terça-feira, 4 de abril de 2017

Eleição indireta | Eduardo Cucolo

- Folha de S. Paulo

É pouco provável que o julgamento que se inicia nesta terça-feira (4) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) termine com o afastamento de Michel Temer da Presidência. Mesmo que as discussões se arrastem pelos próximos meses, como esperado.

Ainda assim, é difícil resistir e não especular sobre quem poderia substituí-lo no caso de uma eleição indireta pelo Congresso Nacional.

Em Brasília, não faltam candidatos. Ou melhor, opções de presidenciáveis. Um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), um ex-presidente da República, o próprio Temer (sim, isso é possível). São possibilidades ventiladas aqui ou ali. Provavelmente com o objetivo de reduzir o entusiasmo daqueles que querem o "Fora, Temer" pelas mãos do TSE.

Ainda não há nessas listas o nome do ministro da Fazenda. Nem as manifestações do empresariado, encantado com João Doria, vão nesse sentido. Escolheria o Congresso um nome para o mercado?
Ex-deputado tucano, ex-ministro da cota pessoal de Lula. Um pé em cada canoa.

Henrique Meirelles acertou ao entrar no barco do ex-presidente petista. Acertou pela segunda vez ao ficar fora do governo Dilma Rousseff, mesmo quando Lula o chamou para tentar salvar a sucessora.
Nunca escondeu o desejo de ser presidente. Tentou ser o vice de Dilma pelo PMDB em 2010. Perdeu para Temer. Sorte? Azar?

Poderia também ser um dos nomes "de fora" da política em 2018, candidato pelo PSD de Gilberto Kassab. Mas vai carregar o ônus da reforma da Previdência (aprovada ou não) e dos milhares de desempregados, se a economia não se recuperar rápido.

Mais certo é apostar que o primeiro lance no julgamento da chapa Dilma-Temer será rápido. Talvez com alguma surpresa, mas sem uma conclusão.

Em Brasília, teremos mais 18 meses para continuar especulando.

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