sexta-feira, 13 de março de 2015

Dilma cancela agenda em Belo Horizonte para evitar protestos

• Oficialmente, Presidência afirma que alteração foi em razão do estado de saúde da mãe da presidente, de 90 anos

Rafael Moraes Moura e Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) informou nessa quinta-feira, 12, que a presidente Dilma Rousseff cancelou a agenda prevista para esta sexta-feira, 13, em Belo Horizonte devido ao estado de saúde da mãe da presidente, Dilma Jane Coimbra, de 90 anos. Segundo a Secom, a mãe de Dilma "não está bem". No entanto, informações de bastidores sugerem que a presidente suspendeu a viagem a para evitar novas vaias e protestos.

Embora o evento estivesse programado para ocorrer em local fechado e Dilma não fosse sofrer constrangimento direto, o Palácio do Planalto foi informado de que estavam programadas manifestações contra a presidente na área do evento.

Dilma iria participar de cerimônia de apresentação dos trabalhos da campanha "Justiça pela Paz em Casa", no Palácio da Justiça. Estarão presentes o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, que apresentará os dados da campanha. O vice-presidente Michel Temer representará o governo federal na solenidade.

O cancelamento da viagem começou a ser discutido na manhã de quinta-feira. Mais cedo também foi desmobilizada a previsão de preparativos para a viagem, na segunda-feira, a São Luís, no Maranhão, onde Dilma inauguraria terminal de grãos do porto da cidade.

A avaliação do Planalto foi de que, neste momento, o melhor é a presidente "ficar em casa", ainda mais que nesta sexta também será realizado protesto da Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra a política econômica e medidas de ajuste fiscal, mas a favor da presidente. Já no domingo, grupos convocam protestos contra o governo, alguns dos quais com a defesa do impeachment de Dilma.

Uma espécie de gabinete de crise foi criado para acompanhar as manifestações desta sexta-feira e de domingo. O governo está preocupado com as repercussões desses dois eventos e das consequências políticas de ambos. A presidente Dilma pediu aos ministros do seu chamado núcleo político que permaneçam em Brasília para acompanhar os acontecimentos no domingo e para participarem de uma reunião de avaliação com ela, no Palácio da Alvorada, no final do dia, a exemplo do que já fez no fim de semana passado, quando a crise com o Congresso atingiu o auge.

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