quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Aécio entra em campo para evitar debandada na Câmara

• Senador pediu ajuda a Alckmin e a FH para que deputados mantenham apoio a Júlio Delgado

Isabel Braga – O Globo

BRASÍLIA - A oposição enfrenta uma situação de impasse na disputa pela presidência da Câmara. Diante da pressão de parte dos deputados do PSDB para que o partido desembarque da candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) e apoie o candidato do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, entrou em campo e buscou ajuda até do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para tentar conter a debandada. Cobrado na véspera pela cúpula do PSB, que o apoiou no segundo turno da eleição presidencial, Aécio conseguiu a promessa de Alckmin de que ligaria para os 14 deputados do partido em São Paulo para manter o voto em Delgado.

- Vamos manter o apoio a candidatura de Júlio Delgado. Essa é a melhor opção política para o partido, para a Câmara e para o país - disse Aécio nas conversas com quem o procurou para discutir o apoio do partido.

Cotado para reassumir a liderança do PSDB na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP) não descarta a possibilidade de mudanças na decisão diante de fatos novos, mas diz que qualquer decisão será tomada em conjunto pelos partidos que estão neste bloco de oposição: PSDB, PSB, PPS e PV.

- Temos uma posição clara em favor do candidato das oposições. Cabem novas reflexões diante de fatos novos? Sim, mas o nosso time decidirá em bloco, sob a batuta de Aécio. Reflexões individuais sobre o melhor caminho para a oposição são legítimas, desde que conversadas com Aécio - disse Sampaio.

Um dos fatores que pesam na decisão de alguns deputados tucanos é a oferta que Eduardo Cunha fez para que o partido o apoie formalmente: a primeira vice-presidência da Câmara e também a escolha de comissões temáticas.

- Os blocos para a disputa dos demais cargos da Mesa Diretora e em comissões têm que ser fechados antes da eleição. No segundo turno, não dá mais - pressionou o deputado Sandro Mabel (PMDB-GO).

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