segunda-feira, 31 de outubro de 2016

2º turno consolida revés dos opositores de Temer

*Tucanos vão governar 24% do eleitorado *Para Planalto, resultados sepultam discurso petista de ‘golpe’ * Crivella (PRB) vence Freixo (PSOL) no Rio * Kalil (PHS) derrota candidato de Aécio (PSDB) em BH

O resultado das eleições fortaleceu o PSDB e outros partidos que se alinharam ao governo de Michel Temer. Das 18 capitais que tiveram segundo turno ontem, em cinco os candidatos vencedores são do PSDB. O PMDB venceu em três. A vitória mais significativa foi alcançada por uma sigla alinhada ao Planalto, mas de pouca expressão: a cidade do Rio de Janeiro será governada por Marcelo Crivella, do PRB, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Ele derrotou Marcelo Freixo (PSOL), que foi contra o impeachment de Dilma Rousseff e faz oposição radical a Temer. Em Belo Horizonte, o empresário Alexandre Kalil (PHS), estreante na política, venceu João Leite (PSDB), candidato do presidenciável Aécio Neves. O Planalto comemorou. “Esta eleição sepulta qualquer tipo de contestação, seja sob o ponto de vista institucional ou de legitimidade (do governo Temer)”, disse o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). Nas capitais, somente em Fortaleza, em São Luís e em Aracaju foram eleitos ontem candidatos de oposição a Temer.

Base de Temer vai comandar 81% do eleitorado do País

• Nas capitais, partidos alinhados ao Planalto conquistam 12 das 18 prefeituras onde ocorreu votação em 2º turno

- O Estado de S. Paulo

Os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e hoje formam a base do governo de Michel Temer vão comandar 81% do eleitorado do País. O resultado consolida uma ampla base municipal formada pelas legendas com assento na Esplanada e, ao mesmo tempo, revela a ampliação do espaço dos partidos nanicos.

Das 57 municípios onde houve segundo turno, siglas aliadas ao governo elegeram 46 prefeitos – sendo 12 em capitais. Ao todo, contando o resultado do primeiro turno, foram 4.446 eleitos. A conta inclui PMDB, PSDB, PSD, PP, PSB, PR, DEM, PTB, PPS, PRB e PV.

A exemplo do primeiro turno, o maior vitorioso foi o PSDB, que levou cinco das oito capitais em que disputava. Destaque para Porto Alegre, onde a legenda terá o comando da prefeitura pela primeira vez. O partido, porém, perdeu em Belo Horizonte, quarto maior colégio eleitoral do País e crucial para os planos do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de viabilizar seu nome para a disputa presidencial de 2018.

O PMDB venceu metade das seis capitais em que disputava. Em Florianópolis, a vitória de Gean Loureiro sobre Ângela Amin (PP) foi por pouco mais de mil votos. Também levou em Goiânia, com Iris Rezende, e Cuiabá, com Emanuel Pinheiro.

As outras vitórias vieram de partidos menores que também fazem parte da base aliada, como o PRB, que venceu no Rio, o PSD, eleito em Campo Grande, e PPS, que administrará a capital capixaba, Vitória.

Oposição. Dos partidos da oposição, o PDT venceu nas duas em que estava no páreo. Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio foi reeleito com 53,57% dos votos. Sua vitória fortalece os planos nacionais do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), também pré-candidato ao Planalto. O partido conquistou São Luís, onde o atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior foi reeleito com apoio do governador maranhense Flávio Dino. O PCdoB venceu em Aracaju. PSOL, que disputava no Rio e em Belém, e PT, que tentava voltar à prefeitura do Recife, não venceram em nenhuma cidade.

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