sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

Revanchismos à parte, o que interessa aos brasileiros é a superação da crise, a retomada do crescimento e a geração de novos empregos – e tudo isso só será possível se o Brasil equilibrar suas contas e recuperar a confiança. Lula, Dilma e o PT quebraram o país e hoje pagamos a fatura por tamanho desmantelo. O caminho será penoso e exigirá sacrifícios, mas nada nos impedirá de corrigir rumos e trilhar o caminho do desenvolvimento.

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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS. ‘Responsabilidade para vencer a crise’, Diário do Poder, 14/10/2016

Lula vira réu pela 3ª vez em ação de corrupção

• Petista é suspeito de beneficiar Odebrecht em troca de vantagens

Marcelo Odebrecht e sobrinho do ex-presidente também responderão a ação na Justiça do Distrito Federal; empreiteira teria pagado propina após receber financiamento do BNDES

O ex-presidente Lula virou réu pela terceira vez em menos de três meses. Desta vez, responderá por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Justiça Federal em Brasília sob a acusação de tráfico de influência junto ao BNDES em favor da Odebrecht no exterior. Também viraram réus no processo Marcelo Odebrecht e Taiguara dos Santos, sobrinho de Lula. Lula já respondia por suspeitas de tentar interferir na Lava-Jato e de receber vantagens no tríplex de Guarujá.

Lula vira réu pela terceira vez em menos de três meses

• Ex-presidente é suspeito de beneficiar Odebrecht com financiamentos

• Na denúncia, o Ministério Público afirma que Lula atuou junto ao BNDES para favorecer a Odebrecht em empréstimos para obras de engenharia em Angola

Carolina Brígido, Martha Beck - O Globo

-BRASÍLIA- O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal e tornou o ex-presidente Lula réu pela suspeita de participação em organização criminosa, corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. No período de três meses, essa é a terceira vez em que Lula se torna réu.

Juiz do DF aceita denúncia e Lula se torna réu pela 3ª vez

Juiz aceita denúncia e Lula se torna réu em mais uma ação penal

• São imputados ao ex-presidente os crimes de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência; esta é a terceira ação penal aberta contra o petista, em pouco mais de dois meses, envolvendo casos de corrupção

Fábio Fabrini - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília, aceitou integralmente nesta quinta-feira, 13, denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais oito pessoas. Com isso, os envolvidos se tornam réus e passam a responder a ação penal. Ao petista, são imputados os crimes de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

Esta é a terceira ação penal aberta contra Lula, em pouco mais de dois meses, envolvendo casos de corrupção. Na mesma vara em Brasília, o ex-presidente responde por suposta tentativa de obstruir a Operação Lava Jato. Em Curitiba, é réu por corrupção e lavagem de dinheiro em ação que aponta recebimento de R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas da OAS, referentes ao esquema de corrupção na Petrobrás. Os valores incluem a reforma de um tríplex no Guarujá e o pagamento de contêineres para o armazenamento de objetos.

Juiz acolhe denúncia e Lula se torna réu em ação sobre obras da Odebrecht

Rubens Valente – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, acolheu nesta quinta-feira (13)denúncia feita pelo Ministério Público Federal e abriu ação penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Marcelo Odebrecht a respeito de possível corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a contratação, pela Odebrecht, de uma empresa de Taiguara Rodrigues, parente do petista.

Com a decisão, Lula e os outros acusados se tornaram réus e podem apresentar defesa e indicar testemunhas.

É a terceira vez que Lula se torna réu desde o início da Operação Lava Jato, em março de 2014. As duas outras ações penais em andamento são a que apura uma suposta tentativa de impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que tramita também em Brasília, e outra, no Paraná, que acusa Lula de ter se beneficiado de obras de um apartamento no Guarujá (SP) em troca de apoio à empreiteira OAS.

Receita suspende isenção fiscal do Instituto Lula de 2011

• A informação consta de ato declaratório publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 13

Luci Ribeiro – O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - A Receita Federal suspendeu a isenção tributária do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido do Instituto Lula relativa ao ano-calendário de 2011. A informação consta de ato declaratório publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 13. O ato é assinado pela Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária em São Paulo.

O Instituto Lula foi notificado pela Receita da possibilidade de suspensão e para apresentar esclarecimentos no âmbito de uma ação de fiscalização por suposto “desvio de finalidade” no fim de agosto. O Instituto ganhou prazo de 30 dias para se explicar.

Na ocasião, o Instituto destacou em nota que “age dentro da lei e todos os questionamentos serão esclarecidos”. “Não temos nada a esconder e sempre colaboramos com a fiscalização”. O Instituto também reclamou que o procedimento de investigação deveria ser rotineiro e “resguardado pelo sigilo fiscal”, mas se transformou “em mais um episódio de violência contra o ex-presidente Lula”.

De acordo com dados da investigação fiscal, revelados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, foram identificados gastos que o Instituto não poderia ter realizado porque se trata de uma entidade sem fins lucrativos, ou seja, isenta de impostos. Entre outras informações, a Receita apontou despesas pessoais do ex-presidente Lula, sua mulher, Marisa Letícia, e com funcionários do Instituto. Segundo o documento da Receita, o Instituto Lula “está longe de se dedicar à defesa de direitos sociais, é mero escritório de administração de interesses particulares e financeiros do ex-presidente”.

COM A PALAVRA, O INSTITUTO LULA:
“Com relação ao processo administrativo promovido pela Receita Federal, que resultou na suspensão de suas isenções fiscais relativas ao exercício de 2011, o Instituto Lula tem a dizer o seguinte:

Lula e Marcelo Odebrecht viram réus na Operação Janus

Por Carolina Oms e Leticia Casado – Valor Econômico

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, além de outras nove pessoas, viraram réus no âmbito da Operação Janus, que apura suposto esquema de fraudes envolvendo financiamento do BNDES para obras da Odebrecht em Angola.

A denúncia foi recebida pela Justiça Federal de Brasília.

Eles foram denunciados na segunda-feira pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa.

De acordo com o Ministério Público Federal, em retribuição ao fato de ter sido contratada pelo governo angolano com base em financiamento para exportação de serviços concedida pelo BNDES, a Odebrecht repassou ao grupo, "de forma dissimulada, valores que, atualizados, passam de R$ 30 milhões".

Crise deixa 22,7 milhões sem trabalho

O desemprego atinge 11,6 milhões de brasileiros, mas um novo indicador do IBGE mostra um retrato ainda mais dramático da crise. Chega a 22,7 milhões o total de pessoas que gostariam de trabalhar por mais horas, que estão disponíveis para o trabalho mas não buscaram vagas ou que, de fato, não conseguem emprego.

À espera de uma chance

• Falta trabalho para 22,7 milhões de brasileiros, quase o dobro do número oficial de desempregados

Daiane Costa - O Globo

Falta trabalho para 22,7 milhões de brasileiros. O número é praticamente o dobro do contingente oficial de desempregados no país, de 11,6 milhões no segundo trimestre. Um novo indicador do mercado de trabalho, divulgado ontem pelo IBGE, engloba não só o total de desempregados, como também outras 4,8 milhões de pessoas que trabalhavam menos de 40 horas semanais e gostariam de ampliar sua jornada (considerados subocupados), além de 6,2 milhões da chamada força de trabalho potencial — formada por pessoas que não buscaram uma vaga, mas estão disponíveis para trabalhar e também por quem procurou, mas não estava disponível no momento da pesquisa.

Pós-impeachment destrava negócios e atrai estrangeiros

Por Rodrigo Rocha e Carolina Mandl – Valor Econômico

• Setor de energia, que atraiu grupos chineses, envolveu aquisições de CPFL e Paranapanema no trimestre passado

SÃO PAULO - A perspectiva de maior estabilidade econômica e política no médio e longo prazos destravou o mercado de fusões e aquisições no Brasil, com forte participação de empresas estrangeiras.

Segundo levantamento da Transactional Track Record (TTR), consultoria especializada no monitoramento de negócios, em colaboração com a Merrill Corporation, das cinco maiores operações encerradas no Brasil no terceiro trimestre, em quatro companhias estrangeiras foram compradoras.

De julho a setembro, dos US$ 98,9 bilhões movimentados em fusões, aquisições, investimentos de "venture capital" e "private equity" no país - um avanço de 109% em relação ao mesmo período do ano passado -, cerca de US$ 46,2 bilhões, ou 46,7%, estavam relacionados a estrangeiros vindo às compras no Brasil. No ano até setembro, essas operações de estrangeiros alcançaram US$ 79 bilhões.

Temer diz que PEC pode ser revista pelo próximo governo

Por Juliana Schincariol, Robson Sales e Andrea Jubé – Valor Econômico

RIO E BRASÍLIA - O presidente Michel Temer afirmou ontem que o projeto de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para gastos públicos poderá ser revisto em um prazo antes dos 10 anos previstos no texto atual caso a arrecadação volte a crescer. Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, no canal Globonews, Temer disse que "o país não ficará engessado em função do teto" e que seu sucessor poderá propor uma revisão da norma.

"Nós fixamos 20 anos, que é o longo prazo, com revisão em 10 anos. Eu pergunto: não se pode mudar para quatro, cinco, seis anos? De repente o Brasil cresce, aumenta a arrecadação e pode se modificar? Pode. Você propõe uma nova emenda constitucional que reduz o prazo de 10 anos, para quatro, cinco anos", disse. De acordo com o presidente, o teto dos gastos é global. "Não é um teto para educação, um teto para saúde, um teto para cultura, um teto para a Justiça. Então, como nós dissemos, ele será revisável a cada Orçamento, apenas pela inflação. Não significa que ele não possa ser acima da inflação, para educação e saúde, que é o que mais se fala", afirmou.

"Esquerda precisa enfrentar corporativismo"

Por Cristiano Romero – Valor Econômico

BRASÍLIA - Eleito por um partido de esquerda - o PSB -, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, não tem dúvida: o corporativismo dos sindicatos precisa ser enfrentado pelas esquerdas. Desde que assumiu o posto, em janeiro de 2015, enfrentou greves de funcionários das áreas de saúde e educação, além de paralisações de empresas estatais. Em Brasília, o gasto com pessoal e inativos consome 77% do orçamento.

"O corporativismo está contribuindo para amplificar e aprofundar as desigualdades sociais", critica o governador. "Quando o Estado perde a capacidade de fazer investimentos necessários nas áreas mais carentes, especialmente nas áreas de infraestrutura, saneamento básico, mobilidade urbana e saúde, porque os recursos estão sendo drenados para o pagamento de salários, estamos com isso aprofundando um cenário de desigualdade social."

Para Rollemberg, não há outro caminho neste momento, a não ser apoiar as reformas propostas pelo governo Temer - a PEC 241, que fixa um teto para as despesas públicas, e a reforma da previdência. Ele diz que, sem a reforma das aposentadorias, os Estados e o país vão entrar em colapso, em breve.

Criador do Fórum dos Governadores, ele informou que, como medida para minorar o problema previdenciário do setor público no curto prazo, os Estados estudam elevar, de 11% para 14% do salário bruto, a alíquota das contribuições dos servidores para a previdência. A alta seria gradual - de 1% ao ano. Os governos estaduais também dariam sua contribuição, elevando a alíquota de 22% para 28%, à razão de 2% ao ano.

Rollemberg não pretende privatizar neste momento as estatais de Brasília, mas dá um recado importante: "A crise no Brasil vai aumentar muito a consciência e o nível de exigência das pessoas. E vai ficar muito claro que ou essas empresas buscam a eficiência e uma boa prestação de serviço público ou será inexorável o processo de privatização".

A seguir, os principais momento de sua entrevista ao Valor:

PMDB mantém força no interior do Rio

• Sigla avança no Sul Fluminense, mas perda da capital acende alerta para efeitos da crise no pleito de 2018

Bernardo Mello, Gabriel Cariello - O Globo

Embora a crise econômica seja pauta de discussões por todo o estado do Rio, não é possível dizer que ela tenha provocado uma derrota nas urnas para o PMDB, partido do governador Luiz Fernando Pezão. Com quatro candidatos nas disputas do segundo turno, a legenda tem, ainda, chances de garantir sua presença no interior do estado no mesmo patamar da eleição passada. Mas a perda da prefeitura do Rio, hoje disputada por PRB e PSOL, pode ser um prenúncio de dificuldades para a sigla manter o comando do Palácio Guanabara daqui a dois anos.

O PMDB conquistou 18 prefeituras, mas apenas duas já estavam sob sua administração. Pode chegar a 22 caso vença todos os pleitos no segundo turno. Seu principal aliado, o PP do governador em exercício, Francisco Dornelles, dobrou o número de municípios que governa — chegou a 18. Juntos, PMDB e PP controlam 40% das cidades. Eles integram, ainda, as coligações que vão administrar outras 22 prefeituras — mais 24% do estado.

O problema é que a influência dos partidos atingirá, apenas com os resultados do primeiro turno, 13,1% do eleitorado fluminense. Nesse aspecto, a capital é a joia da coroa — corresponde a 39,4% dos eleitores do estado. E pode ficar com o PRB.

Juiz diz que atos de Freixo na UFRJ configuram abuso de poder político

• Coordenador da fiscalização filmou eventos e enviará cenas ao Ministério Público

Marco Grillo - O Globo

O juiz coordenador da fiscalização da propaganda eleitoral, Marcello Rubioli, afirmou que a presença do candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, na UFRJ, ontem, configurou abuso de poder político e propaganda irregular. O candidato e sua vice, Luciana Boiteux, responderam a perguntas de alunos e professores da Coppe, o Instituto de Pós-Graduação em Engenharia, e, mais tarde, participaram de um debate organizado por estudantes. A UFRJ afirmou que Marcelo Crivella (PRB) também foi convidado.

O magistrado argumentou que a presença de Crivella não descaracterizaria a irregularidade. Segundo ele, a legislação veda atos de campanha em universidades. O artigo 37 da Lei Eleitoral proíbe a propaganda “nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam”. Rubiolli filmou os encontros e enviará o material ao Ministério Público estadual.

PSOL faz aliança inusitada com PMDB em Belém

- O Globo

-BRASÍLIA- Na página oficial do PSOL uma janela com os dizeres “#ForaTemer” pisca sem parar e dá a dimensão da campanha da legenda contra o “golpe” que teria sido desferido pelo PMDB contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Talvez por isso, uma postagem do candidato do PSOL à prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues, ontem, tenha deixado a militância revoltada.

De mãos dadas com o candidato derrotado do grupo do senador Jader Barbalho, o peemedebista Carlos Maneschy, Edmilson dizia: “Recebemos mais um apoio! Agora é do professor Carlos Maneschy que apoia o #ED50 sem ligação partidária”. A aliança provocou a ira dos eleitores do PSOL. Edmilson justificou dizendo que era um apoio isolado.

A assessoria de Edmilson não respondeu ao GLOBO.

Garotinho vira peça central do 2.º turno no Rio

• Apoio de ex-governador a Marcelo Crivella (PRB) é usado por Marcelo Freixo (PSOL) para tentar desgastar imagem do adversário

Clarissa Thomé - O Estado de S. Paulo

RIO - Mesmo fora da disputa eleitoral deste ano, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) tornou-se peça central da corrida pela prefeitura do Rio. Sua aliança com Marcelo Crivella (PRB) virou alvo dos adversários desde o primeiro turno.

Nos últimos dias, Marcelo Freixo (PSOL) subiu o tom contra ele em seu programa eleitoral, lembrando a aliança de Crivella e Garotinho desde 2014. Naquele ano, Crivella dirigiu o próprio carro até Campos de Goytacazes, a 270 km do Rio, para acertar o apoio de Garotinho à sua candidatura a governador. Nesta quinta-feira, 13, Crivella minimizou a estratégia de seu opositor. “O povo não liga para isso”, afirmou o candidato.

Responsabilidade para vencer a crise - Roberto Freire

- Diário do Poder

O Brasil acaba de dar um passo fundamental em direção à retomada da credibilidade perdida nos últimos anos e ao ajuste das contas públicas. A aprovação em 1º turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos – que não poderá crescer acima da inflação acumulada do ano anterior –, é uma medida necessária para iniciarmos a recuperação econômica do país, mergulhado na pior recessão de sua história em decorrência da irresponsabilidade dos governos de Lula e Dilma Rousseff.

Só sairemos do buraco em que o PT nos meteu se tivermos seriedade na condução da economia e oferecermos um ambiente de segurança e previsibilidade para que os agentes econômicos voltem a investir no Brasil. É preciso ter maturidade para compreender que discordâncias pontuais em relação a pontos específicos da PEC, que ainda será votada em 2º turno pela Câmara dos Deputados e também passará pela apreciação do Senado, não justificam que parlamentares integrantes da base aliada do atual governo – e que votaram pelo impeachment de Dilma – não apoiem o teto de gastos.

Honra para a nação - Merval Pereira

- O Globo

Ontem foi um dia para se comemorar, embora não seja esse o sentimento predominante em Brasília. Ao contrário, a condenação do ex-senador Gim Argello a 19 anos de cadeia pelo juiz Sérgio Moro, por corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução de investigação, por ter cobrado propina de empreiteiras para evitar que elas fossem chamadas a depor na CPI da Petrobras, em 2014, deixou em pânico os políticos.

No mesmo dia, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha tornou-se réu na primeira instância e vai responder a Moro, juntamente com sua mulher Claudia Cruz, por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta. E o ex-presidente Lula tornou-se réu pela terceira vez, agora na 10ª Vara Federal de Brasília, por participação em organização criminosa, corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

‘Novo animal da criminologia’ - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

• No mundo, o 'crime organizado'; no Brasil, também o 'crime institucionalizado'

Em depoimento à Comissão Especial que analisa as dez medidas de moralização dos Poderes, o delegado aposentado da PF Jorge Barbosa Pontes, que se formou no FBI e atuou na Interpol, disse que a corrupção do Brasil não é só gigantesca como também criou uma nova modalidade de crime ou, nas palavras dele, “um novo animal da criminologia”. Em vez de “crime organizado”, aqui se tem “crime institucionalizado”, uma classificação perfeitamente compatível com a expressão usada pelo ministro do Supremo Celso de Mello para definir os desmandos revelados pela Lava Jato: “delinquência governamental”.

O delegado explicou a diferença entre esse “novo animal” e o crime organizado tradicional: um, o “organizado”, é praticado por grupos de pessoas; o “institucionalizado” é comandado pelo “núcleo do poder”, no Planalto e na Casa Civil, por exemplo, “e não usa armas, mas o Diário Oficial”. Lula, aliás, é três vezes réu.

Longe do céu – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

O professor Darcy Ribeiro dizia que o Senado é melhor do que o céu, porque não é preciso morrer para frequentá-lo. Melhor do que ser senador, só ser suplente. Além de continuar vivíssimo, o felizardo não tem que passar pelo desconforto de pedir votos para chegar lá.

Gim Argello foi um suplente de sorte. Passou menos de seis meses na reserva de Joaquim Roriz, o notório ex-governador do Distrito Federal. Acusado de corrupção, o senador renunciou pouco depois da posse. Assim, o substituto foi presenteado com sete anos e meio de mandato.

Candidato a chefe - Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

• No dia em que Lula virou réu em Brasília, a frente de erosão da crise ética atravessou o salão verde e foi para o salão azul do Senado

Não, desta vez não foi o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que, quanto mais o PT tenta demonizar, mais é endeusado pela sociedade. Quem aceitou a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que a opinião pública mal conhece. Ele abriu uma ação penal contra o líder petista, o sobrinho da primeira mulher dele Taiguara dos Santos, o empresário Marcelo Odebrecht e outras oito pessoas. Lula agora é réu em mais um processo. Dessa vez, responde por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e tráfico de influência. O Ministério Público do Distrito Federal, e não a “espetaculosa” força-tarefa de Curitiba, acusa Lula de envolvimento em fraudes relacionadas a contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Previdência dos Estados está quebrada - Claudia Safatle

- Valor Econômico

• Os "donos do orçamento", segundo Velloso

Está na previdência do funcionalismo público o mais grave problema fiscal hoje, embora o foco do governo Temer na proposta de reforma seja mais aparente na aposentadoria dos trabalhadores do setor privado.

A começar da dificuldade em obter os números - o governo federal, por exemplo, só divulga os dados da previdência do INSS e subtrai as informações sobre a do servidor. O que se sabe é que o déficit do regime próprio de previdência dos 4,2 milhões de inativos e pensionistas do setor público federal, estadual e municipal é gigantesco.

Segundo dados apresentados em palestra recente pela secretaria do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, ele foi de 3,8% do PIB em 2013, algo como R$ 237 bilhões se considerado o PIB estimado para este ano, de R$ 6,254 trilhões. Ela disse, também, que o déficit atuarial dos Estados equivale, atualmente, a R$ 2,4 trilhões.

A visão de Temer - Míriam Leitão

- O Globo

Presidente Michel Temer admite que pode haver um fim antecipado do teto de gastos, em 4 ou 5 anos, se ocorrer um cenário em que a economia cresça mais fortemente, elevando as receitas. A ideia de que o teto do gasto público pode ser revisto mais cedo foi defendida pelo presidente Michel Temer dentro do contexto de um cenário bom, em que o país cresça, elevando a arrecadação. Ele acha que, se isso acontecer, o governante poderá propor a mudança através de emenda constitucional. É um cenário possível, mas muito difícil de se atingir e precisa de controle de gastos para se chegar lá.

‘Não me incomodo com a falta de popularidade,’ disse o presidente Temer ontem, na entrevista que me concedeu. E repetiu que não quer ser candidato. Por isso, está disposto a uma pauta impopular como a de limitar a correção das despesas públicas à inflação do ano anterior.

No Estado, o céu é o limite – Editorial / O Estado de S. Paulo

Farinha pouca, meu pirão primeiro. O velho adágio popular resume à perfeição o momento em que, mesmo diante da evidente necessidade de que cada brasileiro aceite sua parte no sacrifício nacional pela recuperação da economia, corporações de funcionários públicos acham-se no direito de exigir que seus privilégios sejam poupados do facão. O caso em que a Procuradoria-Geral da República considerou “inconstitucional” a proposta que impõe um limite aos gastos públicos, porque, segundo sua exótica interpretação, tolheria o trabalho da Justiça, dá a exata dimensão do divórcio entre os interesses corporativos e a realidade do País. Felizmente, para que sofismas como esse não prosperem, são cada vez mais numerosos os estudos que mostram que os servidores do Estado, especialmente os da elite, estão em posição muito mais vantajosa do que aqueles que disputam um lugar no mercado de trabalho privado.

Terreno aplainado para início da queda dos juros – Editorial / O Globo

• Sinais de descompressão sobre preços, reflexo também da grave recessão, compõem cenário favorável a que se comece, em bases firmes, um ciclo de cortes nas taxas

Às vésperas de mais uma reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central, terça e quarta da semana que vem, consolida-se um quadro que indica a possibilidade de, afinal, a taxa básica de juros começar a ser cortada. Em 14,25%, das mais elevadas do mundo mesmo em termos reais, apostas são feitas entre analistas de que os juros podem ser cortados em 0,25 ponto percentual. Será uma boa notícia em vários sentidos.

Na sexta-feira da semana passada, em Washington, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a trajetória dos preços indica de fato um processo enfim de deflação. O IPCA de setembro sintomaticamente foi de apenas 0,08%, reflexo da grande redução das pressões nos alimentos. Mas Ilan considera “ainda incerta” a velocidade desse processo.

China suscita o temor de nova desaceleração global – Editorial / Valor Econômico

A China tinha saído de cena como um dos fatores de risco imediato para a economia mundial e fez uma reaparição ontem, que poderá ser breve. Os números do comércio exterior do país foram inquietantemente baixos, com queda de 10% nas exportações nos doze meses encerrados em setembro, e uma redução de 1,9% nas importações. O temor, ressuscitado, foi de uma desaceleração mais acentuada da economia chinesa, ampliando a fraqueza econômica global. O contrário, porém, é mais plausível: a fraqueza econômica global pesa sobre a China, o maior importador e exportador do planeta. As estatísticas chinesas podem ser apenas mais um capítulo ilustrativo da redução do comércio internacional desde a crise de 2008 e especialmente após 2011.

Turbilhão de paixões - Nelson Motta

- O Globo

• As pessoas passam e as suas obras ficam. Uma posição política não melhora e nem piora uma música

Fiz um livro despretensioso reunindo “101 canções que tocaram o Brasil”, que não são as “melhores” ou as “mais belas”, porque isto não existe, mas as que mais tocaram no rádio, na rua, na televisão e, principalmente, no coração dos brasileiros, como uma trilha sonora da nossa história e de nossos sentimentos desde 1899, com o “Abre-alas” de Chiquinha Gonzaga.

Imaginei que o livro teria respostas favoráveis e desfavoráveis, é do jogo. Mas a lista não foi questionada, as polêmicas não tiveram a ver com música, mas com paixões insanas.

Sem discutir a lista ou os critérios, uma leitora disse que agora não consegue mais ouvir “aquele compositor” (evitou até o nome), que ele não devia estar no livro. Respondi à ex-fã de Chico Buarque que quem perdia era ela, que é um erro enorme e empobrecedor misturar os autores e suas obras. Conhecia-se o ódio cego, mas o surdo é novidade.

Menina – Joaquim Cardozo

Os teus olhos de água,
Olhos frios e longos,
Esta noite penetraram.
Esta noite me envolveram.

Bem querida madrugada...

Olhos de sombra, olhos de tarde
Trazem miragens de meninas...
Bundas que parecem rosas.

Sob o caminho de muitas luas
O teu corpo floresceu.

Elis Regina - Cadeira Vazia