domingo, 20 de novembro de 2016

Vaga de vice na Câmara esquenta disputa pela presidência

Daniel Carvalho – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Faltando mais de dois meses para a eleição para o comando da Câmara, deputados do PMDB já começaram a se movimentar de olho na vaga da primeira vice-presidência da Casa na chapa do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentará a reeleição em fevereiro.

O cargo é considerado importante no próximo biênio. Como o presidente Michel Temer não tem um vice, quando ele se ausenta do país quem assume a Presidência da República interinamente é o presidente da Câmara. Consequentemente, o primeiro vice-presidente assume o comando da Câmara.

Pelas regras de proporcionalidade, cabe ao PMDB, maior partido da Casa, a primeira vice-presidência. O partido ainda não declarou apoio à candidatura de Maia.

Peemedebistas defendem que a legenda não lance candidato próprio à presidência da Casa, pois já comandam o Planalto e o Senado. Em reservado, dizem que tentar a presidência da Câmara seria repetir o erro de Dilma que, em 2015, apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP), derrotado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Dois parlamentares já estão conversando com colegas e ministros para avaliar suas chances. São eles Lúcio Vieira Lima (BA), irmão do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), e José Priante (PA), ligado ao ministro Leonardo Picciani (Esporte).

Priante admite estar conversando "internamente" na bancada. "Começou o bate-papo", disse à Folha.

Aliados dizem que ele pretende procurar Temer na próxima semana para falar de seu interesse na vaga.

Lima nega que busque se cacifar para o cargo, mas parlamentares dizem que ele já conversa com com ministros e deputados. "Logicamente, qualquer membro da bancada está apto a ser [primeiro vice-presidente]."

Os dois concorrentes foram colocados em cargos importantes na Câmara por Rodrigo Maia.

Em seu quinto mandato, Priante tornou-se secretário de Comunicação da Câmara. Lima, deputado de segundo mandato, assumiu a presidência da comissão especial responsável pela proposta de reforma política.

Deputados próximos a ambos defendem que, antes de o PMDB definir quem indicará para vice de Maia, é preciso definir o imbróglio em que sua candidatura se encontra.

O regimento interno e a Constituição vedam a reeleição de presidente da Câmara. Defensores de Maia alegam que a recondução é proibida apenas para os que foram eleitos para o mandato inteiro. Há pareceres jurídicos favoráveis às duas teses. Maia foi eleito em julho para um mandato-tampão depois que o agora ex-deputado Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara.

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