sexta-feira, 2 de junho de 2017

Chanceler tucano diz que PSDB 'sustentará o governo'

Isabel Fleck | Folha de S. Paulo

WASHINGTON - Em meio à pressão de parte do PSDB para que o partido desembarque do governo Temer, o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes (PSDB-SP), reafirmou nesta quinta (1º), em Washington, que a sigla permanece e "sustentará o governo".

"O PSDB está no governo. O PSDB tem quatro ministros do governo. O PSDB é cioso de seus compromissos, e o compromisso que o presidente assumiu conosco ao nos convidar para integrar o governo foi o compromisso de apoiarmos as reformas em curso. Nós estamos no governo", disse o ministro, que veio aos EUA participar de uma reunião de chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Nunes afirmou que não vê risco de divisão interna de seu partido sobre o tema. "A posição da direção do partido e da maioria dos membros do partido -evidentemente nós não pensamos com a mesma cabeça, existem sensibilidades diferentes, realidades regionais diferentes-, na sua linha dominante, é [de que é] um partido que está no governo, que apoia o governo e que sustentará o governo.

A ala jovem da legenda na Câmara quer pressionar o PSDB a sair do governo na próxima, após o início do julgamento da chapa Dilma-Temer, na terça-feira (6) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A ideia seria desembarcar do governo, mas continuar apoiando pautas de Temer em votações, como a reforma trabalhista e a da Previdência.

Nunes, inclusive, disse em Washington que o governo Temer não deve ter dificuldade de passar os dois projetos. "O presidente Temer, mais do que ninguém, tem hoje condições de angariar maioria parlamentar para aprovar as reformas", disse.

O chanceler se reuniu na tarde de quarta (31) com ministros e representantes de 34 países da região na capital americana. Questionado por jornalistas se a crise política no Brasil foi tema das conversas, Nunes disse que "todos compreendem que nós estamos vivendo um momento de turbulência política no Brasil".

"Isso é inegável. Mas não há turbulência institucional. As instituições funcionam e é isso que conta nas relações externas dos países", afirmou.

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