terça-feira, 4 de abril de 2017

Estudo será tema de debate entre pesquisadores

Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, pretende convidar especialistas com posições políticas diferentes, inclusive do Instituto Fernando Henrique Cardoso, para discutir a pesquisa Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo

Ricardo Galhardo e Pedro Venceslau | O Estado de S.Paulo

O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, disse que pretende convidar pesquisadores com posições políticas diferentes, inclusive do Instituto Fernando Henrique Cardoso, para um debate aberto sobre a pesquisa Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo.

“Há acúmulos sobre a temática da estratificação social, classes sociais, mas o debate até agora foi empobrecedor. Por isso há a sugestão de fazermos um convite. A ideia é chamar pessoas que estudam o tema, com posições políticas diversas das nossas, para um debate aberto”, disse Pochmann.

Vice-presidente nacional do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman disse que acha “positivo” um debate entre os institutos tucano e do PT.

“Vivemos um período de terra arrasada. Tudo que é passado, seja ruim ou bom, foi arrasado. Há uma destruição generalizada. Não seria uma conversa eleitoral ou de partido, mas de institutos. Temos de começar a pensar em criar alguma coisa saudável, caso contrário, vai ser isso que vemos por aí, de João Doria e (Jair) Bolsonaro”, disse.

Aproximação. Segundo Pochmann, o resultado não é totalmente surpreendente, pois já havia hipóteses de que o segmento pesquisado age de maneira diferente da classe trabalhadora tradicional.

“É um segmento que não tinha acesso ao trabalho assalariado até o início dos anos 2000. Alguns chamam de subproletariado, passou por uma mobilidade social. A contradição colocada no dia a dia deles é a da sobrevivência”, afirmou.

Para Pochmann, que é professor da Unicamp, o segmento pesquisado demanda serviços do Estado, conhece a qualidade destes serviços e, por isso, se rebela. De acordo com ele, o desafio da esquerda é oferecer serviços novos e melhores inclusive do que os que foram criados nos governos do PT. “Aquilo ele já conhece”, disse o presidente da fundação.

Segundo ele, o PT vai ter de se aproximar fisicamente para reconquistar estes eleitores.” Estudando sobre de que forma as Igrejas neopentecostais ganharam relevância vimos que tem a ver com serviços e capacidade de ouvir. A descentralização (do PT) é uma saída”, afirmo Pochmann.

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