segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mercado financeiro piora projeção de inflação e prevê 8,79% no ano

Após IPCA acima do esperado, analistas elevam com força projeção de inflação

• Estimativa para a taxa foi de 8,46% para 8,79%. Mas estimativa para os juros básicos no fim de 2015 continua a 14% ao ano

O Globo

SÃO PAULO - Economistas de instituições financeiras pioraram pela nona semana seguinte a perspectiva para o IPCA neste ano, segundo a pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central (BC) e divulgada nesta segunda-feira. Desta vez, a previsão para 2015 piorou com força e subiu de 8,46% para 8,79%, após sinais de resistência da alta dos preços. Para 2016, a estimativa segue em 5,50%.

O IPCA, indicador oficial do governo que orienta o sistema de metas de inflação, surpreendeu em maio ao acelerar a alta a 0,74% na comparação mensal, chegando a 8,47% em 12 meses, maior taxa acumulada desde dezembro de 2003. O índice em maio ficou acima da expectativa do mercado financeiro, que previa 0,55% no mês passado.

O objetivo central do governo é manter a inflação em 4,5%, podendo chegar a 6,5%, o que não deve ser cumprido este ano. O próprio BC reconhece que não deve entregar a inflação na meta este ano, ao projetar o IPCA em 7,9%.

Diminuir o ritmo da atividade é o remédio usado pelo BC para controlar os preços. Para isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vem elevando a taxa básica de juros, a Selic. No último dia 3, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa pela sexta vez seguida para 13,75% ao ano. Com o reajuste, a Selic retornou ao nível de janeiro de 2009.

Na ata da última reunião do comitê, o BC afirmou que aumentou a probabilidade de reverter a alta de preços e fazer com que o IPCA alcance a meta de 4,5% no fim do ano que vem. Mas admitiu que os “sinais de avanços” ainda não são suficientes e indicou que mais altas de juros podem vir por aí. A ata mostrou ainda que os perigos para inflação neste ano são vários como a alta esperada de nada menos que 41% da conta de luz e de 9,1% da gasolina. O BC admitiu ainda que o aumento do desemprego, causado pelo freio na economia, já começou.

Na pesquisa Focus desta semana, no entanto, a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) no fim de 2015, porém, continuou em 14%. Já a expectativa das instituições financeiras para a retração da economia em 2015 passou de 1,30% para 1,35%, a quarta piora seguida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB).

Para o próximo ano, a projeção de crescimento caiu de 1% para 0,9%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 3,20%, este ano e crescimento de 1,6%, em 2016.

A pesquisa do BC também traz a projeção para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que passou de 6,88% para 6,94%, em 2015. Já a previsão projeção para a cotação do dólar segue em R$ 3,20, ao fim de 2015, e em R$ 3,30, no fim de 2016.

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