terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mínimo já opõe ministro a Mantega

DEU EM O GLOBO

Ministro do Trabalho, Carlos Lupi discordou publicamente do colega da Fazenda, Guido Mantega, que anunciara veto a um mínimo além de R$ 540. Lupi disse que o Congresso é soberano para mudar.

Mínimo: Lupi diverge publicamente de Mantega

Ministro do Trabalho diz que Congresso é soberano e que governo terá de aceitar o valor que for aprovado

SÃO PAULO e BRASÍLIA. Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já ter anunciado que o governo vetaria qualquer valor acima de R$540 para o salário mínimo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou ontem que quem decidirá é o Congresso. Lupi, ao divergir publicamente do colega da Fazenda, disse que o Congresso é soberano para decidir sobre o mínimo e que o governo deve aceitar, qualquer que seja o valor aprovado.

- O Congresso é soberano. O que o Congresso definir nós todos teremos que aceitar, porque é o Congresso que decide. A política é uma casa de diálogo. O governo apresentou sua proposta, mas o Congresso tem competência para discuti-la e fazer emendas - defendeu Lupi, que pessoalmente é a favor de um valor maior que os R$540 já previstos no Orçamento da União para 2011 e fixados numa Medida Provisória.

As centrais sindicais vão se reunir hoje, em São Paulo, para discutir as ações para este ano e iniciar a mobilização contra o salário mínimo de R$540. Além de um mínimo de R$580 e reajuste de 10% para os aposentados que ganham acima do mínimo, a Força Sindical quer discutir com o governo a questão da correção da tabela do Imposto de Renda a partir de 2011. Esta semana, serão retomados ainda os contatos com o governo sobre a medida provisória do mínimo, mas o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (do PDT, mesmo partido de Lupi) , reclamou da falta de diálogo com o governo Dilma.

A intenção do sindicalista é se encontrar amanhã com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Líderes do governo no Congresso já admitem ceder e aceitar valor maior do que os R$540 fixados na MP 516. Desde as negociações do Orçamento, o teto da equipe econômica era R$550. Alguns admitiram chegar a R$560. Mas, logo após a posse de Dilma Rousseff, Mantega anunciou veto a um valor maior que os R$540.

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