que atuavam no gabinete de Teori.

Já no ritmo de Fachin

• Ministro é sorteado novo relator da operação e promete ‘celeridade’ e ‘transparência’

André de Souza, Carolina Brígido e Jailton de Carvalho | O Globo

-BRASÍLIA- Duas semanas depois da morte do ministro Teori Zavascki em um acidente aéreo, o ministro Edson Fachin foi sorteado ontem o novo relator dos processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e prometeu conduzir as investigações com rapidez.

Edson Fachin assume relatoria da Lava Jato e promete celeridade

Novo relator da Lava Jato vai priorizar casos urgentes de réus presos

Letícia Casado, Camila Mattoso | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA- Novo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin deve dar prioridade a pedidos urgentes relacionados a réus presos como, por exemplo, uma reclamação, em segredo de Justiça, feita pela defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), detido em Curitiba.

Em paralelo, Fachin deve dar prioridade a petições, também urgentes, da Procuradoria-Geral da República, como busca e apreensão e tomada de depoimentos de testemunhas.

A expectativa é que, em breve, a Procuradoria faça uma série de pedidos decorrentes da delação de 77 executivos da Odebrecht. Caberá a Fachin autorizá-las.

As delações foram homologadas na segunda-feira (30) pela presidente do tribunal, Carmén Lúcia, mas permanecem em sigilo.

Temer presta solidariedade a Lula em hospital em SP

• Presidente visitou petista após dona Marisa ficar em 'estado irreversível'

- O Globo

RIO - O presidente Michel Temer se reuniu, na noite desta quinta-feira, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no hospital onde a ex-primeira-dama Marisa Letícia está internada, em São Paulo.

Também estavam na comitiva de Temer o ex-presidente José Sarney; o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); os ministros José Serra (Relações Exteriores), Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil); e Moreira Franco, que assumirá a Secretaria Geral da Presidência.

Nesta quinta, Lula já havia recebido a visita do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. FH estava acompanhado do ex-ministro da Justiça José Gregori. No momento da visita, Lula também recebia o apoio do ex-ministro Celso Amorim.

Marisa perde fluxo cerebral e doação de órgãos é autorizada

Por Cristiane Agostine | Valor Econômico

SÃO PAULO - A ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está sem fluxo cerebral e sua família autorizou ontem a doação de órgãos. Até o fechamento desta edição, na noite de ontem, Marisa Letícia respirava com auxílio de aparelhos e continuava na UTI. Com 66 anos, a ex-primeira-dama está internada desde o dia 24, depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Ontem, Marisa Letícia foi submetida a um doppler transcraniano que identificou a ausência de fluxo cerebral, segundo boletim do hospital Sírio-Libanês. Depois do resultado do exame, a família de Lula autorizou o início dos procedimentos para a doação de órgãos. A previsão é que as córneas sejam doadas.

Governo envia à Alerj projeto para vender ações da Cedae

• Segundo Picciani, proposta deve ser votada quinta-feira que vem

Rafael Galdo | O Globo

O governo do Rio enviou ontem à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) o texto do projeto de lei que prevê a alienação das ações da Cedae como parte do acordo com a União para o plano de recuperação fiscal do estado. Pela proposta, o Executivo fica autorizado a contratar até R$ 3,5 bilhões em operações de crédito, dando como garantia os papéis da companhia. Ao mesmo tempo, é dado um prazo de seis meses para que o governo contrate bancos federais para desenhar o modelo de privatização da empresa. O valor obtido com a venda deverá ser usado para pagar o empréstimo.

Rio terá 6 meses para definir privatização da Cedae

• Venda de companhia estatal de água e esgoto servirá de garantia para empréstimo de R$ 3,5 bi que deve ser usado para pagar salários atrasados

Idiana Tomazelli | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O Estado do Rio de Janeiro terá seis meses para definir o modelo de venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). O governo fluminense encaminhou nesta quinta-feira, 2, o projeto de lei que autoriza a venda da totalidade de ações da empresa, o primeiro do pacote anunciado na semana passada. A iniciativa é considerada suficiente para que a estatal sirva de garantia para um empréstimo de R$ 3,5 bilhões que será obtido com instituições financeiras, crucial para o Rio colocar os salários de servidores em dia.

Bancada do PSDB vai votar contra privatização

Marcio Dolzan | O Estado de S. Paulo

Historicamente favorável a privatizações, o PSDB vai votar contra a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

A União exige que as ações da estatal sejam usadas como garantia para honrar o pacote de ajuda ao Estado. “A Cedae não poderia estar nesse pacote fiscal, porque ela não tem nada a ver com isso.

É uma imposição da União para que seja a cereja do bolo no programa de privatização”, disse o líder do PSDB na Alerj, deputado Luiz Paulo. Segundo ele, o lucro da companhia poderia ser distribuído de forma a estancar o rombo nos cofres do Estado, sobretudo na Previdência.

Marcelo Freixo, líder do PSOL na Alerj, também diz que o partido votará contra. “A privatização é para salvar a pele do governador, não para resolver a crise do Estado. A Cedae não estava em nenhum ponto no pacote do ano passado, como que de repente ela salva tudo?”

Compromisso entre Estado e União impede reajuste de salários durante 3 anos

Por Rodrigo Carro e Robson Sales | Valor Econômico

RIO - O plano de recuperação fiscal firmado entre o governo do Rio de Janeiro e a União proíbe a concessão de qualquer reajuste aos servidores estaduais ativos e inativos, públicos e militares, durante três anos. Também está vedada ao longo desse período a criação de "cargo, emprego ou função que implique em aumento de despesa", conforme estipulado no termo de compromisso assinado pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

O congelamento dos salários foi confirmado ao Valor pelo secretário estadual de Fazenda, Gustavo Barbosa, que não vê possibilidade de mudança em relação a este ponto. "Estamos pensando muito em 260 mil aposentados e mais 230 mil servidores e esquecemos de dizer que 16,5 milhões de pessoas disputam receitas tributárias", comparou Barbosa.

Acordo poderá entrar na pauta do STF na próxima semana, diz Pezão

Por Maíra Magro e Murillo Camarotto | Valor Econômico

BRASÍLIA - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse ontem que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode pautar para a semana que vem a ação que pede a antecipação dos efeitos do acordo do governo federal com o Estado do Rio.

Pezão esteve ontem no gabinete do ministro Edson Fachin e já conversou com todos os demais ministros da corte para tratar do assunto. "A antecipação dos efeitos do acordo vai trazer um conforto maior para a nossa administração, poderemos ter previsibilidade do ano de 2017", disse o governador.

Publicidade x eficiência – Merval Pereira

- O Globo

Novo relator quer saber se fim de sigilo prejudica Lava-Jato. O novo relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Edson Fachin, não deve quebrar o sigilo das delações premiadas da Odebrecht sem antes se certificar com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que as investigações não serão prejudicadas pela divulgação dos depoimentos. Janot, por sua vez, mostra-se reticente quanto a pedir o fim do sigilo, pelo menos nesse momento, pois as investigações mal começaram, e é preciso saber como elas evoluirão.

Pela lei, como gostava de salientar o relator anterior, falecido ministro Teori Zavascki, o sigilo só é levantado depois do início do processo, se o relator do Supremo aceitar a denúncia do Ministério Público. Se o Ministério Público pedir o arquivamento da denúncia por inconsistência, e o juiz relator concordar, ela continuará sigilosa.

Algoritmo camarada - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

• Tudo e todos queriam Fachin na relatoria da Lava Jato. Pois deu Fachin

Um senhor me abordou num shopping de Brasília na quarta-feira e, antes de qualquer coisa, até de desejar boa tarde, decretou: “A Cármen Lúcia já mexeu todos os pauzinhos e está tudo pronto para ser o Lewandowski na Lava Jato”. Antes mesmo do sorteio eletrônico, portanto, ele já estava certo de que o Supremo Tribunal Federal iria “mexer os pauzinhos” para, digamos, ajustar o resultado para um lado ou outro.

Foi um ínfimo estrato da desconfiança contra as instituições que assola a sociedade brasileira e se alastra pelas redes sociais – e para todos os gostos. Se os governistas “denunciavam” previamente a escolha de Ricardo Lewandowski, considerado alinhado com Lula, Dilma e o PT, os oposicionistas tinham certeza de que daria Gilmar Mendes, identificado com os tucanos e com Temer. Sem falar na imensa massa que simplesmente resiste a tudo: governo, oposição, tucanos, petistas...

Rito de passagem - Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

• O resultado das eleições no Congresso é favorável à aprovação das reformas da Previdência e trabalhista, eixo do ajuste fiscal e da retomada do crescimento

A reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados, em primeiro turno, muito mais do que uma vitória do presidente Michel Temer, foi um sinal de que o país recuperou a estabilidade política, mesmo diante da crise ética. Uma espécie de rito de passagem para as eleições de 2018, para o qual colaboraram o Palácio do Planalto, ao isolar e derrotar os dissidentes de sua própria base, adversários declarados da Operação Lava-Jato, e o Supremo Tribunal Federal (STF), cujo decano, ministro Celso de Mello, rechaçou a tentativa de judicializar a disputa. Nada disso, entretanto, ofusca o brilho da vitória pessoal de Maia. À frente da Casa, em poucos meses, conquistou a confiança da maioria de seus pares. Maia obteve 293 votos. Esta é a segunda vitória expressiva do governo: na véspera, o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE) foi eleito para a presidência do Senado, também com grande votação.

Os novos ministros de Temer – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

Michel Temer vai nomear três novos ministros. As escolhas devem mudar pouca coisa no governo, mas podem resolver alguns problemas na vida do presidente.

Temer sofria forte cobrança para dar mais poder ao PSDB. Isso explica a indicação, protelada há quase dois meses, de Antonio Imbassahy para a Secretaria de Governo.

A pasta estava vaga desde dezembro, quando o peemedebista Geddel Vieira Lima caiu num escândalo de tráfico de influência. Ao entregá-la ao PSDB, o presidente aplaca a fome do partido e reforça os laços que o amarram à sua gestão impopular.

A alternativa Meirelles em 2018 - César Felício

- Valor Econômico

• Hoje, o "outsider" seria o papa Francisco

Na hipótese improvável de a política econômica do governo de Michel Temer virar as expectativas do país, quem desponta como candidato governista em 2018 é Henrique Meirelles, e não o próprio presidente. De acordo com este cenário, que é apenas um entre tantos antevistos no momento, a reeleição não é viável nem mesmo no caso de uma gestão exitosa, do ponto de vista administrativo e milagrosa, em termos de marquetagem.

A conclusão de que Temer está atrás do ministro da Fazenda em viabilidade é do publicitário Renato Meirelles, dono do instituto de pesquisa Locomotiva, e parte de premissas que nada tem a ver com a articulação política de um e de outro: Temer é um político tradicional, Meirelles não. Caso a recessão se estanque, terá sido a segunda vez, em governos radicalmente opostos, que o fenômeno se dará com a participação do ministro da Fazenda. Será possível, neste caso, embalar Meirelles e vendê-lo como um técnico que serve ao país, e não a partidos.

O juiz sorteado - Míriam Leitão

- O Globo

Fachin é a chance de um julgamento técnico. O professor Luiz Edson Fachin dava aulas de Direito Civil na Universidade do Paraná. Era do tipo que não faltava, chegava na hora e dava prova objetiva. Um aluno que costumava anotar observações ao lado das respostas das provas foi surpreendido. Um dos colegas teve dúvidas sobre uma questão, e Fachin pediu ao aluno que anotava: “Leia a nota número 10 que você escreveu na sua última prova.”

O fato mostra um dos lados de Fachin: ele é detalhista. Capaz de lembrar até da anotação feita pelo aluno na margem de uma prova. Essa sua capacidade de prestar atenção a todos os detalhes será mais do que testada no enorme caso que ele passa agora a ser o juiz. Só os 77 delatores da Odebrecht deram 900 depoimentos. Fachin terá que tomar uma série de decisões que podem definir o destino da operação e da mais importante luta que o Brasil trava no momento.

Conteúdo local será decidido no voto - Claudia Safatle

- Valor Econômico

• Petroleiras têm passivo potencial de R$ 90 bi em multas

O próprio governo chegará dividido na reunião do comitê que decidirá por voto, na segunda feira, as regras de conteúdo local para os leilões de petróleo deste ano, tanto da 14º rodada quanto da eventual 3º rodada do pré-sal.

Há os que, como a área ligada à indústria, advogam ter, com algumas mudanças, um elevado coeficiente de conteúdo local para continuar protegendo a indústria; e há os que, como a Casa Civil e a pasta da Fazenda, defendem voltar, com ajustes, aos padrões das licitações feitas entre 1999 e 2002, durante o governo de FHC. Na ocasião, não havia exigência de conteúdo local mínimo, mas agora haveria.

Sinais ainda ambíguos - José Paulo Kupfer

- O Globo

• Novo momento de otimismo na economia está amparado em condições objetivas mais favoráveis, mas ainda passa longe de permitir tirar conclusões mais assertivas

A súbita retomada do otimismo em relação ao desempenho da economia em 2017, ancorada na melhora ainda pontual de alguns indicadores recentes, mostra que nem todos os gatos escaldados têm medo de água fria. Já houve um momento semelhante em meados do ano passado, na esteira do impeachment e do programa de reformas neoliberais encaminhadas pelo governo de Michel Temer, o vice autodenominado decorativo que assumiu o lugar de Dilma Rousseff, a presidente eleita desastrada. Mas, logo se viu, era só fogo de palha, alimentado mais por expectativas e desejos do que por fatos e tendências consistentes.

Sinais de melhora - Celso Ming

- O Estado de S. Paulo

Desta vez é mais do que puramente torcida. Há um punhado de sinais de que as coisas na economia começam de fato a melhorar.

Ninguém se iluda, os grandes problemas continuam todos aí. As contas públicas, por exemplo, seguem desequilibradas, como o rombo do ano passado (déficit primário de R$ 155,7 bilhões, ou de 2,47% do PIB). O comportamento do PIB no quarto trimestre de 2016 e início deste ano deverá continuar negativo. O desemprego está a 12% da força de trabalho. As vendas no varejo seguem fracas. O nível do endividamento familiar está alto demais. Quem for por aí ainda enxergará muito copo meio vazio ou até em esvaziamento.

O amanhecer nunca chega de repente. A escuridão continua, mas o canto do sabiá já vara a madrugada, o burburinho vai crescendo nas ruas e quem acorda cedo pode vislumbrar o roseado que se forma pelos lados do nascente.

Economia dá sinais de que recuperação está a caminho – Editorial | Valor Econômico

Sem um "motor" evidente de crescimento, a economia brasileira vai se arrastar para uma recuperação modesta com uma melhora gradual e lenta em várias frentes. A queda da inflação já melhora a renda dos assalariados e os salários já esboçaram alguma reação positiva no último trimestre do ano, na comparação com o anterior. A inadimplência começa a cair e o consumo reagirá um pouco mais à frente. O saldo comercial foi excepcional para janeiro (US$ 2,76 bilhões) e em 12 meses encostou em US$ 50 bilhões. O investimento, candidato natural a puxar a expansão, estagnou, mas há promessas de reanimação das concessões de infraestrutura.

Promessas de mais ação – Editorial | O Estado de S. Paulo

Medidas para facilitar os negócios e destravar o potencial de expansão das empresas serão lançadas na próxima semana, disse em São Paulo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele aproveitou a participação num evento empresarial para reiterar promessas formuladas e acumuladas desde o segundo semestre do ano passado.

A agenda inclui, segundo ele, “uma série enorme de medidas microeconômicas, de desburocratização, fortalecimento da capacidade de crédito, queda dos spreads”. São mudanças cobradas há muito tempo pelo setor privado, para atenuar ou eliminar problemas apontados, ano após ano, em relatórios internacionais sobre o poder de competição de países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento.

O sorriso de Têmis – Editorial | Folha de S. Paulo

A escolha de Luiz Edson Fachin para a relatoria dos processos relativos à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal traz consigo a expectativa de que se mantenham os padrões de rigor e isenção que vinham caracterizando a atividade do seu antecessor, Teori Zavascki, morto tragicamente no começo deste ano.

Realizada por sorteio eletrônico —após tortuosa e nada consensual discussão sobre os procedimentos regimentais adequados ao caso—, a substituição bem ou mal parece aplacar as inquietações mais insistentes da opinião pública.

Um dos objetivos de Fachin precisa mesmo ser a rapidez – Editorial | O Globo

• Escolha do novo relator da Lava-Jato foi uma das melhores que podiam ser feitas, até por sua proximidade com Teori; e ele acerta ao prometer celeridade

Tão logo passou o choque da morte do ministro Teori Zavascki, no desastre aéreo em Paraty, o nome de Luiz Edson Fachin surgiu como uma das melhores alternativas para assumir a relatoria da Lava-Jato. Até devido às circunstâncias de Zavascki ter morrido quando se preparava para homologar o conjunto de 77 delações premiadas feitas por dirigentes e acionistas da Odebrecht, por meio de 800 depoimentos.

Era necessário alguém com o perfil de Teori — equilibrado, técnico —, e com a vantagem de ele e Fachin terem sido próximos. O que significa que o novo relator deve conhecer a avaliação que o antecessor fazia desta parte da Lava-Jato, a mais importante de toda a operação, por tratar dos esquemas de corrupção da maior empreiteira do país, montados dentro da Petrobras e outras empresas públicas, e com a participação de importantes políticos. Daí os inquéritos estarem no Supremo, foro especial para julgar presidentes, ministros, senadores e deputados.

Tesouro a céu aberto - Roberto Freire

- Diário do Poder

Reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 1991 e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1993, o Parque Nacional Serra da Capivara é um verdadeiro museu a céu aberto localizado no Piuaí, mais especificamente abrangendo os municípios de São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, Coronel José Dias e São João do Piauí. Estive lá na última semana para assinar o termo de cooperação para a gestão compartilhada do parque, com participação do Ministério da Cultura, o que é um passo importante para a preservação deste monumento histórico e cultural brasileiro.

O mapa – Mário Quintana

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Ha tanta moca bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Paulinho da Viola - Dança da Solidão