quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dilma fica sem apoio do PP e ganha o de Chávez

DEU EM O GLOBO

Executiva do partido decide não apoiar agora a petista, deixando sua posição final para junho

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, corre o risco de perder um minuto e 36 segundos no horário eleitoral na TV caso o PP não formalize aliança com o PT, como indicou ontem. A Executiva nacional do partido se reuniu e não anunciou apoio à petista, adiando a decisão final para junho. Dilma, porém, obteve o apoio do presidente da Venezuela: “Meu coração está com Dilma”, disse Hugo Chávez, antes de se reunir com o presidente Lula.


PP não anuncia apoio a Dilma e adia decisão para convenção de junho

Se partido não fizer coligação, petista perde tempo na propaganda na TV

Maria Lima e Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. Assediados por tucanos e petistas, os integrantes da Executiva nacional do PP se reuniram ontem em Brasília e não anunciaram apoio à précandidata petista, Dilma Rousseff, decidindo jogar para a convenção de junho a decisão de manifestar ou não apoio a um candidato à Presidência.

Embora faça parte da base governista, o partido tende a ficar neutro, como nas três últimas eleições presidenciais. A não ser que consulta aos diretórios estaduais indique a conveniência de formalizar uma coligação nacional. Se a aliança nacional não for aprovada, Dilma Rousseff pode perder um minuto e 36 segundos no horário eleitoral na TV.

— Queremos priorizar os estados, dar liberdade aos nossos candidatos para fazerem alianças com total liberdade, com base nas melhores composições regionais — explicou o vice-presidente do PP, deputado Ricardo Barros (PPPR), já dando como certa a neutralidade.

Mas o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), esclareceu que não há essa decisão ainda. Ele disse que pediu aos dirigentes dos 27 diretórios que se manifestem, até 15 de maio, sobre a questão: — Cada diretório vai ficar livre para fazer as alianças que achar melhor. Nessa consulta, se a maioria achar que devemos fechar uma aliança nacional, vamos levar isso para a convenção de junho.

“Não apostem nisso”, diz Dornelles sobre a vice

Primo de Aécio Neves, Dornelles (RJ) tem sido apontado como um plano B da oposição para ocupar a vaga de vice na chapa de José Serra (PSDB). Dornelles não negou que tem conversado com Aécio, mas disse que ninguém deve apostar na hipótese de ele ser vice: — O Aécio não está conversando só comigo. Ele está conversando com todo mundo.

Não apostem nisso — desconversou Dorneles.

A coordenação da campanha de Dilma, procurada, não se manifestou sobre a posição do PP.

Em visita ao Triângulo Mineiro com Serra, o ex-governador Aécio Neves voltou a descartar a possibilidade de ser vice e confirmou que mantém conversas com Dornelles. Mas Serra disse que não há nada definido ainda.

— Dornelles é meu amigo e um homem preparadíssimo, mas ainda não há encaminhado — afirmou o tucano.

Pouco antes da chegada de Serra, Aécio e Anastasia, servidores estaduais da Educação, que estão em greve há 20 dias, entraram em confronto com militantes do PSDB.

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