sexta-feira, 6 de março de 2015

MST destrói mudas de pesquisas genéticas

• Espécie de eucalipto de 14 anos usada para pesquisa genética foi atacada na ação

- O Globo

SÃO PAULO - Cerca de 500 mulheres ligadas ao MST, a maioria com o rosto coberto por lenços, invadiram ontem a unidade da empresa Suzano Futura Gene na cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo. Milhares de mudas de eucaliptos, mantidas para pesquisas genéticas há cerca de 14 anos, foram destruídas na ação. O ato faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas e foi filmado pelo grupo. No vídeo, divulgado no site do MST, as mulheres aparecem quebrando as estufas e pichando o local.

A Suzano apresentaria ontem, em Brasília, nova espécie transgênica da árvore à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão federal que regulamenta o cultivo de organismos geneticamente modificados no Brasil.

Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do MST, justificou o ataque dizendo que, embora prometesse aumentar em 20% a produtividade da lavoura, a aprovação do transgênico significaria mais uso de agrotóxicos e maior gasto de água para cada eucalipto plantado.

Segundo a Polícia Militar, as manifestantes, que portavam facões e machados, chegaram à empresa às 6h55m, em ônibus, e foram embora menos de meia hora depois. Ninguém ficou ferido na ação, mas os funcionários que estavam no trabalho no momento da invasão foram impedidos de deixar o local. De acordo com a PM, alguns chegaram a se esconder nas dependências da empresa. Ninguém foi preso. Os participantes da ação deverão responder por dano ao patrimônio privado.

Mais tarde, em Brasília, um outro grupo ligado ao Movimento Sem Terra invadiu o prédio onde os integrantes da CTNBio votariam pela liberação ou não do cultivo de três variedades de plantas transgênicas no país. A reunião foi interrompida sem resultado e a votação será retomada na primeira quinzena de abril.

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