terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Assembleia adia discussão sobre a venda da Cedae

• Debate, marcado para hoje, foi transferido para quinta-feira. Votação fica para a semana que vem

Carina Bacelar | O Globo

O presidente da Alerj, Jorge Picciani, decidiu adiar de hoje para quinta-feira o início da discussão dos projetos de lei que autorizam a privatização da Cedae e a contratação de R$ 3,5 bilhões em empréstimos para botar em dia a folha de pagamento do estado. Com isso, a votação das propostas também fica para a semana que vem.

Os deputados do PSOL e do PSDB argumentaram que não havia, pelo regimento interno da Casa, como os projetos receberem os pareceres das comissões técnicas, que só serão formadas a partir de hoje. Além disso, 24 vetos do governador Luiz Fernando Pezão, referentes a outros textos que tramitaram na Alerj, devem ser apreciados pelos deputados antes que uma nova proposta do Executivo seja votada.

OPOSIÇÃO ESPERA PROTESTOS
No placar informal dos parlamentares, a privatização da Cedae tinha ontem 40 votos a favor e 28 contra. O governo aposta no discurso da governabilidade e na negociação de cargos — ontem, André Lazzaroni (PMDB) foi nomeado secretário estadual de Cultura. Em reunião, deputados de PSOL, PSDB, DEM, PSC, Rede, PDT, PT, PC do B e Carlos Minc (sem partido), que fazem oposição ao projeto, decidiram tentar convencer os colegas e esperar que manifestações de servidores marcadas para esta semana também influenciem nas decisões.

— É uma bancada com muitas divergências. O governo vai ter folga, vai começar a pressão popular e será uma votação apertada — aposta Marcelo Freixo (PSOL), que entrou com um mandado de segurança na Justiça pedindo que o projeto só seja votado após os 64 prefeitos de municípios atendidos pela Cedae serem ouvidos.

Para Carlos Osorio (PSDB), o governo está enviando um projeto para vender a Cedae sem informações sobre a empresa e os parâmetros da transação:

— O governo está querendo atropelar e empurrar tudo goela abaixo, sem discussão.

O deputado Luiz Martins (PDT) disse ter sugerido na reunião da oposição que, em vez de negociar a Cedae, a garantia para os empréstimos saia da cobrança da dívida ativa do estado.

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