terça-feira, 28 de janeiro de 2014

OPINIÃO DO DIA – Luiz Werneck Vianna

Os fortes abalos da crise de 2008, que ainda sentimos, se importaram em ruínas e perdas materiais, têm devolvido vigor, aqui e alhures, a muitas lições esquecidas, como as de Marcel Mauss, Karl Polanyi e Antonio Gramsci, tão diferentes entre si, mas convergentes nos seus propósitos de regular o mercado pelo direito, por padrões eticamente orientados e pela política democrática.

Luiz Werneck Vianna, ‘Este ano não vai ser igual àquele que passou. O Estado de S. Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2014.

Governo português contradiz versão oficial sobre visita de Dilma a Lisboa

Autoridades do país europeu e restaurante que recebeu comitiva já estavam avisados sobre a chegada da presidente brasileira desde quinta-feira; ministros argumentaram que a ‘parada técnica’ foi decidida na última hora

Tânia Monteiro, Rafael Moraes Moura e Vera Rosa

BRASÍLIA e HAVANA - Tratada como segredo de Estado pelo Palácio do Planalto, a passagem da presidente Dilma Rousseff por Portugal já estava confirmada e foi comunicada ao governo local na quinta-feira, o que contradiz o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, segundo quem a decisão de parar em Lisboa só foi tomada "no dia da partida" da Suíça, no sábado passado.

Dilma ficou na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, de quinta-feira a sábado. Seu destino seguinte, segundo a agenda oficial, seria Cuba, onde está nesta terça-feira. A presidente e sua comitiva, porém, desembarcaram em Lisboa, onde passaram o sábado e a manhã de domingo. Jantaram em um dos restaurantes mais badalados da cidade e se hospedaram nos hotéis Ritz e Tivoli - 45 quartos foram usados. Nada foi divulgado à imprensa.

Após o Estado revelar o paradeiro de Dilma no sábado, o Palácio do Planalto afirmou que se tratava de uma "parada técnica" não prevista. A versão foi dada primeiro pela ministra Helena Chagas (Comunicação Social), no fim de semana, e reiterada nesta segunda-feira por Figueiredo, em Havana.

Pela versão oficial, o plano era sair da Suíça no sábado, parar nos Estados Unidos para abastecer as duas aeronaves oficiais e chegar a Cuba no domingo. Mas o mau tempo teria obrigado a comitiva a mudar de planos na véspera e desembarcar em Lisboa.

Desde quinta, porém, o diretor do cerimonial do governo de Portugal, embaixador Almeida Lima, estava escalado para recepcionar Dilma e sua comitiva no fim de semana. Joachim Koerper, chef do restaurante Eleven, onde Dilma jantou em Lisboa com ministros e assessores, recebeu pedidos de reserva na quinta-feira.

O chef postou em uma rede social uma foto ao lado de Dilma no restaurante - um dos poucos de Lisboa a ter uma estrela no Guia Michelin, um das mais tradicionais publicações sobre viagens do mundo.

Mal-estar. A divulgação da parada em Lisboa aborreceu Dilma e criou mal-estar quando ela desembarcou em Havana.

Nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores foi destacado para falar à imprensa sobre o assunto. Primeiramente, repetiu a versão oficial: "Havia duas possibilidades: ou o nordeste dos Estados Unidos, ou parando em Lisboa, onde era o ponto mais a oeste do continente. Viu-se que havia previsão de mau tempo com marolas polares no nordeste dos Estados Unidos. Então houve uma decisão da Aeronáutica de que o voo mais seguro seria com escala em Lisboa".
Depois disse que cada um dos integrantes da comitiva presidencial que jantaram no Eleven pagou sua própria despesa. "Cada um pagou o seu e a presidenta, o dela, como ocorre em todas as viagens. Foi com cartão pessoal."

A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto se limitou a informar que, "por questões de segurança", "não tece comentários sobre detalhamentos das equipes, cabendo apenas ressaltar que elas são compostas a partir de critérios técnicos e adequadas às necessidades específicas previstas para cada viagem".

A ida de Dilma a Lisboa só passou a constar da agenda oficial da presidente às 13h50 de domingo, horário de Brasília, quase 24 horas depois de a presidente chegar à capital portuguesa. Naquela hora a presidente já tinha decolado em direção a Havana.

Oposição. Líderes da oposição classificaram o episódio como "mau exemplo" de Dilma. Criticaram o fato de a viagem não ter sido divulgada e o preço do hotel onde a presidente ficou. Na tabela, o pernoite numa suíte do Ritz custa R$ 26 mil.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Oposição critica gastos da comitiva presidencial

Para o senador Aécio Neves, despesa de R$ 71 mil feita pela presidente e comitiva em uma única noite em Lisboa é "péssimo exemplo"

Juliana Ferreira, Amanda Almeida

O senador e pré-candidato ao Palácio do Planalto Aécio Neves (PSDB-MG) condenou os gastos feitos pela presidente Dilma Rousseff em Portugal na volta do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A caminho de Cuba, a comitiva da presidente parou em Lisboa, onde ocupou 45 quartos em dois dos mais caros hotéis da cidade: o Ritz e o Tívoli. A estadia, que não fazia parte da agenda oficial, custou R$ 71 mil. Somente a diária do quarto de luxo em que Dilma se hospedou é de R$ 26 mil. “Infelizmente, é mais um péssimo exemplo. O PT sempre teve dificuldade de separar o que é público do que é pessoal e partidário. A história se repete. A presidente ter escolhido ficar numa suíte cuja diária custa mais de 30 salários mínimos agride o país e ofende os brasileiros”, afirmou o tucano.

A postura da presidente já havia sido vista com maus olhos pelo partido, presidido por Aécio, na Câmara dos Deputados. O líder da sigla na Casa, Carlos Sampaio (SP), afirmou que a petista “passeou” com dinheiro público: “É uma gastança desnecessária, que não condiz com a situação econômica do nosso país e muito menos com as dificuldades com as quais os brasileiros são obrigados a conviver todos os dias, como inflação alta e serviços públicos precários, problemas que Dilma não consegue resolver”.

Por uma rede social, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), ironizou a escala. “Dilma Rousseff, presidente da República, teve noite de rainha do Sabá na escala milionária em Lisboa”, disse, em referência à história da soberana que viveu no século 6 antes de Cristo e teria levado seis meses em viagem entre Sabá e Jerusalém, distantes 2 mil quilômetros. Dilma manteve a viagem em sigilo até ser flagrada entrando no hotel. Na noite de sábado, saiu para jantar no luxuoso restaurante Eleven, que tem vista privilegiada para o Rio Tejo.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse que todos os integrantes da comitiva presidencial que fizeram “escala técnica obrigatória” em Lisboa no sábado pagaram a conta do restaurante com recursos próprios. Ele reiterou nota em que a Presidência alegou que a parada em Lisboa não foi “desnecessária”. “A escala técnica era obrigatória. Dependendo de condições climáticas, o Airbus 319 presidencial tem autonomia média em torno de 9 horas e 45 minutos, tempo insuficiente para um voo direto entre Zurique e Havana. A opção por Lisboa foi a mais adequada, já que se trata do aeroporto mais a oeste no continente europeu com possibilidades de escala técnica”, registrou o Planalto, acrescentando que Dilma chegou às 17h30 a Lisboa, pernoitou e seguiu viagem na manhã seguinte.

Mesmo com a justificativa, o PPS pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de um inquérito para apurar a escala. Na representação, o líder do partido na Câmara, Rubens Buenos (PR), diz que Dilma pode ter cometido um crime. “Trata-se de despesa desnecessária e divorciada do interesse público, o que poderia caracterizar, pelo menos em tese, ato de improbidade administrativa, por ofensa aos princípios da legalidade e da moralidade”, afirmou. O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), também cobra explicações. “Dilma vai a Lisboa, torra o dinheiro público sem qualquer agenda marcada, come do bom e do melhor, posa de celebridade e fica por isso mesmo. E o brasileiro paga a conta. A presidente tem que se explicar”, disse.

Cuba
O destino final da viagem também rendeu críticas à presidente, que participou ontem da inauguração da primeira etapa do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, em Cuba. Aposta do país comunista para uma guinada na economia, o porto custou US$ 957 milhões, dos quais US$ 682 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O PSDB anunciou ontem que vai pedir esclarecimentos ao ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre o acordo com o governo cubano. “Desde o início, toda essa operação do BNDES está cercada de sigilo de Estado, decretado por ordem do ministro. O que o governo federal está escondendo? Há empresas amigas que estão sendo beneficiadas e a nação não pode saber?”, questionou o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), em nota. Ele espera que Pimentel explique as razões do sigilo e os detalhes da operação.

Fonte: Correio Braziliense

PT agradece arrecadação de ‘vaquinha’ para mensaleiros presos

Em reunião da Executiva, petistas soltaram nota também para alegar que precisam abrir diálogo com a pauta das ruas

Delúbio Soares já arrecadou R$ 242 mil

Sérgio Roxo e Flávia Pierry

BRASÍLIA e SÃO PAULO - Após a primeira reunião da nova Executiva Nacional, o PT soltou nota oficial no fim da tarde desta segunda-feira para, entre outros assuntos, agradecer a ajuda de correlegionários para arrecadar recursos para pagamento das dívidas dos petistas envolvidos no escândalo do mensalão.

O ex-presidente do partido, José Genoino, foi o primeiro a ser beneficiado pela rede de solidariedade. Conseguiu pouco mais de R$ 700 mil, cerca de R$ 60 mil do que havia sido estipulado como sua multa.

A arrecadação também beneficiaria o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-ministro José Dirceu, ambos presos no Presídio da Papuda, em Brasília. Genoino está em prisão dominiciliar, na casa de uma filha.

Ainda na reunião, o PT informou que precisa abrir mais diálogo com a pautas das ruas (manifestações). A direção do partido anunciou também que vai aproveitar o aniversário de 34 anos do partido, no próximo dia 10, em São Paulo, para lançar oficialmente a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Sobre a polêmica envolvendo a participação de petistas no governo de Sérgio Cabral, o presidente do partido, Rui Falcão, foi enfático:

- Não há crise, o PMDB é nosso aliado nacional. A disputa entre nossas candidaturas lá vai se dar em termos políticos - disse.

Delúbio já arrecadou R$ 242 mil
Em seis dias, a campanha para arrecadar recursos para pagar a multa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares já conseguiu mais da metade do valor que deve ser pago. Nesta segunda-feira, o site da campanha diz que já foram depositados R$ 242.421,37. O petista condenado no mensalão foi punido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com multa de R$ 466.888,90, após correção monetária dos valores.

A arrecadação de doações foi criada, segundo informa o site, por “companheiros e companheiras” de Delúbio na quarta-feira passada. Em menos de 24 horas, já tinham sido arrecadados R$ 30,6 mil.

O texto de apresentação do site “Solidariedade a Delúbio” afirma que julgamento do mensalão foi “o mais violento processo judicial de exceção de toda nossa história”, promovido por “forças do atraso, derrotadas nas eleições do presidente Lula e da presidenta Dilma”.

Para doar, o site indica uma conta poupança na Caixa Econômica Federal, em nome de Delúbio. Em quatro passos – mesmo processo que apontava o site de Genoino – o site indica que o doador deposite o valor na conta, em um depósito identificado, e envie o comprovante do depósito para o e-mail do site. A página destaca que o doador deve incluir a doação em seu imposto de renda e ainda reforça que verifique leis de tributação de doação, que variam em cada estado.

A página é um site pessoal sem ferramenta de pagamento online – mesmo modelo adotado pela família do ex-deputado José Genoino para captar recursos. A família de Genoíno conseguiu, em dez dias, R$ 761.962,60. São R$ 94.448,68 a mais do que o valor necessário para arcar com a multa definida pelo STF.

Parte do valor doado a Genoino poderá ajudar outros petistas a pagarem a multa definida no julgamento do mensalão. Após alcançar o valor, a família de Genoino divulgou texto indicando que o valor restante poderia ser repassado a outros petistas condenados no processo.

“Assim, não temos ainda um cálculo preciso do valor que restará após toda esta tramitação, mas com certeza daremos continuidade a essa corrente de solidariedade aos companheiros condenados injustamente na ação penal 470”, afirma o texto publicado no site, assinado pela mulher de Genoíno e pelos filhos.

Fonte: O Globo.

Olívio Dutra e as vaquinhas: ‘Eu não participo’

Josias de Souza

O PT atual dividiu-se em dois, o de Olívio Dutra e o do resto. Fundador do partido, ex-deputado, ex-prefeito de Porto Alegre, ex-governador gaúcho e ex-ministro de Lula, Olívio se expressa como vive, com simplicidade. Pediram-lhe uma opinião sobre as vaquinhas companheiras da turma da Papuda. A repórter Rosane de Oliveira registrou a resposta:

— Essas pessoas não foram julgadas pelo seu passado, mas por suas atitudes no presente. Foram julgadas, condenadas e presas. As campanhas que as famílias estão fazendo, se estiverem dentro da lei, tudo bem. Eu não participo e acho que não pode ser uma orientação partidária fazer isso.

Instado a comentar as alianças que o PT federal costura para 2014, Olívio pespegou:

— Nesta balbúrdia, nesta Torre de Babel que são hoje as composições partidárias, o que era indecente um tempo atrás parece ser uma coisa natural…

No início do ano, quando o então suplente de deputado José Genoino assumiu uma cadeira na Câmara, Olívio aconselhara:

— Eu acho que tu deverias pensar na tua biografia, na trajetória que tens dentro do partido. Eu acho que tu deverias renunciar. Mas é a minha opinião pessoal, a decisão é tua. Não tenho porque furungar nisso.

É pena que o PT já não tenha ouvidos para a simplicidade. Hoje, se Olívio Dutra ligar para a sede nacional do partido não haverá quem o ouça. Será atendido por uma gravação: “Alô, o PT não pode falar agora. Por favor, não aguarde. Sua opinião não tem a menor importância para nós.”

Fonte: Blog de Josias

‘Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo’, reage Barbosa

Ministro comentou críticas do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) à decisão de sair de férias sem expedir ordem de prisão

Vivian Oswald

LONDRES - Sem confirmar se assinaria ou não já na semana que vem o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, reagiu nesta segunda-feira às críticas do deputado, condenado por envolvimento no mensalão, à atuação dele no caso.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, João Paulo criticou Barbosa por ter saído de férias, sem expedir o seu mandado de prisão. Disse que Barbosa fez "pirotecnia para ter mais dois minutos de repercussão". O parlamentar foi condenado a 9 anos e quatro meses, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

Segundo Barbosa, pessoas condenadas por corrupção têm ficar no ostracismo e não deveriam ter espaço na imprensa.

— Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo. Faz parte da pena. Acho que a imprensa brasileira presta um grande desserviço ao país ao abrir suas páginas nobres a pessoas condenadas por corrupção — disse o presidente do STF, ainda na estação de trem, ao desembarcar em Londres, onde permanece até quinta-feira.

Barbosa ainda disse que não entraria em discussão com um réu julgado pelo Supremo.

— Esse senhor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, pelos 11 ministros do STF. Não tenho costume de dialogar com réu. Não falo com réu — destacou Barbosa, que ainda completou:

— Não faz parte dos meus hábitos, nem dos meus métodos de trabalho ficar de conversinha com réu.

Fonte: O Globo.

Para PT, críticos da política econômica de Dilma fazem 'terrorismo psicológico'

Ricardo Galhardo

Em uma resolução política aprovada ontem pela direção nacional do partido, o PT reforçou o discurso da presidente Dilma Rousseff e classificou como "terrorismo psicológico" as críticas à política econômica do governo. Para a legenda, os adversários tentam manipular dados econômicos e "chegam a torcer contra a realização da Copa do Mundo" para tirar proveito eleitoral.

Além de fazer eco a Dilma, que falou em "guerra psicológica" em sua mensagem de fim de ano, o PT recorreu ao célebre discurso da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em 2002, disse que "a esperança venceu o medo". A resolução divulgada ontem afirma que "mais uma vez, (os adversários) apostam no medo para vencer a esperança".

O texto coloca o desempenho econômico e as manifestações de rua no centro do debate eleitoral. O partido elege como prioridade "vencer a batalha de visão" sobre a economia. A estratégia se divide em duas partes. A primeira é desqualificar a tese vigente de que a condução da economia nos governos de Lula e Dilma é uma continuidade da política implementada por Fernando Henrique Cardoso. A segunda é tentar convencer o eleitorado de que, apesar do fraco desempenho do governo em índices econômicos como o crescimento do PIB, a "economia real" vai bem, com a manutenção dos níveis de emprego e renda.

Segundo petistas, a versão inicial do texto defendia a flexibilização da política de superávit fiscal, mas o trecho foi suprimido sob o argumento de que serviria de munição aos adversários.

Outra prioridade, de acordo com a resolução aprovada ontem, é fazer a comparação entre os feitos dos governos petistas e a era FHC. O objetivo é dialogar com o jovem que foi às ruas em junho e é novo demais para lembrar do Brasil pré-Lula.

Além de mencionar os opositores que "torcem contra a Copa", o PT defende a ampliação do diálogo com os jovens que participaram dos protestos em 2013. O texto reitera as conquistas obtidas sob Lula e Dilma, mas registra a necessidade de avanços. "Mais do que nunca temos que apresentar propostas, projetos e compromissos."

Segundo o presidente do partido, Rui Falcão, o PT está atento às reivindicações desses jovens, embora admita a dificuldade para lidar com as aspirações "intangíveis" dos que, por exemplo, participaram dos "rolezinhos". "As reivindicações dos jovens, os rolês, têm muitas questões de ordem cultural que não são necessariamente mensuráveis em mais emprego e mais salário", disse Falcão.

O presidente do PT criticou a ação da Polícia Militar na repressão aos protestos contra a Copa ocorridos sábado, em São Paulo, quando um manifestante foi baleado pela PM. "Você atirar em um manifestante, ainda que ele estivesse com um estilete, não parece a forma mais apropriada de reação. Essas reações descontroladas da polícia, elas sim podem causar problemas."

Palanques. Questionado sobre a possibilidade de Dilma ser apoiada por mais de um candidato em vários Estados, Falcão defendeu que os candidatos do PT dividam o palanque com aliados. "Não é a presidenta que vai criar palanque nos Estados. Em qualquer evento da presidenta, os aliados devem estar no palanque dela." No entanto, ele disse que a tendência é que Dilma participe de poucos comícios em 2014.

A direção petista orientou diretórios municipais a aproveitar o dia 10 de fevereiro para transformar o aniversário de 34 anos da sigla em atos, jantares e bandeiraços, para marcar o início da campanha pela reeleição de Dilma.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Protestos desafiam Planalto

Grupos à frente das manifestações contra a Copa estão presentes nas 12 sedes e contam com mobilização nas redes sociais. Ao contrário dos rolezinhos, são formados por estudantes com nível superior

Leandro Kleber, Renata Mariz, Grasielle Castro

Criados há mais de três anos para cobrar das autoridades públicas mais investimentos e políticas voltadas à melhoria de vida da população, os 12 comitês populares contra a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil espalhados pelas cidades sedes do evento, que ajudaram a impulsionar inicialmente as ruas do país em junho do ano passado, não conseguiram mobilizar mais do que 5 mil pessoas no último fim de semana. Em Brasília, por exemplo, foram menos de 100 participantes marchando pela W3. Apesar da baixa adesão neste começo de ano, os protestos preocupam novamente o governo brasileiro principalmente pela violência registrada em São Paulo, que teve pessoas feridas e carros incendiados. O Planalto teme a má repercussão das cobranças da sociedade, principalmente às vésperas da eleição presidencial, principalmente por conta da grande mobilização desses grupos nas redes sociais.

Diferentemente do público dos rolezinhos, composto basicamente por adolescentes da periferia que buscam espaço para diversão, os líderes dos manifestantes são moradores ou profissionais atingidos por políticas da Copa e estudantes com nível superior. Muitos se inspiram em manifestações recentes feitas pelo mundo, como a Primavera Árabe e os protestos contra o encontro da Organização do Comércio em Seattle (EUA), e se comunicam pela internet. Para tentar ganhar corpo e buscar apoio, mantêm diálogo com movimentos mais tradicionais, como os sem terra, indígenas, quilombolas e atingidos por barragens.

“Não são marginais ou baderneiros. É uma articulação nacional preocupada com os gastos públicos e o impacto social da Copa”, avalia o sociólogo e cientista político Rudá Ricci. Segundo ele, os políticos tiveram chance de se reunir para conversar com os integrantes do movimento, mas não o fizeram. “Tenho a impressão de que o medo do governo de que as manifestações quebrem a normalidade do processo eleitoral levem ao confronto. O Planalto está desesperado com essa ameaça no meio da uma disputa eleitoral”, afirma. Segundo ele, cerca de 12 mil famílias tiveram de deixar as suas casas para a execução de projetos da Copa.

A participação de black blocs nos atos não é vista com maus olhos pelos organizados das passeatas. Apesar de não integrarem os comitês contra o evento, os adeptos do uso da violência durante os protestos são tidos como “os que reagem contra a violência policial”. Para o integrante do comitê anticopa de Belo Horizonte Rafael Bittencourt, 26 anos, formado em sociologia, há “focos de violência” nas passeatas, mas isso não impede militantes pacíficos de protestar. “Parte dessa violência é uma resposta à repressão policial. O governo brasileiro teve tempo suficiente para contornar os impactos negativos do evento. Como não fizeram, existe um grande apelo negativo (por parte da população). Isso pode culminar em grandes manifestações que podem impedir o megaevento”, acredita.

Baixa adesão
Integrante do comitê contra a Copa na capital federal, o militante Vinícius Lobão, 29 anos, formado em comunicação social, justifica que o movimento no sábado foi prejudicado em Brasília por uma série de motivos. Lobão destaca a falta de campanhas este ano, as pessoas viajando durante as férias de janeiro e a realização de um acampamento da juventude capitalista no Rio de Janeiro. Ele reafirma que os jovens vão às ruas porque são contrários aos lucros “astronômicos” para a Fifa e seus patrocinadores. “Se for para continuar nesse modelo de megaevento, vamos lutar para que não tenha Copa mesmo, a não ser que o governo dê indicativos de que pessoas não serão removidas e que nossas crianças não estarão em risco (abuso sexual e tráfico de pessoas)”, diz.

Já o estudante de economia da Universidade de Brasília Kauany Souza, 17 anos, não participa mais das manifestações contra a Copa. Segundo ele, desde o fim dos protestos de junho do ano passado, certos grupos usam os movimentos populares para disseminar destruição pura e simplesmente. “Isso aliado a uma vilanização dos policiais, porque alguns cometem excessos. Parecem que querem deslegitimar o trabalho da polícia. Sou a favor de manifestações contrárias à má administração de recursos do nosso governo atualmente. Mas de tentar usar um propósito legítimo para instaurar o caos e depois se vitimizar, não”, afirma ele, que também é coordenador do Estudantes pela Liberdade.

Fonte: Correio Braziliense

PT dá largada na campanha pela reeleição de Dilma em fevereiro

Fernando Taquari e Cristiane Agostine

SÃO PAULO - O PT vai aproveitar a festa de aniversário do partido, que no dia 10 de fevereiro completa 34 anos, para lançar a pré-candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O evento está programado para ocorrer no Parque de Exposições do Anhembi, na capital paulista, e deve contar com a presença da petista, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo.

"Nossa proposta é transformar o dia 10 de fevereiro, que é o aniversário do PT, numa cadeia nacional para marcar o início da campanha da presidente Dilma e o início do nosso engajamento, do nosso apelo para as mobilizações sociais", afirmou Falcão após reunião da executiva nacional em São Paulo. O petista disse que o partido também pretende organizar outros atos pelo país para comemorar a data.

De olho na reeleição de Dilma, o PT nacional também discutirá hoje a participação de Dilma e Lula nos programas de rádio e TV do partido nos Estados. As inserções vão ao ar entre fevereiro e abril. As peças serão personalizadas em cada região, explicou o secretário de comunicação da legenda, o presidente da Câmara de São Paulo, vereador José Américo Dias.

Depois da reunião, a legenda divulgou nota para defender a necessidade de estreitar os laços com os movimentos sindical e popular. A medida visa buscar o apoio de jovens que foram às ruas em junho do ano passado para protestar por melhores serviços públicos. A ideia já tinha sido sugerida antes pelo ex-presidente. A nota também agradece aos correligionários e militantes que contribuiram para pagar as multas de petistas condenados no mensalão.

Antes de participar do ato a favor de Dilma, Lula lançará a pré-campanha de Padilha ao governo paulista no dia 8 de fevereiro, em Ribeirão Preto (SP), em um encontro com a militância. Depois que deixar o ministério, até o início da próxima semana, Padilha fará viagens pelo interior paulista, em uma caravana. A estratégia da campanha petista em São Paulo, a princípio, é investir no interior, principal reduto eleitoral do governador e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB).

Um dia antes do lançamento oficial da campanha, Padilha deve passar pela cidade de Igarapava (SP). O petista deve visitar também as cidades de São Joaquim da Barra e Barretos.

Ontem, a executiva do diretório estadual do PT reuniu-se para organizar as caravanas de Padilha. O comando da pré-campanha está com o ex-prefeito Emídio de Souza, presidente do PT paulista; o ex-dirigente nacional petista Paulo Frateschi e o dirigente estadual Rodrigo Funchal, que é assessor de Padilha e comanda o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT.

Frateschi, no entanto, poderá deixar em breve a pré-campanha de Padilha. O petista é cotado para assumir a Secretaria de Relações Governamentais na gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). A secretaria hoje é comandada por João Antonio, que poderá assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Município. A possível entrada de Frateschi no governo Haddad é vista por petistas como estratégica para melhorar a relação do PT com o prefeito.

Fonte: Valor Econômico

Aécio lançará candidatura em SP

Senador mineiro, provável candidato à Presidência pelo PSDB, vai dar prioridade na campanha ao maior colégio eleitoral do país e ao Nordeste, onde o PT venceu nas últimas três eleições

Pedro Venceslau

SÃO PAULO - Provável candidato do PSDB à Presidência, o senador mineiro Aécio Neves decidiu que o lançamento de sua campanha será feito no maior colégio eleitoral do País, São Paulo, estado que é berço do partido e é governado por tucanos há 20 anos. Dirigentes já estão em busca do local para a realização do evento que oficializará a candidatura de Aécio.

Duas opções estão sendo avaliadas: realizar o evento na capital ou em alguma outra cidade da Grande São Paulo.

Segundo um dirigente do PSDB paulista, a ideia é fazer o evento parecido com o que os tucanos chamam de mobilização de 'Poços de Caldas'. No último dia 18 de novembro, o senador Aécio reuniu em Poços de Caldas diversos governadores tucanos, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, em grande ato político que consagrou a unidade partidária em torno do projeto presidencial de Aécio.

O lançamento da candidatura de Aécio está previsto para acontecer em março. Antes disso, porém, o senador tucano fará seu primeiro giro político de 2014 pelas regiões de São Paulo em que ele ainda não visitou desde que assumiu a presidência nacional do partido. Ele vai para Araçatuba no próximo dia 7, e logo em seguida para São Carlos. No dia 21 fará um giro pela Baixada Santista.

Em março, além do lançamento da campanha, Aécio já tem pelo menos mais uma agenda programada: o Congresso Paulista de Municípios, que será realizado em Campos de Jordão. "Estamos trabalhando para retomada de encontros regionais. Nossa prioridade é visitar as cidades das regiões que ele ainda não foi", diz o deputado federal Duarte Nogueira, presidente do PSDB de São Paulo. Entre uma viagem e outra para são Paulo, Aécio visitará o prefeito de Manaus, Artur Virgílio.

"São Paulo pode dar a Aécio a diferença para superar eventuais tropeços no Nordeste", diz o ex-deputado Nilton Flávio, presidente do PSDB paulistano. "A ideia de lançar a candidatura dele na capital reforça o compromisso com os paulistanos". Todos os candidatos do PSDB a presidência saíram de São Paulo: FHC, José Serra e Geraldo Alckmin.

Aécio esteve duas vezes em São Paulo nos últimos três dias. No sábado, participou do aniversário do deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e, nesta segunda-feira, participou de evento no Palácio dos Bandeirantes em homenagem às vítimas do Holocausto. Organizada pela Confederação Israelita do Brasil, a cerimônia homenageou os sobreviventes do Holocausto e os veteranos da Força Expedicionária Brasileira que lutaram na Segunda Guerra Mundial.

Dividiram o palco o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves, o vice-presidente da República, Michel Temer; o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, provável candidato à Presidência pelo PMDB, o deputado federal 'marineiro' Walter Feldman (PSB-SP) e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD-SP).

Nordeste. O segundo principal foco de atuação do PSDB será o Nordeste, região que votou majoritariamente com o PT nas três últimas eleições. "Nossa prioridade estratégica é São Paulo e os estado do Nordeste. O Sul e o Centro-oeste sempre votaram com o PSDB. No Espírito Santo a gente sempre ganha. E o Rio de Janeiro é um caso à parte", resume o deputado federal Marcos Pestana, presidente do PSDB mineiro e um dos históricos aliados de Aécio.

Em 2013, Aécio também elegeu São Paulo como principal foco de atuação. Foi na cidade de Barretos, por exemplo, que os tucanos fizeram evento que lançou seu nome para pré-candidatura tucana.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Marina vai ao Recife no dia 7

Encontro com Eduardo Campos três dias após lançamento de diretrizes do programa de governo alimenta especulações de que a senadora vai anunciar que será vice

Isadora Peron

SÃO PAULO - A ex-ministra Marina Silva vai ao Recife em 7 de fevereiro para se encontrar com o governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, a Eduardo Campos. O encontro da dupla, três dias depois do lançamento do documento com as diretrizes do programa de governo PSB-Rede, aumentou a expectativa de que Marina anuncie que será vice de Campos já em fevereiro.

Dirigentes dos dois grupos defendem que esse é o momento político ideal, pois criaria um fato novo durante a pré-campanha. O gesto da ex-ministra também dissiparia dúvidas sobre quem será o cabeça da chapa.

Há ainda a expectativa de que até o fim de fevereiro estejam encaminhadas as discussões sobre palanques estaduais. Campos tem evitado tocar nesse assunto e tem dito que somente a partir de março o tema vai entrar em pauta. PSB e Rede divergem sobre que rumo tomar em importantes Estados, como São Paulo, Minas e Paraná.

No Recife, Marina também vai se reunir com integrantes da Rede pernambucana. Na pauta, o cenário eleitoral estadual e nacional. À noite, a ex-ministra, que é evangélica, participa de um evento da Igreja Anglicana.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Marina desembarca em Pernambuco

A ex-senadora Marina Silva (PSB) desembarca em Pernambuco no próximo dia 7. A neosocialista, que é evangélica, aproveitará um convite para participar de um seminário internacional da Igreja Anglicana, no Recife, para uma agenda com o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) e outra com lideranças da Rede Sustentabilidade de Pernambuco.

O formato dos compromissos, no entanto, ainda está sendo discutido. Ela ficará no Estado do fim da manhã do dia 7 até a manhã seguinte.

Antes da reunião com Marina, correligionários locais farão um encontro no próximo sábado (1º), no auditório da Associação Médica de Pernambuco, para iniciar as discussões em torno da eleição de outubro. Estarão em pauta a organização interna do "partido", formação de alianças, estratégia eleitoral e debates programáticos. Ainda será escolhida uma comissão para tratar das articulações. "A Rede quer ser protagonista. Vamos ter candidatos em Pernambuco, mas as definições só virão em março ou abril", avisa o ex-deputado e um dos principais articuladores da Rede em Pernambuco, Roberto Leandro.

Marina Silva pode voltar a pisar em terras pernambucanas no dia 5 de abril, quando será realizada uma das cinco plenárias que discutirão com a militância o programa Rede-PSB, que deve ser lançado até a primeira semana do próximo mês.

O documento trará as diretrizes que serão defendidas pelo candidato Eduardo Campos. Uma cidade de cada região do País receberá um encontro. Além do Recife, completam a lista Manaus (AM), Goiana (GO), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ). (G.L.)

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Ao lado de Serra, Aécio diz que candidatura será lançada em março

Senador mineiro desconversou sobre possibilidade de aproximação com o PMDB do Rio

Sérgio Roxo

SÃO PAULO - Apesar de não se colocar oficialmente como candidato, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, revelou na noite desta segunda-feira que a campanha do nome escolhido pela legenda para disputar a Presidência da República terá início em março.

- A ideia é que até o final de março possa haver, mesmo que de forma oficiosa, o lançamento do candidato que conduzirá as bandeiras do PSDB - disse Aécio, após participar da comemoração dos 70 anos do Dia Mundial de Memória das Vítimas do Holocausto, em São Paulo.

O senador revelou ainda que existe maior possibilidade de a campanha começar em São Paulo, mas afirmou que o assunto ainda será discutido pela cúpula do partido.

Questionado sobre a possibilidade de aproximação com o PMDB do Rio por causa da decisão do PT de entregar os cargos na gestão do governador Sérgio Cabral, Aécio desconversou:

- E muita especulação.

O senador se sentou durante o evento ao lado do seu colega de partido José Serra. Foi o primeiro encontro público dos dois desde que o ex-governador paulista postou no Facebook, no ano passado, um texto em que se colocava fora da disputa presidencial.

- Confesso que estava com saudade já - disse Aécio, ao ser indagado sobre o encontro.

Fonte: O Globo

PT do Rio dá ultimato a filiados no governo

Partido quer que cargos sejam entregues ainda esta semana e já fala até em processo de expulsão

Juliana Castro e Raphael Kapa

RIO - Após sete anos de aliança, o Diretório Estadual do PT decidiu que, até o dia 31 de janeiro, todos os filiados do partido devem pedir exoneração dos seus cargos no governo estadual. Segundo o presidente do diretório, Washington Quaquá, quem não obedecer a determinação, será exonerado do partido. A saída do grupo vem sendo discutida desde o ano passado, chegou a ser anunciada para o dia 28 de fevereiro mas foi antecipada quando o governador Sérgio Cabral comunicou que exoneraria os secretários filiados ao PT até o final da semana.

O Partidos dos Trabalhadores lançará o nome de Lindbergh Farias como pré-candidato no dia 22, enquanto o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, deve assumir o governo do Estado para tornar-se conhecido e fortalecer sua candidatura pelo PMDB. Para Quaquá, o fim da aliança no estado foi um "divórcio consensual".

- Não podemos ser irresponsáveis. O governo Cabral teve avanços e muitos devem ser creditados ao governo Lula e Dilma. Não vamos jogar fora a criança com a água de banho - afirma o presidente do diretório estadual que acredita que a aliança do PT e do PMDB na esfera federal e estadual possibilitou grandes vitórias para o governo Cabral - Eles não podem mudar o slogan para "subtraindo forças" agora.

Em reunião na sede do partido no Rio, os membros do diretório cogitaram abrir uma comissão para averiguar filiados que não forem cumprir a decisão.

- É incompatível a presença de petistas no governo. O PT estava por uma questão política e a aliança foi desfeita. Nos libertamos hoje - disse Quaquá.

O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, chegou a afirmar que os petistas ocupavam cerca de 1.200 cargos no governo. O próprio Quaquá, em resposta, disse que eram, no máximo, 700 filiados. Uma lista feita pelo diretório levantou cerca de 350 nomes mas o número ainda deve crescer.

Na próxima segunda-feira, o grupo deverá ter outra reunião. Desta vez, o tema será a campanha de Lindbergh. O partido negocia alianças com o PC do B, PDT, Pros, PSD e Solidariedade, que deve firmar compromisso com Pezão na próxima quarta-feira.

Após participar de um encontro no Palácio Guanabara com o governador Sérgio Cabral (PMDB) nesta segunda-feira, Quaquá já havia pedido que os dois secretários do partido que integram a gestão peemedebista pedissem logo exoneração e não esperem a decisão partir do governador.

Segundo o presidente do PT-RJ, Cabral não informou quando começariam as exonerações. Atualmente, o PT ocupa as secretarias de Ambiente, com Carlos Minc, e Assistência Social e Direitos Humanos, com Zaqueu Teixeira.

- A determinação do PT é que seja feita a exoneração imediata deles, por ato dos próprios petistas do governo. Vamos fazer uma reunião dizendo isso - afirmou Quaquá, depois de se encontrar com Cabral.

O PT do Rio decidiu que sairia do governo Cabral no dia 28 de fevereiro,mas sábado o peemedebista enviou um email para Quaquá dizendo que exoneraria os petistas no próximo dia 31. Segundo o petista, o texto era cordial. Cabral afirmou ao presidente estadual do PT que queria recompor seu governo. Cabral não se pronunciou sobre o encontro com Quaquá.

Antes do encontro, Quaquá declarou que o partido não adotará uma postura agressiva na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) porque está de saída. Depois da conversa com o governador, ele reiterou que ficou estabelecido o entendimento de não troca de acusações entre PT e PMDB:
- Há o entendimento de não haver agressão gratuita. É óbvio que mesmo numa eleição sempre há uma estocada ou outra. Mas a campanha não pode ser um tom de agressão entre os partidos da base do governo federal.

O presidente do PT do Rio disse que não haverá problemas em ver a presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição, subindo nos palanques dos candidatos cujos partidos integram a base do governo. No Rio, além de Lindbergh, Dilma teria os palanques de Pezão e de Marcelo Crivella (PRB), atual ministro da Pesca. Há ainda a pré-candidatura do deputado Anthony Garotinho, do PR, partido que integra a base do governo federal.

- Óbvio que o presidente Lula e a presidente Dilma são filiados ao PT. Nós vamos usar muito esse legado do nosso governo - declarou Quaquá.

Fonte: O Globo

O porto é cubano. Mas o dinheiro é do Brasil

Com financiamento de US$ 1,09 bilhão do banco brasileiro, terminal de cargas em Havana foi inaugurado por Dilma

Antonio Temóteo e Deco Bancillon

Brasília – Em visita oficial a Cuba, a presidente Dilma Rousseff participou ontem da inauguração da primeira fase de obras do Porto de Mariel, a 45 quilômetros da capital Havana. O terminal é financiado pela o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e aposta do governo cubano para impulsionar os negócios do país, que sofre pesados embargos na economia impostos pelos Estados Unidos. Hoje a presidente discursará na abertura da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que também acorrerá na ilha da ditadura oficial dos irmãos Raúl e Fidel Castro.

Dilma criticou a postura norte-americana e classificou a barreira comercial ao país do Caribe como "injusta". Durante a cerimônia, a presidente manifestou o desejo te aumentar o volume de negócios entre os países e avaliou que o porto será "peça-chave" para o desenvolvimento econômico cubano. "O Brasil deseja ser um aliado econômico de primeira ordem para Cuba e uma maneira de fazer isso é aumentar as relações bilaterais de comércio", afirmou ela.

A partir do financiamento do BNDES de US$ 1,09 bilhão no porto, a presidente reforçou que parcerias podem ser firmadas nos setores de equipamentos para a saúde e de medicamentos e vacinas. Apesar do interesse, as relações comerciais entre os países ainda são pequenas. Dados da balança comercial brasileira de mostram que, em 2013, o Brasil exportou US$ 528,2 milhões para Cuba e importou US$ 96,6 milhões. Entretanto, participação do governo brasileiro na obra, por meio dos empréstimos do banco estatal, é criticada por empresários do setor, que dizem que os investimentos precisam ser feitos nos portos brasileiros.

Críticas O setor produtivo se queixa de que enquanto o banco estatal despeja milhões de dólares no terminal cubano, o apagão logístico brasileiro e a falta de infraestrutura dos portos brasileiros impedem o crescimento econômico do país. Durante a primeira fase das obras o BNDES desembolsou US$ 802 milhões em bens e serviços. Na segunda etapa, mais US$ 290 milhões serão emprestados para a implantação da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel.

Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o economista Adriano Pires, é "irracional" o governo anunciar mais um investimento de centenas de milhões de dólares para modernizar a infraestrutura de Cuba ao mesmo em que há, aqui, portos, aeroportos, ferrovias e rodovias de "péssima qualidade". "Ela foi a Davos (Suíça) para tentar atrair investidores estrangeiros para o país, mas não dá qualquer condição para que isso ocorra, sobretudo a implantação da infraestutura necessária para que grandes empresas se instalem no Brasil", criticou.

Para o professor da Universidade de Brasília José Matias-Pereira, especialista em finanças públicas, o governo brasileiro e o BNDES mostram a "falta de compromisso com o dinheiro público" ao financiar a modernização de um porto em Cuba. Ele destacou que a sociedade brasileira clama por melhorias na saúde, no transporte, na segurança e na educação. "Algumas empresas são beneficiadas com esses financiamentos, mas a população é deixada de lado", finalizou.

Investimentos Defensores do financiamento justificam que o terminal de Mariel foi construído de frente para a costa da Flórida, nos Estados Unidos, e, com a expansão do canal do Panamá, poderá se transformar em um ponto de escala para cargueiros gigantes. O presidente de Cuba, Raúl Castro, agradeceu a participação do BNDES na empreitada e detalhou que a obra terá grande importância para o país. "O Porto de Mariel será a principal porta de entrada e saída do comércio exterior em Cuba", afirmou o presidente. Entre as empresas que demonstraram interesse em se instalar no terminal, a Odebrecht Infraestrutura informou em um comunicado que "realiza estudos de viabilidade econômica e técnica para a criação de empreendimento na área de transformação de plástico em Mariel, Cuba".

Fonte: Estado de Minas

Planalto conta com as Forças Armadas na Copa

Reunião com Dilma deve discutir como Exército, Marinha e Aeronáutica podem atuar na segurança do evento. Militares defendem esse tipo de missão para garantir "a lei e a ordem"

Luiz Carlos Azedo

A presidente Dilma Rousseff convocou os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Defesa, Celso Amorim, e dos Esportes, Aldo Rebelo, para discutir a segurança da Copa do Mundo, que já preocupa tanto quanto os atrasos nas obras de construção dos estádios e de mobilidade urbana. O encontro se dará tão logo ela volte da viagem a Cuba e à Venezuela. O ministro Celso Amorim vai informar que as Forças Armadas estão preparadas para garantir a segurança da competição, de atletas e torcedores. Os protestos de sábado, com pessoas feridas e ondas de vandalismo, ligaram o alarme no Palácio do Planalto.

Ontem, o Ministério da Defesa anunciou que vai fazer “ajustes pontuais” no regulamento lançado em dezembro, que disciplina a atuação das Forças Armadas em ações de segurança pública. Publicado em 20 de dezembro, o Manual de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) atribui poder de polícia às Três Armas mediante ordem da presidente da República.

O documento traduz a nova doutrina de “operações de amplo espectro” do Exército, que prevê a utilização de blindados em ações para garantir a ordem pública. Uma legislação antiterrorista também foi aprovada pelo Congresso para dar suporte legal à segurança da Copa. Recentemente, o Exército e a Marinha foram chamados para garantir o leilão de Libra, no Rio de Janeiro (veja Memória).

Haiti, Gaza e Alemão
Desde 2004, as Forças Armadas, especialmente o Exército, vêm desenvolvendo e aperfeiçoando a doutrina que prevê o emprego da tropa terrestre em ações tipicamente de polícia, utilizando-se da expressão “garantia da lei e da ordem” ou, simplesmente, GLO. Esse tipo de operação é regulamentado pela Lei Complementar nº 97/1999 , com base no art. 142 da Constituição Federal.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) vem servindo para os militares aperfeiçoarem a doutrina. O Haiti, em estado de beligerância, tinha elevados índices de violência e de criminalidade. Além de ações de patrulha periféricas e esporádicas, o Exército instalou-se dentro das zonas conflagradas para garantir e manter um estado de segurança permanente para a população. A experiência, depois, foi aplicada na ocupação dos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, com bons resultados.

O general de brigada Valério Stumpf Trindade, que, até recentemente, comandava a Brigada de Cavalaria Mecanizada do 3º Exército, publicou artigo na última edição da revista Doutrina Militar Terrestre no qual defende a adaptação dos regimentos de cavalaria blindada. Para ele, a Cavalaria Mecanizada, para cumprir suas missões clássicas, “necessita das capacidades decorrentes da combinação de meios (veículos) sobre lagartas (esteiras) e sobre rodas. O mesmo pode-se dizer em relação às operações urbanas, bastante prováveis em cenário de amplo espectro, como bem se observou em operações no Complexo do Alemão, no Haiti e na Faixa de Gaza. No Haiti, a abertura de fossos impediu o deslocamento de viaturas sobre rodas; no Complexo do Alemão, foram obstáculos de concreto”.

Memória
Da Eco-92 ao leilão de Libra
Desde a redemocratização do país, a primeira vez em que as Forças Armadas deixaram os quartéis para atuar na segurança pública foi na Conferência Eco-92, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a capital fluminense recebeu centenas de chefes de Estado e de governo para um amplo debate sobre meio ambiente. Com as favelas dominadas pelo tráfico ou por milicianos, os militares ocuparam pontos estratégicos da cidade entre o Aeroporto Internacional do Galeão e o Riocentro, incluindo os bairros nobres da Zona Sul da cidade. Os índices de criminalidade despencaram e pesquisas de opinião mostraram que a população apoiou a iniciativa.

Com a política de pacificação das favelas cariocas, iniciada há três anos, os militares voltaram a ser acionados para atuar em conjunto com as forças policiais na ocupação das comunidades dominadas pelo crime organizado.

No ano passado, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar os militares para impedir que protestos atrapalhassem a privatização do Campo de Libra, no pré-sal. Soldados do Exército cercaram o hotel em que o leilão era realizado, na Barra da Tijuca (Zona Oeste), enquanto lanchas da Marinha impediram que embarcações se aproximassem da praia. Mesmo assim, houve confrontos com pequenos grupos de manifestantes, que não conseguiram, no entanto, impedir o certame.

Fonte: Correio Braziliense

Dora Kramer: Meninos do Rio

A ruptura entre o PT do Rio de Janeiro e o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, pode até não afetar a aliança nacional com o PMDB e o mais provável é que não afete mesmo.

Há interesses federais que se sobrepõem a circunstâncias locais. O principal deles: o presidente de fato do partido, Michel Temer, quer continuar sendo vice-presidente da República. Como as pesquisas apontam a presidente Dilma Rousseff como favorita e, além disso, nessa altura o PMDB já não tem para onde nem como correr, as condições do jogo estão dadas.

Portanto, por mais que seja significativo o peso do Rio na representação da convenção pemedebista (10% do total dos votos), o rompimento da relação regional não será determinante para a saúde já combalida da aliança.

Mas, pode contribuir para reduzir de maneira acentuada uma vantagem que a presidente não está em condições de dispensar. Em suma: o litígio local é um fator de risco na subtração dos votos de Dilma no cômputo geral.

Em 2010 ela teve 1,7 milhão de votos de frente no Rio. Com o apoio do governo do Estado que, por sua vez, contou com a sustentação do PT à reeleição de Sérgio Cabral. A hipótese de uma repetição é mais que remota. A começar pelos índices de intenções de votos da presidente entre os eleitores fluminenses: cerca de 30%.

Estamos falando do terceiro colégio eleitoral do País, atrás de São Paulo - onde o PSDB tem o governo do Estado e o PT luta para se desvencilhar do desgaste de Fernando Haddad - e de Minas Gerais, cidadela do tucano Aécio Neves.

Por mais que o ex-presidente Lula da Silva e a presidente Dilma tenham feito gestos de boa vontade em relação a Cabral nesse embate, cujo acirramento vem desde setembro último, obviamente o processo deixou marcas e alimentou mágoas.

O grupo do governador e os operadores do PMDB regional interpretam que se o PT nacional (leia-se Lula) quisesse e se empenhasse poderia ter levado o partido a desistir da candidatura própria ao governo, como fez em 2010.

Do ponto de vista petista, a desistência pela via da negociação seria uma concessão excessiva. Pelo caminho da força, a intervenção, um risco de aniquilamento do partido no Rio. O exemplo de 1998, quando a direção nacional interveio forçando aliança com Anthony Garotinho, que depois rompeu chamando o PT de "partido da boquinha", ficará para sempre registrado nos anais dos grandes equívocos.

Ocorre que o PMDB, assim como o PT, vê as coisas sob a perspectiva de seus interesses. E estes apontam para a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão porque o partido avalia como boas suas chances de ganhar.

Com todo o desgaste pessoal de Cabral, o PMDB dispõe das máquinas administrativas do Estado e da prefeitura da capital, e conta com a recuperação da popularidade baseado no perfil do vice, de atributos opostos aos que provocaram a queda do governador no conceito da sociedade.

Nesse cenário de divórcio litigioso, não é de se imaginar que os pemedebistas estejam no melhor dos ânimos para pôr seus instrumentos de poder local a serviço da candidatura de Dilma.

Pela lógica da dinâmica de medição de forças políticas, o mais provável é que tomem outra direção e, ainda que extraoficialmente, à revelia da decisão oficial do partido em âmbito nacional, ofereçam o patrimônio à oposição.

Mais especificamente a Aécio Neves, com quem Cabral e o prefeito Eduardo Paes mantêm relações estreitas e hoje muito mais pacíficas do que com o governo federal.

Um movimento de independência que guarda semelhança com aquele feito pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em decorrência de divergências com o PT local por causa da eleição para a prefeitura do Recife em 2012.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Eliane Cantanhêde: Vai que a moda pega...

Comerciantes deram um passa-fora em políticos que votaram a favor da im(p)unidade de um senador corrupto: afixaram cartazes avisando que eles não seriam bem-vindos e cumpriram a ameaça. Uma embaixatriz europeia viu quando sua cabeleireira botou uma parlamentar para correr.

Foi no Paraguai, mas vai que a moda pega por aqui?! Muita gente não poderia mais ir a bar, restaurante, posto de gasolina, shopping –nem cortar os novos cabelos implantados.

Essa conscientização de comerciantes e fregueses paraguaios –profissionais liberais, professores, estudantes, funcionários– vem crescendo já há algum tempo e resultou, por exemplo, na emocionante eleição do ex-bispo Fernando Lugo para presidente. Ele fracassou por incompetência política e administrativa, mas deixou a lição de que, quando o povo quer, muita coisa pode acontecer.

O Paraguai continua sendo um "pleonasmo" –é um dos países mais corruptos e com mais pobreza do continente–, mas a efervescência cívica, a vitória de Lugo e, depois, a eleição de um governo mais pragmático já produzem ventos alvissareiros e resultados: o país se descola do tutor Brasil e, segundo o Banco Mundial, tem 14,1% de crescimento, o terceiro maior do mundo em 2013.

Há uma sincronia: enquanto os paraguaios descobrem sua força, o país se moderniza e o crescimento dispara. O contraponto é a Argentina, que se jogou na teia imperial dos Kirchner e convive com corrupção, câmbio e inflação fora de controle. A sensação é de caos.

Esses contrastes estarão pairando na Celac (cúpula de América Latina e Caribe), hoje, em Cuba, com a presença de Dilma. Sem Chávez, com a Venezuela afundando e a Argentina fazendo água, o equilíbrio da região está mudando e o pequeno Paraguai, sempre o primo pobre, é um bom "case" dessa mudança.

Em tempo: com o boicote do comércio, os políticos paraguaios refizeram o voto e o senador foi cassado.

Fonte: Folha Online

Raymundo Costa: Entra em vigor lei para punir corruptor

Multa chega a 20% do faturamento bruto das empresas

É sabido que no Brasil algumas leis pegam e outras não. A partir de amanhã passa a valer a Lei de Combate à Corrupção, um caso raro de lei que "pegou" antes da vigência, e ficar por isso mesmo depois. Há muita margem para dúvidas. A regulamentação, que sairá por decreto, deve ajudar a explicar boa parte delas, mas só a prática é que dirá se, desta vez, uma lei para combater a corrupção "pegou" de vez no país.

Proposta pelo Lula, aprovada no Congresso e sancionada pela presidente Dilma, a lei estabeleceu um prazo de seis meses para entrar em vigor, um período para a adaptação das empresas. Houve correria aos escritórios de advocacia e a empresas de auditoria, em busca de informações e esclarecimentos para se adequar à lei. Nessas consultas apareceram dúvidas simples, mas também algumas que certamente somente serão esclarecidas em decisões dos tribunais.

Exemplo de consulta fácil: se um despachante da Vale que cuida de seus processos ambientais pagar uma "cervejinha" para um agente público acelerar o processo, a empresa poderá responder objetivamente por isso? A resposta é sim. E os termos, em caso de condenação, são pesados.

A lei prevê que empresas flagradas pagando propina poderão ser multadas em até 20% de seu faturamento. Reincidências como aquelas observadas em escândalos recentes podem levar até a extinção da empresa. "A lei criou a pena de morte para a pessoa jurídica", diz o advogado Igor Tamasauskas, um especialista na matéria. Ele e seu sócio Pier Paolo Bottini estão ordenando os capítulos e fazendo a revisão final de um livro no qual pretendem esclarecer muitas das dúvidas.

"O foco dessa lei é no corruptor", explica Tamasauskas. "Na lei de improbidade o foco é no agente público. A nova legislação cria a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica", diz. Em português claro, a verificação de dolo ou culpa da empresa deixa de ser requisito para a penalização. "Você não vai falar se ela teve intenção ou não de praticar o ato", diz.

A segunda razão para o prazo de seis meses é que a lei exige das empresas a criação de mecanismo de defesa da integridade interna. "Um mecanismo de compliance - a empresa terá de criar uma série de regramentos, de procedimentos e controles para evitar que qualquer agente, funcionário ou contratado a qualquer título em seu nome pratique um ilícito contra o erário". Os mecanismos permitirão, também, às empresas diminuir sensivelmente as multas passíveis de ser aplicadas com base na nova legislação.

Se a lei já estivesse em vigência, certamente poderia ser usada para responsabilizar empresas como a Alstom e a Delta, as estrelas do momento do jornalismo político-policial. Mas iria além. No momento, elas são acusadas de atos em razão de uma pretensão de fornecimento para o Estado. A nova legislação pega outras situações. Se o departamento de pessoal ou da área de tributos de uma empresa, por exemplo, pagar propina para obstruir a fiscalização de uma maneira irregular, a empresa a empresa já está passível aos rigores da lei. "Na verdade, todas as empresas estão sujeitas à essa lei e não apenas contratadas do poder público. Claro que o foco são as fornecedoras do Estado, mas serve para qualquer empresa", afirma Tamasauskas.

Outro exemplo citado nos debates que antecederam a vigência da lei: uma empresa se credencia para participar de uma licitação municipal e o prefeito exige como "prêmio" a contratação ou de um parceiro local. Se ganhar a concorrência e contratar o "parceiro", a empresa estará sujeita às penalidades da lei. E se ela for parte de um grande grupo empresarial, todas suas ramificações também podem ser responsabilizadas. Uma grande empreiteira, por exemplo, com braços nas áreas de saneamento, construção e transporte.

"A responsabilidade para o grupo é solidária", diz o advogado. "Se o braço de saneamento fizer bagunça, todas as demais empresas são solidariamente responsáveis". Segundo Tamasauskas, a lei é bem ampla, "fala de controladora e controlada, coligada ou eventualmente consorciada - e aí está limitada ao próprio contrato de consórcio. E não adianta ao grupo empresarial se organizar e criar uma empresa para fazer as coisas erradas e achar que vai ficar limitada a ela".

Aparentemente é a situação da Técnica Construções, um braço da Construtora Delta, dona de vários negócios com o governo questionados na Justiça. Mas não é bem assim: a empresa precisaria ter sido criada como fraude, mas a constituição da Técnica se deu em processo de recuperação judicial, com fiscalização, portanto, do Ministério Público e do Judiciário.

O que as empresas tentaram, nesses seis meses, foi tentar compreender o alcance da nova lei, quais as condutas estão abrangidas pela possibilidade de punição. A primeira é simples de entender: 'prometer, oferecer diretamente vantagem a agende público'. Outros incisos mostram questões bem mais complexas como financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo (permitir) a prática de ilícito previsto em lei. Tamasauskas refere um caso concreto: "Será que um banco terá de fazer auditoria de integridade na empresa que lhe pedir dinheiro para financiar a concessão de um determinado serviço público"? Sem saber, o banco pode estar financiando uma atividade ilícita.

Outro dispositivo - e talvez o mais delicado de todos - fala em "dificultar atividade de investigação ou de fiscalização" de órgãos, entidades ou agentes públicos. "O que fazer se um fiscal da receita achar que pode abrir um procedimento legal, se o contribuinte deixar de prestar uma informação?", questiona Tamasauskas. O sucesso da nova legislação certamente estará no equilíbrio da aplicação da lei - há de haver um limite para evitar o abuso de poder de um fiscal na ponta, e uma resposta do Judiciário na punição não apenas dos corruptos encastelados no Estado, mas também do corruptor. A Lei de Combate à Corrupção não é invenção brasileira. Já vigora nos EUA, por exemplo. Se pegar, será uma real mudança de paradigma.

Fonte: Valor Econômico

Tereza Cruvinel: A Copa e o anticopismo

Algo mudou mesmo na alma nacional, ainda que na fímbria habitada por uma minoria. Em 2007, quando a Fifa anunciou a escolha do Brasil como sede da Copa deste ano, o que todo mundo imaginava é que, no início de 2014, corações e mentes deste país que ama o futebol estariam mobilizados pelo torneio em si, excitados com escalações, cronogramas e tudo o que pudesse afetar o grande desejo, o da conquista do título de hexacampeão mundial. Mas o caldo da Copa azedou e nem se fala disso. A grande preocupação é com o que pode acontecer durante o evento. Problemas logísticos à parte, pois eles sempre são resolvidos de um modo ou de outro, do jeito que as coisas vão, confrontos e violência é que podem torná-la a Copa das Copas, realizando às avessas o desejo da presidente da República.

O “anticopismo” tem várias razões, inclusive as eleitorais, mas é muito alimentado pela desinformação. Ou pela contrainformação. No governo, a luz vermelha já estava acesa mas, a partir do último fim de semana, os alarmes dispararam: graças aos rolezinhos, os protestos anticopa começaram mais cedo, e a polícia, especialmente a paulista, reafirmou seu despreparo para lidar com multidões. Desceu a lenha nos manifestantes e atirou desnecessariamente num jovem agora em estado grave. Por isso, a reunião de hoje, no Ministério da Justiça, buscará garantir alguma ascendência da Polícia Federal sobre as PMs, subordinadas aos estados, cada qual com sua peculiaridade. O emprego das Forças Armadas não está descartado. O governo rumina seu dilema: como manter o “padrão civilizado” de segurança sem deixar que movimentos como o “Não vai ter Copa” comprometam a festa fora dos estádios? De que vale o sucesso de vendas de ingressos, que ultrapassou a marca de 1 milhão, afora os pedidos por mais 9 milhões, se, para chegar aos estádios, os torcedores tiverem que atravessar ruas conflagradas, fugir de confrontos entre manifestantes exaltados e policiais truculentos? Querendo ou não, o governo vai ter que endurecer. Acabará tomando medidas como uma que vem sendo examinada: preso num protesto durante a Copa, o manifestante só será liberado depois de encerrado o torneio.

Mas de onde vem a bronca com a Copa? Os adversários de Dilma Rousseff têm motivações eleitorais. É claro que, se o evento for um sucesso, ainda que o Brasil não ganhe, ela vai faturar uns pontos na disputa eleitoral. Mas o grosso dos manifestantes parece estar na ponta esquerda e na extrema direita, para lá de PT, PSDB e PSB, que são os times que contam. A indignação foi alimentada pelo alto custo dos estádios, pelos aditivos contratuais que favoreceram as construtoras — o que é fato—, mas, principalmente, por versões que não se confirmam como informação. O Portal da Transparência, da CGU, desmente, por exemplo, que a maior despesa seja com estádios. Dos R$ 26 bilhões que serão gastos com a Copa, não mais que 30% foram destinados às arenas, cerca de R$ 8 bilhões. O resto é para outras obras de infraestrutura, sendo que as de mobilidade urbana consumirão o mesmo valor que os estádios (R$ 7,9 milhões). Com aeroportos, serão gastos R$ 6,1 bilhões. Tudo isso, fica para todos. Mas, na boca do povo, o gasto é bem maior e só favorece a Fifa. Existe algo de surrealista no fato de o país do futebol estar ameaçando melar uma Copa do Mundo que tanto desejou, já tendo realizado uma com relativo sucesso, afora a derrota no Maracanã, quando era bem mais pobre.

Negócios da China. Com Cuba
A política externa brasileira sempre teve uma queda por Cuba, mesmo antes da Revolução de 1958, quando o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer o novo regime. Com o golpe militar de 1964, as relações diplomáticas iniciadas em 1906 foram rompidas, sendo reatadas em 1986, na redemocratização, pelo então presidente, José Sarney. Na era petista ganharam mais relevo e passaram a ser intensamente criticadas como se representassem apenas um “protecionismo afetivo-ideológico” às custas do Tesouro. Importantes quadros do PT viveram o exílio em Cuba e tiveram a proteção de Fidel Castro. Tanto quanto Lula, Dilma tem estimulado a parceria com Cuba em várias áreas, com destaque para a participação cubana no Programa Mais Médicos. Mas é também verdade que os acordos com Cuba não são a “fundo perdido”, representando bons negócios para os empresários brasileiros. A primeira etapa do Porto de Mariel, de cuja inauguração Dilma participou ontem, foi executada por uma das maiores construtoras brasileiras, garantindo 150 mil empregos no Brasil e R$ 800 milhões em compras. Os ganhos bem compensam o financiamento de quase R$ 700 milhões. O BNDES abriu uma linha de financiamento para a aquisição de implementos agrícolas por Cuba, mas as compras terão que ser feitas exclusivamente de empresas brasileiras. E assim por diante. Isso não é novidade, é o que fazem outros países. Mas, por força do embargo americano, poucos se abriram aos negócios com Cuba. A União Europeia começa a rever essa posição. Mesmo não renunciando ao socialismo, a sobrevivência exige mais pragmatismo da ilha, com ganhos para os parceiros.

A Celac
A Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac), que reúne hoje, em Havana, os governantes dos 33 países-membros, faz parte de uma nova arquitetura da política externa do continente. Foi criada em 2011, sob a liderança de Hugo Chávez, e o estímulo anterior de Lula. Dela não fazem parte os Estados Unidos e o Canadá, e não apenas por não serem latinos. A Celac é uma espécie de pós-Alca, esforço pela integração sem a mediação ou a imposição americana. Na medida em que se fortalece, esvazia a OEA, organização em que os EUA sempre deram as cartas.

Fonte: Correio Braziliense

Diário do Poder – Cláudio Humberto

• Ninguém fiscaliza financiamento do BNDES no exterior
Obras bancadas pelo BNDES no exterior não são fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal ou qualquer órgão de controle. É o caso do financiamento de US$ 684 milhões do Porto Mariel, em Cuba. A condição do BNDES sempre é a mesma, em países latino-americanos ou africanos: entregar a obra a empreiteira brasileira, cuja escolha não tem licitação, nem auditorias. Dilma ontem anunciou mais US$ 360 milhões para bancar o aeroporto de Havana.

• Último a saber
“Não há nem projeto”, diz o BNDES, surpreso com os US$ 360 milhões para Cuba. Mas já há empreiteira, que soprou o valor no ouvido certo.

• Bye, bye, Brasil
Só em 2012, US$ 2,17 bilhões do BNDES foram pagos a empreiteiras brasileiras no exterior. Em 2013, até setembro, foram US$ 1,37 bilhão.

• Secretos e suspeitos
Os contratos do BNDES no exterior são “secretos”: o teor dos contratos do porto de Mariel, por exemplo, somente será conhecido em 2027.

• Gênios do mal
A fórmula “engenhosa”, de tirar montanhas de dinheiro do Tesouro sem licitação, sem controle e sem fiscalização, foi criada no governo Lula.

• Aécio já aposta em aliança com PMDB de Cabral
Aspirante à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB) vê no rompimento entre PT e PMDB no Rio o primeiro passo para faturar o palanque de Luiz Pezão, candidato do governador Sérgio Cabral à sua sucessão. Aécio aproveitou seu encontro ontem com o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira (SP), seu mais novo fiel escudeiro, para articular a negociação. O Solidariedade já fechou apoio a Pezão.

• Não é automático
Sérgio Cabral ofereceu a secretaria de Assistência Social ao Solidariedade, mas não deu qualquer garantia de apoio a Aécio Neves.

• É da natureza dele
Eventual apoio de Sergio Cabral a Aécio é visto sem estranhamento pela cúpula do PMDB, que sempre o considerou um “tucano enrustido”.

• Vai ter reação
O troco do PMDB ao PT no Rio poderá se repetir no Ceará, onde o senador Eunicio Oliveira cogita aliança com o tucano Tasso Jereissati.

• Tapa no visual
A aparência de Dilma na “escala técnica” de Lisboa chocou a imprensa local. Fotos do jornal Expresso (reproduzidas no diariodopoder.com.br), à saída do luxuoso restaurante “Eleven”, mostraram a presidenta com olho roxo e abatida, sugerindo no mínimo recentíssima cirurgia plástica.

• Mantra palaciano
Sem explicações sobre a viagem de Dilma, a assessoria da Palácio do Planalto tinha apenas uma irritada resposta para qualquer pergunta, da provável plástica à farra com dinheiro público: “parada técnica”.

• Chamem a polícia
A empresária Ana Cristina Aquino contou à revista IstoÉ que subornou o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. Certa vez entregou a ele R$ 200 mil em uma bolsa Louis Vuitton, em troca de licença para criar um sindicato. O ministro Manoel Dias também é do esquema, diz ela.

• Que vexame…
Louco para ser líder do PDT, Vieira da Cunha (RS) bajula Carlos Lupi, dono do seu partido e da vontade da maioria da bancada: chamou de “vazias e fantasiosas” as denúncias de suborno ao ex-ministro.

• Lobo de cordeiro
Líderes desconfiam que a pressa do governo em liberar emendas impositivas não passa de uma tentativa de dificultar as prefeituras de cumprir os prazos, para reter a verba se isentando de responsabilidade.

• Remendando
O senador Cristovam Buarque (PDT) informa ter destinado 15 emendas no total de R$12,6 milhões ao DF, e só R$2,4 milhões aos programas nacionais Proantar – Reconstrução da Estação Antártica; Documentário sobre Zé Gotinha; Incor de SP; e Instituto Tecnológico de Aeronáutica.

• Mapeamento
O núcleo do PV se reunirá nesta quarta (29) em Brasília para discutir alinhamento político nas eleições deste ano. O partido quer lançar à Presidência o ex-secretário Eduardo Jorge, que está em cima do muro.

• De olhos bem abertos
Chineses terão uma estrutura especial para assisti-los, nas cidades-sede da Copa. Eles não confiam na expertise brasileira de segurança e nem muito menos na organização do evento.

• Nosso dinheiro
Dilma inaugurou ontem a maior obra do governo Lula: o porto de Mariel. Em Cuba. Já no Brasil…

Fonte: Diário do Poder

Brasília-DF - Denise Rothenburg

A Copa das ruas
O Não vai ter Copa ainda é um bicho estranho. Ninguém sabe ao certo a sua cor, o seu tamanho e, principalmente, em que ele se transformará até meados de junho, quando o Mundial será iniciado. Uma coisa é certa: vai ter eleição. E é por isso que, publicamente, o governo federal faz que não é com ele. Ontem, negou que existisse qualquer tipo de reunião emergencial para tratar do assunto. A estratégia é não evidenciar preocupação e se manter afastado de qualquer tema polêmico. Mas o temor é generalizado.
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O ato violento registrado em São Paulo, no sábado, que terminou com um jovem baleado pela polícia, acendeu o sinal de alerta. O filme é recente. Em junho do ano passado, um movimento pelo passe livre no transporte público da capital paulista ganhou corpo e incorporou as mais diversas pautas. Sobrou para todos os políticos, sobretudo para Dilma Rousseff, que viu sua popularidade cair rapidamente.
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Eleição é maratona. Não são 100 metros rasos. Na reta final, pode faltar perna para recuperar a aprovação perdida. Dilma sabe disso. O calendário não é amigo dela. Nos bastidores, só pensa em estratégias para minimizar o impacto eleitoral de um possível recrudescimento das manifestações. Um exército já foi recrutado na internet para espalhar a hashtag #copadascopas e minimizar o #nãovaitercopa. Resta esperar.

Carona
O PSol havia definido como prioritária a bandeira da tarifa zero, principal mote das manifestações de junho do ano passado, para ser utilizada na campanha presidencial do senador Randolfe Rodrigues (AP). Agora, com o fortalecimento do Não vai ter Copa, o partido também decidiu abraçar a causa. Já tem gente dizendo que o programa de governo será escrito no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, palco dos maiores protestos.

Retorno
Quem volta da licença em caráter particular de 120 dias é o senador Jayme Campos (DEM-MT). Em quatro anos de mandato, Campos ficou 240 dias afastado. O suplente dele, Oswaldo Sobrinho, já fez a faxina no gabinete, mas planeja voltar em breve.

De novo
O senador Humberto Costa (PT-PE) deve ser o próximo líder da sigla no Senado, posto que ocupou em 2011. Pelo sistema de rodízio, a vaga seria de outro senador. O problema é que muitos são candidatos. As articulações já foram iniciadas. O nome deve ser fechado após a oficialização de Mercadante na Casa Civil.

Comeu e não gostou/ O rolezinho da presidente Dilma Rousseff por Lisboa rendeu uma foto no Instagram com o chef do restaurante Eleven, Joachim Koerper. Na imagem, enquanto ele dá uma boa risada, Dilma aparece com uma expressão fechada. A tática é utilizada pelo futuro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Quando é fotografado ao lado de uma pessoa que não conhece, o ministro sempre fecha a cara para evitar sair sorrindo ao lado de alguém que possa ter um currículo desabonador.

Frigideira amiga/ O empresário Josué Gomes (PMDB) decidiu. Vai mesmo para o sacrifício e vai enfrentar Antonio Anastasia (PSDB) na disputa por uma vaga no Senado. O Palácio do Planalto fritou Josué ao alimentar o noticiário negativamente, vazando que nenhum industrial importante havia manifestado apoio à indicação. Isso fez com que ele, constrangido pelo fogo amigo, recuasse e declarasse que prefere disputar as eleições.

Tudo em casa/ O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não foi ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, porque o filho Miguel está para nascer. “Família em primeiro lugar”, publicou no Facebook. Faz sentido. Campos colocou a mãe, Ana Arraes, no TCU; o marido da prima, Paulo Câmara, na Secretaria da Fazenda; o primo, Tadeu Alencar, como pré-candidato ao governo e o filho mais velho deve disputar uma vaga na Câmara.

Vai pegar?/ A chamada Lei Anticorrupção entra em vigor amanhã. A Controladoria-Geral da União (CGU) se apressa para fechar a regulamentação da nova legislação, que deve mudar o relacionamento das empresas com o poder público. As apostas do governo são: multas pesadas para tentar coibir o pagamento de propinas a servidores públicos e as fraudes em licitações e a criação de um código de conduta dentro das firmas que incentive os funcionários a denunciar improbidades.

Fonte: Correio Braziliense