segunda-feira, 14 de junho de 2010

Serra convoca militantes

DEU NO ESTADO DE MINAS

Ullisses Campbell

São Paulo – O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse ontem que enfrentará a eleição mais difícil da sua carreira e pediu ajuda à militância, prefeitos, deputados e vereadores para chegar ao Palácio do Planalto. Ele reconheceu que Dilma Rousseff (PT) é uma adversária de peso, durante a convenção estadual do PSDB que reuniu cerca de 10 mil pessoas e homologou a candidatura do tucano Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo. “Para mim, a campanha mais fácil que fiz foi para senador, porque colei no Mário Covas. Mas, este ano, a campanha aparece difícil. Vou ter de trabalhar, fazer campanha, senão fico para trás”, reconheceu.

“Queria me dirigir aos prefeitos de todo o Brasil, fundamentais nessas eleições. (...) No meu governo, atendi bem a todos os prefeitos”, disse. Ele fez um discurso breve para não ofuscar Alckmin, personagem principal do dia, e não teceu qualquer crítica a Dilma ou mesmo ao governo Lula, como vinha fazendo em ocasiões anteriores.

Ao pedir empenho dos militantes do PSDB para atuarem em sua campanha, Serra lembrou do personagem mais famoso de Charles Chaplin. “O militante, que é sobre quem cai a bomba, é nosso Carlitos, como no filme O Grande Ditador, em que o marechal olha para o general, que olha para o coronel, que olha para o sargento, que olha para o Carlitos”, ressaltou. O candidato foi bastante aplaudido.

A função de alfinetar Dilma ficou a cargo de Alckmin e Orestes Quércia (PMDB), ex-governador de São Paulo e crítico da aliança nacional de seu partido com o PT. “Quem apoia Dilma dentro do PMDB não lutou pela democracia em 1974”, afirmou. Completou o discurso dizendo que a pré-candidata do PT não tem experiência política para governar o país.

Alckmin bateu na mesma tecla: “O Brasil exige um presidente com história, com prática, com experiência, com currículo verdadeiro, com história política comprovada e densidade administrativa”. Para exaltar a candidatura de Serra, Alckmin não economizou nos predicativos.
Garantiu que “o candidato é sério, honesto, competente, tem prática, experiência e conhecimento verdadeiro”. “Quem governa o Brasil não pode sentar na garupa. Quem anda na garupa não guia, não breca, não conduz”, afirmou, referindo-se a Dilma e Lula. E emendou: “José Serra será nosso comandante. E vai ser eleito não por ser ajudante, mas sim por ser titular de suas próprias competências”.

Uma ausência sentida na convenção foi a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que está viajando pelo exterior.

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