sexta-feira, 19 de junho de 2015

Sem dificuldades em Caracas, Fernando Morais lidera comitiva contra viagem de parlamentares

Tatiana Farah - O Globo

• Escritor não encontra problemas para transitar na cidade e aponta para silêncio de senadores diante de outras violações

SÃO PAULO - Um grupo de brasileiros de esquerda está em Caracas, na Venezuela, para marcar um contraponto à visita dos senadores liderados por Aécio Neves (PSDB-MG) aos adversários do governo de Nicolás Maduro. Segundo o escritor Fernando Morais, que já apareceu na quinta-feira na TV estatal venezuelana ironizando a viagem de Aécio, o governo da Venezuela “não fez nenhuma objeção” à viagem dos parlamentares brasileiros, que ficaram bloqueados na rodovia antes de chegar a Caracas.

— Viemos para nos solidarizar com os venezuelanos sobre o caso dessa provocação de Aécio Neves. Essa viagem dos senadores é pura provocação. Aécio nunca se interessou pelos direitos humanos de nenhum lugar do mundo — disse o escritor, citando que o senador não teria se manifestado, por exemplo, sobre a prisão de Guantánamo. — Até os EUA já admitiram a tortura em Guantánamo.

Segundo Morais, participam de sua comitiva o deputado João Daniel (PT-SE), o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Kerrison Andrade, e Miguel do Rosário, do blog Barão de Itararé. Ele afirmou que a viagem não foi patrocinada por nenhum partido ou entidade.

— A viagem é por conta nossa. E, na hora em que eles forem embora, nós vamos — disse o escritor, que ironizou. — O Kerrison conhece muito bem a relação que Aécio tem com a liberdade de expressão, por causa dos oito anos de seu governo em Minas.

O escritor contou que o deputado Daniel chegou a Caracas na tarde desta quinta-feira sem dificuldades.

— Ele chegou na mesma hora que os senadores. Encontrou a rodovia principal obstruída por uma carreta que tinha capotado e veio por outra estrada. Se os senadores não chegarem aqui, ou é preguiça ou querem criar um factoide. E, pelo visto, até a presidente Dilma caiu no factoide, se mandou chamar mesmo o chanceler brasileiro.

De acordo com Fernando Morais, o grupo de brasileiros não tem agenda marcada com o governo da Venezuela, só entrevistas com a imprensa local.


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