terça-feira, 15 de setembro de 2015

Empresários e setores da indústria criticam aumento de impostos

• ‘ Sociedade vai pagar o pato mais uma vez’, afirma presidente da Fiesp

Tiago Dantas - O Globo

- SÃO PAULO- Empresários, a Confederação Nacional das Indústrias ( CNI) e a Federação das Indústrias de São Paulo ( Fiesp) e do Rio de Janeiro ( Firjan) criticaram ontem o aumento de impostos proposto pelo governo. Para Paulo Skaf, que preside a Fiesp, o governo vai penalizar a sociedade. Segundo ele, a entidade vai “reagir fortemente” às medidas, acompanhando as votações:

— O governo não cortou na carne nada. Foi feito apenas mudança das fontes: o que era do Tesouro passou para emendas parlamentares. E a sociedade vai pagar o pato mais uma vez.
Skaf afirmou que o governo tomou medidas que não são “de interesse do país” ao optar pela volta da CPMF e pelo aumento no imposto sobre ganho de capital. Também presidente do Sesi e Senai em São Paulo, Skaf reclamou da proposta de mudanças na tributação do Sistema S:

— Vão pegar aquilo que funciona, que é o Sistema S, e colocar na mão do governo, que não funciona.

A CNI afirmou que “não concorda com o aumento de carga tributária e defende reformas estruturais, como as da previdência, trabalhista e tributária”. A Associação Comercial de São Paulo e a Federação das Associações Comerciais do Estado de SP criticaram a volta da CPMF. Segundo o presidente das entidades, Alencar Burti, o aumento de imposto “vai drenar dinheiro das empresas e dos consumidores, agravar a recessão e afetar negativamente na arrecadação”.

Em nota assinada pelo presidente Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, a Firjan diz que o “pacote de medidas

(...) apresenta o pecado capital de sempre: não ataca a causa dos desequilíbrios fiscais que vêm deteriorando a confiança das empresas e das famílias do país. Os problemas do Brasil são estruturais. Há anos gasta-se mais do que se arrecada, criando-se mais impostos para cobrir o buraco das contas públicas. Este é o ponto: não há mais espaço para novos aumentos da carga tributária”. A Firjan diz ainda que a medida sobre o Sistema S “ameaça inviabilizar o Senai, o Sesi e outras instituições”.

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