quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Ministros divergem sobre novo tributo para a saúde

• Após sinalizar apoio à criação de imposto para financiar a área, titular da pasta teve ideia criticada pelo novo comandante do Desenvolvimento

- Zero Hora (RS)

A indicação dada pelo ministro da Saúde, Artur Chioro, sobre a possível criação de um tributo para ajudar a financiar o setor provocou reações contrárias do novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Empossado ontem, Armando Monteiro afirmou ser contrário à recriação de um imposto semelhante à CPMF, que definiu como "um grande retrocesso":

– Essas especulações em torno da CPMF sempre estiveram mais localizadas no ambiente político do que no de formulação da política macroeconômica. Todos reconhecem que há um subfinanciamento da saúde.

Monteiro ainda avaliou que, pelas características do imposto, que é cumulativo, seria "disfuncional" para a economia. Na entrevista, Chioro defendeu a discussão pelo Congresso de uma contribuição para financiar a saúde, em especial diante da perspectiva de um ano difícil e de reajuste pequeno no orçamento do ministério:

– Este ano será de dificuldade para governo e sociedade. Não há perspectiva de novos recursos.

Após a cerimônia que empossou Monteiro, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, disse que trabalhará contra um novo tributo.

– Somos completamente contra. Vamos lutar porque pesa no bolso de todo mundo – destacou.

A opinião foi endossada por empresários como o presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau. Também presente na posse de Monteiro, ele condenou ter um imposto para financiar a saúde:

– Tem um monte de outras alternativas à criação da CPMF. Não se deve fazer impostos cumulativos, impostos velhos. Na saúde, o maior financiamento está dentro dela, melhorando eficiência.

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