quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Após escolha de líder do PMDB, Picciani e Motta almoçam com Temer

• Peemedebistas disputaram a liderança do partido em eleição realizada nessa quarta; vencedor, o carioca reuniu aliados em jantar para comemorar

Daniel Carvalho - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Um dia após o deputado Leonardo Picciani (RJ) ser reconduzido à liderança do PMDB na Câmara com apoio do Planalto, ele terá um almoço no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, que comanda o partido. Candidato derrotado por 37 votos a 30, Hugo Motta (PB), que foi para a disputa com apoio irrestrito do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também foi convidado para o encontro desta quinta-feira, 18.

Temer já havia telefonado para Picciani para cumprimentá-lo. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, ainda não havia conversado com o líder reconduzido até a madrugada desta quinta. Leonardo Picciani passará o dia em Brasília resolvendo questões da liderança e deve voltar ao Rio de Janeiro ainda hoje. Com isso, um encontro com Dilma deve acontecer apenas na próxima semana.

Após a vitória, Picciani reuniu seus apoiadores em um restaurante italiano em Brasília, mas não só peemedebistas compareceram. Deputados de outras legendas, como Paulo Teixeira (PT) e Julio Delgado (PSB) também foram ao jantar.

Assim como em jantar da noite anterior, Eduardo Cunha foi o principal alvo de comentários e piadas. Para os peemedebistas, a derrota sofrida pelo presidente da Câmara servirá para que ele "coloque os pés no chão". A avaliação geral era de que ele ficou bastante abatido após o resultado. Uma imagem de TV congelada em que Cunha aparece com feição de perplexidade rodou em um celular na festa provocando risos.

O que também provocou risos eram as piadas feitas com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, exonerado ontem para votar em Picciani e já readmitido hoje, segundo publicação no Diário Oficial da União (DOU). “Este ministro é bom mesmo. Acabou com o ‘chicunCunha’. Agora só falta dengue e zika”, diziam parlamentares fazendo trocadilho com a chikungunya e citando as demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt. Aos colegas deputados, Castro se dizia aliviado por sua polêmica decisão de deixar o cargo em plena crise ter surtido efeito positivo para Picciani e, consequentemente, para o Planalto.

Mesmo não tendo votado para dar oportunidade ao seu suplente, o ministro Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), já de camisa polo, também apareceu no jantar. Castro e Pansera foram indicados por Picciani para ocupar ministérios em outubro do ano passado.

Apesar das considerações sobre Cunha feitas pelos convidados do jantar, Picciani explicitava sua intenção de realmente retomar diálogo com o presidente da Câmara, seu ex-aliado de quem se afastou no ano passado ao ficar mais próximo do Planalto. Picciani buscou deputados próximos a Cunha, inclusive o próprio Hugo Motta, para conseguir restabelecer a ponte.

Outro tema da noite eram as especulações em torno de quem era o segundo voto em branco da tarde de ontem. Apenas José Fogaça (RS) havia comunicado aos dois lados da disputa que adotaria postura neutra.

Picciani esperava ter ontem ao menos 41 votos, mas comemorava a vantagem de sete votos. Na eleição do ano passado, derrotou Lúcio Vieira Lima (BA) por apenas um voto de diferença.

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