quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Presidente da Câmara quer ajuda da União a estados

• Rodrigo Maia diz que eventual projeto do Planalto seria aprovado em 24 horas; deputados sugerem intervenção

Gabriela Valente, Isabel Braga e Leticia Fernandes - O Globo

O governador Luiz Fernando Pezão ganhou apoio para tentar convencer a União a ajudar os estados que, como o Rio, enfrentam uma crise financeira. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pediu ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que faça um levantamento do que pode ser aprovado no Congresso Nacional para auxiliar os governos. Ele garantiu que uma eventual proposta do Palácio Alvorada seria discutida, votada e aprovada em 24 horas.

— Pedi para o ministro e a Secretaria do Tesouro avaliarem o que é possível, algo que não provoque impacto do ponto de vista fiscal. Queremos um texto. E o que for feito passará na Câmara em 24 horas — disse Maia. — A gente pediu celeridade. Não é para ficar estudando três semanas. Eu quero uma decisão amanhã. O que pode ser feito do ponto de vista legislativo? Aquilo que for feito passará, pois não é uma crise que atinge o partido A ou o partido B.

Ontem à noite, parte da bancada fluminense se reuniu para discutir uma proposta de intervenção federal no estado.

— É uma medida dura, afasta o governo eleito, nomeia um interventor. Mas, se tem intervenção, quem paga os salários da segurança pública e da saúde é o governo federal, que já fez tudo o que podia pelo Rio — disse Hugo Leal (PSB), um dos defensores da proposta.

Não houve consenso sobre o pedido de intervenção. Ficou acertado na reunião, realizada na Câmara, que serão feitos encontros com Pezão, o presidente Michel Temer e outras autoridades para discutir a situação do estado.

Rodrigo Maia, que é contra a intervenção, passou rapidamente na reunião e disse que, de acordo com diagnóstico da secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, o Rio precisaria de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões para fechar as contas este ano.

Pezão também manifestou oposição à proposta:

— Intervenção para quê? Você pode botar o Mr. M lá que não vai resolver. Dinheiro não vai cair do céu. Você não fabrica dinheiro.

Nenhum comentário: