quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Entidades rebatem críticas da Nove

Cláudia Lamego
DEU EM O GLOBO

Presidente da UNE diz que vai para as ruas quando "pauta é conveniente"

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, rebateu críticas ontem do Nove (Nova Organização Voluntária Estudantil), movimento surgido após o vazamento das provas do Enem, dizendo que a UNE representa sim os estudantes e que é uma característica da entidade ter opiniões políticas e participação de partidos na composição de seus quadros. Chagas disse que a UNE vai para as ruas, sim, quando a "pauta é conveniente", como no caso das críticas à política macroeconômica do governo.

Ao responder às críticas de que a entidade seria chapa-branca, ele disse que a UNE tem diálogo com o presidente Lula. Falando sobre as reivindicações da entidade atendidas pelo governo, ele contou ainda que a nova bandeira do movimento é a luta para que 50% dos recursos do pré-sal sejam destinados à educação.

- Até 2010, o número de vagas nas universidades federais vai duplicar. O ambiente político atual possibilitou conquistas como essa. A UNE sempre teve opiniões políticas e não é verdade que sempre fomos oposição a todos os governos. Lutamos na cadeia da legalidade, na década de 60, pela permanência do governo João Goulart.

Sobre o Enem, a UNE não fez qualquer manifestação nas ruas, limitando-se a divulgar uma nota cobrando investigação e manifestando "preocupação" com o assunto.

- Não concordamos com a insinuação de que não representamos os estudantes. Os fóruns da UNE reúnem mais de 1.500 centros acadêmicos do país - disse Chagas.

O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) disse que a entidade foi a que mais se pronunciou sobre as mudanças do Enem. Ismael Cardoso afirmou que a entidade criticou a pressa do Ministério da Educação na implantação da nova prova e que fez manifestações contra o vazamento:

- Esse movimento (Nove) está usando uma revolta justa em relação ao Enem para criticar a UNE e a Ubes.

Peleguização

DOMESTICADA em troca de generosos repasses de dinheiro público, a UNE, assim como centrais sindicais, não demonstra a agilidade do passado na defesa das bases.

COMO ESTÁ claro no caso do vazamento das provas do Enem, quem não se sente representado organiza-se à margem das entidades silenciadas.

O QUE é positivo. Mostra que a peleguização financiada com dinheiro do contribuinte não pode tudo.

Um comentário:

PPS Ceará disse...

Pré sal? UNE vai para as ruas, sim, quando a "pauta é conveniente", COMO PARA DEFENDER A PETROBRAS? (Que bonito),o numero de vagas vai dobrar (mais nao a estrutura dos cursos ou o nivel da educaçao)

Mas nao é pauta conveniente para a UNE,defender o direitos de estudantes de todo o pais e quanto a REPRESENTATIVIDADE da UNE e UBES,faça uma pesquisa simples e veja quem reconhece as siglas no universo estudantil hoje?