terça-feira, 15 de setembro de 2015

Febraban elogia medidas; construção civil teme demissão

• Para construtores, cortes vão atrasar retomada do crescimento

- O Globo

- SÃO PAULO- A Federação Brasileira dos Bancos ( Febraban) elogiou ontem o pacote de medidas apresentado pelo governo. Em nota, disse que “compreende a necessidade de complementar o corte das despesas com medidas temporárias de aumento de tributos”. Segundo a Febraban, o corte de R$ 26 bilhões nas despesas do governo dá um sinal “importante para o restabelecimento da confiança dos agentes econômicos e a retomada futura dos investimentos”.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo ( Fecomercio) também disse considerar positivo o corte de despesas, mas critica a volta da CPMF. “A volta do ‘ imposto do cheque’ tende a prejudicar ainda mais a combalida atividade econômica”, diz a Fecomercio, em nota.

Minha casa minha vida
O setor da construção civil, por sua vez, reagiu aos cortes nos investimentos diretos no programa Minha Casa Minha Vida e ao aumento de alíquotas no imposto sobre ganho de capital, anunciados ontem pelo governo federal. Os empresários dizem que as medidas podem prejudicar o mercado, que já começou a demitir.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo ( SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, disse que não há garantias de que emendas parlamentares vão cobrir o corte de R$ 3,8 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC) destinados para a construção de moradias, como prevê o governo. Segundo ele, o setor enfrentará dificuldades:

— Responsável por 60% dos investimentos produtivos, a construção será fundamental para a retomada do crescimento econômico. Quanto mais ela for afetada pelas novas medidas anunciadas pelo governo, mais tardará a recuperação do país.

Já Cláudio Bernardes, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo, disse que o mercado da construção civil pode ter que demitir mais:

— A situação do mercado imobiliário é difícil. As medidas vão criar desequilíbrio em um modelo que já não está bom. O setor já demitiu, e vai continuar demitindo.

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