terça-feira, 14 de julho de 2015

Em ato pró-Dilma, PT evitará falar em 'golpe'

• Membros da direção avaliam que citar impeachment mais prejudica do que ajuda

Bela Megale – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O PT organizará na noite desta terça-feira (14), em São Paulo, um ato em defesa do governo Dilma Rousseff. Os discursos, porém, serão diferentes das declarações dos ministros e da própria presidente. A cúpula do partido orientou os organizadores do ato a evitar referências à palavra "golpe".

Em entrevista à Folha na semana passada, Dilma acusou setores da oposição de serem "um tanto golpistas".

Nesta segunda (13), o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, também disse que a "ideia de impeachment, de golpe" é inaceitável.

Segundo petistas, parte da direção nacional do partido orientou que os discursos do evento sigam outra linha: exaltem a defesa da democracia. Essa ala entende que fomentar a ideia de que o governo é vítima de um golpe pode parecer alarmista. Não seria, portanto, benéfica ao objetivo do ato.

Assuntos espinhosos para o governo federal, como as críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e ao ajuste fiscal, serão evitados.

O encontro desta terça será o primeiro de um calendário em defesa do governo da presidente Dilma Rousseff que está sendo organizado pelo diretório municipal do PT de São Paulo.

A realização do ato, que será em auditório para 700 pessoas no campus da Uninove, está sendo encarada por alguns petistas como um desafio, já que os últimos eventos do partido na capital paulista estavam esvaziados.

Um deles foi o Congresso estadual da sigla, em maio. Mesmo com o anúncio da presença do ex-presidente Lula, o número de militantes ficou bem abaixo do esperado. Lula acabou não aparecendo. Segundo pessoas próximas ao ex-presidente, sua ausência deveu-se ao baixo quórum.

Segundo o presidente do diretório municipal do PT, Paulo Fiorilo, o "formato dos demais encontros não foi definido, mas o objetivo é criar uma agenda em torno da defesa da democracia e uma coordenação para estar à frente do debate".

A organização buscou adesões que vão além dos partidos aliados e dos movimentos sociais e sindicais que sempre apoiam o PT. Intelectuais e atores, entre outros, foram chamados.

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