sábado, 27 de setembro de 2014

Opinião do dia: Aécio Neves

"O desprezo desse governo com a ética é algo absurdo. O governo do PT deseduca os brasileiros. Ninguém aguenta mais o que está aí."

Aécio Neves, senador (MG) e candidato a presidência da República, em S. Paulo, 26 de setembro de 2014

Dilma dobra vantagem e está à frente de Marina no 2º turno, diz Datafolha

Ricardo Mendonça – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff (PT) dobrou sua vantagem na pesquisa Datafolha de primeiro turno da eleição presidencial e, pela primeira vez na série do instituto, aparece quatro pontos a frente deMarina Silva (PSB) na simulação de segundo turno.

Se a eleição fosse hoje, a petista terminaria a primeira etapa da disputa com 40% dos votos totais, agora 13 pontos a frente de Marina, que alcança 27%. Na pesquisa da semana passada, a dianteira de Dilma era de 7 pontos.

Em relação ao levantamento anterior, Dilma avançou três pontos percentuais (de 37% para 40%), Marina variou três para baixo (30% para 27%), e o senador tucano Aécio Neves oscilou um para cima (17% para 18%).

A tendência de crescimento das intenções de voto em Dilma fica mais evidente olhando para a série mais longa do instituto. No fim de agosto, ela tinha 34%. Foi oscilando para cima seguidamente até atingir os atuais 40%.

No teste de segundo turno mais provável, o Datafolha mostra Dilma com 47% contra 43% de Marina.

É um empate técnico no limite máximo da margem de erro da pesquisa, de dois pontos para mais ou para menos. Mas é também a primeira vez que Dilma surge numericamente a frente da pessebista nesse tipo de simulação. Na semana passada, o placar era 46% a 44% para Marina. No fim de agosto, a ex-ministra do Meio Ambiente tinha dez pontos de vantagem sobre Dilma (50% a 40%).

O Datafolha ouviu 11.474 pessoas em 402 municípios. O registro no TSE (tribunal Superior Eleitoral) é BR-00782/2014.

Alckmin oscila para cima e disputa terminaria no 1º turno, diz Datafolha

Alexandre Aragão – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O candidato à reeleição ao governo de São Paulo,Geraldo Alckmin (PSDB), oscilou dois pontos percentuais para cima, registrando 51% das intenções de voto, mostra pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (26). O índice é suficiente para que o candidato se reeleja no primeiro turno da disputa.

Os principais adversários de Alckmin, Paulo Skaf(PMDB) e Alexandre Padilha (PT), mantiveram os mesmos números que somaram na pesquisa anterior, 22% e 9%, respectivamente. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo.

O cenário da corrida pelo Palácio dos Bandeirantes apresenta poucas alterações desde a primeira pesquisa registrada pelo instituto, na segunda semana de julho. Desde então, Alckmin aparece como líder isolado, registrando apenas uma queda, entre a primeira e a segunda semana de setembro.

O governador tinha 54% na primeira pesquisa, em julho. Oscilou para 55% e, depois, para 53%; em seguida, caiu para 49%. Agora, oscilou para cima e registra 51%.

O candidato do PMDB, Paulo Skaf, registrou 22% nas três pesquisas mais recentes, todas feitas em setembro. Desde o primeiro levantamento do Datafolha, em julho, Skaf cresceu seis pontos percentuais. Já o petista Alexandre Padilha começou a disputa com 4%; oscilou para 5%, depois 7% e 9%, na semana passada –mesmo índice registrado na atual pesquisa.

Gilberto Natalini (PV) e Laércio Benko (PHS) têm 1% das intenções cada. Os demais candidatos não pontuaram.

Segundo turno
O Datafolha também testou o cenário de segundo turno entre Geraldo Alckmin e Paulo Skaf, com vantagem para o candidato à reeleição.

Alckmin oscilou um ponto para cima, de 58% para 59%. O peemedebista registrou o mesmo índice que nas duas pesquisas anteriores, 30%.

O levantamento foi realizado entre quinta-feira (25) e esta sexta. Foram realizadas 2.114 entrevistas, em 60 municípios paulistas, com eleitores de 16 anos ou mais.

A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob as siglas SP-00046/2014 e BR-00782/2014.

Tarso reage e empata com Ana Amélia no RS, mostra Datafolha

Felipe Bachtold – Folha de S. Paulo

PORTO ALEGRE - A pouco mais de uma semana do primeiro turno da disputa ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) conseguiu empatar a disputa com Ana Amélia Lemos (PP), que havia liderado durante toda a campanha.
Segundo pesquisa Datafolha feita em parceria com o grupo RBS, o governador e a senadora tem 31% das intenções de voto.

Em relação à pesquisa anterior, da semana passada, Ana Amélia perdeu seis pontos (tinha 37%) e Tarso ganhou quatro (tinha 27%).

O peemedebista José Ivo Sartori permanece em terceiro lugar, com 17% –subiu quatro pontos desde a semana anterior. Vieira da Cunha (PDT) está em quarto, com 2% (tinha 3%).

Brancos e nulos somam 4%. Não sabem ou não opinaram 14%. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Quando se leva em conta os votos válidos, que exclui brancos e nulos e é o critério de divulgação de resultados pela Justiça Eleitoral, Ana Amélia e Tarso estão com 38%. Na semana passada, a candidata do PP tinha 46%, contra 33% do petista.

Para a eleição terminar no primeiro turno, o candidato precisa de 50%, mais um voto.

Segundo turno
No levantamento, o Datafolha também fez uma simulação de segundo turno entre a senadora e o governador, que agora estão em empate técnico: 44% para Ana Amélia e 40% para Tarso.

A rejeição a Tarso, a maior entre os candidatos, ficou estável (24%). Já a de Ana Amélia avançou de 13% para 17%.

Na semana anterior, a ex-radialista e comentarista do grupo RBS vencia o petista nessa simulação por 48% a 34%.

O instituto ouviu 1.374 eleitores em 53 municípios do Estado, entre quinta (25) e sexta-feira (26).

Estabilidade
Ana Amélia e Tarso não haviam oscilado muito na preferência do eleitorado desde a primeira pesquisa, feita antes do início do horário eleitoral, em meados de agosto.

A candidata vinha mantendo uma vantagem de oito a dez pontos percentuais para Tarso.

Desde então, a maior novidade da campanha foi o crescimento do peemedebista Sartori, que se apresenta como terceira via e vem tentando vincular sua campanha à presidenciável Marina Silva (PSB).

Tarso se licenciou do governo na semana passada para poder se dedicar mais à campanha. Na TV e no rádio, os ataques a Ana Amélia se intensificaram.

Senado
Na disputa pela vaga no Senado, Lasier Martins (PDT) e Olívio Dutra (PT) continuam em empate técnico, mas o petista assumiu a dianteira numérica.

O ex-governador tem 31% das intenções de voto, contra 29% do ex-apresentador do grupo RBS. Pedro Simon (PMDB), que assumiu o lugar de Beto Albuquerque (PSB), que deixou a disputa para ser o vice de Marina na eleição presidencial, marcou 13%.

Olívio cresceu cinco pontos em relação à pesquisa da semana passada (tinha 26%) e Lasier oscilou um ponto para cima (tinha 28%). Simon oscilou um ponto para baixo.

Brancos e nulos somam 5%, e indecisos, 17%.

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com os números RS-00021/2014 e BR-00782/2014.

PT consolida vantagem sobre PSDB em Minas, aponta Datafolha

Paulo Peixoto – Folha de S. Paulo

BELO HORIZONTE - O candidato do PT ao governo de Minas Gerais,Fernando Pimentel, manteve a vantagem de 11 pontos em relação a Pimenta da Veiga (PSDB), segundo pesquisa Datafolha em parceria com a TV Globo.

No levantamento, realizado nesta quinta (25) e sexta-feira (26), o petista aparece com 36%, contra 25% do tucano. Na pesquisa anterior, nos dias 8 e 9, eles tinham 34% e 23%, respectivamente.

Levando apenas em conta dos votos válidos, quando são excluídos brancos e nulos e eleitores indecisos, o petista aparece com 51%, contra 36% de Pimenta.

Para vencer a disputa já no primeiro turno, o candidato precisa ter 50% dos votos válidos, mais um voto.

No cenário atual, porém, não é possível dizer se haverá ou não segundo turnona disputa mineira. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, Pimentel pode ter de 48% a 54% dos votos válidos.

Na corrida ao governo do Estado, há 12 anos nas mãos do grupo político do presidenciável Aécio Neves (PSDB), atrás de Pimentel (36%) e de Pimenta (25%) aparecem Tarcísio Delgado (PSB), com 3%. Fidélis (PSOL) e Eduardo Ferreira (PSDC) marcaram 2%, ante 1% do Professor Tulio Lopes (PCB).

Brancos e nulos são 9% (mesmo índice da pesquisa anterior), e indecisos, 21% (eram 26%). O Datafolha ouviu 1.457 pessoas, em 63 municípios do Estado.

Numa simulação de segundo turno, Pimentel tem 44%, contra 29% do tucano, que tem 17% de rejeição. No caso do petista, 12% dos eleitores afirmam que não votariam nele de jeito nenhum.

Campanha
Com o risco de perder a disputa já no primeiro turno, o PSDB imprimiu outro rumo à campanha de Pimenta nas duas últimas semanas. As mudanças, contudo, não alteraram o quadro eleitoral.

Os tucanos abriram três frentes. A primeira foi de ataques a Pimentel, citando processos a que ele responde na Justiça e associando o ex-ministro do governo Dilma a dificuldades econômicas do país e a perdas de investimentos em Minas.

Os ataques já custaram ao PSDB a perda, para Pimentel, de um minuto na propaganda de TV, como direito de resposta concedido pela Justiça Eleitoral nesta quinta (25).

Em outra frente, Pimenta passou a destacar propostas na área social, sobretudo para moradores da região metropolitana de Belo Horizonte, região em que o PT tem ampla vantagem.

Por fim, o tucano passou a ter mais agendas ao lado do mentor da sua candidatura, o ex-governador e senador Aécio Neves.

Mas as investidas e apelos de Aécio por ora não impulsionaram Pimenta nas pesquisas. O tucano está desde agosto praticamente estacionado no atual patamar de intenção de votos.
Se pelo lado do PSDB houve muitas mudanças, Pimentel faz uma campanha sem grandes polêmicas, batendo sempre na tecla de que o PSDB fez pouco nos 12 anos de gestão em Minas.

Dilma quase não apareceu no programa de Pimentel.

O PT segue pegando no pé de Pimenta, tentando jogar nele a pecha de forasteiro, por ele ter ficado dez anos distante de Minas e só ter retornado para ser candidato.

Senado
Na corrida ao Senado, Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador do Estado, lidera com 41%, ante 21% do empresário Josué Alencar (PMDB), filho do vice-presidente José Alencar (1931-2011).

Na pesquisa anterior, de 8 e 9 deste mês, o tucano tinha 44%, contra 12% do peemedebista.

A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com os números MG-00115/2014 e BR-00782/2014.

Aliado de Campos avança em PE e pode vencer já no 1º turno, diz Datafolha

Daniel Carvalho – Folha de S. Paulo

RECIFE - Na disputa pelo governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) ampliou de seis para nove pontos a vantagem para Armando Monteiro Neto (PTB), segundo pesquisa Datafolha em parceria com a TV Globo.

Se as eleições fossem hoje, Câmara venceria a eleição já no primeiro turno.

O ex-secretário da Fazenda do governo de Eduardo Campos tem 43% das intenções de voto, ante 34% do ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), apoiado pela presidente Dilma e pelo ex-presidente Lula.

Os demais candidatos somam 2%; brancos e nulos são 8%, e indecisos, 12%.

No levantamento anterior, de 8 e 9 de setembro, o candidato do PSB tinha 39%, contra 33% do petebista, o que configurava um empate técnico.

Já na pesquisa desta semana, realizada nos dias 25 (quinta) e 26 (sexta) e com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, o Datafolha também fez uma simulação apenas com os votos válidos, quando são excluídos da conta branco, nulos e eleitores indecisos.

Nesse cenário, que é o utilizado na contagem oficial da Justiça Eleitoral, Câmara tem 54%, contra 43% de Monteiro Neto. Os demais candidatos, nesse cenário, somam 2%.

Câmara começou a campanha com 13% (início de agosto). Também antes do início do horário eleitoral, Monteiro Neto marcava 47%.

A reviravolta, porém, começou com a morte de Eduardo Campos em 13 de agosto. Ex-governador do Estado, ele foi o responsável pelo lançamento da candidatura de Câmara, seu ex-secretário da Fazenda.

Na últimas semanas, o candidato do PSB passou a contar com maior presença da família do ex-governador. A viúva, Renata, participou do programa de TV do candidato na última segunda-feira (22), e os filhos do casal têm aparecido em atos e até discursado.

Do outro lado, Monteiro intensificou as críticas a Câmara. Tentou colar no adversário a polêmica envolvendo a compra do jatinho usado por Campos. O petebista também empenhou-se em caracterizar Câmara como inexperiente, já que o rival nunca exerceu mandato eletivo.

Nestes últimos dias, os dois candidatos têm priorizado as regiões do Estado onde são menos votados. Câmara concentrou agendas no interior, e Monteiro optou pela região metropolitana.

Monteiro tem rejeição de 20%, ante 14% de Câmara. Numa simulação de segundo turno, o candidato do PSB teria 45%, ante 39% do petebista.

Senado
Na corrida pela única vaga do Senado no Estado, João Paulo (PT) tem 37%, contra 29% de Fernando Bezerra (PSB).

Prefeito do Recife de 2001 a 2008, João Paulo tem apoio de Lula e Dilma. Ex-prefeito de Petrolina, Bezerra Coelho foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma e era aliado de Eduardo Campos.

Ambos disputam a cadeira de Pernambuco no Senado hoje ocupada por Jarbas Vasconcelos (PMDB).

O Datafolha ouviu 1.222 pessoas em 44 municípios do Estado. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com os números PE-00031/2014 e BR-00782/2014.

Pezão lidera isolado corrida para o governo do Rio, mostra Datafolha

Italo Nogueira – Folha de S. Paulo

RIO - O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição, lidera as intenções de voto para o governo do Estado, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (26). Ele tem 31% da preferência do eleitorado e está na frente do deputado Anthony Garotinho (PR), que tem 23%.

É a primeira vez que o peemedebista aparece isolado na liderança. Ele subiu seis pontos percentuais em relação à última pesquisa, divulgada no dia 9. Garotinho oscilou negativamente dois pontos percentuais, mas dentro da margem de erro, de três pontos percentuais.

O candidato do PR está, no limite da margem de erro, em empate técnico com o senador Marcelo Crivella (PRB), que tem 17% das intenções de voto. O senador Lindbergh Farias (PT) manteve os 12% apresentados na segunda semana de setembro.

Pela primeira vez o Datafolha calculou o percentual de votos válidos de cada candidato. Pezão tem 36%, Garotinho, 27%, Crivella, 20% e Lindbergh, 14%. Neste cálculo, são desconsiderados os votos brancos, nulos e os indecisos. O candidato vence no primeiro turno se ultrapassar os 50% dos votos válidos.

O Datafolha entrevistou 1.405 eleitores entre quinta (25) e sexta-feira (26) em 33 municípios do Estado. A pesquisa, encomendada pela "Folha" e TV Globo, foi registrada no TRE-RJ sob o número 46/2014.

A rejeição a Garotinho oscilou de 46% para 49% –ela subiu dez pontos desde julho, quando o Datafolha apontou que 39% dos eleitores não votariam no deputado. Lindbergh (20%), Pezão (16%) e Crivella (14%) reduziram a rejeição, segundo o instituto.

Pezão também ampliou a vantagem sobre Garotinho num eventual segundo turno entre os dois. Ele teria, se a eleição fosse hoje, 54% dos votos, contra 30% do deputado. Crivella também venceria o candidato do PR, por 49% a 30%.

Senado
Na disputa para o Senado, o deputado Romário (PSB) ampliou sua vantagem sobre o vereador César Maia (DEM). Segundo o Datafolha, o candidato do PSB tem 48% das intenções de voto, contra 23% do adversário.

Rollemberg lidera disputa pelo governo do DF, diz Datafolha

- Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) assumiu a liderança na disputa pelo governo do Distrito Federal.

Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (26), o pessebista aparece com 35% dos votos, seguido pelo atual governador, o petistaAgnelo Queiroz (22%) e Jofran Frejat (PR), com 19%.

Após os três candidatos, aparecem o candidato tucano Luiz Pitiman, com 4% e Toninho do PSOL, com 3%. Perci Marrara (PCO) foi citada, mas não atingiu 1%. Votos brancos e nulos chegam a 8% e 9% não souberam responder. Na pesquisa anterior esses índices eram 8% e 10%, respectivamente.

A concorrência pelo Palácio do Buriti sofreu uma reviravolta desde a retirada da candidatura de José Roberto Arruda, há doze dias. O então candidato a vice, Jofran Frejat, assumiu a cabeça de chapa, enquanto a mulher de Arruda, Flávia, ficou com a vice.

Barrado pela Lei da Ficha Limpa, o ex-governador decidiu sair da corrida eleitoral após enfrentar derrotas no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Arruda liderava as pesquisas de intenção de voto no DF, apesar de ter sido condenado duas vezes pelo escândalo conhecido como "mensalão do DEM". Na última pesquisa Datafolha, realizada antes de ele retirar sua candidatura, o ex-governador aparecia com 37% dos votos, seguido pelo atual titular, Agnelo Queiroz (PT), com 19% e Rollemberg (PSB), 18%.

O Datafolha ouviu 1.049 eleitores do Distrito Federal entre os dias 25 e 26 deste mês. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Rejeição
O atual governador tem o maior índice de rejeição entre o eleitorado do DF. Na pesquisa, 48% afirmam não votar no petista. O candidato do PR é rejeitado por 26%, Luiz Pitiman e Toninho do PSOL são rejeitados por 19% dos eleitores, cada e Perci Marrara (PCO) por 17%. Rollemberg tem o menor índice de rejeição: 11%.

Segundo turno
A pesquisa fez duas simulações para o segundo turno - em ambas, Rollemberg lidera a disputa. Em um dos cenários, se a disputa ficasse entre Rollemberg e Agnelo, o senador manteria a liderança, com 58% das intenções de voto, contra 25% do atual governador. Votariam em branco ou nulo 9% e indecisos somam 8%.

No outro cenário, numa concorrência entre Rollemberg e Frejat, o senador também aparece liderando, com 54% contra 26%. Votos brancos e nulos somaram 11% e indecisos, 9%.

Senado
Na disputa pela vaga no Senado Federal, Reguffe manteve a liderança e cresceu 7 pontos percentuais em comparação à pesquisa anterior, realizada no início do mês. Agora, o candidato do PDT aparece com 42% das intenções de voto (antes, o percentual era de 35%).

O candidato Magela (PT) tem 20% - antes, somava 18% dos eleitores. Em seguida aparecem Gim Argello (PTB) com 10%, Sandra Quezado (PSDB) com 2% e os candidatos Robson do PSTU, Aldemário (PSOL), Jamil Magari (PCB) e Expedito Mendonça (PCO) não atingiram 1%.

Votos brancos e nulos somam 10% e indecisos 15%.

Richa mantém a liderança no PR e pode vencer no 1º turno, diz Datafolha

Estelita Hass Carazzai – Folha de S. Paulo

CURITIBA - O cenário da disputa para o governo do Paraná continua estável na reta final da campanha, apenas com oscilações dos principais candidatos dentro da margem de erro, aponta pesquisa Datafolha em parceria com a RPC TV (afiliada da TV Globo).

O governador Beto Richa (PSDB), que tenta a reeleição, tem 45% das intenções de voto, contra 30% de Roberto Requião (PMDB) e 10% de Gleisi Hoffmann (PT).

Em relação à pesquisa da semana passada, Requião e Gleisi mantiveram os mesmos índices, enquanto Richa oscilou um ponto para cima.

Os demais candidatos, juntos, não ultrapassaram 1%. Brancos e nulos são 6%, e indecisos, 9%, mesmos índices do levantamento anterior.

O Datafolha ouviu 1.333 eleitores entre quinta (25) e sexta-feira (26). A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou menos.

Considerando apenas os votos válidos, procedimento usado pela Justiça Eleitoral para divulgação do resultado oficial, Richa tem 52%, Requião, 35%, e Gleisi, 12%.

Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa de 50% mais um voto. Em razão da margem de erro da pesquisa, não é possível dizer que Richa venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje.

Numa simulação de segundo turno, o tucano venceria Requião por 51% a 38%.

Reta final
Na próxima segunda (29), Richa se licencia do cargo de governador para se dedicar exclusivamente à reeleição.

O esforço da campanha tucana é para vencer no primeiro turno –já que o segundo turno é sempre "uma nova eleição", como dizem seus coordenadores.

Richa tem organizado eventos maiores nessa reta final, com participação massiva de servidores e comissionados do Estado. O candidato é o que mais arrecada entre os que disputam o governo, e o único que não está "no vermelho", de acordo com a última prestação de contas.

Requião, aos 73 anos e com uma fratura na perna desde o final de agosto, dava sinais de cansaço. Nos últimos dias, recuperou o ritmo e tem procurado demonstrar animação. Fez dezenas de carreatas por Curitiba e pelo interior –ainda que sempre sentado.

Ex-governador por três mandatos, é bastante conhecido no Estado. Seu melhor desempenho é nas cidades pequenas, com menos de 50 mil habitantes. Ao mesmo tempo, porém, enfrenta rejeição de 26%, segundo o Datafolha –a maior entre os concorrentes.

Gleisi, estacionada nos 10% de preferências, intensificou a agenda pelo interior, onde faz carreata até sob chuva, e começou a desacreditar as pesquisas eleitorais.

Em materiais de campanha, a candidata diz que está "rumo ao segundo turno" e que "a verdadeira pesquisa é dia 5 de outubro".

"Eles estão tentando mais uma vez manipular, mas a população não vai se deixar enganar", informa um jornal distribuído pela coligação.

O material ainda relembra a eleição de Gustavo Fruet (PDT), aliado de Gleisi e atual prefeito de Curitiba. "Em 2012, as pesquisas diziam que Fruet estava fora do segundo turno e bem abaixo dos outros candidatos. No final, deu no que deu."

Senado
O Datafolha também pesquisou as preferências para o Senado. O atual senador Alvaro Dias (PSDB) mantém a larga dianteira na disputa, com 63% –quatro pontos acima da pesquisa anterior.
Ricardo Gomyde (PC do B) registrou 8% e Marcelo Almeida (PMDB), 4%.

Os demais candidatos somaram 2%. Brancos e nulos são 8% e indecisos, 15%.

A pesquisa do Datafolha está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com os números PR-00039/2014 e BR-00782/2014.

Para cientistas políticos, queda de Marina se deve a propaganda negativa contra ela

• Segundo Datafolha, Dilma ampliou para 13 pontos a vantagem sobre candidata do PSB

- O Globo

RIO - A queda da candidata do PSB, Marina Silva, nas pesquisas se deve à campanha negativa feita contra ela pelas candidaturas da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e do tucano Aécio Neves. É o que afirmam especialistas ouvidos pelo GLOBO. A nove dias para a eleição, Dilma ampliou para 13 pontos a vantagem sobre sua principal adversária. Se a eleição fosse hoje, a candidata petista teria 40% das intenções de voto, contra 27 % de Marina, segundo levantamento do Datafolha divulgado nesta sexta-feira. O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) oscilou positivamente um ponto e aparece com 18% das intenções de voto. O número de eleitores que não sabem em quem votar oscilou de 7% para 6%. Votos brancos e nulos são 5%.

— Essa campanha negativa produziu efeitos, sobretudo quando Dilma e Aécio mostraram a inconsistência do programa de governo e da sua capacidade de governabilidade de Marina — disse Fernando Antonio Azevedo, cientista político da Universidade Federal de São Carlos.

Para ele, Marina foi beneficiada pela comoção na morte de Eduardo Campos, mas sofreu uma queda brusca logo que começou a ser questionada por seus adversários:

— Historicamente, quem vence o primeiro turno, normalmente ganha a eleição no segundo turno. Salvo mudanças de última hora, é possível afirmar que Dilma conseguirá renovar seu mandato.

Para o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Paulo José Cunha, o crescimento de Dilma é resultado da campanha agressiva conduzida pelo PT nas últimas semanas.

— A pesquisa indica que Dilma aumentou sua intenção de voto em cima dos eleitores da Marina, o que significa que a agressividade da campanha da presidente funcionou. É uma campanha discutível do ponto de vista ético, mas conseguiu atingir seu objetivo.

A perda de terreno de Marina principalmente no Nordeste mostra, para Cunha, que o discurso da campanha petista de ameaça de fim do Bolsa Família caso outro candidato vença a eleição está entre os principais fatores para sua recuperação.

— Esse é o eleitorado que mais se sensibiliza com esse discurso do medo.

Cunha destacou uma fragilidade de Marina.

— De todos os candidatos, ela é a que tem maior volume de eleitores volúveis e isso pode explicar também o ritmo da queda dela nas últimas semanas.

Em relação ao segundo turno, o professor acredita que é cedo para fazer prognósticos e que a igualdade de tempo de TV no horário eleitoral entre os candidatos na próxima fase pode mudar o cenário de desvantagem de Marina.

— Eu arrisco dizer que será um jogo muito apertado no segundo turno.

De acordo com o Datafolha, no segundo turno, a presidente teria 47% das intenções de voto, contra 43% de Marina. Na semana passada, a ex-senadora aparecia na frente, com 46% contra 44% da presidente. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, as duas seguem tecnicamente empatadas.

Após queda em pesquisa, Marina engrossa o tom e compara Dilma a Collor

• Em Minas, pessebista evitou falar sobre números do Datafolha, que a apresenta, pela primeira vez, atrás de Dilma em eventual disputa no 2º turno

- O Globo

LAGOA SANTA (MG) — Pouco depois de ser divulgada a nova pesquisa Datafolha na qual mostra a candidata do PSB, Marina Silva, pela primeira vez atrás da presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, a ex-senadora engrossou o tom contra a petista e Aécio Neves (PSDB). Em comício realizado na noite desta sexta-feira, em Lagoa Santa, na Grande BH, para pouco mais de 100 pessoas, a socialista afirmou sofrer preconceito dos adversários, chegou a comparar Dilma com Collor, cutucou Aécio e ainda afagou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

— Juventude, quero pedir um favor a vocês: não permita que alguém ganhe o posto mais elevado da nossa República com base em mentiras. Estão dizendo que vou acabar com Bolsa Família, o “Minha Casa, Minha Vida”, o pré-sal, a Transnordestina, acabar com Mais Médicos, com férias, 13°. Dá para acreditar numa coisa dessas? — introduziu Marina, antes de comparar Dilma com Collor:

— Ou alguém está mentindo ou somos uma República de papel. Como não somos uma República de papel, alguém está mentindo. Já existiu um presidente que ganhou uma eleição com base na mentira: Fernando Collor de Melo. Ele dizia que, se o Lula ganhasse, iria confiscar a poupança. Quem confiscou a poupança? O Collor. Ele dizia que, se o Lula ganhasse, o Brasil não ia mais crescer. A mesma coisa que está sendo dito (agora) — atacou a ex-senadora.

Marina ainda afirmou que, nos quase 30 anos em que militou pelo PT, jamais imaginaria que sofreria as mesmas armas que foram usadas por Collor para destruir Lula. Disse ainda ser vítima de preconceito dos adversários.

— Eu tomei uma decisão. Eles podem caluniar, me atacar, me tratar com preconceito, como estão fazendo, a presidente Dilma e o governador (sic) Aécio — afirmou.

Afago a Fernando Henrique
Marina, propositalmente ou não, se dirigiu ao adversário Aécio Neves como se ele fosse governador. A socialista ainda cutucou o tucano ao citar a remuneração dos professores, um dos temas mais polêmicos durante os 12 anos de gestão do PSDB em Minas.

— Temos um programa para dizer que o piso salarial dos professores deve ser um direito, uma conquista, não um remendo, como acontece em vários estados da nossa federação. Amanhã (sábado) faltarão oito dias para as eleições, e o governador Aécio e a presidente Dilma não apresentaram um programa, não disseram o que vão fazer para resolver o problema da educação — afirmou ela, lembrando que educadores mineiros alegam que não recebem o piso salarial, já que o governo mineiro inclui subsídios para atingir o valor mínimo.

Após mais um ataque a Dilma e Aécio, Marina resolveu fazer um afago a Fernando Henrique Cardoso, em comício que atrasou quase 2h da previsão inicial.

— O nosso país, graças ao plano real do FH, conseguiu estabilidade econômica, diminuir inflação, baixar juros, iniciar o processo de crescimento. A presidente Dilma pegou o governo com o país crescendo 4%, 3% (ao ano). Sabe quanto agora? A previsão do governo é de 0,9%.

Minas Gerais
Em queda em Minas, onde chegou a estar à frente de Aécio, Marina aproveitou a segunda visita ao estado desde o início de sua campanha oficial para elogiar os mineiros:

— A Minas inconfidente sabe o que quer para sua gente. É preciso inconfidência contra patinar no mesmo lugar, uma inconfidência contra andar para trás. Essa Minas inconfidente tem que se insurgir contra a velha política.

Após seu discurso, que durou cerca de 25 minutos, Marina se recusou a falar com a imprensa sobre a última pesquisa do Datafolha. A única menção aos números ocorreu durante o comício.

— Toda vez que ela (Dilma) cresce nas pesquisas, a gente fica com medo de que o nosso país continue patinando no mesmo lugar.

Medo de avião
Frente às acusações por ter usado o jato que caiu matando Eduardo Campos, Marina ainda admitiu ter medo de andar de avião, e comparou a situação à “política do medo” apresentada pelos adversários:

— Estão querendo a eleição incutindo medo na nossa população. O contrário de medo não é coragem, é compromisso. A gente, às vezes, até tem medo, sabia? Tenho muito medo de andar de avião, mas meu compromisso com as causas que defendo é maior do que o medo.

Agenda em Juiz de Fora
Mais cedo, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, participou de um comício em Juiz de Fora, Minas Gerais. No discurso no evento, a ex-senadora pediu aos eleitores que evitem o voto útil nas eleições de 5 de outubro.

— Não existe voto útil. Tem gente querendo utilizar o seu voto para andar para trás. Tem gente querendo utilizar seu voto para ficar patinando no mesmo lugar. Não deixe ninguém utilizar o seu voto. Vote em quem você acredita que possa mudar o Brasil. Ponham para fora aqueles que já tiveram uma chance. Não é hora de dividir o Brasil — afirmou Marina.

Dilma diz que imprensa distorceu seu discurso na assembleia da ONU

• Em entrevista a blogueiros, candidata à reeleição defendeu a regulação econômica dos meios de comunicação

Luiza Damé – O Globo

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, passou mais de duas horas, nesta sexta-feira, com oito blogueiros simpáticos ao governo do PT e criticou duramente a imprensa. Além de dizer que setores da mídia fazem oposição ao Palácio do Planalto, Dilma afirmou que o noticiário distorceu seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Na abertura da entrevista, transmitida ao vivo pelas canais de comunicação da campanha, a presidente defendeu a regulação econômica dos meios de comunicação.

Provocada pelos blogueiros, Dilma afirmou ainda que mudará de postura num eventual segundo mandato e passará a se contrapor ao noticiário:

- É uma situação no Brasil... Por isso, eu cheguei a conclusão, na minha campanha, que a verdade vai vencer a mentira. Eu tenho tentado. Agradeço àqueles que me ajudam. Acredito que terá de haver um embate mais sistemático - afirmou Dilma, quando foi interrompida por um dos entrevistadores, cobrando mais respostas do governo.

E concluiu:
- Vou ter de dar mais respostas. Não pode ser tão bem comportada, me levaram para outro caminho que eu não queria.

Para Dilma, o palanque eleitoral permite um diálogo direto com a população. Segundo ela, o cargo de presidente não abre esse canal com a sociedade.

- Tem um detalhe interessante nessa história de eleição. Na eleição, você tem um palanque direto, que é seu, não é filtrado. Veja, eu fiz um discurso na ONU. O meu discurso na ONU foi integralmente, mas integralmente, distorcido. Eu, com o cargo de presidente, o meu palanque não faz. Isso é uma realidade - afirmou.
Dilma disse que setores da oposição fazem oposição ao governo e pregam "o quanto pior melhor". Mas, para a presidente, não é só no Brasil que a imprensa assume o papel de oposição ao governo.

- O que temos de ver é que tem no Brasil uma forma de fazer oposição que é uma forma que tem de ser denunciada: que é a forma do quanto pior melhor. Tem uma parte da imprensa que é oposição.

O que não posso deixar de reconhecer é que a oposição também faz - disse.

A presidente defendeu ainda regulação econômica dos meios de comunicação, mas disse que isso não significa controle de conteúdo. Segundo Dilma, a Constituição proíbe a concentração da propriedade dos veículos de imprensa.

- Regular qualquer segmento tem uma base, que é a base econômica. Concentração de poder econômico dificilmente leva a relações democráticas e leva a relações assimétricas, tanto assimétricas de poder, assimétricas de formação e assimétricas de prepotência, em qualquer área. Não há porque a comunicação ser diferente - afirmou.

Segundo ela, a liberdade de expressão é uma conquista da sociedade brasileira, e a internet ampliou esse direito.

- No Brasil muitas vezes tenta se confundir regulação econômica com controle do conteúdo. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Controle de conteúdo é de país ditatorial, não é de país democrático - argumentou.

A presidente disse que a regulação dos meios de comunicação será colocada em pauta em um eventual segundo mandato. E essa proposta, segundo Dilma, "nada tem de bolivariano nisso". A presidente defendeu a regionalização da produção e do conteúdo e a diversidade cultural.


- Mas eu acredito que esses é um dos temas do meu segundo mandato - disse.
Na entrevista, a presidente ainda tratou de saúde, de educação e do projeto do trem de alta velocidade, além de defender a Petrobras. Para Dilma, há pessoas "mal intencionadas" que querem atingir a Petrobras, para enfraquecer e atender interesses privados internacionais.

- Há coisas irreversíveis. Ninguém desmonta uma empresa que é a sexta do mundo - afirmou.

Dilma quer tratar da regulação econômica da mídia num eventual segundo mandato

• "É um setor que como qualquer outro tem que ser regulado como portos, como elétrico, como petróleo", disse a presidente

Jeferson Ribeiro - Reuters

Segundo a presidente, a regulação econômica da mídia já consta da Constituição brasileira e tem que garantir que o setor não seja dominado por oligopólios e monopólios

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, disse nesta sexta-feira que a regulação econômica da mídia será um dos temas de um eventual segundo mandato e que o país "está maduro" para isso, acrescentando que parte da mídia tem papel de oposição no Brasil e mesmo assim ela não pretende regular o conteúdo no setor.

"É um setor que como qualquer outro tem que ser regulado como portos, como elétrico, como petróleo", disse a presidente em entrevista a blogs independentes nesta sexta.

"É interessante que no Brasil muitas vezes tenta se confundir essa regulação econômica com controle de conteúdo, uma coisa não tem nada a ver com a outra", argumentou. "Controle de conteúdo é de país ditatorial, não de país democrático", acrescentou.

"Eu acredito que esse é um dos temas do meu (eventual) segundo governo", disse Dilma.
Segundo a presidente, a regulação econômica da mídia já consta da Constituição brasileira e tem que garantir que o setor não seja dominado por oligopólios e monopólios.

"Então, colocar na pauta que vamos regular os meios de comunicação do ponto de vista econômico, nós estamos falando que vamos impedir que relações oligopólicas se estabeleçam e se instalem e as existentes têm que ser modificadas", disse.

A regulação da mídia sempre foi uma bandeira do PT e Dilma foi pressionada pelo partido a encampar uma mudança legislativa para o funcionamento do setor desde 2011, mas ela evitou propor qualquer ação ao Congresso, deixando algumas alas do partido furiosas. Agora, a presidente parece ter sido convencida a adotar um novo marco regulatório para o setor.

Oposição
Apesar de garantir que não pretende regular o conteúdo nos meios de comunicação, a presidente disse aos blogueiros que considera o comportamento da mídia igual ao "de oposição" em alguns momentos.

"Tem uma parte da imprensa que é oposição", disse a presidente. "Essa história de imprensa ser oposição não é monopólio do Brasil...em vários países do mundo isso ocorre", relativizou a petista.

"Por isso, cheguei à conclusão de que minha campanha é a verdade para vencer a mentira", disse em relação à postura da mídia durante o processo eleitoral.

Questionada por blogueiros sobre a necessidade de ter uma postura mais ativa para confrontar as críticas da mídia caso seja reeleita, a presidente demonstrou que está disposta a isso.

"Eu acredito que terá que haver uma acuidade mais sistemática a partir de agora (no meu segundo mandato)", respondeu Dilma.

João Bosco Rabello: Na ONU, um país tão próspero quanto fictício

- O Estado de S. Paulo

Mais grave que o uso da tribuna internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) como palanque para mensagens ao eleitorado brasileiro, é o conteúdo que a presidente-candidata Dilma Rousseff gerou para narrar as realizações de seu governo.

Dilma descreveu ao maior fórum mundial dos países o mesmo Brasil que levou à piada de campanha em que o sonho de consumo do contribuinte é “morar na propaganda do PT”. Para dentro, pode ser que o discurso atenda ao objetivo de sedução a que se propõe, mas para fora é um desastre.

Os olhos externos voltados para o Brasil são muito mais apurados que os internos, sabem discernir sobre o que se passa no país, principalmente do ponto de vista econômico, em que a narrativa de redução da desigualdade, combate à corrupção, solidez fiscal, inflação sob controle e um resultado positivo diante de condições externas adversas, é sabidamente falso.

A imagem do governo brasileiro junto aos investidores é de uma gestão intervencionista, errática, ideológica e que precisa recorrer à maquiagem dos números para fechar uma conta, ainda assim, no limite do tolerável. Por isso os investimentos não chegam e essa realidade não se muda com discurso.

Ao contrário, ela é agravada pela desenvoltura com que a presidente da República vende a ideia de um país próspero cujo crescimento está projetado para 0,2% este ano e abaixo de 1,5% em 2015, segundo a Fundação Getúlio Vargas.

O Brasil fica mais distante da meta de ampliar seu prestígio internacional, notadamente a busca de um lugar no Conselho de Segurança da ONU, com a fotografia retocada feita por Dilma. No cenário externo, o rigor que não existe no interno, é real como as contas do país sem a metodologia Arno Augustin.

Também questionam os analistas políticos a eficácia de usar a ONU para um discurso eleitoral direcionado ao eleitor brasileiro. O raciocínio é simples: o eleitor sensível a esse tipo de estratégia já apoia Dilma – ele é de mais baixa renda, de menor consumo de informação qualificada e mais carente de ações assistencialistas de governo.

Já o eleitorado que a presidente precisa conquistar, está situado no sul e sudeste do país, é mais informado, de maior renda e mais sofisticado politicamente. Não é presa fácil de truques básicos e será preciso mais que o discurso na tribuna da ONU para impressioná-lo.

O dado mais realista que se contrapõe ao país do programa do PT, versão utilizada por Dilma na ONU, é o que mostra o agravamento do pessimismo do mercado financeiro em relação aos rumos da economia.

Para os agentes desse mercado, se o país crescer muito, será na ordem de 0,3%.

Zuenir Ventura: Palpite infeliz

- O Globo

• A presidente Dilma comportou-se na ONU como se estivesse em campanha. Aliás, a intenção era essa, transformar o lugar em palanque

Ao contrário de Lula, que fazia o maior sucesso no exterior, onde recebeu o apelido de “o cara”, dado por Barack Obama, a presidente Dilma não se saiu bem esta semana na ONU. Primeiro, foi muito criticada por ter levado para a abertura da Assembleia Geral um discurso eleitoreiro, de candidata, mais do que de chefe de nação, ao exaltar sem qualquer pudor feitos de seu governo, como diminuição da fome, redução da desigualdade social etc., etc. Comportou-se como se estivesse em campanha. Aliás, a intenção era essa, transformar o lugar em palanque, de onde, por meio de gravação, se dirigiria ao público daqui. Com isso, porém, ela teria enfraquecido nossas antigas pretensões a uma vaga no Conselho de Segurança da organização. Também não pegou bem na Cúpula do Clima da mesma ONU o Brasil ter se recusado a assinar o acordo que prevê o desmatamento zero até o ano de 2030, alegando que não foi consultado sobre sua elaboração. Outro motivo seria o fato de que a meta contraria o nosso Código Florestal, que autoriza o corte legal na Amazônia. Pode ser, mas entre os ambientalistas a decisão foi considerada um retrocesso.

Houve ainda a posição simplista em relação ao terceiro tema abordado pela nossa candidata-presidente na sua viagem diplomática: o bombardeio, sob liderança dos EUA, dos alvos do Estado Islâmico (EI) na Síria. No momento em que era decapitado pelos jihadistas mais um refém, provavelmente o quarto, ela preferiu condenar energicamente a ação americana. Depois de afirmar que “o Brasil é contra todas as agressões”, como se pudesse ser a favor, ela apresentou sua sugestão, um palpite absolutamente infeliz, para pôr fim à guerra: o diálogo com os terroristas, ou seja, com o grupo que chama de “mensagens de sangue” as atrocidades que pratica, filma e depois coloca o vídeo macabro na internet. É difícil imaginar a cena: a vítima ajoelhada aguardando a execução, o carrasco em pé ao lado, com o rosto coberto e a faca na mão, e o mensageiro da paz propondo ao verdugo, ansioso por acabar seu trabalho:

— Senhor jihadista, não corta ainda, não. Vamos conversar. Sei que podemos nos entender.

Seria risível, mas é trágico.

O delator Paulo Roberto Costa fez mais uma revelação estarrecedora: confessou que recebeu US$ 23 milhões de empreiteira no exterior para facilitar contrato com a Petrobras, além de US$ 1,5 milhão em propina para não atrapalhar a compra da refinaria de Pasadena. E olha que o doleiro Alberto Youssef, o outro homem-bomba, mal começou a falar. Vem muito mais coisa por aí. Aguardem. Por muito menos, numa época em que escândalo político ainda escandalizava, não era rotina, o país ficou conhecido como “mar de lama”. Bons tempos.

Para afagar PMDB, Dilma pede apuração sobre revista em avião

• Para ela, é "volta atrás" usar polícia para "comprometer processo eleitoral"

Fernanda Krakovics, Chico de Gois e Júnia Gama - O Globo

BRASÍLIA e SÃO LUÍS - Em um gesto de agrado aos aliados do PMDB, a presidente Dilma Rousseff pediu ontem que seja feita uma investigação sobre a revista realizada pela Polícia Federal em avião usado pela equipe do senador Lobão Filho (PMDB-MA), candidato ao governo do Maranhão. Dilma afirmou que a utilização de força policial para comprometer o processo eleitoral seria "uma volta atrás" e que faz "absoluta questão dessa investigação". Ela pediu "rigor e rapidez" ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

- O fato de terem utilizado uma denúncia anônima cria maior necessidade de fazer a investigação. É necessário saber quem denunciou, a quem interessava, se os processos foram cumpridos dentro da legalidade. O que não é possível é um ato desse acontecer no meio de uma eleição. O país não é mais isso, é um país com uma democracia estruturada, que não admite o uso nem de polícia nem de ninguém no sentido de comprometer processos eleitorais.

"Ao arrepio da lei"
Policiais federais revistaram na noite de quarta-feira o avião usado pela comitiva de Lobão Filho. A informação foi divulgada pelo próprio PMDB, em nota assinada pelo presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer. Na nota, Temer condena a ação, classificada como intimidatória e não condizente com o estado democrático de direito. Questionada, Dilma afirmou que a Polícia Federal tem autonomia para investigar, mas não para cometer "ato incorreto":

- Autonomia não significa autonomia para cometer erros, coisas incorretas. É autonomia para investigar. Não é possível fazer isso ao arrepio da lei, e é isso que vamos investigar. Não estou dizendo que foi feito. Nós tomamos as providências para investigar a situação, porque uma das coisas sobre as quais temos que ter garantia, principalmente durante processos eleitorais, é que órgãos governamentais não sejam usados em proveito de um ou outro candidato.

Em meio a um escândalo na Petrobras, a presidente aproveitou para anunciar medidas de combate à corrupção e à impunidade que serão tomadas em eventual segundo mandato. Todas dependem de aprovação do Congresso ou de negociação com o Poder Judiciário.

A presidente propôs tornar crime a prática de caixa dois, punir agentes públicos que apresentem enriquecimento sem justificativa, facilitar a perda de bem adquirido de forma ilícita, agilizar o julgamento de processos relativos a desvio de dinheiro público, e criar nova estrutura no Poder Judiciário para agilizar processos contra agentes que possuam foro privilegiado.

- A agilização e o rigor não significam justiça sumária, prejulgamento ou qualquer outra atitude que não seja a prevista na Constituição. As medidas têm como pressuposto o mais amplo direito de defesa - disse Dilma.

Interlocutores de Lobão Filho cobram, nos bastidores, que o PT nacional recue para manter a neutralidade na disputa no Maranhão, o que era, segundo afirmam, a combinação de antes do início da campanha. Formalmente, o PT nacional assegurou que o diretório maranhense integrasse a chapa de Lobão, mas as reclamações são sobre o apoio informal.

Segundo caciques peemedebistas, a ação da PF teria sido apenas a gota d"água, já que havia episódios anteriores de mal-estar. Há relatos da chegada de um caminhão a São Luís carregado de material de campanha com fotos de Dilma com Flávio Dino (PCdoB), adversário de Lobão Filho. Outro fato que irritou o PMDB foi a gravação de apoio a Dino por parte do secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão. O PMDB quer agora é, mais do que a investigação da revista da PF, que o PT nacional interrompa o apoio a Dino na última semana de campanha.

Delegados apoiam revista
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal divulgou nota de apoio ao delegado Paulo de Tarso Cruz Viana Júnior, que comandou a operação de busca e apreensão no avião da comitiva de Lobão Filho. Na nota, a ADPF avalia que a repercussão do episódio "é própria e comum ao período eleitoral e em nada compromete a atuação eficiente e isenta do delegado da Polícia Federal".

A associação também defende a própria PF, criticada por Michel Temer na quinta-feira, e diz que a PF não intimida ninguém, nem se deixa intimidar. "A ADPF faz questão de deixar claro que, no exercício de suas atribuições constitucionais, a Polícia Federal, enquanto órgão de Estado, não persegue, não intimida, mas também não se deixa intimidar".

Ontem, o assunto dominou o debate eleitoral no Maranhão. Flávio Dino criticou o PMDB. "Absurda essa intimidação do PMDB sobre a Polícia Federal. Será que tem algo a ver com delações de Paulo Roberto Costa e do doleiro Youssef?", questionou. Em seu programa eleitoral na TV, Lobão Filho procurou vincular a ação da PF a um suposto apoio do delegado Paulo de Tarso e da família dele a Dino. Lobão lembrou que o pai do policial é prefeito de Sítio Novo (a 608 km de São Luís), a irmã dele foi candidata ao mesmo cargo pelo PSDB e um irmão concorreu à Câmara Municipal.

O secretário de Justiça do Maranhão, Paulo Rodrigues da Costa, que tomou posse ontem, afastou dois diretores da Central de Custódia de Presos de Justiça, uma das oito unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, até que sejam concluídas as investigações sobre um vídeo gravado pelo preso André Caldas incriminando Flávio Dino e outras duas pessoas num assalto a um carro forte. (Colaborou: Osvaldo Viviani, especial para O GLOBO)

Em nota, associação defende ação da PF em avião de candidato

• Entidade de delegados afirma que "é natural que alguns partidos façam uso político" de operações regulares da Polícia Federal

Ricardo Brito - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgou nota nesta sexta-feira, 26, em apoio ao delegado Paulo de Tarso Cruz Viana Junior, responsável pela operação na comitiva do candidato do PMDB ao governo do Maranhão, Edison Lobão Filho, ocorrida na madrugada de quinra no aeroporto de Imperatriz, no interior do Estado. Para a associação, a repercussão do caso "é própria e comum ao período eleitoral e em nada compromete a atuação eficiente e isenta do delegado de Polícia Federal".

Lobão Filho e caciques do PMDB, como o presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), protestaram publicamente contra o que classificaram como ação "truculenta" e "intimidatória" da PF.

"É natural que alguns partidos façam uso político de fatos que nada mais são do que o regular trabalho de Polícia Judiciária Eleitoral atribuído legalmente à Polícia Federal", afirma a nota. "A ADPF faz questão de deixar claro que no exercício de suas atribuições constitucionais a Polícia Federal, enquanto órgão de Estado, não persegue, não intimida, mas também não se deixa intimidar", completa.

Feldman credita queda de Marina a 'mídia do medo' petista

• Pesquisa Daafolha revelada nesta sexta-feira mostra que Dilma Rousseff conseguiu abrir 13 pontos de vantagem no primeiro turno

Ana Fernandes - O Estado de S. Paulo

O coordenador-geral da campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, disse há pouco ao Broadcast Político que o resultado da pesquisa Datafolha, divulgado há pouco, é fruto da "mídia do medo" petista. "Isso é a mídia do medo, da agressão, da perda de direitos", afirmou, referindo-se principalmente ao Bolsa Família.

Ele ressaltou, no entanto, que a campanha não vai desanimar. "Estamos confiantes nessa reta final. O eleitorado quer dois turnos e, no segundo turno, vamos desconstruir o discurso dos adversários", disse Feldman. Mesmo com a vantagem que a candidata à reeleição Dilma Rousseff abriu no Nordeste, o coordenador disse não acreditar na possibilidade de ela vencer no primeiro turno. "Medo é mentira e boato. A vontade de mudança vai vencer o medo."

A agenda de Marina até 5 de outubro, neste momento, prevê apenas uma ida ao Nordeste, a Recife, na segunda-feira, 29. Pernambuco é um Estado onde Marina tem ostentado bons resultados nas pesquisas de intenção de voto, empata ou ligeiramente a frente de Dilma - em grande parte, por causa da taxa de aprovação que Eduardo Campos tinha como governador. Mesmo com o resultado, Feldman disse que será difícil Marina reforçar a agenda na região e visitar outros Estados nordestinos antes do primeiro turno.

A pesquisa Datafolha divulgada nesta noite mostrou que Dilma abriu uma vantagem de 7 para 13 pontos no cenário de primeiro turno. A petista registrou 40%, Marina 27% e o tucano Aécio Neves 18%. No Nordeste, segundo o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, Marina perdeu 9 pontos, enquanto Dilma cresceu 6. No cenário de segundo turno, Dilma apareceu com quatro pontos de vantagem sobre a pessebista, 47% contra 43%. No levantamento anterior, Marina tinha 46% e a petista 44%.

Aécio promete divulgar programa de governo na próxima segunda

• Em ato de campanha na Grande São Paulo, tucano disse ainda que vai concentrar sua agenda nos grandes centros na reta final da campanha

Elizabeth Lopes e Pedro Venceslau – O Estado de S. Paulo

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta sexta-feira, 26, que divulgará seu programa de governo na próxima segunda-feira, 29. "A construção do nosso programa deixa claro os caminhos que percorreremos de resgate das agências reguladoras e respeito aos contratos, para permitir o aumento dos investimentos e a geração de empregos", destacou.

Em evento de campanha no município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ao lado do governador e candidato à reeleição ao governo paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), do candidato tucano ao Senado, José Serra, e do vice em sua chapa, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Aécio disse que pretende concentrar sua agenda nesta reta final de campanha para o primeiro turno nos grandes centros. "Tudo aponta para o crescimento de nossa candidatura, que representa credibilidade, retomada da economia, emprego, justiça social e parcerias permanentes com o setor empresarial, Estados e municípios."

Em rápida entrevista coletiva concedida ao lado das obras do Poupatempo, Aécio voltou a dizer que sua candidatura é a única capaz de fazer o País retomar a confiança e voltar a crescer. "Somos quem tem condições de vencer o governo do PT, que deixará para seu sucessor a pior e mais maldita das heranças, que deseducou os brasileiros. Quanto a não mentir e roubar, eles ensinaram o contrário." E emendou: "O desprezo deste governo com a ética é algo que nos avilta."

Após a coletiva, Aécio, Alckmin e os correligionários fizeram uma caminhada de menos de 100 metros pelo comércio local de Taboão da Serra. A razão da curta caminhada, realizada por volta das 13 horas, foi a forte chuva que caiu na região.

A rápida caminhada foi marcada por um tumulto, onde o fotógrafo da Associated Press André Pener teve a máquina furtada e foi agredido, segundo ele, por seguranças de campanha. A assessoria de Aécio se eximiu de culpa, dizendo que no local havia seguranças de vários candidatos, não apenas do presidencial.

Aécio abre reta final da campanha na terra de Tancredo

• Tucano faz ato em São João del-Rei e batiza filhos na igreja em que avô foi batizado

Maria Lima – O Globo

BRASÍLIA - Um ato neste domingo, em São João del-Rei, terra da família Neves, marcará o início dos eventos de encerramento da campanha do candidato do PSDB Aécio Neves. Após o ato, com lideranças políticas no Teatro Municipal da cidade, Aécio reúne parentes mais próximos na Basílica de Nossa Senhora do Pilar para batizar os filhos gêmeos Bernardo e Júlia.

Além de cumprir o ritual católico, Aécio tenta reverter o desconhecimento sobre seus laços familiares. Até agora, a esposa Letícia e a filha mais velha, Gabriela, apareceram raramente na campanha. A ideia é dar um tom familiar ao evento. As crianças serão batizadas na mesma igreja onde foram batizados o avô Tancredo Neves e o próprio Aécio.

Serão padrinhos dos gêmeos o empresário e amigo mais próximo de Aécio, Alexandre Accioly, e a irmã de Letícia, Camila Weber. Os preparativos para a cerimônia ficaram a cargo da mãe de Aécio, dona Inês Maria.

— Sou da escola tancrediana de que a família tem que ser preservada ao máximo. Vamos fazer uma cerimônia íntima para batizar o Bernardo e a Júlia . E aproveitar o ato religioso para agradecer por hoje estarem bem depois de 60 dias no hospital — disse Aécio.

O candidato tucano retoma a agenda em Minas Gerais neste sábado à tarde, em Varginha, e depois segue para São João del-Rei. Nas últimas semanas, Aécio viajou ao estado sete vezes para tentar recuperar a desvantagem de seu candidato ao governo, Pimenta da Veiga, que está 11 pontos atrás do petista Fernando Pimentel, segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira.

Nesta sexta-feira, em São Paulo, Aécio criticou o discurso feito pela presidente Dilma Rousseff nas Nações Unidas esta semana – no qual ela destacou realizações do governo –, e disse que ela deixará uma “mancha” na história do Brasil na ONU. As afirmações foram feitas em entrevista a rádio Bandeirantes.

— Essa semana a presidente da República protagonizou um dos mais tristes episódios da história da política externa brasileira. Ela utilizou a tribuna das Nações Unidas para fazer campanha eleitoral. Ela fez um discurso como se estivesse no horário eleitoral, fazendo vergonhosos autoelogios. E não bastasse isso, eu recebi e-mails de diplomatas envergonhados com o discurso em que ela propõe um diálogo com esse Estado Islâmico.

Durante caminhada de Aécio em Taboão da Serra , na Região Metropolitana de São Paulo, o fotógrafo Andre Penner, da agência de notícias AP, foi agredido e teve seu equipamento roubado. Depois que a maioria das equipes de imprensa deixou o local, um homem abordou Penner e perguntou se ele era o dono do equipamento roubado. Ele pediu que esperasse alguns minutos que a câmera reapareceria. O equipamento foi devolvido em uma sacola de supermercado.

A campanha de Aécio divulgou nota em que repudiou a agressão. A equipe tucana negou que a violência tivesse sido praticada por seguranças de Aécio.

* Colaborou Silvia Amorim

Governo e PT têm desprezo pela ética, diz Aécio em SP

• Tucano concentra ataques em Dilma para atrair eleitores que a rejeitam

• PSDB se anima com terceira queda seguida de Marina no Datafolha; candidato deixou ato após tumulto ontem

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, investiu suas fichas no ataque à conduta do PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff. A menos de dez dias do primeiro turno, o tucano focou a artilharia na petista, na tentativa de atrair eleitores que a rejeitam.

Nesta sexta (26), ele disse que o PT tem "absoluto desprezo pela ética" e "complacência com a corrupção".

Aécio falou sobre o assunto ao ser questionado sobre o escândalo da Petrobras. "O desprezo desse governo com a ética é algo absurdo. O governo do PT deseduca os brasileiros", disse. "Ninguém aguenta mais o que está aí."

O tucano está em terceiro lugar na disputa, com 18% dos votos segundo o Datafolha divulgado nesta sexta. Apesar de ter crescido apenas um ponto em comparação à pesquisa anterior, aliados disseram que o resultado é bom para Aécio.

O que animou os tucanos foi a terceira queda consecutiva dos números de Marina Silva (PSB), que agora está 13 pontos atrás de Dilma. Para o PSDB, esse cenário enfraquece a tese do voto útil, o que poderia ajudar Aécio a somar pontos na reta final.

Agressão
O tucano falou com a imprensa antes de iniciar ato de campanha em Taboão da Serra (SP). Ele havia programado caminhada, mas interrompeu a atividade. Houve tumulto entre seguranças que acompanhavam a equipe tucana e jornalistas. O fotógrafo da agência de notícias AP André Penner foi espancado por ao menos três homens.

Eles não se identificaram, mas Penner reconheceu dois dos agressores, que estavam na comitiva da deputada Analice Fernandes (PSDB).

Além de Aécio, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estava no local. Eles não viram a confusão. Em nota, o PSDB disse "repudiar" o ato.

Marco Aurélio Nogueira: As águas subterrâneas de um longo setembro

- O Estado de S. Paulo

Desde 1994 as eleições presidenciais no Brasil têm sido disputadas por partidos de centro-esquerda e privilegiado a política econômica e a política social. Houve mais convergências que divergências em relação à primeira. A inflexão dos governos FHC se fez em nome da estabilidade, do ajuste fiscal e do combate à inflação, e foi mantida pelos governos Lula-Dilma, que assim puderam apostar em políticas de emprego, na valorização do salário mínimo e na busca de crescimento. Os dois ciclos se interpenetraram.

Na política social, o período Lula-Dilma investiu no aumento do poder de compra dos salários e da renda da parte mais pobre da população, incrementando também o Bolsa Família. A orientação posta em prática turvou um pouco a racionalidade estatal, expôs a economia à inflação, beneficiou excessivamente os bancos e o mercado, mas teve efeitos positivos. O País melhorou, mas o investimento não trouxe consigo avanços na educação, na saúde, na previdência. A infraestrutura estagnou.

Nas eleições de 2014 as circunstâncias mudaram. Mas o embate continua a dar-se entre formas esmaecidas de esquerda. Os democratas batem-se consigo próprios. Não há um partido capitalista disputando votos com um partido socialista, rótulos à parte. Nem sequer o PT ocupa lugar claro à esquerda, depois das reviravoltas que afetaram seu pensamento e sua conduta. Não mais se apresenta como partido, somente como governo. O PSDB continua tão social-democrata quanto antes, o que não quer dizer muita coisa, dado o permanente desinteresse do partido em esclarecer o real significado de sua sigla. E Marina Silva, incorporada ao PSB, ainda está procurando definir tanto a substância das novidades que propõe quanto a filiação delas.

A contraposição esquerda-direita hoje no Brasil indica, no máximo, uma posição espacial. Tanto quanto a polarização anterior - PT x PSDB -, os choques atuais reduzem-se a um sistema de vetos cruzados, alimentado por muitos interesses, muitos adjetivos e pouca substância. A perda de potência da díade esquerda-direita sugere a abertura de outro ciclo no País, no qual as ideias políticas ganharão nova vida.

Em que pese isso, há um salto de qualidade. Em 2014 estão sendo discutidos temas caros à democracia: sustentabilidade, distribuição de renda, igualdade, direitos sociais e participação popular. Por baixo das escaramuças eleitorais e das baixarias de campanha corre um rio mais sereno, cujas águas acumulam fatos e consensos importantes. Ele flui nas profundezas do subterrâneo, não consegue ser processado pela sociedade, mas vai assim mesmo deixando marcas por onde passa, organizando o futuro. Pode ser condensado num pequeno conjunto de pontos.

Uma ideia nova de política se tornou imperativa na vida brasileira, seja derivada de uma "reforma política" ou de uma "nova política". A sociedade não aceita mais o modo como os políticos atuam. Há um amplo consenso contra a falta de transparência, o excesso de chantagem e a mixórdia de interesses que condicionam as relações entre governos e partidos.

Um bom sistema partidário é decisivo na democracia representativa. Nenhum presidente governa sem partidos.

Os tempos exigem, porém, partidos mais qualificados, que coordenem e eduquem seus integrantes, selecionem com critério seus quadros e interajam com as características, os valores e as demandas do atual modo de vida.

A participação popular na política energiza e oxigena a democracia representativa. Aumentar os espaços para que se ouçam a população e suas organizações ajuda a que se ajuste a democracia aos tempos atuais, ampliando o controle social sobre o poder.


Um presidente é eleito para governar o País inteiro, sem exclusões. Suas escolhas terão de ser devidamente processadas pelo sistema político e na sociedade. Seu maior dom deve ser a capacidade de convencer, negociar e contemporizar, sem temer confrontos ou recuos. Seu papel não é o do executor, mas o do estadista, do "fundador de novos Estados".

É preciso dar dignidade, condições de igualdade, direitos, educação e saúde às enormes parcelas da população que vivem na miséria e na pobreza. Pensá-las como cidadãos de um Estado democrático e como consumidores, base de um mercado interno que sustente a economia.

As "minorias" étnicas, de gênero, etárias, religiosas devem ser tratadas sem paternalismo, em nome do respeito à sua integridade, à sua dignidade, a seus direitos e às suas reivindicações. Quanto mais se avançar nesse terreno, mais chances a sociedade terá de enveredar por uma trilha de bem-estar e justiça social.

Uma economia centrada na exploração infrene, no consumismo e na superacumulação mata o futuro. A sustentabilidade, o respeito às gentes, ao trabalho e à natureza, o cuidado no trato com a experimentação transgênica e genética, o esforço para reduzir a poluição e a dependência ao automóvel precisam ser objeto de ações pontuais e permanentes.

A economia globalizada e financeirizada não está em bancarrota e sufoca os governos. De tripé em tripé, os programas econômicos dos diferentes partidos seguem pouco se diferenciando entre si. Os mantras dos economistas - superávit primário, independência do Banco Central, câmbio flutuante, juros altos, pleno emprego, ajuste fiscal - funcionam como cataplasmas para dores localizadas: não mudam o sistema. A luta política no terreno da economia não deveria ser essencializada, a não ser que fosse para pôr em xeque os grandes interesses e os "poderes fortes", fáticos, o que nunca é feito.

Esses pontos estiveram embutidos nas campanhas dos candidatos principais. Não vieram à tona com força. Não conseguiram ser, portanto, traduzidos politicamente. Tivessem sido, teríamos um mapa para a recomposição de forças de que necessitará o País a partir de 2015. Dá para esperar algo diferente no segundo turno?

*Marco Aurélio Nogueira é professor titular de teoria política e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Unesp

Merval Pereira: Todos atrás do voto útil

- O Globo

A candidata Marina Silva entra na reta final da corrida presidencial no pior dos mundos, vai sofrer o assédio tanto da presidente Dilma quanto do candidato do PSDB Aécio Neves, ambos querendo tirar nacos do seu eleitorado para ou ganhar no primeiro turno, no caso de Dilma, ou para ir ao segundo turno, caso de Aécio Neves.

Ambos precisam de 5 ou 6 pontos para atingir seus objetivos. Se Dilma, hoje com 40% das intenções de voto, chegar a 45%, pode vencer já no primeiro turno segundo o diretor do Datafolha Mauro Paulino. Se o tucano Aécio Neves tirar 5 pontos de Marina, chegará à frente dela no primeiro turno, ganhando o direito de disputar com Dilma no segundo turno.

A diferença entre Marina e Aécio, que era de 13 pontos na pesquisa Datafolha anterior, caiu para 9 pontos agora. Já Dilma dobrou sua vantagem sobre Marina no primeiro turno, e abriu uma diferença a seu favor pela primeira vez no segundo turno, mesmo que continue em empate técnico com sua adversária, pois ambas podem ter 50% das intenções de voto no limite da margem de erro do instituto.

Embora seja muito difícil abrir mais 5 pontos em tão pouco tempo, tanto a presidente Dilma quanto Aécio Neves apresentam uma tendência de alta nas últimas pesquisas, enquanto Marina está em franco declínio nas últimas semanas, numa demonstração de que os ataques que tem recebido dos dois candidatos adversários, principalmente os do PT, tem conseguido desidratar sua votação.

O que resta a Marina até o dia 5 de outubro é lutar para ir para o segundo turno, quando poderá reorganizar sua campanha. Pelo simples fato de ela acrescentar quase cinco vezes mais tempo de propaganda eleitoral no rádio e televisão já terá um ganho de exposição que pode ajudar a refazer sua imagem, desconstruída pelos ataques que vem recebendo.

Segundo o Datafolha, a principal alteração no quadro se deu no Nordeste: em uma semana, a presidente ganhou seis pontos na região, e a candidata do PSB perdeu nove. A presidente Dilma mostra mais uma vez que o nordeste é a grande seara de votos petistas. Ela chegou a ter uma média de 70% dos votos na eleição de 2010 na região, e hoje está com cerca de 50%, mas subindo.

Quem conseguia conter essa arrancada da petista era justamente Marina, que começa a perder votos que podem ser decisivos num segundo turno. A propaganda eleitoral pelo rádio e televisão aparentemente não alavancou a candidatura de Dilma, que na semana anterior ao início do horário eleitoral tinha 36% dos votos e hoje chegou aos 40%.

Também Aécio Neves continua na mesma situação em que entrou, tinha 20% e hoje tem 18%. Já Marina foi a única que cresceu, de 21% para 27%. O que importa, no entanto, é que na reta final da eleição sua trajetória é de queda, o que fará com que se intensifique o bombardeio contra a fragilidade que vem demonstrando nas últimas semanas.

Tanto a presidente Dilma quanto o candidato tucano trabalharão o voto útil nesses últimos dias, com vantagem para a presidente, que tanto está em alta acentuada quanto tem uma militância petista muito ativa, e agora animada pela perspectiva de vitória no primeiro turno.

O candidato tucano tem um perigo à frente. Marina pode ter a seu favor o voto útil dos eleitores tucanos que, convencidos de que somente ela pode vencer a presidente no segundo turno, optem por apoiá-la imediatamente. Essa decisão, embora não altere o resultado da eleição, pois a votação em Aécio teria o mesmo efeito no computo geral contra Dilma, pode dar a Marina uma votação mais robusta no primeiro turno, criando um clima psicológico favorável a ela em seguida.

Segundo estudos com base nas últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha desde agosto- sem incluir esta última - a proporção de votos de Aécio no primeiro turno "herdados" por Marina no segundo turno caiu aproximadamente 20 pontos neste período, de cerca de 70% para 50%. Ocorre que estes 20% não haviam ido para Dilma, mas para a soma de brancos, nulos e indecisos, que subiu os mesmos 20 pontos, de 10% para 30%, enquanto a "herança" de Dilma oscila em torno do patamar de 20% neste período.

Marina nesse caso poderia vencer recuperando parte dos 20 pontos que perdeu com os ataques virais, enquanto o desafio de Dilma parece mais difícil, conquistar votos que nunca foram dela. Nesta última pesquisa, no entanto, a presidente Dilma ganhou os mesmos 3 pontos perdidos por Marina, o que pode sinalizar que eleitores petistas estariam retornando ao ponto de partida, desistindo de Marina.

Cláudio Couto: Polícia e política

- O Estado de S. Paulo

O leitor do Estado de ontem foi brindado com três notícias que relacionavam a atuação da Polícia Federal à disputa eleitoral deste ano. Na principal, o PMDB, por meio de seu lugar-tenente na Presidência da República, Michel Temer, protestou contra o que considerou uma "instrumentalização" da PF por adversários políticos da família Sarney no Maranhão. Em nota menor, relacionada à notícia principal, o jornal recordou que, em abril, o candidato tucano ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, foi indiciado pela PF e queixou-se de uma ação "político-eleitoral". Duas páginas adiante, o candidato petista ao governo paulista, Alexandre Padilha, atribuiu a motivações eleitorais o envolvimento de seu nome em operação recém-aberta pela mesma PF. Diante da celeuma, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, observou que a polícia sob sua jurisdição é "republicana", investigando quem quer que seja - adversário ou aliado, humilde ou poderoso.

Os queixumes dos investigados não são novos e alguns deles já figuraram anteriormente em imbróglios similares aos de agora. Em março de 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, a PF deflagrou uma operação que descobriu um cofre repleto de dinheiro vivo na construtora Lunus, empresa de Roseana Sarney e seu marido. As fotografias dos montes de notas tiveram o condão de dinamitar a na época promissora candidatura da então pefelista Roseana à Presidência. A família Sarney e o PFL reagiram fortemente a essa alegada "instrumentalização", responsabilizando José Serra pela operação e rompendo a aliança com o PSDB.

Tanto foi assim que Serra disputou a presidência em 2002 coligado com o PMDB e sem o PFL, enquanto Sarney - cujo filho fora ministro de FHC - bandeou-se para a aliança petista, não seguindo a opção de seu partido.

À época, a atribuição da operação da PF a Serra se baseava em seus vínculos com um delegado da Polícia Federal, seu subordinado no Ministério da Saúde, Marcelo Itagiba, bem como em seu proverbial interesse na disputa presidencial - para o quê seria útil tirar Roseana do jogo. Outro argumento invocado por sarneyzistas e pefelistas era o fato de que operações da PF não eram um evento comum (como depois passaram a ser).

Segundo levantamento do blogueiro Stanley Burburinho, foram 48 durante os oito anos de FHC - média de apenas seis por ano. De 2003 para cá, os números explodiram: de 58 no biênio 2003-4, chegaram a 296 em 2013, tendo já sido deflagradas 198 até o último dia 19 - média de quase 200 operações/ano. As prisões também aumentam substancialmente: de 926 no biênio 2003-4, chegaram a picos de 2.876 em 2007 e 2.734 em 2010. Os picos caíram durante o governo Dilma, mas a média calculada até setembro segue elevada, um pouco superior à dos oito anos de Lula (1.982 prisões/ano contra 1.969).

Tais números - e o fato de que as ações da PF têm desagradado igualmente a peemedebistas, tucanos e petistas - parecem dar razão ao ministro da Justiça. A Polícia Federal converteu-se num instrumento importante de combate à criminalidade e, em particular, à corrupção. Estudo do cientista político Rogério Arantes, da Universidade de São Paulo, mostra que ela tem atuado como uma força nacional, sobrepondo-se às Polícias Civis estaduais em lugares onde as forças de segurança tem-se mostrado dóceis - se não propriamente aliadas - das elites políticas. Aliás, vem do Maranhão mais uma demonstração desse perigoso contubérnio: a revelação de que se tratou de uma fabricação de aliados do clã Sarney o depoimento filmado de um chefe do crime organizado no Complexo de Pedrinhas. 

Nele, o criminoso imputava ao candidato oposicionista, Flávio Dino, o envolvimento com um assalto. Diante de tal vexame, como podem ainda reclamar da Polícia Federal?