sexta-feira, 13 de maio de 2016

Temer assume governo e pede ‘pacificação’ do País

O advogado Michel Elias Temer Lulia, de 75 anos, assumiu ontem a Presidência da República após a presidente Dilma Rousseff ter sido afastada por determinação do Senado Federal, com base no rito do processo de impeachment definido pelo Supremo Tribunal Federal. Em seu primeiro pronunciamento, Temer afirmou ser “urgente” pacificar a Nação, unificar o Brasil e fazer um governo de “salvação nacional”. Ele respondeu a críticas dos adversários de que irá acabar com os programas sociais criados nas gestões do PT, iniciadas em 2003. Temer prometeu aprimorar iniciativas já existentes na área social e disse que sua gestão buscará se tornar uma “democracia de eficiência”.
Em outro trecho importante de seu discurso, Temer afirmou que a Operação Lava Jato “não será enfraquecida”. O PMDB, partido ao qual o presidente em exercício é filiado desde 1981, é um dos mais implicados nas investigações de desvios e de corrupção na Petrobrás. Ontem mesmo o novo Ministério tomou posse. Entre os 23 ministros, 19 são ou foram parlamentares.

Dilma ficará fora da Presidência por até 180 dias. O afastamento dela do cargo para o qual foi reeleita em 2014 foi aprovado às 6h33 de ontem pelo plenário do Senado. Foram 55 votos favoráveis ao relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) pela admissibilidade do impeachment e 22 votos contrários. Ainda no Palácio do Planalto, Dilma fez um pronunciamento e afirmou ser vítima de uma “injustiça”. “Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes”, disse. Às 11h34, ela deixou a sede do governo, acompanhada de ministros, assessores e simpatizantes e foi recebida, em frente ao Palácio, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por cerca de 2.500 pessoas, segundo Polícia Militar do Distrito Federal, em ato de apoio à petista. A presidente afastada mantém direito a salário e a transporte aéreo e ficará hospedada no Palácio da Alvorada. No início da noite, um protesto contra o processo de impeachment, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, reuniu cerca de 5 mil pessoas, de acordo com a PM do Estado. Em Porto Alegre houve confrontos entre manifestantes e policiais.

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