terça-feira, 12 de abril de 2016

Se derrotado, governo apostará no 4º turno - Ilimar Franco

• O vice Michel Temer quer convencer seu partido que não haverá outra oportunidade

- O Globo

O PMDB unido não deve ser subestimado, ainda mais com o PSDB. OPMDB pode voltar ao poder trinta e dois anos após Tancredo Neves ser eleito presidente da República pelo colégio eleitoral. Novamente, agora sob o comando do vice-presidente Michel Temer, o partido pode voltar ao poder pelas mãos do Congresso, sem se submeter ao voto popular.

O vice Michel Temer está empenhado em convencer seu partido que os peemedebistas podem não ter outra oportunidade para assumir o poder. Sua agenda no Rio ontem teve esse objetivo, unir a sigla para destituir a presidente Dilma. O PMDB unido não deve ser subestimado, sobretudo por sua aliança com o PSDB.

Para fortalecer a defesa do impeachment, Temer tem feito o discurso da união nacional, enquanto seus parceiros da oposição proclamam que Dilma não conseguirá governar mesmo se passar pelo vestibular do impeachment. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já anunciou que nesse caso há nove pedidos de impeachment na gaveta, esperando apenas por sua decisão de aceitá-los.

O governo também antecipa que, derrotado, apostará num quarto turno. O discurso da presidente Dilma que não renunciará, e a denúncia do PT, e da esquerda, que está em curso um golpe no país, indica que o embate será travado durante os 180 dias do julgamento de Dilma pelo Senado. Apostam que essa bandeira pode ganhar ainda mais peso social e ter maior ou menor apelo à medida que a crise econômica continue. Afinal, seu sucessor assumirá com a expectativa de domar a crise. Fora do poder, o PT e seus aliados apostam que o vice Michel Temer também não conseguirá dominar a instabilidade econômica e política. As organizações sociais ligadas à esquerda tentarão dar sua contribuição. Para evitar que isso ocorra, Temer terá que adotar medidas saneadoras, ao sabor do mercado, mas que também representem um alívio à população. Mas sua equipe de governo não sabe ainda como fará isso, pois um dos motivos que levou milhões às ruas foi o desemprego.

Afinal, a população que sai às ruas protestando contra a corrupção não tem compromisso com a agenda do mercado e medidas liberais.

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