quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ex-ministro Guido Mantega é preso em nova fase da Lava-Jato

• Polícia Federal faz a 34ª fase da Operação, batizada de Arquivo X, em cinco estados e no DF. Agentes cumprem 49 ordens judiciais

Guido Mantega é preso na 34 ª fase da Lava-Jato em SP

• Ex-ministro da Fazenda estava acompanhando mulher em hospital

Cleide Carvalho – O Globo

SÃO PAULO — Policiais federais estão nas ruas desde a madrugada desta quinta-feira para cumprir mandados da 34ª fase da Operação Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso, segundo a TV Globo. Policiais foram até sua casa em São Paulo, mas ele estava no hospital acompanhando uma cirurgia da mulher. Mandados são cumpridos também em Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e no Distrito Federal.

Batizada de Arquivo X, as equipes policiais estão cumprindo 49 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão temporária e 8 mandados de condução coercitiva.

O advogado de Mantega, José Roberto Batochio, disse ao GLOBO que policiais foram à casa dele, em São Paulo. Mantega, no entanto, estava no Hospital Albert Einstein acompanhando uma cirurgia da mulher.

Mantega já havia sido levado para depor, em maio, em outra operação, a Zelotes.

O advogado disse que não tem mais detalhes da operação.

A penúltima fase da Lava-Jato foi a 33ª, batizada de “Resta Um”. Deflagrada em 2 de agosto, o alvo foi a construtora Queiroz Galvão e investigou contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da Refinaria Abreu Lima, da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria Landulpho Alves e da Refinaria Duque de Caxias.

Nesta fase são investigados fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de 2 plataformas (P-67 e P70) para a exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas FSPO´s (Floating Storage Offloanding).

Utilizando-se de expedientes já revelados no bojo da Operação Lava Jato, fraude do processo licitatório, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da estatal, empresas se associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas plataformas muito embora não possuíssem experiência, estrutura ou preparo para tanto.

Durante as investigações verificou-se ainda que, no ano de 2012, um ex-ministro da Fazenda teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partido político da situação. Estes valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.

São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome “ARQUVO X” dado à investigação policial é uma referência a um dos grupos empresarias investigados e que tem como marca a colocação e repetição do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu conglomerado empresarial.

Nos casos dos investigados para os quais foram expedidos mandados de condução coercitiva, estes estão sendo levados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados a fim de prestarem os esclarecimentos necessários. Os investigados serão liberados após serem ouvidos no interesse da apuração em curso.

Quanto aos investigados com prisão cautelar decretada, tão logo sejam localizados eles serão trazidos à sede da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição das autoridades responsáveis pela investigação.

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