sexta-feira, 13 de junho de 2014

Opinião do dia: Aécio Neves

O que fica para a história é que tivemos, depois de algumas décadas, no mundo, uma Copa do Mundo em que o chefe de Estado não se vê em condições de se apresentar à população. Isso é reflexo do que está acontecendo com o Brasil.

Temos hoje uma presidente sitiada, uma presidente que só pode aparecer em eventos públicos protegida. É dessa forma que ela fará a campanha. Isso, mais do que qualquer palavra minha, retrata o que vem acontecendo no Brasil, o sentimento dos brasileiros em relação ao governo. “.

Aécio Neves, senador (MG)) e presidente nacional do PSDB, ontem, sobre manifestações contra a presidente da República no Itaquerão.

Torcedores vaiam e xingam Dilma na abertura da Copa

• Apesar de presença discreta no estádio, presidente foi hostilizada quatro vezes

• Acompanhada pela filha, petista assistiu ao jogo ao lado do presidente da Fifa, que também recebeu vaias
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Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff foi hostilizada por torcedores quatro vezes nesta quinta (12) na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, apesar do esforço feito pelo governo para manter discreta sua presença no estádio.

Os protestos contra a presidente foram ouvidos com nitidez dentro do estádio. A terceira manifestação dos torcedores também foi ouvida com clareza por quem acompanhou o jogo pela televisão.

Logo após a cerimônia de abertura da Copa, Dilma foi xingada por cerca de um minuto, depois que o locutor pediu palmas para os operários que trabalharam nas obras dos 12 estádios do Mundial.

Encerrados os aplausos aos trabalhadores, os torcedores xingaram a presidente. "Ei, Dilma, vai tomar no c...", gritaram, em coro. "Ei, Fifa, vai tomar no c...", gritaram outros, voltando-se para a entidade internacional responsável pela organização da Copa.

A vaia começou na área VIP do estádio, mas se espalhou rapidamente por outros setores. Os protestos recomeçaram logo após a execução do Hino Nacional, quando parte da torcida hostilizou a presidente com o mesmo coro.

Dilma recebeu outra vaia por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando apareceu com destaque no telão do estádio, comemorando o segundo gol da seleção, após a cobrança de pênalti de Neymar. E foi hostilizada outra vez perto do fim da partida.

Dilma já tinha sido vaiada na abertura da Copa das Confederações, em junho do ano passado, em Brasília. Desta vez, numa tentativa de reduzir riscos, Dilma decidiu não fazer nenhum pronunciamento na abertura da Copa. Sua presença não foi anunciada pelo locutor e ela só apareceu uma vez no telão.

A presidente assistiu ao jogo acompanhada de sua filha, Paula, e do vice, Michel Temer, ao lado de Blatter. Ela fez figa com os dedos no início do jogo e comemorou com euforia os gols da seleção.

Segundo o Datafolha, a popularidade de Dilma está em queda desde o início do ano e hoje se aproxima do ponto mais baixo que ela alcançou, no auge das manifestações de junho do ano passado. Seu governo é considerado bom ou ótimo por 33% dos brasileiros, segundo o instituto.

A popularidade da presidente é ainda menor entre pessoas de renda mais alta, como as que provavelmente formavam a maioria do público no estádio --os ingressos mais caros para a abertura foram vendidos por R$ 990.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal rival de Dilma na corrida presidencial, disse que ela é uma "presidente sitiada", que "só pode aparecer em eventos públicos protegida". O ex-governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência, disse que "as pessoas colhem o que elas plantam".

O ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, saiu em defesa da presidente. "Vai perder quem quer misturar política com a Copa", disse.

Quatro vezes hostilizada, apesar da blindagem

• Mesmo sem ser anunciada, sem discursar nem declarar aberto o Mundial, Dilma foi xingada por parte dos torcedores no Itaquerão. Petistas consideram o ato desrespeitoso, e a oposição destaca a rejeição da presidente

Paulo de Tarso Lyra, Felipe Seffrin – Correio Braziliense

A presidente Dilma Rousseff tentou ser discreta para evitar a repetição das vaias recebidas no ano passado, na abertura da Copa das Confederações, mas não deu certo. Por quatro vezes, ela — que não discursou, não declarou oficialmente aberta a Copa do Mundo, nem sequer foi anunciada no sistema de som do estádio — foi xingada por torcedores presentes no Itaquerão, em São Paulo, para assistir ao jogo de abertura entre Brasil e Croácia.

Dilma ofereceu ontem um almoço para nove chefes de Estado e foi direto à arena. Lá, tomou um elevador privativo que a levou para a área reservada às autoridades, onde já se encontrava o presidente da Fifa, Joseph Blatter. As primeiras hostilidades aconteceram antes mesmo do início do jogo. Um grupo de pessoas sentadas na área vip (o setor mais caro), gritou, em um coro que acabou se espalhando pelas arquibancadas. "Ei, Dilma, vai tomar no c...". O mesmo xingamento foi estendido à entidade máxima do futebol: "Ei, Fifa, vai tomar no c...".

O protesto da torcida durou menos de um minuto, mas confirmou as preocupações do Palácio do Planalto. A própria presidente optou por não se pronunciar no evento, alegando que este era um momento da Seleção. Encaminhou uma carta desejando sorte aos jogadores, pediu aos jornalistas, na saída do hotel onde ofereceu o almoço para os chefes de Estado, que se "concentrassem para o jogo", mas não quis arriscar palpites de placar.

Após o Hino Nacional, embora tenha demonstrado emoção com a música encerrada à capela pelo coro de 62 mil vozes presentes ao estádio, mais uma vez Dilma foi xingada por parte dos torcedores brasileiros. Os apupos e as ofensas foram abafados por aplausos, gritos e assobios direcionados aos jogadores e cessaram quando a bola rolou e a política cedeu espaço ao futebol.

Com o sofrimento diante de um empate duro com a Croácia, os torcedores se esqueceram da presença da presidente no estádio. Mas, quando Neymar converteu o pênalti, inexistente, e virou o jogo para o Brasil, o telão mostrou uma Dilma, vestida de verde, comemorando. Foi a deixa para, mais uma vez, ela ser hostilizada com a mesma frase dita anteriormente.

Dilma ainda foi xingada uma última vez, próximo ao fim da partida, quando Oscar, de biquinho, fez o terceiro gol, selando a primeira vitória do Brasil na Copa do Mundo realizada em casa. Com isso, Dilma foi hostilizada mais vezes do que na abertura da Copa das Confederações no ano passado, quando foi vaiada em três oportunidades — em nenhum momento, os torcedores presentes no Estádio Nacional de Brasília xingaram a presidente.

Ausência de Lula
Para o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), os ataques à presidente estavam misturados com as vaias direcionadas à seleção da Croácia. "Não vi tanta gente assim vaiando a presidente", desconversou ele, que estava chegando à Fifa Fan Fest de Fortaleza, acompanhado do governador do Ceará, Cid Gomes. Na próxima terça-feira, a capital cearense sediará a partida entre Brasil e México.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), as vaias e críticas direcionadas a Dilma só fazem sentido se forem analisadas pela ótica dos pessimistas que "torciam para que a Copa no Brasil fosse um fracasso, o que não será". E completou. "Foi um ato desrespeitoso, mas a presidente terá maturidade para encarar isso. Ela tem muitas coisas a mostrar ao Brasil, além da Copa, e o povo saberá reconhecer isso nas urnas", completou.

Já o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldmann (SP), concorda que é natural políticos serem vaiados em jogos de futebol, por serem elementos estranhos ao ambiente. "Mas ser xingada sem ter sido anunciada, sem ter feito discurso, mal aparecendo no telão, mostra o nível de rejeição que ela enfrenta em São Paulo", disse Goldmann, acrescentando que, se Lula estivesse no Itaquerão ontem, também teria sido criticado. "Por que ele, grande autor intelectual deste Mundial, recusou-se a assistir ao jogo no estádio? A rejeição de ambos entre os paulistas é equivalente", disse o dirigente tucano.

Troca de informações entre Brasil e Chile
Antes de a bola rolar ontem, a presidente Dilma Rousseff assinou um tratado sobre as violações dos direitos humanos nos regimes militares com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, no Palácio do Planalto. No encontro, elas também falaram sobre temas da agenda bilateral, em especial as questões relacionadas à cooperação energética, à integração física, ao comércio e aos investimentos. Bachelet foi convidada a assistir ao jogo hoje do Chile contra a Austrália, em Cuiabá (MT). No domingo, Dilma recebe a chanceler alemã Angela Merkel, que assistirá à seleção da Alemanha contra Portugal, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).

Presidenciáveis na torcida
Os dois principais adversários da presidente Dilma Rousseff na disputa eleitoral de outubro optaram por assistir à estreia do Brasil na Copa acompanhados das famílias. O pré-candidato tucano, senador Aécio Neves (MG), acompanhou a partida contra a Croácia ao lado da esposa, Letícia Weber, que segue internada na Clínica Perinatal Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Aécio comprou duas camisas da Seleção e personalizou-as com os nomes dos gêmeos Júlia e Bernardo, nascidos no último sábado. Amanhã, Aécio estará em São Paulo para a convenção nacional do PSDB que ratificará sua candidatura ao Planalto. Já o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, acompanhou ao lado da esposa, Renata, e dos filhos, em sua residência, no Recife. Na página oficial de uma rede social, Campos escreveu: "O primeiro passo rumo ao hexa foi dado. Vamos em frente, Seleção. O povo brasileiro merece essa alegria". Mais cedo, Campos esteve em Brasília, com a pré-candidata a vice, Marina Silva, em audiência na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dilma Rousseff é xingada ao chegar na Arena Corinthians

• Esforço em esconder a presidente no jogo de abertura da Copa não deu resultado e torcida entoou grito ofensivo contra a Dilma

Jamil Chade - O Estado de S. Paulo

O esforço de esconder a presidente Dilma Rousseff do público no estádio da abertura da Copa do Mundo não deu resultado. Poucos minutos depois de a presidente ter chegado à Arena Corinthians para a festa de abertura do Mundial, o estádio xingou a presidente. "Ei, Dilma, vai tomar no c...", entoavam os torcedores. Em algumas partes do estádios, os gritos foram dirigidos contra a Fifa.

Dilma chegou sob forte segurança. Depois de almoçar com chefes de Estado que estão em São Paulo para a Copa, ela seguiu para a arena. Aterrizou em um helicóptero e depois seguiu com um comboio a uma garagem do estádio. De lá, pegou um elevador que a conduziu diretamente para dentro da sala vip.

Dilma não vai discursar na abertura, rompendo com uma tradição de 30 anos de chefes de Estado que abrem os Mundiais. Sua decisão foi tomada depois de ser vaiada na abertura da Copa das Confederações. Joseph Blatter, presidente da Fifa, também não vai discursar. Mas nem isso evitou a reação do estádio contra a presidente, mesmo sem a ver. Momentos depois de xingarem a presidente, os torcedores foram ao delírio quando a seleção brasileira entrou em campo para aquecer.

A declaração de que o evento está oficialmente aberto será em uma cerimônia com jovens no meio do gramado, que soltarão pombas representando a paz. O xingamento foi realizado durante a festa que custou R$ 18 milhões. A Fifa garantiu que é ela quem está pagando pela cerimônia. Dilma assistiu à cerimônia ao lado de Joseph Blatter, presidente da Fifa. Ao lado dela estava sua filha, Paula. Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, o príncipe Ali da Jordânia e o vice-presidente Michel Temer também estavam nos assentos em sua volta.

Na abertura, Blatter também não falará. "Como ele pode falar se Dilma não fala?", questionou Walter de Gregorio, diretor de comunicação da Fifa. Dilma, em reunião com jornalistas, indicou que foi Blatter quem a pediu para não falar. Mas a Fifa insiste que a decisão foi "compartilhada".

A abertura da Copa teve uma presença fraca de chefes de Estado. Segundo o Palácio do Planalto, apenas oito presidentes ou vice-presidentes aceitaram o convite feito por Dilma Rousseff a todo o mundo e estão em Itaquera. A presidente brasileira receberá a presidente do Chile, Michelle Bachelet, Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), José Eduardo dos Santos (Angola), além dos presidentes do Paraguai e Suriname. Da África, virão o chefe de Estado do Gabão e o vice-presidente de Gana.

Dilma é vaiada por torcedores no Rio

Roberta Pennafort - Agência Estado

Ao aparecer no telão, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada por torcedores presentes à Fifa Fan Fest na Praia de Copacabana. Até estrangeiros entoaram vaias. Já a entrada da seleção brasileira em campo foi muito aplaudida e o hino foi cantado. A área comporta 20 mil pessoas e está bem cheia.

Dilma é xingada por torcedores no Itaquerão

Ronaldo D'Ercole e Carol Knoploch – O Globo

SÃO PAULO e BRASÍLIA - Apesar de todo o cuidado dos assessores do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff voltou a ser hostilizada nesta quinta-feira pelo menos três vezes, depois da cerimônia de abertura da Copa do Mundo e durante a partida no Itaquerão. Com o encerramento do show, dividido em quatro atos, um locutor fez um agradecimento aos operários que trabalharam nas obras dos estádios da Copa e pediu palmas dos torcedores também aos familiares "daqueles que não estão mais aqui". O estádio todo aplaudiu, mas em seguida começou um coro ofensivo à presidente.

"Eh, Dilma, vai tomar no c...", gritou parte dos torcedores, ao que se seguiram vaias.

A manifestação foi rápida, mas suficiente para causar mal estar em meio à festa. As hostilidades contra a presidente voltaram depois da execução do hino nacional, já com as seleções de Brasil e Croácia em campo.

Novamente, um grupo da arquibancada Norte puxou o coro "Eh Dilma, vai tomar no ...". Mas desta vez os xingamentos e vaias foram rapidamente interrompidos por aplausos, gritos e assovios.

Já no segundo tempo, a presidente foi hostilizada pela terceira vez. Logo depois de Neymar assinalar o segundo gol do Brasil, o telão exibiu a imagem de comemoração de Dilma, o que levou os torcedores a repetirem o coro.

Embora já estivesse presente no estádio (dividia a tribuna de honra com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e outras autoridades), a presidente não teve seu nome anunciado em nenhum momento. E também não fez o tradicional pronunciamento de abertura, quebrando pela primeira vez em 30 anos um protocolo entre os chefes de Estado do país-sede.

As declarações do chefe de estado e do presidente da entidade na abertura da Copa foram substituídas pela entrada em campo de três crianças carregando pombas que foram soltas simbolizando o desejo de paz durante o megaevento.

Um forte esquema de segurança protegeu a presidente na sua chegada. Depois de oferecer almoço a nove chefes de Estado que estão em São Paulo para a Copa, ela seguiu para o estádio. Um helicóptero acompanhou o trajeto da presidente até o estádio. Lá dentro, usou um elevador privativo que a deixou na área destinada às autoridades.

Durante o Congresso da Fifa, esta semana em São Paulo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmara que Dilma não irá a outros jogos, além da abertura e da final:

- Ela vai na abertura e na final. Mas não faria sentido ir no jogo entre Alemanha e Portugal, por causa da Angela Merkel, e não ir no jogo do Chile (que deve ter Michelle Bachelet). Assim, não vai em nenhum outro - explicou o ministro que, no entanto, não sabe se a presidente entregará a taça ao campeão, no Maracanã.

Na Copa das Confederação, há um ano, a presidente também foi vaiada pelo público presente no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Na oportunidade, Blatter ficou constrangido e chegou a explicitar esse incômodo, dizendo "onde está o respeito, onde está o fair play" e foi vaiado também.

Aécio Neves assiste ao jogo ao lado da mulher em maternidade no Rio

• Sem previsão de alta dos filhos prematuros, pré-candidato tucano faz diário de gravidez de Letícia

Juliana Castro – O Globo

RIO — O pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, decidiu assistir ao jogo da seleção brasileira contra a Croácia ao lado de sua mulher, Letícia, em um quarto da maternidade Perinatal, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.

Os filhos gêmeos de Aécio, Júlia e Bernardo, nasceram prematuros no último sábado, dia 7, e estão na UTI neonatal. Ainda não há previsão de alta para os bebês. Letícia está internada desde o dia 21 de maio.

Em sua página no Facebook, Aécio tem feito uma espécie de diário da gravidez de Letícia, anunciada no inicio do ano.

“Compartilho com amigos e amigas uma notícia que deixou a mim e a Letícia muito felizes. Letícia, minha mulher, está gravida e certamente nossa casa ficará mais alegre e feliz”, anunciou, que já é pai da jovem Gabriela Neves, de 21 anos, filha do primeiro casamento.

Campos critica decreto que cria conselhos populares

• Para pré-candidato do PSB à Presidência, proposta de Dilma tem finalidade eleitoral

Daiene Cardoso - Agência Estado

BRASÍLIA - O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse na manhã desta quinta-feira, 12, estranhar a edição de um decreto presidencial criando os conselhos populares, após 12 anos de governo petista. Após encontro com dirigentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Campos disse achar natural que a sociedade não acredite na participação popular proposta pelo decreto da presidente Dilma Rousseff, uma vez que a atual gestão não dialoga com a sociedade.

"Não é estranho que a quatro meses da eleição saia um decreto tentando passar a ideia de que vai ter a participação da sociedade, num governo que tem pouca aptidão ao diálogo?", questionou o candidato.

Divulgado no dia 26 de maio, o texto regula, em 22 artigos, a relação do governo com os movimentos sociais, institucionalizados ou não. Cria conselhos, comitês, fóruns e auditorias e encarrega a Secretaria-Geral da Presidência de coordená-los. Os integrantes não serão remunerados e o governo não será obrigado a atender as sugestões dos conselhos ao adotar novas políticas públicas.

Aos jornalistas, Campos disse que o seu partido ainda está fazendo um debate interno sobre o assunto, mas que considera curioso o governo criar novos conselhos, quando a atual política é da desconstrução desses grupos de participação popular.

"Na verdade, 12 anos é um prazo bastante longo para a gente ver que tem que aperfeiçoar a participação da sociedade, sobretudo num governo que desmonta os conselhos", disse Campos, mencionando como exemplo o Conselho Nacional de Política Energética. "Veja quantas vezes ele se reuniu", emendou.

De acordo com Campos, falta coerência entre a palavra, a atitude e os gestos da presidente Dilma Rousseff. "Essa palavra e esse decreto não têm nada a ver com o que o governo pratica no dia a dia. É um governo fechado, que não tem as portas abertas para o diálogo", comentou.
Segundo Campos, no encontro de aproximadamente uma hora com os dirigentes da CNBB, a conversa se baseou em temas sociais como saúde, saneamento básico, reforma agrária, a questão indígena e a reforma política. "Há uma grande preocupação (da CNBB) com a melhora do padrão político no Brasil", afirmou. Segundo o pré-candidato, o tema aborto não entrou na pauta das discussões.

"O Brasil mudou de 2010 para cá e mudou para pior", disse o candidato, destacando os problemas econômicos como a volta da inflação, a crise do setor energético como os principais pontos de piora no cenário brasileiro. "Essa eleição é o debate de um final de um ciclo", resumiu.

Questionado sobre o palanque eleitoral de São Paulo, Campos disse que o apoio do PSB no Estado ainda está sendo discutido e que prefere aguardar a convenção marcada para o dia 21 de junho. O pré-candidato disse que o partido manterá o apoio com o pré-candidato do PROS ao governo do Rio de Janeiro, Miro Teixeira.

Eduardo Campos critica decreto que institui participação popular

• Campos e Marina Silva participaram de reunião na CNBB

Fernanda Krakovics – O Globo

BRASÍLIA - Pré-candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos disse, nesta quinta-feira, estranhar que o decreto presidencial que cria a Política Nacional de Participação Social tenha sido editado depois de 12 anos de governo do PT e às vésperas das eleições.

- Eu estranho que um decreto desse chegue depois de 12 anos governando, que ele chegue nessa hora. Não é estranho que a quatro meses da eleição saia um decreto tentando passar a ideia de que vai ter a participação da sociedade? É um governo fechado, que não tem aberto as portas para o diálogo com a sociedade e a quatro meses da eleição sai com um decreto dando a entender que vai ter participação social, que vai ser integrado.

Campos disse ainda que o decreto contraria a prática do governo Dilma Rousseff no dia a dia:

- Na verdade 12 anos é um prazo bastante longo para a gente ver exatamente o que a gente tem que aperfeiçoar em termos de participação da sociedade, sobretudo em um governo que desmontou os conselhos. Eu falo por exemplo do Conselho Nacional de Política Energética. A questão da energia é central hoje para o Brasil. Veja quantas vezes ele se reuniu. Veja se ele tem representação da sociedade até hoje.

Campos e sua provável vice Marina Silva participaram de reunião, na manhã desta quinta-feira, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Estavam o presidente da entidade, Dom Raymundo Damasceno; o secretário-geral Dom Leonardo Steiner; e o vice-presidente Dom José Belisário, que é arcebispo de São Luís. Também participou do encontro o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Pela primeira vez, há uma chefe de Estado sem condições de se apresentar à população, diz Aécio

RIO DE JANEIRO (RJ) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista nesta quinta-feira (12), no Rio de Janeiro, após a vitória do Brasil sobre a Croácia por 3 x1, na estreia da Copa do Mundo. Aécio respondeu a perguntas sobre a seleção brasileira, a reação do público à presidente Dilma Rousseff e ações do Ministério Público.

Sobre a estreia da seleção.
Estreia é muita tensão. O Brasil sofreu essa tensão, a pressão da estreia, mas o importante é que ganhou. Acho que daqui para frente, olha que acompanho muito futebol, o time vai jogar mais solto. O Brasil tem um time muitas vezes superior a esse time da Croácia. Sentiu a pressão, o que é absolutamente natural. Vamos torcer para que nos próximos jogos a seleção deslanche, se solte mais e jogue o futebol que tem para jogar. O importante é começar com vitória, isso ajuda tudo, tranquiliza demais daqui por diante.

É a tensão da largada, do primeiro jogo. Acho que o Brasil vai jogar muito mais solto daqui por diante e vai estar, com certeza, nas próximas fases. Agora é fazer o que sabe fazer, o que se preparou para fazer. Passou o sufoco. Eu vi um ex-jogador, não sei se o Ronaldo ou o Cafu, que disse que o primeiro jogo é sempre mais tenso até que a final. É isso que acontece. Todo mundo querendo saber como o time vai estar, como cada jogador vai corresponder. Então, acho que foi bom, foi uma bela vitória.

Sobre manifestações contra a presidente da República hoje no Itaquerão.
O que fica para a história é que tivemos, depois de algumas décadas, no mundo, uma Copa do Mundo em que o chefe de Estado não se vê em condições de se apresentar à população. Isso é reflexo do que está acontecendo com o Brasil.

Temos hoje uma presidente sitiada, uma presidente que só pode aparecer em eventos públicos protegida. É dessa forma que ela fará a campanha. Isso, mais do que qualquer palavra minha, retrata o que vem acontecendo no Brasil, o sentimento dos brasileiros em relação ao governo.

O senhor esperava a reação que houve?
Não, nem torço por isso. Mas acho que é o sentimento que existe hoje no Brasil. Não em relação à própria presidente em especial, mas a tudo que vem acontecendo no governo. Acho que a realidade é que temos hoje uma presidente sitiada, só pode aparecer em público muito protegida. E aí, usa e abusa de instrumentos de Estado para fazer o seu proselitismo político, como aconteceu mais uma vez essa semana, em mais uma convocação de mais uma cadeia de radio e televisão.

Sobre manifestações nas ruas.
Tenho dito sempre que as manifestações têm de ser não só permitidas, mas respeitadas. E as nossas forças de segurança devem garanti-las. A violência que assistimos de novo hoje, depredação do patrimônio, isso tem de ser contido. O que percebi é que é um número muito menos expressivo do que assistimos algum tempo atrás. Acho que as forças de segurança têm que conter e conter mesmo aqueles que vêm às ruas para depredar patrimônio, para atentar contra a integridade física das pessoas. Isso tem de ser contido. Isso nada tem a ver com manifestação. Ao contrário, o que mais inibe as manifestações são esses atos de violência. As manifestações provavelmente ocorrerão ou continuarão ocorrendo, em que dimensão for, essas têm de ser respeitadas e, repito, protegidas pelas forças de segurança. A violência não. Esta tem de ser contida e contida de forma exemplar.

Sobre decisão tomada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
É uma decisão da Justiça. O Ministério Público está fazendo a sua parte. O que tenho dito é que a liberdade de imprensa é fundamental. A liberdade de informação é absolutamente natural. Agora, o crime é crime fora e dentro da rede. E cabe à Justiça fazer essa avaliação. Está nas mãos da Justiça.

Campos não pode exagerar nas críticas, diz Lula a jornal

Murillo Camarotto - Valor Econômico

RECIFE - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta sexta-feira no Recife para o lançamento da pré-candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) ao governo estadual. É a primeira vez que Lula visita Pernambuco como adversário do ex-governador e hoje pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB), que segundo o ex-presidente “não pode exagerar nas críticas” ao governo federal.

“Creio que o Eduardo não pode exagerar nas críticas porque ele sabe que é o mesmo projeto, o projeto do qual ele participou e que tantos avanços trouxe para Pernambuco e o Brasil”, disse Lula, em entrevista concedida por e-mail ao “Jornal do Commercio”, do Recife.

Questionado sobre a crítica feita recentemente por Campos de que a presidente Dilma Rousseff não olhou para o Nordeste, Lula disse ter certeza que Pernambuco nunca recebeu tantos investimentos federais quanto nos últimos 12 anos. “E o Eduardo é testemunha disso, pois o avô dele era governador quando o PSDB estava na Presidência e o Estado sofreu muito”, disse.

O ex-presidente dividiu com Campos a responsabilidade por atrasos em grandes obras estruturantes, como a transposição do rio São Francisco. De acordo com Lula, o presidenciável do PSB sabe das dificuldades da obra, pois um mi nistro indicado por Campos (Fernando Bezerra) teve o projeto sob sua alçada durante três anos.

Lula voltou a afastar a possibilidade de ser candidato no lugar de Dilma e disse que será o cabo el eitoral número 1 da presidente. Os dois vão participar do lançamento da candidatura de Monteiro Neto em um evento marcado para às 18h. Antes, Dilma inaugura uma obra viária, uma estação de metrô e prestigia a formatura de alunos de um programa federal de capacitação.

Opositores aproveitam para criticar presidente


  • Pré-candidatos Aécio e Campos divulgam fotos para mostrar torcida

Luciana Nunes Leal e Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo

Adeptos da “torcida discreta”, os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) trocaram a arquibancada pelas redes sociais para desejar boa sorte à seleção brasileira e passar suas mensagens políticas. Ambos procuraram rebater a presidente Dilma Rousseff, que na noite de terça-feira atacou os “pessimistas” em pronunciamento sobre o início da Copa.

Aécio e Campos assistiram à estreia da equipe de Luiz Felipe Scolari contra a Croácia nos Estados em que mantêm residência: no Rio e em Pernambuco, respectivamente - ambos divulgaram fotos. Antes e depois do jogo, foram ao Facebook e fizeram declarações sobre a estreia do Brasil, que venceu a Croácia por 3 a 1.

Já na noite de quarta-feira, Aécio postou no Facebook que “o Brasil vai vencer dentro e fora de campo”. O senador por Minas viu o jogo na clínica em que estão internados sua mulher, Letícia Weber, e os filhos gêmeos recém-nascidos.

Logo após a partida, Aécio publicou uma foto ao lado de Letícia e com camisas estampando os nomes de Julia e Bernardo. Depois, ao falar com jornalistas, o tucano foi questionado sobre momentos de hostilidade contra Dilma durante o jogo e o fato de a presidente não ter discursado na abertura.

“O que fica para a história é que temos uma Copa do Mundo em que o chefe de Estado não se vê em condições de se apresentar à população”, afirmou. “Temos uma presidente sitiada, que só pode aparecer em eventos públicos protegida.”

Palpite. Pela manhã, Campos esteve na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, e arriscou uma vitória da seleção por 2 a 0. “Eu só sei que um é do Neymar (o atacante marcou duas vezes)”, afirmou. O ex-governador foi o único a chutar em público o resultado. Perguntado se tinha alguma superstição para ver os jogos, Campos brincou: “Na porta da CNBB falar de superstição?”

No intervalo do jogo de ontem, Campos postou no Facebook um vídeo no qual diz: “Agora todos juntos vamos torcer pela seleção brasileira. Passada a Copa, todos juntos vamos mudar o Brasil”.

Bases do PSDB cobram políticas sociais

Marcos de Moura e Souza e Cristiane Agostine – Valor Econômico

BELO HORIZONTE e SÃO PAULO - Daqui a dez dias, a campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) terá pronto um primeiro documento com as propostas de políticas sociais de um eventual governo tucano.

Os responsáveis pela elaboração do documento defendem a manutenção - com melhorias - de programas do PT que serão slogans da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Críticos constantes da política econômica do governo Dilma Rousseff (PT), sobre a qual defendem revisões urgentes, Aécio e seus aliados adotam uma postura diferente em relação às políticas sociais petistas.

"Temos de sinalizar para o eleitor que não queremos destruir nada", disse ao Valor o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG) que, junto com a ex-deputada Rita Camata, do Espírito Santo, está à frente do grupo de trabalho sobre políticas sociais da campanha de Aécio.

"Precisamos sinalizar e nos posicionarmos diante de alguns desses programas que são carros-chefes [de Dilma], como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pronatec e Mais Médicos. Votamos sempre favoráveis a eles", disse Barbosa. "Agora, tem coisa que precisa melhorar."

Entre as melhorias, ele cita a necessidade de aprimorar o Bolsa Família e ajudar os beneficiários a reduzir sua dependência em relação ao programa. Aprimorar e avançar também vale para o Minha Casa, Minha Vida, disse ele, sem antecipar o que será proposto.

Os programas sociais em curso alcançam milhões de eleitores e uma crítica mais aberta a eles poderia ser um tiro no pé da campanha tucana. Desde 2009, o Minha Casa, Minha Vida - programa que concede condições facilitadas para a compra da casa própria - já contratou 3.408.184 de casas ou apartamentos e entregou 1.666.242 a famílias de mais baixa renda, segundo o Ministério das Cidades. No programa de capacitação e educação profissional (Pronatec), já se matricularam 6,9 milhões alunos em 4 mil municípios, segundo o Ministério da Educação.

O Bolsa Família atende a mais de 14,1 milhões de famílias, quase 50 milhões de pessoas, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. As famílias mais pobres recebem um valor médio de R$ 242. Dilma anunciou há algumas semanas reajuste de 10% do valor pago às famílias que estão no Bolsa Família.

Mesmo perdendo prestígio, a presidente ainda é vista como favorita, principalmente, entre as famílias de mais baixa renda e que são beneficiadas pelos programas sociais. Aécio procura atrair esse eleitorado e para isso se esforça para afastar as versões de que, se eleito, cortará programas sociais e adotará medidas que atendem prioritariamente interesses dos mais endinheirados.
Muitas dessas versões são alimentadas pelo PT, por Lula e pela própria presidente e candidata Dilma. Em visita a Minas Gerais, base eleitoral de Aécio, ela disparou contra os adversários dias atrás: "Eles estão tentando aparecer como grandes defensores do Bolsa Família, quando a gente lembra que chamavam o Bolsa Família de bolsa esmola, nunca foram a favor de políticas sociais".

No ano passado, o senador mineiro apresentou um projeto de lei que transforma o programa em política de Estado. Outro projeto dele garante ao beneficiado que consiga um emprego registrado mais seis meses do Bolsa Família.

"O Bolsa Família está enraizado, faz parte sim da paisagem econômica e social das famílias", disse ele em maio em São Paulo num encontro com empresários.

Entre fim de abril e durante todo maio, Barbosa e Camata ajudaram a promover reuniões chamadas de "rodadas sociais" em Campina Grande, Curitiba, Goiânia, Manaus e São Paulo. Participaram funcionários públicos que trabalham com assistência social e também lideranças de movimentos e organizações populares que o PSDB tem mais acesso. Entre ajustes e mudanças pontuais, Barbosa e Camata ouviram demandas por maior diálogo com governo sobre políticas sociais.

O texto com as propostas será finalizado no dia 23, disse Barbosa. E será, então, levado ao coordenador do plano de governo, o ex-governador de Minas Antonio Anastasia (PSDB). Anastasia já disse ao Valor que a orientação do candidato é que o plano de governo dê ênfase às pessoas e políticas sociais.

Eduardo Barbosa afirma que, para além das ações existentes, das propostas do texto haverá uma política para idosos, pela qual o Estado passe a dar uma assistência maior à população que começa a envelhecer; e também uma política para pessoas com deficiências. Os tucanos têm falado também em uma integração dos programas hoje espalhados por alguns ministérios. Outra promessa é que experiências dos governos estaduais tucanos ganhem escala nacional.

Em Minas, governos tucanos adotaram uma experiência semelhante ao Bolsa Família, com a diferença de que os beneficiários recebem, como estímulo, depósitos em uma conta poupança à medida que avançam nos estudos ou no trabalho.

Ao buscar exemplos em São Paulo, Estado comandado pelo PSDB há 20 anos, Aécio poderá exibir programas sociais semelhantes a projetos adotados no governo federal.

Na comparação com o Pronatec, uma das principais bandeiras de Dilma, os tucanos mostrarão que o Estado dobrou o número de escolas técnicas (Etecs) nos últimos dez anos e aumentou as matrículas de 62,8 mil para 178,8 mil. Nos últimos quatro anos, na gestão do governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin, foram criadas 24 escolas técnicas, distribuídas de forma semelhante no interior e na região metropolitana. No interior, principal base eleitoral de Alckmin, o governador implantou 11 escolas técnicas e na região metropolitana, tradicional reduto petista, foram 13. Nesse mesmo período, o número de faculdades de ensino tecnológico (Fatecs) quadruplicou e as matrículas saltaram de 15, 1 mil para 72 mil.

Na área da saúde, para fazer um contraponto ao Mais Médicos, o PSDB poderá exibir o pagamento de bônus aos médicos que trabalharem em hospitais da periferia, anunciado por Alckmin dois meses depois do lançamento do programa federal. O programa paulista foi sancionado há dois meses e prevê um adicional de 30% aos médicos. Os profissionais com mestrado, doutorado e pós-doutorado poderão ter gratificação ainda maior. Com os dois bônus, o teto do salário da rede passa a ser de R$ 17,7 mil para a jornada de 40 horas semanais - mais do que os R$ 10 mil do Mais Médicos.

No combate às drogas, o PSDB reforçou em São Paulo o programa Recomeço, de tratamento dos dependentes químicos, depois da ampliação de ações do governo federal e do prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, para recuperar drogados.

Na área de habitação, o PSDB paulista pretende usar como vitrine as 170 mil moradias construídas desde 2011 e prometidas até o fim deste ano por meio da CDHU, companhia estadual de habitação, e do programa Casa Paulista - que é integrado com o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

Na mesma linha da gestão Dilma, Alckmin anunciou no fim do ano passado o Programa Estadual de Inclusão, que cria um sistema de bônus para negros, pardos e indígenas em concursos públicos do Estado. Segundo o governo estadual, a medida pode beneficiar mais de um terço da população paulista. Um mês antes, a presidente havia encaminhado ao Congresso um projeto para reservar 20% das vagas em concursos públicos para negros e pardos. A lei federal que prevê a cota foi sancionada no início deste mês.

Com a criação de bandeiras semelhantes às do governo federal em São Paulo, os tucanos tentam minimizar as críticas do PT sobre os problemas do Estado na área social.

Peemedebistas ‘aecistas’ programam três eventos no Rio em conjunto com PSDB

• Encontros de apoio a Aécio e Pezão são resposta à renovação da aliança nacional PMDB-PT

Cassio Bruno e Marcelo Remígio – O Globo

RIO — Após a derrota na convenção nacional do PMDB que decidiu pela continuação da aliança nacional com o PT para as eleições presidenciais, peemedebistas fluminenses dissidentes resolveram contra-atacar. O movimento “Aezão”, criado pelo presidente regional da legenda, Jorge Picciani, prepara três grandes eventos no estado para reunir o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência pelo PSDB, e o governador Luiz Fernando Pezão, que tentará a reeleição pelo PMDB.

Os encontros serão realizados na Zona Oeste, em outra região da capital e na Baixada Fluminense, importantes colégios eleitorais, mas ainda não têm data para ocorrer. A cúpula do PMDB no Rio estuda a possibilidade de promover os eventos entre a segunda quinzena deste mês e o início oficial da campanha, em 6 de julho. A expectativa é que cada um deles reúna pelo menos cinco mil pessoas. Durante a campanha, serão realizados encontros públicos mensais do “Aezão”.

A reação do grupo “Aezão”, que tem o apoio oficial do PSDB, PSD, PP, PSL, PEN, PMN, PTC e Solidariedade, já estava sendo articulada antes do resultado da convenção da última terça-feira. Nos bastidores, os peemedebistas do Rio sabiam que as chances de o partido abraçar a campanha de Aécio em todo o país era praticamente impossível. Após o resultado que ratificou a aliança com os petistas, a Executiva Nacional do PMDB ameaçou os diretórios dissidentes, incluindo o do Rio de Janeiro, de redução dos repasses provenientes dos fundos partidários, além de cortar a ajuda para o financiamento de campanhas.

Integrantes do movimento “Aezão” minimizaram as ameaças da Executiva Nacional e deixaram claro que, como reação, vão obstruir votações na Câmara dos Deputados, com pedidos de verificação de quórum e votação nominal. O movimento controla quase que na totalidade a bancada peemedebista fluminense na Casa.

Presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo (PMDB) afirmou que permanece fiel à aliança com Dilma. No entanto, disse que os dissidentes não serão impedidos pelo partido de trabalhar para outros candidatos à Presidência da República. Ele culpou, novamente, o PT fluminense de ter provocado o racha no estado. Segundo Paulo Melo, ex-integrante petistas do governo Sérgio Cabral têm criticado a administração peemedebista, ao mesmo tempo que “esquecem do legado deixado pela gestão e que participaram do governo”.

— O PT no Rio abre brechas para que movimentos como o “Aezão” aconteçam e que outros grupos políticos, até então aliados do partido, também deixem de apoiar as candidaturas petistas — disse.

Publicamente, o governador Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes apoiam a reeleição de Dilma. No entanto, o trio não tem feito qualquer esforço para conter os rebeldes do PMDB que vão pedir votos para Aécio.

— O PT já conseguiu o que queria: o tempo de propaganda partidária na TV e no rádio para (a presidente) Dilma (Rousseff, pré-candidata à reeleição). Agora, é rua. Vamos pôr o nosso batalhão nas ruas — afirmou um deputado do PMDB integrante do “Aezão”.

PSDB na chapa ainda é dúvida
Neste momento, a esperança do movimento “Aezão” é pelo anúncio de um apoio formal do PSDB ao PMDB no estado, já que dificilmente os tucanos irão compor a aliança com o ex-prefeito Cesar Maia, pré-candidato ao governo do estado pelo DEM. Assim, os peemedebistas poderão confeccionar propagandas, incluindo placas, cartazes e panfletos com os nomes e fotos de Aécio e Pezão.

— O Pezão não terá escolha. Vai ter de subir no palanque montado pelo grupo “Aezão”. Vamos trabalhar para isso. Ele não está bem nas pesquisas. Não pode ficar escolhendo os aliados - ressaltou o mesmo parlamentar peemedebista.

No primeiro evento público do “Aezão”, realizado em um restaurante na Barra da Tijuca, na semana passada, Pezão, Cabral e Paes não compareceram. Na convenção nacional do PMDB, em Brasília, porém, o governador, assim como Paulo Melo, culpou o PT-RJ pelo surgimento do “Aezão”.

— Desde o momento que o PT rompeu com a gente, permitiu esses movimentos — disse Pezão.

No Rio, o PT lançou a pré-candidatura ao governo do senador Lindbergh Farias com o aval do ex-presidente Lula. Os peemedebistas fluminenses ficaram revoltados porque queriam que os petistas apoiassem Pezão. Na convenção do PMDB, o discurso mais duro foi de Eduardo Paes, que fez ameaças:

— Viemos manifestar o apoio a essa aliança. O Partido dos Trabalhadores, em nível regional, não tem essa compreensão, não são patriotas e não percebem a importância da reedição dessa aliança. Precisamos exigir essa compreensão do PT. Ainda há tempo para conduzir essa campanha pacificada, sem qualquer tipo de conflito e desentendimento. Se qualquer acusação for feita ao governo Cabral e Pezão, será devolvida na mesma moeda.

Merval Pereira; Números ruins

- O Globo

A mais recente pesquisa do Ibope sobre a corrida presidencial tem números ruins para a presidente Dilma, mas nenhum igual ao que mostra que hoje, pela primeira vez, na avaliação de seu governo o índice de ruim e péssimo já é maior do que o de bom e ótimo, 33% a 31% respectivamente.

A esse saldo negativo soma-se o fato de que a presidente permanece no menor índice de aprovação possível para a reeleição, na faixa que indica, segundo pesquisas de estudiosos, dificuldades para obter um novo mandato.

Outro dia fiz referência a essa pesquisa do cientista político Alberto Carlos de Almeida, do Instituto Análise, sobre a qual já escrevera anteriormente, e muitos leitores espantaram-se com o fato de a presidente Dilma estar em primeiro nas pesquisas eleitorais e ao mesmo tempo correr o risco de perder a eleição.

Conforme já escrevi aqui, a taxa de aprovação de seu governo está “no limbo”, na definição do cientista político Alberto Carlos Almeida. Ele tem um estudo que mostra que, em 46 de 104 eleições para governador realizadas entre 1994 a 2010 em que havia um candidato à reeleição, todos os que chegaram à eleição com o índice de ótimo e bom igual ou maior do que 46% foram reeleitos.

Ao contrário, os que disputaram a reeleição com a soma de ótimo e bom igual ou menor do que 34% foram derrotados.

Como, na ocasião a presidente Dilma tinha 35% de ótimo e bom, segundo pesquisa do Ibope, estaria em situação delicada, à beira da reeleição ou da derrota, segundo a forma como os números se comportarem durante a campanha.

Hoje, a mais recente pesquisa do Ibope detectou que esse índice já caiu para 31%, e na pesquisa mais recente do Datafolha ele estava em 33%.

Nesse mesmo estudo, o cientista político Alberto Carlos Almeida mostra que 40% a 43% dos candidatos à reeleição nos governos dos estados que chegaram às urnas com índices de ótimo e bom entre 35% e 45% se reelegeram, o que demonstra que a derrota é mais provável nessa faixa de avaliação, embora não uma certeza.

Uma ressalva importante que Alberto Carlos Almeida faz é que é possível melhorar a avaliação no decorrer da campanha. Dilma terá três vezes mais tempo de propaganda eleitoral que o tucano Aécio Neves e sete vezes mais que Eduardo Campos, do PSB.

O fato negativo para a presidente é que quanto mais ações ela faz para reequilibrar sua candidatura, mais ela cai nas pesquisas eleitorais, o que pode indicar que, como disse o candidato oposicionista Aécio Neves, não há marqueteiro no mundo que consiga reeleger a presidente Dilma.

Evidentemente esta é uma linguagem de campanha eleitoral e ainda é muito cedo para decretar a derrota da incumbente.

Ao contrário, ela continua à frente das pesquisas e há algumas até, como a do Vox Populi, que mantém a aposta em uma vitória no primeiro turno.

Esse instituto, que faz pesquisas para a revista situacionista Carta Capital, é o preferido dos petistas, que desconfiam dos números do Datafolha e do Ibope.

Os dois institutos, no entanto, têm um histórico de acertos melhor do que o do instituto do sociólogo Marcos Coimbra, que ficou famoso quando dirigiu a campanha vitoriosa de Collor, seu primo, à presidência.

Um outro detalhe da pesquisa do Ibope, que merece ser acompanhado de perto nas próximas, é que a presidente Dilma começa a perder fôlego nas capitais nordestinas, região em que mantém ampla margem de vantagem para seus adversários.

Se for uma tendência sustentável, é provável que essa perda de substância se alastre pelo interior, o que pode ser uma ameaça à posição de Dilma, que deve sua eleição em 2010 substancialmente à votação que teve no norte e no nordeste.

Dora Kramer: Mistura de estações

• Se alguém está confundindo futebol com política eleitoral é a presidente Dilma

- O Estado de S. Paulo

Quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo, a ideia era que a euforia tivesse vida longa e que o governo estivesse agora sendo tão festejado quanto a seleção que ontem entrou em campo para derrotar a Croácia por 3 a 1.

A intenção era recolher dividendos políticos. A realidade, contudo, não permitiu o cumprimento dos desígnios e o que se vê é o governo perdendo a confiança da população devido à deterioração da economia, que assume uma dimensão superlativa justamente pela realização da Copa com seus gastos e atrasos.

Não é o resultado em campo que vai determinar o resultado das eleições, embora a ineficácia fora dele tenha contribuído bastante para que se consolidasse a percepção de que a capacidade do governo de "realizar" não correspondia aos fatos.

Sem muito a fazer para inverter a tendência de queda na intenção de votos e no aumento da rejeição nas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff tenta nitidamente tirar algum partido da Copa. Faz uma manobra para virar o jogo e dizer que as coisas são o contrário do que na verdade são.

Diz a presidente que nem na ditadura se misturava o futebol com a política. Não é verdade. O ditador da vez a que se referia Dilma, em 1970, Garrastazu Médici, misturava sim. O que não havia era espaço para contestações, em manifestações. Não havia sequer eleições.

Agora ninguém está misturando nada com nada. O que há é uma insatisfação concreta com os serviços públicos, a ação de vândalos e a incapacidade do poder público, em todas as esferas, de responder de maneira adequada. Isso em relação a junho de 2013.

As promessas da ocasião ficaram pelo meio do caminho ou eram inexequíveis (Constituinte exclusiva para reforma política, por exemplo) e a baderna correu solta até espantar os manifestantes de boa-fé das ruas.

Em 2014, os protestos voltaram com outro perfil: categorias profissionais e movimentos, alguns politicamente instrumentalizados, que procuraram tirar proveito da visibilidade do Mundial para obter vantagens dos governos. Alguns com sucesso.

Mas não há nisso uma linha de ligação direta com os jogos propriamente ditos. A não ser aquela que a própria presidente estabelece quando atribui as críticas aos gastos e aos atrasos - o chamado mau humor geral - aos opositores do governo.

Dilma os qualifica de "pessimistas" e determina que foram "derrotados". Eram também assim chamados os que alertavam para a condução errática da economia enquanto o governo previa crescimento irreal do PIB e dizia que o aumento dos preços não era motivo de preocupação. Se alguma tese saiu derrotada aí não foi a dos que estavam sendo apenas realistas.

Agora a presidente faz uma manobra em que tenta confundir os críticos à incompetência governamental com maus brasileiros que torcem pela derrota da seleção. Foi esse o recado de seu último pronunciamento em cadeia de rádio e televisão.

Impossibilitada de colher os louros de uma organização à altura das promessas feitas sete anos atrás pelo antecessor, Lula da Silva, Dilma opta por criminalizar o senso crítico da população em relação aos deveres do poder público e a consciência de que a realização da Copa do Mundo no Brasil não é uma dádiva merecedora de gratidão eterna.

Se alguém está misturando as estações - de propósito e convenientemente com sinal trocado - é a própria presidente, que vai à televisão dizer que há uma campanha contra a Copa que, na verdade, é uma campanha contra o governo. Só faltou dizer explicitamente, porque implicitamente deu a entender, que quem não vota nela não gosta do Brasil. Por esse raciocínio, sua queda nas pesquisas é grave crime de lesa-pátria.

Tudo fantasia, fruto de manipulação marqueteira. Na batata, como se dizia antigamente, agora todo mundo vai torcer. E, em outubro, votar como bem entender.

Eliane Cantanhêde: Pontapé inicial

- Folha de S. Paulo

A presidente da República do Brasil, anfitriã de um dos maiores espetáculos do planeta, a Copa do Mundo, ficou praticamente anônima na abertura oficial dos jogos. Nem discurso, nem o protocolar "considero aberta..." e nem mesmo acenozinhos básicos para o público, desses de estadistas.

É bem verdade que vaias a chefes de Estado não são incomuns, nem um bicho de sete cabeças. Mesmo as melhores famílias e os mais populares presidentes estão sujeitos a uma vaia, especialmente em jogos.

Por isso, por pudor ou pelos palavrões, as transmissões ao vivo relevaram os gritos contra Dilma e a Fifa. Mas não deu para esconder que a presidente foi trocada pelas simpáticas pombas brancas da paz.

Paz, aliás, quebrada fora do estádios em São Paulo e, por exemplo, em Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio. A polícia, aparentemente, foi profissional: sem excessos, mas firme.

Quanto ao espetáculo de abertura, pareceu ok, nada além disso. Havia espaço demais e gente de menos, causando uma sensação assim: cadê a exuberância do sambódromo? Ainda bem que Cláudia Leite, tão esnobada na internet, estava linda, alegre e, apesar de loura, bem brasileira. Não ficou um pingo a dever a Jennifer Lopez, ao contrário.

Quanto ao jogo de estréia, nem o mais chato militante anti-Copa poderia imaginar que o primeiro gol seria um gol contra --e contra o Brasil. Coitado do Marcelo, vai ser eternamente lembrado por isso. E o segundo gol brasileiro? Fala sério, o pênalti foi no mínimo polêmico. Para um leigo, o Fred caiu de maduro.

Mas, quer saber? Apesar desses detalhes, a bola está rolando no campo, o Brasil enfim entrou no clima e a Copa tem tudo para dar certo. Não será exatamente a "Copa das Copas" que Dilma alardeava, mas mais uma Copa decente e animada.

Ah, e que golaços os do Neymar e o do super Oscar fechando o placar, hein? O que o povo quer mesmo é ver belos gols do Brasil. E viu.

Cláudio Gonçalves Couto: Pesos e medidas do legado

• Cidadãos mais críticos são um legado da Copa

- Valor Econômico

Enfim, começou a Copa do Mundo. Talvez como nunca antes na história deste país, o torneio mundial de futebol acendeu paixões. Só que, desta feita, nem tanto as paixões futebolísticas, que andaram ofuscadas, e sim paixões políticas. Certamente, desde 1970 não testemunhamos uma Copa do Mundo que tenha sido tão fortemente politizada no Brasil - embora desta vez, (felizmente) de forma muito distinta. Talvez outro torneio que tenha sido tão politizado como este, após a Copa de 1970, tenha sido o sediado na Argentina dos generais, em 1978 - novamente numa forma de politização nada invejável. Desta vez, o que temos é uma politização democrática, com as manifestações das ruas, da opinião pública midiática e da subopinião pública das redes sociais, as críticas das oposições e a cobrança pelo conjunto dos cidadãos.

Creio que a atual politização confirma expectativa que expressei numa coluna de janeiro de 2010 (www.valor.com.br/arquivo/802629/copa-olimpiada-e-os-costumes), contra os céticos e pessimistas, de que a Copa e a Olimpíada representariam desafios úteis para aumentar a pressão social sobre as autoridades políticas e esportivas, no sentido de que melhorassem sua conduta. E, de fato, o que mais temos visto desde junho de 2013 são manifestações críticas à realização da Copa do Mundo e aos seus gastos. Algumas, exageradamente.

O recrudescimento das manifestações contrárias ou, ao menos, críticas ao torneio mundial de futebol corresponde a três momentos importantes do calendário: as próprias manifestações de junho, que tiveram o condão de destampar um caldeirão de insatisfações difusas das mais diversas naturezas; a conclusão atrasada ou incompleta das obras para o evento; e o aquecimento do debate eleitoral, com as consequentes cobranças aos governantes.

Contudo, para além desse efeito de calendário, há uma questão específica de conteúdo, que diz respeito aos gastos governamentais com o evento. Este é um aspecto que pode ser considerado de duas perspectivas: (1) o montante do gasto e (2) a qualidade do gasto. Quanto ao primeiro ponto, os volumes dispendidos com estádios na forma de gastos diretos, empréstimos ou subsídios são mesmo bastante alentados - R$ 8 bilhões. Contudo, é falsa a dicotomia que se coloca entre o uso de tais recursos para a construção ou reforma de arenas e os investimentos que deveriam ser feitos em saúde e educação. Como apontou a 'Folha de S. Paulo' numa reportagem de 23 de maio, mesmo a totalidade dos gastos feitos com a Copa para além dos estádios, que envolve investimentos em infraestrutura urbana, aeroportuária, formação de pessoal etc., não chega a um mês dos gastos feitos em educação. Assim, pode-se concluir que mesmo que todos os investimentos feitos na Copa fossem destinados à educação, a situação não se alteraria em praticamente nada.

Ademais, como apontou o Valor de segunda-feira, numa reportagem de José João Oliveira, apesar os percalços, um legado efetivamente fica - e ele precisa ser computado ao se fazer o balanço dos gastos já mencionados. A mais emblemática declaração transcrita na matéria é do presidente do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia, José Roberto Bernasconi: "Só o fato de ter forçado o governo a reconhecer que era preciso abrir os aeroportos à iniciativa privada já foi um legado da Copa". O notável dessa observação é que ela aponta para um tipo de herança que não é tão palpável como estádios confortáveis, transporte mais eficiente ou uma estrutura turística mais robusta. Ele concerne a mudanças de comportamento e suas implicações para formas de gestão e políticas públicas melhores.

Ao explicitar o mau uso do dinheiro público na construção de estádios excessivamente caros e grandes, fadados a se converterem em elefantes brancos, a Copa ilustrou de forma didática um modo de gerir a coisa pública que é coisa antiga e que continuaria a ocorrer mesmo sem o torneio. Por vezes, trata-se de gastar muito mais do que seria razoável em algo que não terá uso, como no perdulário estádio de Brasília, o terceiro mais caro do mundo. No campeonato regional de 2013, o público total dos quatro times da Capital com maior torcida (Brasiliense, Gama, Sobradinho e Brasília) chegou a 70.020 pessoas - menos do que os 71.000 lugares do Mané Garrincha. E isso porque entrou na conta o público da inauguração do novo estádio, com ingressos a R$ 1 numa final de campeonato. Resultado: 22 mil torcedores presentes. Haja shows para dar uso ao espaço...

Outro exemplo de escolha altamente questionável é o estádio de Manaus, cuja capacidade supera o público total do último campeonato estadual em 4.500 lugares. Curiosamente, no vizinho amazônico, o Pará, o Clube do Remo e o Paysandu repetidamente levaram ao Mangueirão públicos superiores aos 15, 20 ou 30 mil pagantes durante os dois últimos campeonatos estaduais. Se era para investir dinheiro público num estádio amazônico, faria mais sentido que fosse no Pará.

Por outro lado, a cobertura excessivamente enviesada sobre os investimentos da Copa também gera distorções profundas de percepção e acirra os ânimos. Exemplo disto foi uma matéria do "Correio Braziliense", de 11 de junho, intitulada: "Despejados para construção de Itaquerão, moradores não têm água, luz ou TV". Ao se ler isto, tem-se a impressão de que se despejou gente que morava no terreno onde foi construído o estádio, ou que houve desapropriações selvagens para obras viárias. Na realidade, o que houve foi um aumento no valor dos alugueis da região, impactados com a valorização imobiliária propiciada pela construção da Arena Corinthians. Com isto, moradores da região não tinham mais como arcar com os aluguéis.

O problema de distorções informativas como esta é que fazem supor que é nefasto qualquer investimento que leve à valorização de uma região. Na realidade, o que se requer são políticas públicas que corrijam externalidades negativas do desenvolvimento. Senão, abdicaríamos de tentar melhorar nossas cidades pois isso, afinal, aumenta os aluguéis.

Cláudio Gonçalves Couto é cientista político, professor da FGV-SP

Nelosn Motta: Imagina depois da Copa

• Lula chegou a atribuir o baixo crescimento do PIB ao mau humor dos empresários, trocando a consequência pela causa

- O Globo

Alguma coisa está dando errado e o estrategista João Santana deve estar muito preocupado: quanto mais se intensifica a propaganda oficial em todas as mídias, alardeando as realizações do governo e todos os ganhos com a Copa do Mundo, mais caem a aprovação e as intenções de voto da presidente Dilma e mais aumentam os seus índices de rejeição. E a Bolsa sobe.

Imagina depois da Copa, com metade do tempo do horário eleitoral na televisão ocupado por avassaladora publicidade triunfalista tentando convencer os eleitores que a sua vida e seu país estão muito melhores do que eles pensam. E que quem ganha salário de mil reais agora é classe média.

Não dá para rejeitar as pesquisas agora e aceitá-las há três anos, quando eram positivas. Nem responsabilizar a “mídia golpista”, se há dois ou três anos, apesar dela, a aprovação do governo era muito maior. Resta sempre a conspiração. Blogueiros oficialistas denunciam que todas essas manifestações que estão parando cidades por aumentos salariais têm o único objetivo de impedir a reeleição da presidente Dilma… rsrs.

Lula chegou a atribuir o baixo crescimento do PIB ao mau humor dos empresários, trocando a consequência pela causa. Mas quem azedou o humor de 70% da população? Se fosse Chávez dizia logo que era uma conspiração do Império e explicava tudo, mas aqui nem o Zé Dirceu ousaria tanto.

Como explicar que só pouco mais da metade dos delegados na convenção do PMDB, mesmo com o vice da chapa e todos os seus cargos no governo, tenha votado pelo apoio à candidatura de Dilma? Numa votação secreta, no escurinho da cabine… com delegados peemedebistas… vocês sabem como é… ainda bem que os peemedebistas não traem seus aliados… só quando é pelo bem do Brasil… rsrs.

A saia está tão justa que a estratégia de Dilma tem sido responder com veemência e cheia de razão… a acusações que não lhe foram feitas, mas não consegue se defender das evidências que provocam danos à sua candidatura: crescimento baixo + inflação alta + obras atrasadas = má gestão.

Se João Santana conseguir reverter isso, mereceria ser ele o presidente, e não Dilma.

*Roberto Romano: Participação popular e facções

• O governo esquece um compromisso com o povo na sua totalidade soberana

- O Estado de S. Paulo

Com os conselhos populares pretendidos pelo governo, pela enésima vez a Presidência da República legisla e usa a mão felina do Congresso para pegar as castanhas que a fortalecem. O Executivo abusa das normas e das medidas provisórias. Todas essas medidas propiciam "negociações" que rendem cargos aos partidos, mas privilegiam o Executivo. Propostas corretas podem ser viciadas. Sim, a participação popular é alvo democrático. O problema reside no modo e na dose.

Alguns doutrinadores exageram as prerrogativas oficiais, outros acentuam a soberania popular. Fernando Bianchini (Democracia Representativa sob a Crítica de Schmitt e Democracia Participativa na Apologia de Tocqueville, 2014) mostra que Tocqueville não ataca, nos moldes de Carl Schmitt, o Estado parlamentar. Ele quer diminuir a distância entre cidadãos e legisladores. O movimento, no entanto, deve brotar "de baixo para cima", e não ser imposto pelo Executivo. Tal é o defeito do decreto assinado por Dilma Rousseff.

O diploma finge que a sociedade não é dividida. Nela não existiriam interesses contraditórios de grupos políticos organizados. Partidos e interesses vários não manobrariam esses grupos, só aparentemente autônomos. Só anjos ignoram que os "movimentos não institucionalizados" têm líderes, ideólogos, agenciadores. Dilma busca um Estado nas dobras do Estado. Ninguém, em movimentos desprovidos de instituição, assume responsabilidade oficial, ou seja, diante do povo soberano, pelos erros nas decisões. O caso de um deputado paulista, popular graças aos recursos de campanha, é importante. O político recebeu um mandato das urnas e guarda relações enigmáticas com "movimentos não institucionalizados", os perueiros que têm elos "não institucionais" com... setores que operam na margem da lei.

Bem diverso era o orçamento participativo, fechado ao ser eleito Luiz Inácio da Silva. Ali os movimentos discutiam com os administradores públicos. Eles decidiam prioridades na aplicação do orçamento. Toda a assembleia se responsabilizava pelas decisões. Mesmo assim, existiam "donos" de movimentos. Certa feita, na assembleia (de Porto Alegre), um grupo abriu uma faixa: "A comunidade de (invento o nome) Pedro Leopoldo saúda os participantes". Perguntei ao meu cicerone: "Onde é Pedro Leopoldo?". Pergunta errada, corrige ele: "Quem é Pedro Leopoldo?". Era o dono do grupo.

Líderes referiam-se aos movimentos com o possessivo: "o meu". Comento: "Estranha forma de indicar a comunidade". Replica o acompanhante: eles se pensam proprietários da coisa. A Secretaria da Educação de Porto Alegre, para diminuir filas na matrícula escolar, distribuiu fichas de agendamento. Líderes comunitários exigiam que fossem eles a levar as fichas aos genitores. É a lógica do "favor não institucionalizado".

Sim, o Congresso brasileiro afasta-se da cidadania. Antes de junho (de 2013), nele se discutiram a aprovação da PEC 37, que feria o Ministério Público, mudanças que atenuariam a Lei de Improbidade Administrativa, aleijões na Lei da Ficha Limpa, etc. O problema não está só no Congresso, mas no Estado brasileiro. Fosse o Supremo Tribunal Federal "apenas" uma Corte constitucional, as questões contidas no decreto em pauta já estariam encaminhadas. Ente que tudo julga, e a todos, ele se afoga em processos decididos sem a tranquilidade necessária. Ademais, ele decide com base numa Constituição que é triste colcha de retalhos, dadas as inúmeras emendas, várias oriundas de imposições do Executivo (como a da reeleição).

É grave a distância entre o Estado e os eleitores. Seria importante diminuir o gap que desmoraliza os Poderes. Mas o proposto agora é a imposição de movimentos sociais como operadores do Executivo, negando-se o fato de que na democracia o poder exige responsabilidade pública. Segundo H. Guaino, "as ONGs começam a constituir um contrapoder, mas não têm legitimidade política. Elas não expressam o direito dos povos: um debate na internet não equivale a eleição legislativa ou referendo". As ONGs não têm legitimidade política. E os movimentos que seguem líderes anônimos, com interesses idem?

Hobbes alerta contra as assembleias "populares": antes das reuniões os líderes tudo decidem mantendo "em separado reuniões secretas com alguns poucos, em que combinam o que irão propor na assembleia-geral, a ordem dos assuntos, as pessoas que agirão em primeiro lugar e sobre a habilidade com que irão cooptar os mais poderosos da facção para o seu lado, e aqueles cujo partido tem maior popularidade (...). E, assim, às vezes eles oprimem a república (commonwealth) quando não há outra facção para se opor à sua. Mas na maior parte das vezes eles causam uma guerra civil" (De Cive, 12).

Hobbes conhecia a falência da democracia em Atenas e observou a Revolução Inglesa, enterrada na ditadura pessoal de Cromwell, mas dirigida por líderes anônimos. A democracia exige responsabilidade de pessoas concretas, nega força hegemônica ao Executivo com seus braços, os pretensos "movimentos não institucionalizados". O decreto presidencial lembra um texto a ser lido pelos imprudentes: Estado, Movimento, Povo, de Carl Schmitt. O poder, segundo o jurista, se dividiria em três setores: o povo inerte que diz "sim" ou "não" plebiscitariamente e segue o partido, que, por sua vez, segue o líder (princípio da Führung), mantendo o Estado. Schmitt deseja conselhos de líderes, eleitos ou escolhidos pelo Führer...

No despotismo dos que imperam sem responsabilidade pública, decidem as facções. Com seu decreto, o próprio governo se transforma em facção, esquece um compromisso com o povo na sua totalidade soberana. De um lado, a Secretaria da Presidência e, de outro, os almejados tentáculos do Executivo. Se houvesse algo democrático no decreto, ele seria discutido amplamente com a sociedade, depois enviado ao Legislativo. O resto é propaganda.

*Professor da Universidade Estadual de Campinas, é autor de 'O caldeirão de medeia' (Perspectiva)

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Aquecimento
Melhor agora do que na campanha, mas, ainda assim, foi um ato isolado. Essa é a visão dos ministros de Dilma Rousseff sobre as hostilidades contra a presidente da República na abertura da Copa. Nada que, segundo o governo, obrigue a presidente a não comparecer à final do torneio. Ela irá e estará acompanhada de diversos chefes de Estado, que, do Maracanã, embarcam para a cúpula dos Brics, em Fortaleza. A ordem do governo é aproveitar esse período para organizar a campanha da presidente e o programa para tentar recuperar os pontos perdidos nas últimas pesquisas.
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Em tempo: enquanto o governo considerou o teste da política no futebol algo como "dos males, o menor", a oposição comemorou. Considera que, apesar das manifestações, a população soube separar a Copa do Mundo do período eleitoral, e ainda demonstrou o desgaste da imagem presidencial. Há quem diga, inclusive, que as aparições presidenciais que misturam os dois eventos podem virar um gol contra. Afinal, assim como o futebol, a política também responde à dinâmica do momento, e o da política começa para valer apenas em agosto.

Efetivado
O Diário Oficial da União traz a efetivação de Nelson Antônio de Souza na presidência do Banco Nacional do Nordeste (BNB). A nomeação vem acompanhada do patrocínio do ex-líder do PT na Câmara José Guimarães, do Ceará. O petista, agora, concorrerá ao Senado numa chapa encabeçada pelo Pros, do governador Cid Gomes.

Sinais
A perspectiva de chapa pura no PSDB do Distrito Federal, com Raimundo Ribeiro na vaga de vice do pré-candidato a governador Luiz Pitiman, fez fluir o sentimento de que a candidatura de José Roberto Arruda (PR) começa a sofrer algumas baixas. Afinal, Ribeiro é amigo de Arruda e foi um dos poucos a visitar o ex-governador na prisão, quando da Operação Caixa de Pandora.

Concentração
Antes da convenção que oficializará a pré-candidatura à Presidência neste sábado, em São Paulo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) passa hoje por São João del-Rei (MG). É para lá que seu avô Tancredo sempre ia às vésperas de decisões importantes.

Operação delicada
Se depender dos alckministas de carteirinha, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não fará de Gilberto Kassab (PSD) o seu candidato a vice. A aposta deles é Márcio França, do PSB.

CURTIDAS
Trégua aérea/ Augusto Nardes, um dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) mais críticos às obras da Copa, viajou para São Paulo ontem, no avião presidencial, com Dilma Rousseff. Ali, cara a cara, guardou as críticas para si.

(Reprodução da internet)
Foi o Serra!/ Tudo o que dá errado para os petistas vira culpa de José Serra. Desta vez, eles juram ter visto o ex-governador de São Paulo na área VIP do Itaquerão, de onde partiam os xingamentos a Dilma Rousseff. Serra estava no estádio, mas não xingou. Virou comentarista no Twitter.

Enquanto isso, na CNBB.../ No encontro de Eduardo Campos e Marina Silva com dom Damasceno e dom Leonardo, ontem, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), quem teve mais lembranças foi o senador Rodrigo Rollembreg (PSB-DF). A mãe dele, dona Neide, levava os filhos à missa na 606 Sul, onde dom Damasceno era pároco.

Em pé, no metrô/ Não foram apenas as pessoas mais humildes que vibraram com o metrô de São Paulo funcionando ontem normalmente na linha que desemboca no Itaquerão. As autoridades também, entre elas, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), e o consultor da CSN, Bruno Dantas, indicado para o TCU.

Dilma com a "oposição"/ Nos bastidores da festa da Copa, Dilma conversou mais com a cantora Jennifer Lopez e com o presidente da Uefa, Michel Platini, aquele que, ontem, declarou ao jornal francês L"Équipe que não apoiará à reeleição de Joseph Blatter no comando da Fifa.

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• PT acusa PMDB de fazer corpo mole sobre Alstom
O PT acusa o PMDB de fazer “corpo mole” para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaria denúncias de pagamento de propina feito pela Alstom para ser favorecida em licitações no setor metroferroviário nos governos do PSDB em São Paulo e do DEM no DF. Segundo dirigentes petistas, o PMDB – que também é citado nas denúncias – adotou a postura do “quanto menos investigar, melhor”.

• Na fila
O PMDB e o PSDB até agora não indicaram nomes para compor a CPI da Alstom, que aguarda instalação pelo presidente Renan Calheiros.

• Briga eleitoral
O PT trabalha pela criação da CPI da Alstom, que atinge o coração do PSDB, desde que foi criada a CPI mista para investigar a Petrobras.

• De volta
Ex-vice-presidente da Câmara e amigão do doleiro Youssef, André Vargas perdeu a vergonha e já viaja de avião comercial no Paraná.

• Greve e Copa
Professores municipais em greve ocupam, desde dia 10, a Câmara de Goiânia. Prometem assistir a estreia da Copa e não arredar mais o pé.

• Correios: ‘demissão voluntária’ deve fracassar
O plano de demissão voluntária virou piada de corredor, nos Correios. São tantas as exigências, como o mínimo de dez anos de contrato e 50 de idade, e poucos incentivos, de R$ 30 mil a R$ 150 mil, que a maioria não se interessa. Para piorar, não haverá pagamento da multa de 40% do FGTS, pois a demissão é “a pedido”. Só vai aderir ao plano quem realmente não aguenta mais a situação caótica vivida na estatal.

• Sonho longínquo
O memorando 844 prevê adesão de 7.200 funcionários dos Correios à demissão voluntária, para reduzir a massa salarial e a idade média.

• Limite
O plano dos Correios prevê gastos de R$ 490 milhões, divididos entre incentivos (R$ 397 milhões) e verbas rescisórias (R$ 93 milhões).

• Sem comparação
Plano da Petrobras teve mais de 8 mil adesões e pagará indenizações entre R$ 180 mil e R$ 600 mil, durante os três anos de desligamentos.

• Palhaçada
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou a irrelevante instituição do Dia Nacional do Palhaço. Mas a intenção, com certeza, não é homenagear o contribuinte, o otário que banca todo este circo.

• PEC na gaveta
A PEC 300, que fixa piso salarial nacional para PMs, está engavetada a pedido de governadores que alegam não ter dinheiro para isso. A proposta está na gaveta do presidente da Câmara desde 2011.

• Saúde privada
O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, não parece confiar no plano de saúde do governo: ganhou de “brinde” da Confederação Nacional do Comércio (CNC) o caríssimo plano da Amil.

• Fiasco
Terminou frustrada a tentativa de greve dos aeroviários do Rio em plena Copa. Além da Justiça ter considerado a ação ilegal, a baixa adesão foi um caminhão de água fria nos planos do sindicato.

• Mobilização
Com a participação da ministra aposentada do STJ Eliana Calmon, candidata ao Senado, o PSB-BA espera mil pessoas na convenção que acontecerá neste sábado (14). Eduardo e Marina Silva também vão.

• País de Pinóquio
O prometido submarino nuclear brasileiro chegará no propalado trem-bala para inaugurar a interminável transposição do São Francisco, protegido por dez caças suecos Gripen, que jamais voaram.

• Contenção de gastos
Às vésperas do início da Copa no Brasil, o Senado (que vai estar em recesso) cancelou a compra de 57 aparelhos de TV para os gabinetes dos parlamentares. Renan Calheiros não achou a compra boa ideia.

• Entusiasmo
Num momento de descontração, o administrador da Candangolândia (DF), João Hermeto, enviou mensagens de admiração a José Roberto Arruda (PR). O ex-governador brincou, exibindo-as a amigos: “(o vice-governador do DF, Tadeu) Filippelli não segura os meninos dele!”

• Sexta-feira, 13
Foi numa sexta-feira, 13, em 2007, monumental vaia ao ex-presidente Lula, no Maracanã. A data é a mesma, mas nesta Copa os políticos não se arriscam.