sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Governo segura votação de reajuste a aposentado

DEU EM O GLOBO

Cristiane Jungblut e Chico de Góis

BRASÍLIA. Temendo surpresas nas votações, o governo decidiu impedir a apreciação de qualquer proposta ligada a reajuste das aposentadorias na Câmara e no Senado, e deverá editar medida provisória para conceder reajuste diferenciado para aqueles aposentados que ganham acima do salário mínimo. A estratégia de ganhar tempo até a edição da MP foi debatida ontem em reunião dos líderes aliados com o presidente Lula.

Após o encontro, o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que está mantida a proposta apresentada às centrais sindicais em agosto: conceder, em 2010, reajuste de cerca de 6%, com ganho real de 2,5%, para os aposentados que ganham acima do mínimo, o que deverá ser concretizado por meio de MP. O mínimo será reajustado em 9%. À noite, Lula recebeu dirigentes das centrais sindicais, que foram entregar a pauta de reivindicação da 6aMarcha dos Trabalhadores, e reafirmou que essa é a única proposta possível do governo.

— O ministro Guido Mantega (Fazenda) reafirmou que esse valor já é um esforço. Primeiro, vamos concluir a votação do pré-sal, que vai levar de 15 a 21 dias — afirmou Fontana.

O líder disse que o governo vai impedir a votação do projeto que prevê a extensão do reajuste do mínimo a todas as faixas de benefício do INSS como regra permanente. O governo sabe que o risco de pôr o tema em votação no plenário é a tentativa da oposição de aprovar uma regra mais abrangente, o que acaba influenciando alguns aliados.

Tradicionalmente, Lula edita uma MP com o valor do salário mínimo e com o reajuste para os benefícios acima do piso. O próximo reajuste vale a partir de janeiro, o que significa que a MP tem que sair até dezembro.

— Todo esforço da base do governo será voltado à questão do pré-sal. O tema das aposentadorias ainda está em debate interno no governo — disse o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

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