terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Balança comercial fecha 2014 no negativo após 13 anos de superávit

• Déficit de US$ 3,9 bilhões é o maior desde 1998; desde 2000 importações não superavam exportações brasileiras

Agência Estado

A balança comercial brasileira encerrou 2014 no negativo, o que não acontecia desde 2000 - divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira, 5. As importações ao longo dos 12 meses do último ano somaram US$ 229,031 bilhões. As exportações, US$ 225 bilhões. Dessa forma, o resultado ficou negativo em US$ 3,930 bilhões. Trata-se do maior déficit desde 1998.

A balança comercial encerrou dezembro com superávit de US$ 293 milhões, o menor para o mês desde 2000, quando o saldo ficou negativo em US$ 211 milhões. No mês passado, as exportações somaram US$ 17,491 bilhões e as importações, US$ 17,198 bilhões. Na quarta semana de dezembro, o saldo foi positivo em US$ 499 milhões e, na quinta e última semana do mês, a balança registrou superávit de US$ 355 milhões.

As três categorias de produtos na balança comercial - manufaturados, semimanufaturados e básicos - tiveram queda na exportação em 2014 ante 2013.

Os manufaturados tiveram a maior retração, de 13,7%, devido principalmente a plataforma para extração de petróleo, automóveis de passageiros, veículos de carga, açúcar refinado, autopeças, motores para veículos e partes e óleos combustíveis. Por outro lado, houve aumento na exportação de tubos de ferro fundido, óxidos e hidróxidos de alumínio, laminados planos, máquinas para terraplanagem e polímeros plásticos.

Os semimanufaturados apresentaram queda de 4,8% na mesma base de comparação. As maiores baixas foram nas vendas de catodos de cobre, ouro em forma semimanufaturada, alumínio em bruto, açúcar em bruto, óleo de soja em bruto. Ao contrário, cresceram as exportações de madeira serrada, semimanufaturados de ferro/aço, couros e peles, ferro-ligas e celulose.

A exportação de produtos básicos caiu menos que as demais, 3,1%, devido principalmente a milho em grão, fumo em folhas, minério de ferro, carne de frango e minério de cobre. Por outro lado, cresceram as vendas externas de café em grão, petróleo em bruto, algodão em bruto, carne suína, carne bovina, farelo de soja e soja em grão.

Na avaliação por mercados de destino, a balança comercial brasileira mostra que só cresceram as exportações para a Europa Oriental, em 9,7% (devido a carnes, soja em grão, café em grão etc) e para os Estados Unidos, em 9,2% (devido a semimanufaturados de ferro/aço, aviões, parte de motores e turbinas para aviação, café em grão, entre outros).

Mostraram queda as vendas para o Mercosul, de 15,2%, sendo que a queda para a Argentina foi de 27,2% devido a automóveis e autopeças, veículos de carga, polímeros plásticos, motores para veículos, entre outros.

Também houve queda, de 12%, das vendas para União Europeia, devido a plataforma para extração de petróleo, trigo em grão e alumínio em bruto.

Para a Ásia, a queda foi de 5,3%, sendo que a redução das vendas para a China foi de 11,8%, por conta de ferro fundido, soja em grão, minério de ferro, petróleo. Para o Oriente Médio, as exportações caíram 4,9%, devido a carne de frango e bovina, minério de ferro, açúcar em bruto.

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