quarta-feira, 30 de junho de 2010

Reflexão do dia – Luiz Werneck Vianna


Se o Império seria a Ibéria e suas tradições cediças, a República nascente se voltaria para o modelo americano, como na sua carta de identidade apresentada em sua Constituição de 1891, na institucionalização da Federação e na valorização da cultura material e culto do desenvolvimento das forças produtivas, exemplar no fervor com que Rui Barbosa, então ministro da Fazenda do Governo Provisório, se atirou na campanha pela expansão da malha da rede ferroviária. Mas, logo a 1ª República perverteu, com a chamada política dos governadores, os ideais federativos, traduzindo o seu Estado os interesses particularistas dos estados hegemônicos - São Paulo e Minas Gerais - e vinculando o poder local ao Poder Central por meio do sistema do coronelismo. Restaurou-se, assim, a centralização que antes fora denunciada como herança de uma Ibéria patrimonialista.



(Luiz Werneck Vianna, no artigo, A viagem de volta da América à Ibéria (segunda-feira (28/6/2010),no Valor Econômico)

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