sábado, 25 de setembro de 2010

Quebra de sigilo: PF quer acesso a ligações

DEU EM O GLOBO

Ligações para office-boy poderão revelar quem viajou de Brasília para buscar dados de tucanos

Sérgio Roxo

SÃO PAULO. A Polícia Federal conta com a quebra do sigilo telefônico do office-boy Ademir Estevam Cabral, pedida à Justiça, para esclarecer o caso da quebra de sigilo fiscal de tucanos. A medida poderá indicar quem viajou de Brasília a São Paulo, em 8 de outubro de 2009, para pegar as declarações de Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e outros tucanos. Os dados foram levantados ilegalmente na agência da Receita Federal em Mauá, no ABC paulista.

Segundo depoimentos dados à Polícia Federal, Ademir encomendou as declarações ao contador Antônio Carlos Atella Ferreira, que repassou o pedido ao despachante Fernando Araújo Lopes. O despachante encomendou os dados a Adeildda Leão dos Santos, funcionária do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) cedida à Receita. Em depoimento, Adeilda admitiu que violava sigilos fiscais e recebia entre R$50 e R$200 pelo serviço. Ela foi indiciada por corrupção passiva e quebra de sigilo.

Em 8 de outubro, o levantamento das informações fiscais foi concluído, e a mulher de Lopes, Gláucia Alves dos Santos, foi à a agência da Receita em Mauá, pegar as informações para levá-las a um bar no Centro de São Paulo e entregá-lo a Atella. Cabral também estava no bar.

Segundo Gláucia, Ademir comentou que alguém de Brasília esperava as declarações. O office-boy saiu para entregar a encomenda e voltou após três horas com o dinheiro do serviço. Atella confirmou em depoimento o encontro. Ademir também admitiu a participação na violação, mas disse não se lembrar para quem entregou as declarações.

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