segunda-feira, 23 de abril de 2018

Marina Silva (REDE): ‘É prioritária uma política integrada’

• Como a senhora pretende enfrentar os problemas das fronteiras, usadas pelo narcotráfico para importar armas e drogas?
O policiamento de fronteiras precisa ser organizado com base em um sistema de monitoramento e inteligência de informações. A Polícia Federal deve atuar ao lado das Forças Armadas.

• Qual a melhor forma de garantir a aplicação dos recursos da segurança pública?
É necessário ampliar a eficiência e a transparência na execução dos recursos. O governo federal precisa assumir responsabilidades e priorizar uma Política Nacional de Segurança Pública, de maneira integrada e estratégica com estados e municípios.

• Qual sua posição sobre as modificações no Estatuto do Desarmamento?
É um instrumento importante de combate à violência. Sou contra alterações que flexibilizem o acesso ao uso de armas.

• Qual sua opinião sobre a redução da maioridade penal?
Sou contra. O Brasil já possui um sistema para responsabilização de menores, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente. Este sistema prevê medidas socioeducativas, que possuem caráter coercitivo, como a privação de liberdade.

• A intervenção na área de segurança pública no Rio de Janeiro foi acertada?
A gravidade da situação da segurança pública no Rio de Janeiro é o resultado da incapacidade dos sucessivos governos estaduais e de muitos anos de omissão do governo federal. No entanto, a intervenção federal, da forma como foi realizada, não teve o planejamento adequado, o que não pode acontecer com a adoção de uma medida extrema em uma situação de tamanha gravidade.

• Qual o significado da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson?
Quando recebi a notícia do assassinato da Marielle e seu motorista, logo me veio na memória a triste lembrança das mortes de Chico Mendes, irmã Dorothy (Stang), e tantos outros, cuja a busca de justiça foi interrompida por um ato de extrema violência. A luta por justiça e contra a discriminação, no Brasil, sempre foi, e continua sendo, punida com a morte. O caso de Marielle é emblemático. Depois de sua eliminação física, ainda tentam, de maneira sórdida e covarde, matar sua causa com notícias caluniosas.

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