terça-feira, 8 de setembro de 2015

Dilma fala em 'remédios amargos' para crise

Por Carmen Munari – Valor Econômico

SÃO PAULO - Em pronunciamento veiculado em redes sociais pelo Dia da Independência, comemorado ontem, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o país passa por dificuldades na economia em consequência de gastos para garantir salários e investimentos. Reconheceu, em um momento em que o país passa por inflação e juros em alta e baixo crescimento, que erros foram cometidos pelo governo.

"É verdade que atravessamos uma fase de dificuldades. Sei que é minha responsabilidade apresentar caminhos e soluções para fazer a travessia que deve ser feita", disse Dilma no discurso na internet. Com baixa popularidade, a presidente optou pelas redes ao invés do tradicional pronunciamento em cadeia de TV.

Dilma admitiu um longo período de gastos realizados pelo governo para garantir o emprego, a renda, os investimentos e os programas sociais. "O governo gastou o que foi preciso", afirmou, ao prever que "agora temos que avaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas". Admitiu que "se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente". Disse ainda que "nossos problemas também vieram lá de fora" e previu que os remédios para esta situação "são amargos, mas indispensáveis".

"Me sinto preparada para conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de crescimento. Nenhuma dificuldade me fará abrir mão da alma e do caráter do meu governo", previu.

No discurso, ela também se referiu à crise dos refugiados que buscam asilo na Comunidade Europeia e disse que o país tem disposição de receber os imigrantes. "Mesmo em momentos de dificuldade, de crise como estamos passando, teremos nossos braços abertos para acolher os refugiados. Aproveito para reiterar a disposição do governo para receber os que, expulsos de suas pátrias, para aqui queiram vir viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil", declarou.

Comentou ainda a foto do menino sírio morto em uma praia da Turquia. "A imagem do menino Aylan Kurdi, de apenas 3 anos, comoveu a todos nós e deixou um grande desafio para o mundo."

Citando o 7 de setembro, Dilma defendeu a democracia e, sem mencionar a crise política e os pedidos de impeachment, disse que o voto popular "é método único e legítimo de eleger nossos governantes". Também pregou a união, defendendo que fiquem em segundo plano os interesses individuais e partidários.

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