domingo, 8 de fevereiro de 2015

Sequência de fatos negativos em menos de 40 dias

• Do apagão à derrota na Câmara, governo colecionou más notícias

Luiza Damé – O Globo

Após passar pelos protestos de rua de 2013, atravessar a Copa do Mundo e obter a reeleição, Dilma Rousseff enfrenta um duro verão. A sequência de abalos em menos de 40 dias de governo se refletiram na drástica queda de popularidade. Os problemas vêm até dos aliados. Não bastasse o escândalo na Petrobras, o Palácio do Planalto foi derrotado na eleição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O setor elétrico vive risco de novos apagões, apesar do aumento das tarifas de luz. O cenário é agravado pela crise hídrica em vários estados. Para completar, Dilma tirou da manga o nome de Aldemir Bendine para presidir a Petrobras. Mas a escolha do presidente do Banco do Brasil repercutiu mal no mercado.

Os problemas tiveram seu pico na última semana. Em 1º de fevereiro, o governo foi derrotado na Câmara, com a eleição de Cunha em primeiro turno, derrotando o petista Arlindo Chinaglia ( SP). Derrota "humilhante", em primeiro turno, conforme definiu um ministro. Na sequência, Cunha anunciou que poria em votação a proposta de emenda constitucional do orçamento impositivo, que o PT protelava.

Renúncia em bloco na estatal
A última terça-feira foi de pânico no Planalto: vazou a informação de que Dilma aceitara, para março, a demissão da então presidente da Petrobras, Graça Foster, e de sua diretoria. Em reação, os diretores da estatal se rebelaram e renunciaram em bloco. Quinta-feira, Cunha anunciou a criação da CPI da Petrobras, na Câmara.

— Foi a pior semana desde 2013 — desabafou um ministro, referindo-se aos protestos na Copa das Confederações.

Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), a situação é passageira. Segundo Sibá, o apagão foi causado por falha técnica, já superada, e o governo vem tomando as providências para manter o fornecimento de energia. A CPI da Petrobras, avalia, não avançará nas investigações feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Mas ele admite a necessidade de recomposição da base no Congresso.

Para piorar, a inflação de janeiro foi a 1,24%, a maior desde 2003. E houve a alta nos combustíveis, causada pelo pacote com aumento de impostos anunciado antes. Por fim, o depoimento do ex- gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, que acusou o PT de ter recebido US$ 200 milhões em propina do esquema de corrupção a estatal. (Colaborou Catarina Alencastro).

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