sábado, 13 de março de 2010

Anistiados lembram vida e luta de Gregório

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Na passagem dos seus 110 anos de nascimento, ex-militante comunista será homenageado hoje, a partir das 9h, na Câmara Municipal do Recife

A Associação Pernambucana de Anistiados Políticos (Apap) promove hoje, às 9h, na Câmara de Vereadores do Recife, um ato em homenagem ao ex-militante comunista Gregório Bezerra, do PCB, no dia em que ele completaria 110 anos. Estão previstos debates sobre a trajetória de Gregório, morto em 1983, e apresentações culturais. No evento, o comitê central do PCB entregará ao único filho vivo do ex-militante, Jurandir Bezerra, e a netos dele, a medalha Dinarco Reis, como um dos heróis do povo brasileiro na luta pelo socialismo.

O ato na Câmara Municipal é apenas um dos vários promovidos em memória a Gregório. Integrante da Apap, o ativista de direitos humanos Adílson Lira informou que está em sendo realizada na Casa da Cultura, no Centro do Recife, uma exposição fotográfica sobre ele. Na estação central do metrô, também há uma exposição de fotos e banners sobre o ex-militante. E está prevista uma sessão na Câmara de Olinda, na próxima semana, em homenagem ao comunista.

Secretário-geral do comitê central do PCB, o advogado Ivan Pinheiro (RJ), 74 anos, enalteceu Gregório Bezerra como exemplo de militante comunista. O símbolo que queremos de um militante comunista é Gregório Bezerra, que soube conjugar como ninguém a luta institucional com a luta direta com os trabalhadores, disse.

Uma das obras em referência ao ex-militante, porém, sofre dificuldades de produção. As gravações do filme História de Um Valente, que conta a atuação política de Gregório entre 1957 até o golpe militar de 1964, iniciadas no segundo semestre de 2009, estão paradas desde outubro. O diretor Cláudio Barroso informou que faltam recursos para tocar o restante do projeto.

Segundo Barroso, o roteiro está 30% filmado. As gravações foram realizadas em Pernambuco no Recife e na zona rural de Catende (Mata Sul). Orçado em R$ 4 milhões, o projeto já consumiu R$ 1,8 milhão. Os recursos até agora investidos no projeto vieram de entes públicos: BNDES, Petrobras, Chesf, governo de Pernambuco, Copergas e Prefeitura do Recife.

Barroso se disse esperançoso no aporte de patrocinadores privados ao projeto até o meio do ano, o que possibilitaria a retomada das gravações no segundo semestre. Ainda é complicado conseguir dinheiro para fazer um filme de um comunista, comentou o diretor.

Definido pelo poeta e ensaísta Ferreira Gullar como um homem feito de ferro e flor, Gregório Lourenço Bezerra se destacou por sua organização de trabalhador do campo nas lutas sociais. Foi preso com o golpe militar e sofreu uma das mais bárbaras torturas praticadas pela repressão: foi amarrado pelo pescoço e arrastado pelas ruas de Casa Forte.

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