quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Em Salvador, ex-presidente ensaia campanha

Por Carmen Munari | Valor Econômico

SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ontem em Salvador a antecipação das eleições para outubro deste ano e afirmou que o partido "não deve ter vergonha" de dizer que quer um nova eleição presidencial.

Lula foi a Salvador para participar do 29º Encontro Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em discurso, Lula afirmou que "se necessário", voltará a disputar a Presidência da República.

"Agora, este ano eu vou andar o país. Primeiro, para recuperar a imagem do meu partido. Segundo, para recuperar a minha imagem." A plateia formada por 2 mil agricultores e dirigentes do MST, que usavam bonés com a frase "eu estou com Lula", interrompeu o discurso do petista com gritos de "fora, Temer". "Eu nunca mais vou dizer 'eu vou voltar', eu vou dizer mais: nós voltaremos a governar este país", disse Lula, vestindo camisa vermelha e um boné do MST.

O presidente do PT Rui Falcão afirmou que o partido "ainda não tomou decisão" sobre quem será candidato. Mas disse que "é uma aspiração nacional que Lula retome por eleições à Presidência".

Para o presidente da Assembleia Legislativa baiana, deputado Marcelo Nilo (PSL), que esteve com Lula, o ex-presidente escolheu a Bahia para iniciar sua participação em atos políticos neste ano porque o Estado detém uma das mais altas intenções de voto no ex-presidente em 2018.

Um dos motivos, alega, é a presença do PT no Estado, uma das mais estruturadas do país, tendo Rui Costa como governador que sucedeu a Jaques Wagner. A situação econômica também ajuda.

"Lula é candidatíssimo. Não pensa em outra coisa a não ser no projeto para 2018", disse Nilo ao Valor PRO. Ainda assim, afirma que "Lula foi o político que mais apanhou na história do Brasil", referindo-se à cobertura da mídia sobre as investigações de corrupção. Pesquisa Datafolha de dezembro mostra Lula à frente dos demais possíveis candidatos. No Nordeste, ele tem 41%, enquanto a ex-senadora Marina Silva (Rede), segunda colocada, aparece com 17%. (Com agências noticiosas)

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