quarta-feira, 22 de julho de 2015

Economia aumenta queda da popularidade de Dilma

Bruno Peres e Lucas Marchesini - Valor Econômico

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff contabiliza as piores avaliações de sua gestão e imagem pessoal desde o início do primeiro mandato, de acordo com pesquisa do instituto MDA divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), superando o patamar alcançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante a crise econômica de 1999.

O cenário é semelhante. A grande maioria dos entrevistados considera que a presidente não está sabendo lidar com a crise econômica (84,6%), apontada por 60,4% dos entrevistados como mais grave do que a crise política (36,2%). Como resultado, um impeachment da presidente Dilma se justificaria na opinião de 62,8% dos entrevistados.

O levantamento foi feito entre os dias 12 e 16 de julho. A avaliação positiva do governo da presidente Dilma piorou entre março e julho, caindo para 7,7% de 10,8%. A avaliação foi regular para 20,5% (frente a 24% em março) e ruim ou péssima para respectivamente 18,5% e 52,4% dos entrevistados - num total de 70,9% de avaliação negativa, um crescimento na comparação com março, quando o percentual foi de 65%. Já a aprovação pessoal da presidente variou de 18,9% para 15,3% no período. O índice de desaprovação foi de 79,9% em julho, ante 77,7% em março. Essa variação está no limite da margem de erro, de 2,2 pontos percentuais.

Mais da metade dos entrevistados disse que a situação do emprego no país piorará nos próximos seis meses (55,5%). Enquanto 15% indicaram que ela deve melhorar, 27,5% responderam que ela deve ficar estável. Além disso, 50% dos entrevistados afirmaram terem medo de ficar desempregados por conta do desaquecimento da economia brasileira. Outros 43,7% responderam negativamente à pergunta, e 6,3% não souberam ou não responderam. Em relação à renda mensal, 13,8% afirmaram que ela deve aumentar. Outros 33,7% acreditam que seu rendimento diminuirá no mesmo período, enquanto a maioria (50,2%) acha que continuará igual.

Para o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB e candidato à Presidência da República derrotado em 2014, os números da pesquisa confirmam "o repúdio dos brasileiros ao governo do PT". Segundo ele, "os brasileiros estão cada vez mais indignados com o estelionato eleitoral do qual foram vítimas". Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que recentemente rompeu com o governo, disse que o PMDB pode discutir se continua ou não aliado ao Palácio do Planalto a qualquer momento. "Minha militância vai pregar para que a gente deixe a base. Até porque não queremos ficar sócio de 7%", afirmou. "A discussão de permanecer ou não permanecer pode ser feita a qualquer tempo na instância apropriada."

Segundo a sondagem, a situação de piora do governo atinge também o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A maior estrela petista perderia em um eventual segundo turno para os três principais políticos do PSDB, caso a eleição fosse realizada nas datas em que a pesquisa foi produzida. Aécio receberia 49,6% dos votos e Lula, 28,5%. Em uma disputa contra o senador José Serra, o petista receberia 31,8% dos votos contra 40,3% do tucano. A menor margem aconteceria em uma disputa contra o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin - 39,9% a 32,3%.(Colaboraram Raquel Ulhôa e Thiago Resende)

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