domingo, 12 de janeiro de 2014

OPINIÃO DO DIA – Eduardo Campos

Ou eu sou bom ou sou ruim. Quer dizer que sou bom se esperasse 2018, mas sou ruim porque lancei minha candidatura agora? Estão desesperados!

Eduardo Campos, respondendo às críticas recebidas na página oficial do PT. “Frases da Semana”, O Globo, 12 de janeiro de 2014

Presídios: ‘Não falta dinheiro. Falta gestão’, diz Gilmar Mendes

Ex-presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) critica a retenção de recursos pelo governo federal

Carolina Brígido e Francisco Leali

BRASÍLIA - O ministro, que ajudou a criar os mutirões carcerários quando estava à frente do CNJ, cobra uma atitude, principalmente do governo federal, para acabar com o caos no sistema prisional e diz que contingenciar recursos do setor, em meio à crise atual, “é caso de se pensar em crime de responsabilidade”. O Fundo Penitenciário (Funpen) tem um estoque de quase R$ 2 bilhões, mas o governo impede que boa parte seja gasta.

Como o senhor vê o sistema penitenciário brasileiro?
Nós temos aumentado significativamente o número de presos. Hoje falamos mais ou menos em 550 mil presos para 340 mil vagas. Só isso já mostra um descompasso. Estamos falando apenas do regime prisional completo. Falta aí talvez 25, 30 mil vagas para o semiaberto. Faltam vagas, há presos amontoados em delegacia, o que é flagrantemente ilegal. Em suma, temos todo um quadro preocupante.

O Judiciário tem parcela de culpa?
Os governadores, os gestores reclamam que a Justiça não consegue dar fluxo. Prende provisoriamente e depois não decide. No caso de homicídio, demora para fazer júri, demora nos julgamentos. Por isso, o tema tem que ser tratado de uma forma integrada, tem que ter uma estratégia global, holística para tratar do tema. Não pode ser nem só o Judiciário, nem só o Executivo, as defensorias públicas, o Ministério Público. Precisaria ter uma estratégia global para tratar dessa temática.

Depois das notícias de mortes bárbaras no presídio de Pedrinhas, no Maranhão, o senhor considera a situação do estado mais grave que a de outros?
Os fatos ocorridos são de extrema gravidade. Mas, por exemplo, na audiência pública que nós tivemos (no STF) sobre o regime semiaberto, o juiz da Vara de Execuções Penais de Porto Alegre disse que ninguém mais tem comando sobre o Presídio Central. Tem um preso que fica encarregado de fechar a sala, e este é um candidato a morrer daqui a pouco, porque está de alguma forma prestando serviço. Acredito que, de alguma forma, um quadro de desorganização, de caos, de falta de controle existe em vários lugares do Brasil.

Falta dinheiro para o sistema carcerário?
Esse tema exige a participação da União. E a União faz um jogo aqui um pouco farisaico. No que diz respeito, por exemplo, à construção de presídios, libera os recursos e depois contingencia. Aconteceu na minha gestão (na presidência do CNJ e do STF). Houve um gesto do ministro Paulo Bernardo, que era ministro do Planejamento, liberando R$ 400 milhões, que criaria 70 mil vagas. Portanto, resolveria parte séria do problema. Em seguida, veio uma crise e esse recurso foi contingenciado. Hoje fala-se que no Funpen (Fundo Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça) existiria algo em torno de R$ 2 bilhões, que estariam sendo contingenciados. No que diz respeito na liberação desses recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os secretários de Justiça dizem que as exigências burocráticas são tão onerosas, tão pesadas, que dificulta imensamente o atendimento.

O senhor acha que a atuação do governo federal deve se limitar à liberação do dinheiro?
Tem que ser muito mais do que isso. A União tem uma série de responsabilidades em matéria de segurança pública. É ela que legisla sobre direto penal, sobre processo penal, sobre execução penal. Portando, é ela que fixa inclusive as condições de regimes prisionais. Ela que mantém e controla a Polícia Federal, ela que tem as Forças Armadas. O crime organizado, em geral, é interestadual. Me parece que já passou da hora da gente discutir um sistema integrado de segurança pública. Um SUS (Sistema Único de Saúde) de segurança pública. Por outro lado, é inequívoco que é a União que detém hoje, nesse sistema federativo brasileiro assimétrico, a concentração de recursos. Com exceção de um ou outro estado, esses recursos estão concentrados no âmbito da União.

Há resistência por parte dos estados em relação à atuação da União, especialmente dos secretários de segurança? Não seria uma forma de dizer que os estados não são competentes neste setor?
Não acredito que haja esse tipo de resistência, desde que haja disposição de colocar recursos. Desde que as pessoas não cheguem para dar conselhos apenas. Até porque muitos não estão nem em condições de dar conselhos.

O senhor acha que a União também tem responsabilidade na gestão dos presídios? Seria o caso de privatiza-los, como já foi feito com alguns?
Há boas experiências. Minas Gerais têm alguma experiência no sistema de terceirização, entidades sem fins lucrativos assumiram. Mas o importante é que haja gestão. Hoje o modelo é caro, fala-se de um custo de R$ 3 a R$ 5 mil por preso e é absolutamente ineficiente.

Por que o senhor acha que esse setor está tão esquecido?
A rigor, a sociedade devota a esse assunto, quando muito, um sentimento de indiferença. Quando não de claro repúdio. ‘Melhoria de sistema prisional, quando a gente já tem caos na saúde, no transito, no sistema escolar? Se alguém fez algo, está preso, é porque realmente precisa ser punido.’ Esse sentimento, de alguma forma, se transfere também para o aparato estatal como um todo. No nosso trabalho no CNJ, isso ficou evidente. Juízes de execução penal que nunca tinham visitado o presídio. Isso mostra o tamanho desprezo. O episódio de Abaetetuba, que uma menina foi colocada num presídio com homens, é a revelação cabal de que não se acompanhava este quadro. Prisões provisórias que se alongam indefinidamente. Pessoas que ficam 12, 14 anos presas provisoriamente, sem sentença. Certamente já cumpriram a pena nesse quadro, entre aspas, provisório. Isso é de responsabilidade do Judiciário. A rigor, não há ninguém, não há nenhuma instituição que esteja isenta de responsabilidade.

Para o senhor, a prisão dos condenados no mensalão acendeu o debate sobre as condições em que vivem os presos?
Eu tenho a impressão de que teve esse mérito, permitiu que se deitasse um olhar sobre esse sistema. Começaram a falar das condições dos presídios a partir da declaração do ministro da Justiça. Deitou-se luz sobre esse sistema, que só vem piorando nos últimos anos com o descontrole e com o aumento do número de presos e com a falta de investimento. Não há planejamento nenhum. O Ministério Público, o CNJ, o Ministério da Justiça, com todos os seus órgãos, atuam todos de forma muito desarticulada, é um quadro de muita desfuncionalidade. É necessário construir-se uma estratégia. Eu tenho a impressão de que há recursos e de que, com algumas medidas simples de gestão, poderíamos ter ganhos significativos. Porque estamos com esse déficit nas vagas do semiaberto? Notório que é por falta de investimento.

Para o senhor, as penas alternativas ainda são pouco aplicadas no Brasil?
Esse quadro de descoordenação que se manifesta no sistema prisional também tem a ver com as medidas alternativas como um todo. Aprovamos a lei das medidas cautelares, alternativas à prisão, com o colar, a pulseira eletrônica, o monitoramento eletrônico. Alguém está cuidando de comprar esse material e de coordenar a aplicação dessas medidas? Evitaria em muitos casos a prisão provisória. Alguém está coordenando isto? Se os estados não têm hoje recursos para comprar marmita para preso, eles vão comprar sistema de monitoramento eletrônico? Isso é um quadro de vergonha. Mas não é por falta de recursos. É por falta de gestão.

Quem deveria conduzir a organização desse quadro caótico?
São atores plurais. Agora, no que diz respeito a provimento de recursos, o papel central, de protagonista, é do Ministério da Justiça, é da União.

Para o senhor, os agentes públicos têm disposição e vontade para fazer isso? 
O governo do Maranhão pareceu mais preocupado em criticar o CNJ do que em apresentar uma solução para o problema. Eu acredito que os agentes políticos têm mandatos claros e devem agir no sentido de sua consecução. Nós temos hoje quadros em todos os setores, temos gestores no Ministério da Justiça, no CNJ capazes de desenvolver esses projetos. É preciso apenas dar prioridade. É impensável que, no quadro atual de superlotação dos presídios, nós tenhamos contingenciamento de verbas do Funpen. É caso de pensar em crime de responsabilidade. Ou qualquer dificuldade burocrática na liberação desses recursos. Que nós tenhamos esse déficit enorme de vagas no sistema semiaberto, que é um regime de prisão, e tenhamos recursos? Há pouco tempo li um relatório que dizia que com R$ 400 e poucos milhões estaria resolvido o déficit de vagas do regime semiaberto. E nós temos R$ 2 bilhões!

O senhor considera eficaz a atual lei penal brasileira?
É uma questão passível de mudança, mas, a rigor, a lei não é causa direta da situação do sistema. Nós temos lei que permite reduzir o número de presos provisórios. Mas a estamos aplicando? Não. E por quê? Por uma certa desídia. Não se enfatiza a importância disso para o juiz. Falta essa integração. O juiz diz, por exemplo, que não dispõe do instrumento de monitoramento eletrônico. Fica esse jogo de culpas recíprocas.

Existe perspectiva para a ressocialização de presos hoje?
As cadeias hoje são escolas do crime, nós estamos vendo isso com as organizações criminosas. Se o Estado não propicia o mínimo de garantia, alguém propicia. A seu modo. E exige contrapartida. Isto precisa ser visto. Na questão da ressocialização, o Brasil tem um dos maiores quadros de reincidência. Alguém está cuidando disso? Não. Isso é difícil? Não é difícil buscar empregos para egressos do sistema prisional e para pessoas que já possam eventualmente trabalhar fora, esteja no regime semiaberto ou aberto. Tem o programa Começar de Novo, do CNJ. Mas isso precisa ser expandido. Isso é um programa de direitos humanos, é claro. Mas é de segurança pública, porque se trabalha a não reincidência. Numa economia com forte participação estatal não é difícil você determinar que um percentual de vagas dos terceirizados... Inventa-se mais uma cota. Há seleção. As fundações hoje determinadas fazem seleção aqui no Supremo.

Existem presidiários no gabinete do senhor?
Temos, continuamos tendo. E isso é possível. O Supremo continua tendo. Os terceirizados de prefeitura, do estado (poderiam ter). Nós não estamos falando de nada com custo extra. O que nós temos é uma péssima gestão. Esse sistema do jeito que está, para ficar ruim, tem que melhorar muito.

A situação dos menores internos parece a mesma dos presos, certo?
É a mesma coisa. Nós temos muito recursos hoje para o Sistema S. O treinamento dessas pessoas poderia ser uma parte da função desse sistema, a capacitação dessas pessoas, tanto do sistema prisional, quanto do sistema de reeducação. Esses recursos estão aí, é uma questão de alocação.

O senhor acha que o CNJ poderia atuar mais nesse setor?
O CNJ continua fazendo os mutirões carcerários e implementando as medidas previstas quanto ao acompanhamento das prisões provisórias. Mas poderia estar atuando mais na implementação da lei das medidas cautelares, das medidas alternativas, o que envolve o treinamento do próprio juiz. O monitoramento desse sistema de forma eletrônica, isso nós temos condições de fazer. A lei criou o departamento de monitoramento do sistema prisional no CNJ. O conselho dispõe de condições de fazer isso até de forma eletrônica hoje, tendo em vista os recursos disponíveis. Então, tem condições de fazer mais.

Como a defesa dos direitos dos presos poderia ser melhorada?
A gente detecta que uma série de violações aos direitos dos presos decorre da falta de advogados e de defensores públicos. Certamente, uma parte da resposta para esse déficit poderia vir de iniciativas ligadas à advocacia voluntária. E talvez pudéssemos criar a advocacia civil obrigatória, para quem se formou na universidade pública ou medidante auxílios públicos, como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e o Prouni (Programa Universidade para Todos).

Fonte: O Globo.

Onda de violência no Maranhão constrange apoio do PT a Sarney

Ala do partido diz que situação compromete reeleição de Dilma; clã rejeita intervenção

Fernanda Krakovics e Paulo Celso Pereira

BRASÍLIA — A crise na segurança pública do Maranhão, de repercussão internacional, fortalece os argumentos da ala do PT favorável ao apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB) a governador do estado contra o PMDB da família Sarney. A decisão — uma saia justa para o PT — será da Executiva Nacional e vem sendo adiada sucessivamente. A grande preocupação da família Sarney neste momento, no entanto, é com a possibilidade de uma intervenção federal, seja formal ou branca, no Maranhão.

O patriarca do clã, senador José Sarney (PMDB-AP), conversou ontem com o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, sobre o assunto. Sarney reforçou a posição contra qualquer tipo de intervenção, alegando que não haveria sustentação jurídica e nem mesmo política para a medida, considerando que a governadora Roseana Sarney é aliada da presidente Dilma Rousseff.

Apesar da preocupação da família Sarney, os peemedebistas reconhecem que até agora o governo federal tomou todos os cuidados para não constranger Roseana. Mas até aliados da família admitem que a crise na segurança pública complicou a eleição de Roseana para o Senado e a do candidato do PMDB à sua sucessão, Luis Fernando Silva, atual secretário estadual de Infraestrutura.

Politização da crise
Além disso, há quem acredite que a crise no Maranhão poderá atingir também uma eventual candidatura à reeleição do próprio patriarca ao Senado pelo Amapá. Sarney já havia dito que não disputaria outro mandato, mas esta hipótese voltou a ser considerada recentemente. Como o apoio do ex-presidente Lula e de Dilma podem ser fundamentais para assegurar os êxitos dos peemedebistas, a expectativa é que a atual crise leve a família a diminuir suas exigências no plano local.

Aliados de Roseana tentam minimizar o impacto eleitoral da atual crise. Eles alegam que outros estados, como São Paulo e Paraná, passaram por cenários semelhantes no sistema prisional, e que, no caso do Maranhão, estaria havendo uma tentativa de politizar a questão. Ainda de acordo com pessoas próximas à família Sarney, a superlotação dos presídios é um problema da Justiça, e não do governo estadual.

Com uma dívida de gratidão com Sarney, aliado de primeira hora de sua campanha vitoriosa em 2002, Lula defende a manutenção do apoio ao PMDB no Maranhão, mas o presidente nacional do PT, Rui Falcão, já sugeriu há alguns meses uma solução intermediária, que seria apoiar Dino para o governo e Roseana para o Senado, o que, por ora, não é aceito por nenhuma das partes: PMDB, PT e PCdoB. Em 2010, a direção nacional do PT enquadrou o partido no Maranhão e impôs o apoio à candidatura de Roseana contra o próprio Dino.

— O Sarney virou um problema nacional. Estar perto do Sarney e da Roseana é comprometer nacionalmente o PT e o projeto de reeleição da Dilma. É levar a crise do Maranhão para o colo da Dilma — disse Márcio Jardim, integrante da Executiva do PT no Maranhão e do grupo pró-Dino.

Defensores da candidatura de Dino no PT ponderam, no entanto, que o comunista não facilita o entendimento ao garantir lugar em seu palanque para o pré-candidato do PSB à Presidência da República, governador Eduardo Campos (PE). O candidato ao Senado na chapa de Dino será do PSB.

Em meio ao racha no PT, até o diretório regional do Maranhão está sem presidente de fato. O atual presidente Raimundo Monteiro, aliado da família Sarney, foi reeleito em novembro, mas o resultado foi contestado pelos defensores da candidatura de Dino. Há uma reunião da Executiva Nacional marcada para o próximo dia 27, em São Paulo, mas, a princípio, esse assunto não está na pauta.

Fonte: O Globo

Otimismo do brasileiro cai pela primeira vez desde 2009

Taxa de otimismo do brasileiro cai pela primeira vez desde 2009, revela Ibope

Opinião pública. No Brasil, os que acham que o ano de 2014 será melhor que 2013 são 57%, índice 15 pontos porcentuais menor em relação à pesquisa anterior; diminuição reflete pessimismo com a economia; levantamento foi feito em 65 países e média mundial é de 48%

José Roberto de Toledo

No ano que a presidente Dilma Rousseff tentará se reeleger, o otimismo do brasileiro está 17 pontos menor do que quando a petista assumiu a Presidência da República. Segundo pesquisa do Ibope, 57% esperam que 2014 seja melhor do que 2013. Apesar de elevada, a taxa caiu pela primeira vez em anos. Na pesquisa anterior, os otimistas eram 72% - mesmo patamar de 2011 (74%), 2010 (73%) e 2009 (74%), pela margem de erro.

O pessimismo praticamente dobrou nos últimos 12 meses. Agora, 14% acham que 2014 será pior do que 2013. Um ano antes, só 8% achavam que 2013 seria pior do que 2012. Os restantes 24% apostam que este ano será igual ao anterior (eram 17%).

Há diferenças regionais importantes no otimismo dos brasileiros. Ele é muito maior no Norte/Centro-Oeste (69%) e Nordeste (67%) do que no Sudeste (47%). Destaca-se nas capitais (61%) e murcha nas cidades das periferias das metrópoles (52%). É a marca dos jovens com menos de 25 anos (64%) e dos mais ricos (72%).

Levantamento. A pesquisa do Ibope faz parte de um levantamento global de opinião pública realizado em 65 países pela rede WIN, que reúne alguns j dos maiores institutos de pesquisa do mundo.

Apesar da diminuição das expectativas de melhora, o Brasil ainda aparece em 7.0 lugar no ranking das nações mais otimistas. À frente do Brasil aparecem outros dois Brics: Índia, com 67% apostando num 2014 melhor do que 2013, e China, com 59% de otimistas. Os demais emergentes dos Brics, África do Sul (com 50%) e Rússia (26%), ficam bem atrás em suas taxas.

O otimismo do brasileiro também é maior do que o dos norte-americanos. Nos EUA, só 35% acham que 2014 será melhor que 2013, contra 30% que acham que será pior, e 28%, que será igual.

O Brasil também se manteve nove pontos acima da percepção global. Na média dos 65 países pesquisados, 48% apostam que 2014 será melhor que 2013, ante 57% no caso dos brasileiros. Os países mais otimistas são Geórgia (73% acham que2014 será melhor do que 2013), Arábia Saudita (72%) e Fiji (70%).

Os pessimistas são 20% da população global. Eles se concentram em países como Portugal (57% apostam quem 2014 será pior que 2013), Grécia (56%) e Bósnia (50%). O "mais do mesmo" se destaca na Coreia do Sul (61% acham que 2014 será igual a 2013), Filipinas (60%) e Islândia (59%). A taxa também é alta na Argentina: 45%.

Explicação. A diminuição do otimismo no Brasil se explica principalmente pelo bolso. Em comparação ao ano passado, caiu o otimismo com a economia. Só 49% dos brasileiros acreditam que 2014 terá maior prosperidade econômica. Em 2011 e 2012 as taxas foram 60% e 57%.

À queda da proporção de quem aposta na melhora correspondeu um crescimento dos pessimistas: 21% acham que será um ano de maior dificuldade econômica. Essa taxa era de 12% no ano anterior.

Falta de otimismo é um tema que incomoda a presidente. Em pronunciamento no fim de 2013, Dilma criticou os pessimistas: "Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor".

Não foi a primeira vez. Em outras 11 vezes, a partir de 2012, a crítica ao pessimismo e sua atribuição à imprensa se incorporou ao discurso presidencial.

Em abril daquele ano, durante cerimônia de lançamento da retomada da produção nacional de insulina no Brasil, a presidente criticou o que chamou de "pessimismo de plantão". "É um pessimismo especializado, um pessimismo de plantão, que nunca olha o que nós já conquistamos", disse Dilma na ocasião. E, três meses mais tarde: "A informação parcial (...) confunde a opinião pública. Visa criar um ambiente de pessimismo que não interessa a nenhum de nós - governo, sociedade, empresários, trabalhadores. Não é bom para o Brasil", afirmou. Em dezembro de 2013, novas cargas. "É importante também lembrar nosso presidente Juscelino Kubitschek, quando dizia: "O otimista pode errar, pode até errar, mas o pessimista já começou errado".

Talvez a causa do aumento do pessimismo seja o fato de que menos pessoas estão satisfeitas com suas vidas. Na pesquisa anterior, eram 81% os brasileiros satisfeitos. Agora são 71%.

Fonte: O Estado de S. Paulo

41% acham que mulheres melhoram a política

Rodrigo Burgarelli

A pesquisa também revelou que 41% dos brasileiros acreditam que o mundo seria um lugar melhor se as mulheres fossem maioria no mundo político. Essa proporção é quatro vezes maior do que os que acham o contrário - ou seja, que seria pior caso houvesse maior participação do sexo feminino (9%). A média brasileira é maior que a de todos os 65 países participantes da pesquisa do WIN (34%).

Apesar da eleição da presidente Dilma Rousseff em 2010, a primeira mulher a governar o País desde a Proclamação da República, o gênero feminino ainda é sub-representado na maioria dos cargos elegíveis brasileiros. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, em 2010 foram eleitas apenas 45 mulheres para as 513 cadeiras disputadas -ou seja, 8,7% do total.

Essa é uma das taxas mais baixas do mundo - o Brasil está em 119.0 entre os 146 países analisados pela União Interparlamentar (IPU). Nas prefeituras, a proporção é um pouco maior: 12% são comandadas por mulheres, um recorde histórico, mas longe de representar a composição feminina na população adulta brasileira, de 53%.

A esperança de um mundo melhor em que as mulheres dominassem a política varia de acordo com o perfil do brasileiro. Apenas 33% dos homens concordam com essa frase, contra 48% entre as mulheres. Pessoas de maior renda e escolaridade também tendem a ser mais céticas e a achar que tudo seria igual nesse cenário (54% entre os que têm curso superior ou os que ganham mais de 10 salários mínimos por mês).

Mundo. A proporção de brasileiros que gostaria de mais mulheres na política é similar à dos moradores de países com a maior taxa de representação feminina nos seus parlamentos, segundo o IPU. Na África do Sul e na Suécia, 3.0 e 4.0 no ranking, 55% e 48%, respectivamente, acham que o mundo seria melhor se as mulheres fossem maioria no poder.

Em países muçulmanos como a Tunísia, essa taxa é de apenas 21%, enquanto 59% dizem que o mundo ficaria pior nessa situação. Na Arábia Saudita, em que as mulheres nem sequer podem votar ou serem votadas, essa pergunta nem chegou a ser feita aos entrevistados.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Eles já estão decididos

A cerca de 10 meses da disputa presidencial, uma parte de eleitores sabe o caminho que escolherá nas urnas.O Correio conversou com três deles sobre o motivo de estarem certos entre Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos

Julia Chaib

Se as eleições para a Presidência da República fossem hoje, os três principais presidenciáveis — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) — teriam, cada um, pelo menos um voto garantido. São apostas certas da servidora pública Márcia Vilela, 45 anos, da empregada doméstica Carmélia Neres dos Santos, 38, e do cientista político André Atadeu, 22, à cadeira no Planalto. A menos de 10 meses do primeiro turno das eleições, eles já têm segurança do que irão digitar na urna. Ao Correio, eles elencaram os motivos de, diferentemente de boa parte do eleitorado ainda indefinido, já terem certeza do nome escolhido, caso o cenário continue o mesmo.

Especialistas avaliam que os três moradores da capital federal não são maioria. Para eles, a esta altura do campeonato, é natural que grande parte dos brasileiros não esteja convicto de seus votos. De acordo com pesquisa Ibope divulgada em novembro de 2013, com os três candidatos postos, 21% das pessoas optariam pelo voto nulo ou branco e outros 15% não saberiam em quem votar — tal percentual aumenta para 40% na pesquisa espontânea. O trio de Brasília, no entanto, explica a razão de não estar na lista. Os motivos são variados: vão desde a gratidão por programas de governo ao desejo de ver novas caras na política. Aliados, como o caso da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que está com Campos e é possível candidata a vice na chapa, também agregam votos.

Para Rui Tavares Maluf, cientista político e coordenador do curso de opinião pública e inteligência de mercado da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, os dados sobre intenções de voto, agora, são voláteis. As últimas pesquisas indicam que Dilma Rousseff teria uma reeleição certa, no entanto, tudo pode mudar no cenário político. De acordo com levantamento do Instituto Datafolha, divulgado em dezembro, a presidente aparece com 47% das intenções de voto. Em seguida, vem o ex-governador de Minas Gerais, com 19%, e, Campos, com 11%. De acordo com o Ibope, Dilma venceria com 43% das intenções, seguida por Aécio, com 14%, e Campos, com 7%.

De acordo com Maluf, o fato de aparecerem nomes inéditos na corrida pelo Executivo, como o do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e do senador mineiro, Aécio Neves, também faz com que os votos a esta altura fiquem indefinidos. Ele diz, no entanto, que é possível se identificar com a política e as ações de cada um em seus estados.

Projeção nacional
Outro fator de peso são as ações de candidatas com reconhecimento nacional, como Dilma e Marina — que já disputou uma eleição à Presidência e conseguiu uma projeção maior. “A decisão se relaciona quando a pessoa consegue efetivamente perceber aquele discurso que está relacionado ao que você acredita. A questão econômica tem muita relevância na tomada de decisão.”

Rudá Ricci, cientista político e especialista em desenvolvimento regional e sistemas de controle sobre a ação governamental, acredita que Dilma tenha perdido votos de uma parcela da classe média. “No primeiro ano do governo dela, o discurso de ataque à corrupção aparecia muito e ela aparentava ser uma pessoa muito enérgica. O eleitorado do PSDB a elogiava dizendo que ela tinha um perfil mais tucano. Mas, a partir do ano passado, ela adotou uma postura mais centralizadora e perdeu uma parte da base eleitoral. As manifestações também contribuíram para isso”, disse.

O eleitor típico de Dilma, então, deve ser, de acordo com o especialista, o segmento mais pobre da população concentrado no Nordeste. Já o eleitor de Aécio vem da classe média tradicional, mais instruído. Campos atinge a classe média mais jovem e o Nordeste. Já Marina consegue estar entre todos os segmentos de renda, entre os mais e menos instruídos.

Carmélia Neres dos Santos, 38 anos, é Dilma Rousseff
Ver a filha concluir o ensino médio é o que leva a empregada doméstica Carmélia Neres dos Santos, 38 anos, a votar em Dilma Rousseff. Carmélia, que estudou até a 4ª série do Ensino Fundamental, vê a nova geração da família ter a oportunidade de ingressar em uma universidade. Natural de Barreiras (BA), ela recebe o Bolsa Família há oito anos. Foi beneficiada com cada um de seus filhos: o mais novo, de 15 anos, que está no 6º ano do Ensino Fundamental; o do meio, com 17, no 7º ano; e a mais velha, com 18, que já concluiu o Ensino Médio.

Para Carmélia, seria praticamente impossível manter os filhos apenas na escola, sem terem de trabalhar, se não fosse a ajuda do programa social.

"O benefício mudou a minha vida. Ele me ajudou bastante. Sem ele, teria sido difícil os meninos se dedicarem ao estudos." Carmélia, então, é grata ao governo que implementou a iniciativa que lhe dá um auxílio mensal. "Lula e Dilma representam a mesma coisa. Eu quero alguém que pense no social, nos problemas do povo", diz. Além de ter se beneficiado com o Bolsa Família, Carmélia vê a filha buscar ajuda em outro projeto do governo, o Programa Universidade para Todos (Prouni), que dá bolsas para instituições de ensino privadas.

O perfil da baiana se repete entre os outros integrantes da família. Os 14 irmãos também tiveram uma infância difícil em Barreiras e, deles, 11 se mudaram para a capital federal. Quatro recebem o Bolsa Família e têm a mesma intenção de voto de Carmélia.

André Atadeu, 22 anos, é Aécio Neves
O pai do cientista político André Atadeu Moreira, 22 anos, costumava sair às ruas de Belo Horizonte com a bandeira do PT para ajudar a eleger Luiz Inácio Lula da Silva nos anos 1990. Elpídio Moreira, 49 anos, votou em Lula e Dilma e tentou levar o filho para o mesmo caminho. André cresceu sob o discurso do pai, mas, mesmo assim, decidiu correr contra a maré. André vota no governo tucano. Mineiro, o rapaz veio a Brasília em 2009 para começar o curso de ciência política na Universidade de Brasília (UnB). Votou em 2010 pela primeira vez em José Serra. À época, seu voto foi guiado, principalmente, pela esperança de alternar o partido governante. "A mudança é saudável porque traz uma nova visão para o país." Neste ano, ele vota novamente no PSDB, mas, desta vez, baseado na gestão de Aécio Neves quando governador de Minas Gerais, de 2003 a 2010.

"Antes da entrada dele, o governo de Minas estava vivendo um caos orçamentário. O choque de gestão que ele implementou lá, e me parece que ele pretende fazer isso no Planalto, é interessante no sentido de diminuir os gastos do estado, que é uma da principais reclamações contra o PT", diz. Para ele, Dilma não conseguiu estabelecer um crescimento econômico viável, e Aécio "arrumaria a casa", por exemplo, ao possivelmente diminuir a quantidade de ministérios. André conta que até o pai, que era petista roxo, hoje pensa duas vezes se volta em Dilma e pode acabar tentando eleger Eduardo Campos. Ele só considera Campos em um segundo turno contra Dilma Rousseff. O pai, que costumava levava bandeira do PT em Minas para votar em Lula, prefere a chapa de Marina.

Márcia Vilela, 45 anos, é Eduardo Campos
A servidora pública Márcia Vilela, 45 anos, contribuiu, na maior parte da sua vida, para a ascensão do PT ao poder. Bacharel em direito e psicóloga, ela nasceu no interior de Goiás, em uma cidade chamada Palmeiras, e mora em Brasília há mais de 20 anos. "Quando o Collor ganhou do Lula, em 1990, fiquei arrasada", conta. Em 2010, no entanto, esse cenário mudou. A renovação passou a guiar suas decisões de voto. A associação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva a escândalos de corrupção e os oito anos do ex-presidente no poder, de 2003 a 2010, a levaram até Marina.

A acriana apareceu aos olhos de Márcia como a esperança de um novo ciclo. O jeito firme e combinação com o discurso pela sustentabilidade fizeram dela a candidata ideal. Quatro anos depois, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina direciona novamente o voto da servidora pública. Com, mais uma vez, um pré-candidato do PT e outro do PSDB, Márcia votará em Eduardo Campos (PSB). "As coisas que se perpetuam não são saudáveis. Acho que Marina, mesmo que saia como vice-presidente, conseguirá agregar suas propostas e terá um peso no governo", diz. Apesar de não conhecer a fundo a gestão de Campos em Pernambuco, avalia como satisfatória a administração do pessebista.

Em Aécio, assim como em José Serra, ela não vota. Nesse caso, há um componente pessoal. Márcia avalia que um governo tucano não promoveria melhorias aos servidores públicos. "Nós já perdemos muitos direitos ao longo dos anos, e Serra ou Aécio prejudicariam ainda mais o segmento. Falta também empatia com a pessoa", diz. O pai e o cunhado de Márcia já tentaram convencê-la a mudar de ideia. Mas ela se mantém firme. É o nome de Campos que apertará na urna.

Fonte: Correio Braziliense

Campanha eleitoral já está quente nas redes sociais

O "bateu, levou" começa na web

Perfis dos pré-candidatos declaram "guerra virtual" com ataques nas redes sociais. Especialista aponta que pleito será o "mais sujo" de todos os tempos

Gabriela López

O período de campanha para as eleições deste ano só começa, oficialmente, em julho, mas nas redes sociais já se instalou o clima eleitoral. Pode-se dizer que a "guerra virtual" entre os pré-candidatos iniciou de vez semana passada, quando foi publicado no perfil institucional do PT no Facebook um texto com ataques pessoais ao governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB). O próprio socialista utiliza sua página na mesma rede social para desferir críticas ao governo federal.

Apesar do uso massivo das redes sociais por parte da classe política, o especialista em marketing digital Gabriel Rossi vê um erro de estratégia. "A campanha na internet tende a ser pautada pelo militante fervoroso, na desconstrução da imagem e da reputação do adversário nas urnas, observamos um treinamento militar por certos grupos de eleitores. É uma briga ‘São Paulo versus Palmeiras’. Enquanto isso, é perceptível que o eleitor médio está cansado destas acusações, que não levam a nada", observa.

Foi exatamente aos militantes que a direção do PT atribuiu a publicação agressiva contra o governador. Responsável pela gestão de mídias sociais do partido, Alberto Cantalice classificou o texto como "um desabafo", após "diversas provocações" do socialista. A cúpula petista negou que a mensagem representasse a posição da Executiva nacional, mas também não retirou do ar.

No entendimento de Gabriel Rossi, as equipes de Comunicação dos pré-candidatos não possuem uma estratégia definida para as redes sociais, que, hoje, é a forma mais direta de contato com os eleitores.

Além disso, pela observação do clima que já se instalou no meio digital, ele prevê que a campanha deste ano será "a mais suja de todos os tempos", pautada mais do que nunca em ataques no lugar de discussão de propostas.

A utilização da rede social nas campanhas recebeu pela primeira vez uma regulamentação com a sanção, no fim do ano passado, da Lei nº 12.891/2013, conhecida como minirreforma eleitoral. Entre outros aspectos, a nova legislação define que a realização de prévias partidárias e manifestação e o posicionamentos políticos nas redes sociais não serão considerados propaganda antecipada (isto é, crime eleitoral). Como foi aprovado a menos de um ano das eleições, o texto não valerá para o pleito de outubro.

Em 2012, havia a determinação pela Justiça de que a utilização do Twitter, outra rede social, por pré-candidatos antes do período oficial de campanha seria considerada infração. Este entendimento, porém, foi reformulado em setembro do ano passado, quando a maioria do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliou que não há propaganda antecipada, já que as mensagens publicadas no meio só chegam a usuários previamente aceitos entre si.

"A rede social não leva ao conhecimento geral e indeterminado as manifestações nela divulgadas", anotou o ministro Dias Toffoli, relator de um recurso apresentado pelo deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) contra multa aplicada pela Justiça Eleitoral do Rio Grande Norte, por ter postado em sua conta no microblog, no ano anterior, pronunciamentos de lideranças políticas do Estado favoráveis a sua então pré-candidatura a prefeito de Natal.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Candidatos mergulham nas mídias

Beatriz Albuquerque

O marketing político encontrou nas mídias sociais uma ferramenta determinante para o crescimento dos candidatos durante o período de campanha eleitoral. Porém, a presença dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na Web 2.0 foi intensificada há cerca de um ano das eleições, após a aliança entre o governador Eduardo Campos e a ex-senadora Marina Silva. A redefinição do cenário político acelerou a disputa por seguidores online. Se dependesse do ranking das redes sociais, o resultado das urnas seria diferente do apontado pelas pesquisas de intenção de voto.

A presidente Dilma Rousseff havia abandonado as contas nas redes sociais após um ano de governo. Entretanto, no ano pré-eleitoral, decidiu retomar o contato com os internautas. Após passar três anos com as contas desativadas, a reaparição de Dilma foi recebida com críticas no Twitter. Em outubro de 2013, ela passou a publicar por dia uma média de cinco postagens, divulgando as atividades no governo federal e exaltando o desenvolvimento do País. No Instagram (rede social para publicar fotos), o perfil da gestora é utilizado para reforçar o seu lado humano, através da publicação de imagens pessoais.

De acordo com a diretora-executiva da assessoria em mídias sociais Lefil, Socorro Macedo, uma das funções das mídias sociais, na política, é dar continuidade ao relacionamento com eleitor. "Através do gerenciamento e análise podemos mensurar o retorno do discurso e saber o que a população deseja. Com essas informações, podemos até contribuir na construção do programa de campanha", esclareceu, garantindo que monitoramento possibilita a visualização da posição do candidato nas urnas.

Crescimento
O governador Eduardo Campos foi o pré-candidato que mais conseguiu seguidores nas redes nos últimos três meses. Depois de anunciar a aliança com Marina Silva, o socialista duplicou o número de publicações no Facebook, atingindo uma média de quatro postagens diárias. A maior parte são imagens com frases sobre os resultados positivos da gestão estadual e propostas de mudanças para o País. A ferramenta virtual poderá ser uma alternativa ao pouco tempo de televisão do governador poderá ter na eleição.

Segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos, Aécio Neves é o candidato menos envolvido em sua campanha virtual. Apesar do quantitativo de seguidores no Twitter, o senador nunca realizou nenhuma publicação no microblog. No Facebook, a média do tucano é de duas publicações por dia.

Através das redes sociais, também é possível monitorar a ação dos candidatos concorrentes. Porém, apesar de todos os benefícios, é preciso estar atento ao aspecto viral. "As questões negativas e positivas reverberam muito rápido com o uso das mídias sociais, é preciso ter cuidado", alerta Socorro.

Segundo a pesquisa desenvolvida pela Comscore e IAB, a mídia social ocupa 26 horas semanais no tempo dos consumidores e em perfis de candidatos, os eleitores preferem encontrar conteúdos com mais propostas e menos históricos.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Em guerra com petistas, Campos rejeita “futrica”

Em mais um discurso repleto de críticas sem destinatário específico, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) atacou, na sexta-feira, os políticos que fazem "futrica" e disse que a população não quer ver "brigas e baixaria". Pré-candidato à Presidência da República, Campos está em pé de guerra com os petistas, seus antigos aliados.

– Não tem vento bom para quem não sabe para onde quer ir. Não tem vento bom para aqueles que têm preguiça de trabalhar, aqueles que cuidam mais da futrica política do que da vida do povo – disse o governador, em solenidade no município de Escada (PE).

Desde quarta-feira, Campos tem rebatido de maneira indireta as críticas feitas a ele pelo PT em uma rede social na última terça-feira. O artigo sem assinatura foi publicado na página oficial do PT no Facebook, com o título A balada de Eduardo Campos. Refere-se ao governador como "tolo" e "playboy mimado" e afirma ainda que ele "vendeu a alma à oposição" quando desistiu da aliança com o PT para assumir o posto de provável candidato ao Palácio do Planalto.

O texto recebeu o aval do vice-presidente nacional da sigla, Alberto Cantalice, responsável pelo setor de mídias sociais do partido. Segundo líderes petistas, Cantalice aprovou o artigo enviado pela equipe que administra a conta do PT no Facebook antes que ele entrasse no ar, mas não achou que a repercussão seria tão grande.

– O povo não quer ver briga, baixaria. O povo quer ver realização, trabalho, serviço, oportunidade – respondeu Campos.

Fonte: Zero Hora (RS)

Padilha e Pimentel em queda de braço

Ministros de saída para disputar governos estaduais competem por indicação na Saúde

Lígia Formenti

Um duelo entre ministros petistas está em curso na Esplanada dos Ministérios pelo apadrinhamento do próximo titular da Saúde, pasta que fícará vaga em fevereiro com a saída de Alexandre Padilha para concorrer ao governo de São Paulo. De um lado, o próprio ministro, que se esforça para fazer como sucessor o secretário responsável pelo Mais Médicos, Mozart Sales. De outro, o titular do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, que sonha em ampliar seus poderes na área, por meio do mineiro e também secretário da pasta Helvécio Magalhães.

O apetite em tomo da pasta não é sem razão. Além de ser o ministério de maior orçamento, - R$ 100,3 bilhões em 2014 - a Saúde abriga o Mais Médicos. O programa caiu nas graças da população, é considerado trunfo na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseífe nas disputas estaduais - seja para Padilha, seja para Pimentel, candidato a governador de Minas.

São dois ministros, dois candidatos a governador com adversários difíceis pela frente. Pimentel disputará com o tucano Pimenta da Veiga, e Padilha enfrentará o governador Geraldo Alckmin, também do PSDB.

No cenário mineiro, a proximidade com Helvécio poderia ser usada pôr Pimentel como importante arma para fazer frente ao discurso do PSDB, que já deu mostras de que vai usara saúde como um dos principais pontos de campanha.

Parceiros. Embora a marca Mais Médicos já esteja vinculada a seu nome, Padilha sabe que não pode desperdiçar nenhum reforço. Mozart é de sua confiança. Foi seu colega no movimento estudantil, seu chefe de gabinete e, num segundo momento, condutor do inicialmente polêmico projeto de importação de médicos. Ele à frente da pasta seria a certeza de que nada faria sombra para a memória de sua gestão como ministro.

Além disso, apesar de ter uma relação cordial com Padilha e de estar à frente da secretaria de maior poder - e mais recursos - da pasta, Helvécio já foi seu rival. Em 2011, o secretário foi candidato vencido para o posto de ministro.

A disputa entre os nomes extrapola o duelo entre padrinhos. Pimentel é próximo de Dilma. Mas Mozart também ganhou confiança da presidente pela sua conduta à frente do Mais Médicos e, sobretudo, pela coragem de ter enfrentado a resistência da classe médica.

Há ainda um terceiro nome cogitado para substituição de Padilha, com menos favoritismo: o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Seria uma solução neutra, com incontestável carimbo de opção técnica. O secretário já trabalhou na pasta na gestão Humberto Costa e atuou na Organização Pan: Americana de Saúde.

O que está certo é que a solução será caseira. O governo está convicto de que a escolha de um nome de fora - como Giro Gomes, por exemplo - poderia romper o equilíbrio de forças e ampliar a sanha dos partidos por outros cargos da Esplanada que em breve se tornarão vagos.

Além disso, há a preocupação de blindara pasta de crises.

Antes de deixar o cargo, ministro tem agenda cheia
O ministro Alexandre Padilha dedica os últimos dias à frente da Saúde para aproveitar ao máximo a exposição do cargo. Semana passada, ele participou de evento em São Paulo e divulgou números de ressarcimento de planos de saúde para o SUS. Os dados, considerados ruins, foram apresentados com festa. 

O ministro também deve acompanhar a presidente Dilma Rousseff em Cuba, onde O Mais Médicos será assunto de destaque. 0 plano é que, antes de deixar 0 cargo, ele receba um novo grupo de médicos cubanos. A tarefa mais árdua de Padilha tem sido contra a balança. Amante de doces - nunca faltam bombons em seu gabinete, ele retomou a dieta de dois anos atrás, ainda sem resultados visíveis. Mas quem compara fotos da posse com as atuais percebe mudanças: a pele melhorou e está livre de cicatrizes. /LJF

Fonte: O Estado de S. Paulo

PSDB não considera a possibilidade de perder em Minas

Instituto Teotônio Vilela irá intensificar trabalho estratégico

Larissa Arantes

O PSDB não trabalha com a hipótese de perder o governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. Fontes próximas ao governo afirmam que, apesar de os tucanos admitirem a força do adversário petista, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o partido aposta todas as fichas na vitória na disputa estadual.

À partir do mês que vem, o instituto Teotônio Vilela de Minas Gerais, presidido pelo ex-ministro e ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga, irá intensificar os trabalhos de elaboração do programa de governo da legenda, principalmente no interior. A coleta de propostas para a plataforma deverá durar até abril, a tempo da realização das convenções partidárias. O instituto é o órgão de estudos e pesquisas ligado ao partido.

“O PSDB não cogita perder o governo do Estado”, afirmou uma fonte que acompanha as articulações tucanas e pediu anonimato. A chapa formada por Pimenta e pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PP), já estaria definida pela sigla. A confirmação oficial, porém, só deverá ocorrer no dia 20 de fevereiro.

Até lá, além do ex-prefeito, o deputado federal e presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, – outro nome cotado para a disputa – continuam a percorrer o Estado em uma espécie de pré-campanha. Eles também preparam o terreno para o senador e presidenciável Aécio Neves.

“As peças do partido já estão praticamente definidas, o próximo passo agora é tentar trazer para o lado dos tucanos partidos como o PSD, PDT e até mesmo o PMDB”, comentou outra fonte próxima dos tucanos.

Congresso. Outro fator que deve fortalecer o PSDB no Estado é a candidatura do governador Antonio Anastasia ao Senado, um dos principais cabos eleitorais para a disputa em Minas ao lado de Aécio Neves. “A campanha de Anastasia ao Senado fortalece o PSDB em Minas. É fundamental para divulgar o 45 (número do partido)”, completou a mesma fonte.

A confirmação de que Anastasia sairá candidato só deverá ser feita em março, prazo para desincompatibilização do cargo, quando o vice-governador Alberto Pinto Coelho deverá assumir o posto.

Caravana
Interior. Como mostrou O TEMPO nessa semana, o deputado federal e presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, está aproveitando o recesso parlamentar do Congresso Nacional de janeiro para percorrer todas as 12 regiões de Minas.

Presidência. Os eventos organizados pelo parlamentar são uma espécie de palestra, em que Pestana discute problemas do país, como a dificuldade financeira dos municípios e as mazelas da saúde. Para os temas, é apresentado ao público uma solução: o senador Aécio Neves para presidente.

Vantagem
Garantia. A ampla bancada de apoio do PSDB na Assembleia Legislativa de Minas é considerada um grande trunfo do partido, já que os deputados estaduais têm capilaridade no interior do Estado.

Fonte: O Tempo (MG)

Há três décadas, o primeiro grande comício das Diretas

Há exatos 30 anos, capital paranaense realizava o primeiro grande comício das Diretas Já. Movimento não conseguiu emplacar a emenda para viabilizar eleição para presidente, mas enfraqueceu ainda mais o regime militar

Rogerio Waldrigues Galindo

O ano de 1984 começou com a certeza de que a ditadura instalada no Brasil 20 anos antes estava à beira do fim. Mas ainda havia dúvidas: como e quando a democracia voltaria? E um problema mais imediato: quem escolheria o próximo presidente, responsável pela transição? Os militares e o PDS, partido herdeiro da Arena no apoio ao regime, defendiam escolha indireta, via colégio eleitoral. A oposição resolveu sair às ruas para pedir que se restituísse o direito ao voto imediatamente. “Diretas Já” era o que se exigia. E a primeira vez em que o grito se fez ouvir foi em Curitiba, há exatos 30 anos, no 12 de janeiro de 1984.

Três décadas depois, a importância do movimento iniciado pelo comício da Boca Maldita é clara. Sabe-se que a campanha pelas diretas se transformou em um dos grandes marcos cívicos da República, principalmente pela mobilização de multidões nas principais praças do país. A pressão popular, incentivada pelo PMDB e por outros partidos de oposição, não conseguiu fazer com que o Congresso aprovasse a emenda Dante de Oliveira, que viabilizaria as eleições diretas para presidente. Mas foi fundamental para enfraquecer ainda mais o regime e para sepultá-lo poucos anos depois.

Tensão e festa
No entanto, até o início da noite de 12 de janeiro, quando o povo começou a se juntar perto da Praça Osório, era difícil saber o que se seguiria. Não havia quem arriscasse dizer que o comício seria um sucesso. Curitiba, que nunca foi conhecida pela participação política, estava esvaziada pelas férias. E a população, que não tivera liberdade para se manifestar por duas décadas, lia nos jornais notícias de que, se houvesse quebradeiras ou tumultos nos comícios, haveria risco inclusive de retrocesso na redemocratização que já estava em curso. Falava-se inclusive em Estado de Sítio.

Mas, quando a praça começou a encher e os gritos se elevaram, houve alívio dos organizadores: havia interessados em apoiar a causa. E gente feliz por poder se manifestar daquele jeito.

“O que mais marcava era a emoção das pessoas, a alegria estampada no rosto”, diz o fotógrafo Carlos Ruggi, que rodou calçadão da Rua XV em busca de imagens da noite histórica para o jornal O Estado de S. Paulo. Experiente na cobertura política, ele conta que até quem estava lá por outros motivos se impressionou com a manifestação. “A gente sabia quem eram os P2 [serviço reservado da PM], que iam às manifestações para informar o governo. Um deles, no meio da noite, passou por mim e elogiou o comício. ‘Bonita manifestação’, ele falou para mim”, conta o fotógrafo. Rubens Vandresen, fotógrafo da Gazeta do Povo, diz que as pessoas sabiam estar presentes em um evento histórico.

Publicitário responsável por criar a campanha das Diretas Já e os filmes que convocaram a população para o comício, Ernani Buchmann lembra que havia receio de que tudo pudesse dar errado. “Quando bota um general no palácio, o povo imediatamente fica com medo. E imaginamos que podia ir pouca gente porque tivemos só 12 dias para organizar tudo. Mas, quando começou, subi no Hotel Braz e vi a cena: havia gente até depois da Travessa Oliveira Belo”, diz.

Disputa numérica
O número de presentes ao comício foi uma das grandes disputas nos dias seguintes. Havia quem falasse em 60 mil manifestantes. Outros, que só havia 10 mil. De qualquer jeito, era uma pequena multidão que só se via na cidade em Atletibas, diz Ruggi. O PDS, tentando desmerecer a manifestação, dizia que boa parte havia sido trazida a soldo pelo PMDB em caravanas saídas do interior. E um editorial do jornal O Estado do Paraná dizia que, mesmo se houvesse 40 mil pessoas, o número desmentia Ulysses Guimarães, o símbolo das Diretas. Como podia Ulysses dizer que 90% da população era favorável às Diretas se só 3% dos curitibanos foram às ruas?

Ulysses, que fez o discurso mais importante da noite, comemorou não só a presença da multidão, mas a calmaria do comício, que foi protegido por 3,5 mil policiais do governo paranaense, na época nas mãos do próprio PMDB. “Quando se dizia por aí – as corujas agourentas – de que isso era subversão, desordem e que iria ocorrer depredações, nós verificamos que não ocorreu qualquer incidente. Eu quero dizer que foi numa festa”, disse Ulysses, segundo relato da Gazeta do Povo. E a festa estava apenas começando.

Peemedebistas dominaram o comício
O comício de Curitiba foi organizado às pressas. A reunião em que Ulysses Guimarães definiu que a cidade seria a primeira a receber o evento ocorreu em dezembro. Nas duas primeiras semanas de 84, houve tempo apenas para fazer o máximo de contatos possível e arranjar gente que se dispusesse a subir no palanque. De fora, vieram o próprio Ulysses, Tancredo Neves e o governador de São Paulo, Franco Montoro. Das autoridades locais, o mais reticente foi o governador José Richa, que só teria ido à Boca Maldita depois de receber a informação de que o calçadão estava cheio. Ele temia um retumbante fracasso de público.

Os primeiros artistas no palanque foram Beth Mendes, Ruth Escobar, Dina Sfat e o locutor Osmar Santos. “Precisava ter alguém com pulso para fazer a locução. Ele agradou tanto que virou o locutor oficial da campanha”, conta o senador Alvaro Dias. Outros nomes nacionais que depois entraram na campanha – como Lula, Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Fafá de Belém e Cristiane Torloni – não vieram a Curitiba.

Na Boca Maldita, quem fez o discurso mais importante, na avaliação da jornalista Elza Aparecida de Oliveira Filha, foi Ulysses Guimarães. “Era um discurso mais intelectualizado, que talvez não comovesse as pessoas como o de outros políticos. Mas foi importante ver Ulysses falar da importância não só das Diretas, mas de uma Constituinte e da volta da democracia”, diz ela.

Por que Curitiba?
Há mais de uma versão sobre o motivo de Curitiba ter sido escolhida para o primeiro comício das Diretas Já:

Cidade-teste
Segundo o senador Alvaro Dias, Ulysses Guimarães pediu a ele que organizasse a manifestação porque já havia a ideia de que a cidade era um “mercado teste”. No dia seguinte ao comício, Alvaro citou uma frase de Caetano Veloso aos jornais, dizendo que “se Curitiba aprova, o Brasil delira”.

Segunda opção
Ernani Buchmann, encarregado da campanha publicitária do comício, diz que a ideia era que o evento ocorresse em algum estado governado pela oposição. Franco Montoro, governador de São Paulo, não quis fazer o primeiro. O Paraná, único estado do Sul nas mãos do PMDB, ficou com o encargo.

Reação do regime
De acordo com a jornalista Elza Aparecida de Oliveira Filha, na época correspondente em Curitiba do jornal O Globo, dizia-se que a cidade foi escolhida por estar fora do eixo Rio-São Paulo, para testar a reação do regime ao movimento. “Havia receio e muita boataria sobre como o governo podia reagir.”

Comemoração
Exposição na Boca Maldita relembra a manifestação histórica
A prefeitura de Curitiba organizou uma exposição na Boca Maldita para lembrar os 30 anos do primeiro comício das Diretas Já. Os visitantes poderão entrar em um ônibus biarticulado colocado na Rua XV de Novembro e ver fotos da época. A mostra será aberta neste domingo e poderá ser visitada até o próximo dia 23. A exposição fica aberta das 11 às 21 horas e haverá monitores até as 17 horas. Outra comemoração das três décadas do evento ocorre no Facebook. O jornalista Eduardo Sganzerla, que em 1984 cobriu as Diretas para o jornal Folha de S.Paulo, criou um grupo para relembrar os fatos. “Foi um período muito importante para todos nós, e a ideia é reacender as memórias”, diz. O grupo “Diretas Já – 30 anos” conta com reproduções de jornais da época, charges e fotos históricas

Fonte Gazeta do Povo (PR)

Elio Gaspari: Bruxarias do mercado em ano eleitoral

O fato de um sujeito ser paranoico não impede que ele esteja sendo seguido. A doutora Dilma reclamou que seu governo sofre uma “guerra psicológica”.

Nada mais natural para um comissariado que vive sob a mentalidade do sítio, julgando-se perseguido pela imprensa, pelos aliados e pelo mercado. Mesmo assim, o paranoico pode estar sendo seguido.

Outro dia a agência de risco Moody’s anunciou que poderá baixar a cotação do Brasil. Isso foi o suficiente para provocar um leve piripaco no mercado financeiro. O fato de a Fitch ter dito o contrário não teve qualquer importância.

As três grandes empresas desse mercado (Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch) são uma espécie de oráculo. Por mais que possam ser neutras, a verdade é que com esses anúncios pode-se ganhar um dinheirinho fácil.

Compra-se hoje, vende-se amanhã e embolsa-se algum. Na crise de 2007, elas passaram por um vexame histórico. Lambuzaram bancos quebrados e iludiram a boa fé do público. Essa foi a conclusão a que chegou uma comissão de inquérito do governo americano.

Faz melhor negócio quem acredita nas agências de risco e não presta atenção ao que diz o ministro Guido Mantega, mas coisas estranhas acontecem no mundo das previsões econômicas.

No final de abril de 2008, Lula decidiu tirar o doutor Henrique Meirelles da presidência do Banco Central, convidou o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que aceitou. No dia 1º de maio a agência Standard & Poor’s elevou a cotação do Brasil, concedendo-lhe o “investment grade”. Meirelles ficou no BC.

Durante a campanha eleitoral de 2002 o banco JP Morgan rebaixou a cotação do Brasil diante da possibilidade de Lula vencer a eleição presidencial. Nessa época, o Morgan fazia negócios com o gênio Bernard Madoff, que vendia vento, numa fraude de US$ 65 bilhões, a maior da história americana.

Há pouco, o banco concordou em pagar uma indenização de US$ 2,6 bilhões às suas vitimas. Seus diretores não fizeram isso por altruísmo, mas para encerrar um processo que poderia levar alguns deles à cadeia.

Já o banco Goldman Sachs criou em 2002 uma gracinha chamada “Lulômetro”. Era uma bonita equação onde o interessado preencheria as variáveis ao seu gosto e obteria o valor do dólar caso Lula fosse eleito. (A moeda americana ameaçava chegar a R$ 4).

Divide-se a galera da psicologia das previsões em três grupos.

Um quer advertir a clientela para a situação econômica ou os riscos de um resultado eleitoral num determinado país. É esse o seu papel.

Outro, quer influenciar a plateia e faz de bobo a quem acredita na neutralidade de sua previsão.

No terceiro grupo estão aqueles que pouco se interessam pelos resultados econômicos ou eleitorais. Querem apenas ganhar algum.

Na crise do real sobrevalorizado de 1998, um banco americano publicou um artigo propondo que Fernando Henrique Cardoso confiscasse a poupança nacional, como fizera Fernando Collor. (Sugestão idêntica veio do presidente da Argentina, Carlos Menem).

Era maluquice, mas um conhecedor do mercado estudou as cotações dos papéis brasileiros nos dias anteriores e posteriores a essa sugestão e concluiu que um espertalhão poderia ter ganho algo como US$ 5 milhões em poucos dias.

Elio Gaspari é jornalista.

Fonte: O Globo

Marcação voto a voto - Dora Kramer

"Quem ganhar em dois dos três maiores colégios eleitorais será presidente do Brasil", afirma e reafirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aos correligionários do PSDB, que adotam o prognóstico como mantra e concentram esforços na montagem de alianças eficientes em São Paulo, Minas e Rio.

Sem descuidar do Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste porque o trajeto é acidentado e a chance de vitória uma hipótese ainda remota. O critério principal dos tucanos nessa altura dos acontecimentos é regional. O instrumento, o mapa do Brasil usado como manual de instruções para a montagem do plano eleitoral.

Está decidido no PSDB que o caminho já não é o da aliança partidária. O tempo de televisão não tem sido considerado o mais importante. Até porque nesse quesito não dá para competir com o governo. Tanto que a tendência é a escolha de um vice do PSDB. Se for mulher, o nome é o da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, filiada desde outubro ao partido.

A ideia é agregar regiões, sair com ao menos três milhões de votos à frente em Minas, território do candidato, ganhar em São Paulo e rezar para que o vexame não seja muito grande no Rio de Janeiro, onde o PSDB inexiste.

Os tucanos estão relativamente tranquilos quanto ao desempenho nos Estados do Sul e do Centro-Oeste, tomando por base o resultado de eleições anteriores.

No Nordeste, contam com a redução de danos em relação à supremacia do PT, aliando-se com o PMDB na Bahia e no Ceará, com o adversário da família Sarney no Maranhão, abrindo mão de candidato em Pernambuco para deixar o campo livre para Eduardo Campos sugar votos da presidente Dilma Rousseff.

O "discurso" virá num segundo momento, quando a candidatura estiver oficializada na prática. Aécio Neves vai sustentar a campanha inicialmente em dois pilares: a desconstrução da imagem de gestora eficiente de Dilma, mostrando a fragilidade de resultados nas ações de governo, e a exposição do "time" - composto por autores e gestores do Plano Real - com o objetivo de recuperar o patrimônio da estabilidade e mandar mensagem de confiança ao mercado e ao setor produtivo.

Nas últimas semanas o candidato a ser confirmado em março incorporou ao seu repertório a frase "vou ganhar a eleição", acompanhada de um sorriso confiante.

Mas é evidente que a assertiva segura faz parte de seu show. É preciso aspergir otimismo, pois o cenário real é de uma batalha dura, cheia de obstáculos e expectativas adversas. Sem a vantagem inicial de 2010, quando largou no patamar de 40% das intenções de votos para José Serra, o tucanato tem se embrenhado País adentro conquistando parceiros, colhendo promessas de apoios, construindo pontes projetadas com precisão, sob a estreita vigilância da direção nacional.

As realidades locais serão observadas. Não para que cada seção do partido se movimente como bem entender, ao contrário: pois a ordem unida é a absoluta obediência das alianças às conveniências da candidatura presidencial.

Indigesto caviar. Mão no queixo, olhos fechados, rosto abaixado, a fisionomia do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ao lado da governadora Roseana Sarney enquanto ela afirmava que "o Maranhão vai muito bem", na entrevista sobre as carnificinas nas prisões do Estado, dizia mais que qualquer palavra.

Na versão dela, a violência aumenta em decorrência da prosperidade local. Na expressão do ministro, a consciência do peso (estrito senso) de uma aliança malsã, a exposição do elo do PT com o atraso e o desconforto de calar para não desagradar ao tantas vezes celebrado clã aliado.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Miriam Leitão: O risco da queda

Um espectro ronda o Planalto. O temor é de que o Brasil tenha sua nota nas agências de rating rebaixada em pleno ano eleitoral. Os números fiscais pioraram e não há maquiagem que encubra isso dos profissionais do ramo. Para evitar esse dissabor, seja em que ano for, o governo teria que olhar sinceramente para o problema fiscal: sem mágicas, sem descontos, sem enganos.

O governo pode evitar o rebaixamento. Mas terá que anular as fórmulas artificiais no superávit primário; elevar o superávit; interromper as sequências de transferências para os bancos públicos e reduzir a dívida bruta.

Um rebaixamento manteria o grau de investimento, já que dois degraus nos separam do ponto a partir do qual um país não é considerado bom para investir. Mas, caso haja a primeira queda, o mercado antecipará a tendência de nova redução.

O melhor é evitar qualquer rebaixamento em temporada de realocação de carteiras de investimento. As agências erraram redondamente na avaliação que fizeram de ativos, dívidas soberanas, indicadores de países. Mas investidores institucionais continuam orientando seus portfólios pela nota que as agências distribuem.

Na entrevista que o executivo da S&P concedeu em Nova York, ele deixou aberta as três possibilidades: rebaixar antes das eleições, rebaixar depois ou nem rebaixar. Tudo dependerá da evolução da questão fiscal no país. Neste momento, o Brasil está em perspectiva negativa; uma espécie de aviso prévio de redução.

O diretor de rating soberano — que classifica as dívidas dos países — Joydeep Mukherji disse que “não vai atar as mãos porque tem eleições no Brasil". Quis dizer que a eleição não o impedirá, se houver deterioração maior da área fiscal, de tomar uma decisão técnica. Mais tarde, ele voltou a falar do assunto para citar que todas as possibilidades estão em cima da mesa.

O governo Dilma tem sido de uma lenta piora nos números e na qualidade dos indicadores fiscais. Nas várias vezes em que foi dado um jeitinho nas contas, para que elas encontrassem as metas fiscais, o que houve foi o efeito contrário, porque os especialistas perderam a confiança nos indicadores.

A Moody’s, na opinião do economista Armando Castelar, da FGV, foi mal interpretada. Ele disse que a agência alertou que é preciso um superávit primário de 3% para evitar a alta da dívida. E até agora tudo o que o governo conseguiu é 1,6%, com descontos e receitas extras.

Marcelo Kfoury, economista do Citibank, lembra que em setembro de 2013 o Brasil teve um déficit primário forte e em novembro conseguiu um superávit de R$ 29 bilhões, apesar de R$ 35 bi de receitas extras.

Olhando-se os detalhes, ou o dado agregado, o que se vê é uma piora dos indicadores, e isso está sendo analisado pelos classificadores de risco. Em outras medidas de risco, como o CDS, ou o custo do seguro contra o risco de calote, Kfoury lembra que, em 2012, Brasil e México estavam no mesmo nível e hoje o risco do Brasil é o dobro do México.

A dívida bruta subiu no governo Dilma, começou a cair recentemente, mas as projeções são de que voltará a subir. O superávit primário cai mesmo na medida do governo que embute contabilidade criativa. Mas instituições financeiras trabalham expurgando efeitos especiais (vejam no gráfico o “superávit efetivo” da Tendências consultoria). Este ano, a alta de novembro foi por receitas extraordinárias. Isso não é o suficiente para mudar a trajetória. O único caça-fantasma que se conhece é tratar os problemas de frente e resolvê-los.


Fonte: O Globo

Pedro S. Malan: Nem mínimo nem máximo, só mais eficiente

"Não é possível esperar apenas pelas iniciativas particulares e deixá-las atuar desarticuladamente, sem ligação entre si. Por que esperar apenas pela iniciativa privada? Por que não deverá o governo provocar ou chamar a si incumbências que não a interessam ou são superiores às suas possibilidades?" Forte afirmação e não menos fortes perguntas.

Permita-me o eventual leitor uma impertinência: em qual das últimas oito/nove décadas de nossa História o texto acima teria sido escrito? A resposta está adiante neste artigo. Mas me atrevo a levantar a hipótese de que haja, de longa data, uma expressiva corrente de opinião no "Brasil profundo" que subscreve - hoje -, se não a precisa formulação acima, o espírito que a anima e cuja chama permanece viva entre nós.

Dois exemplos recentes apenas para ilustrar o ponto.

Primeiro, a sistemática campanha contra as privatizações dos anos 1990 (como sendo dilapidações do "patrimônio público") e sua demonização como expediente eleitoreiro em 2002, 2006 e 2010 - para a qual faltou resposta à altura.

Segundo, o longo período - além de Lula, mais quase três anos já no governo Dilma - até que as várias correntes internas do partido no governo e aliados pudessem aceitar, após alguns experimentos malogrados, a ideia de concessões de maior vulto ao setor privado na área de infraestrutura - o que, felizmente para o País, começou a ocorrer no final do ano passado. Mas tempo precioso foi perdido pelo Brasil - em termos de menor investimento e menor crescimento por dúvidas hamletianas que têm longa história entre nós.

Para ficar apenas no período "mais recente": as duas grandes guerras do século passado e em particular a Grande Depressão dos anos 30 marcaram uma tendência ao intervencionismo estatal que se observou em escala internacional e, obviamente, encontrou eco e experiência pretérita no Brasil. O que houve de novo na natureza da intervenção que se esboçou a partir dos anos 30 foi sua utilização parcial e incipiente para tentar uma aceleração no ritmo de investimento em infraestrutura e indústria de base, visando a uma transformação da estrutura produtiva, diferente da que o setor privado realizaria - ou não - na ausência da intervenção governamental.

Como resultado, dentre as questões recorrentes mais relevantes de economia política nas últimas décadas no Brasil - até o presente - estão, em maior ou menor grau, diferenças de percepções (menores hoje do que no passado) quanto à forma e à extensão tanto da participação externa quanto da intervenção do setor publico na vida econômica.

Não menos importante foram - e continuam sendo - as diferentes percepções (também menores hoje que no passado) acerca das melhores formas institucionais de reduzir e/ou arbitrar conflitos de interesses derivados da vertiginosa expansão do número de assalariados urbanos no País ao longo das últimas sete décadas. O Brasil é hoje o quarto maior país do mundo em termos de população urbana. As demandas daí derivadas são extraordinárias.

As associadas exigências de maiores e melhores investimentos em infraestrutura e em capital humano são consideradas como "intensivas em Estado". Mas em muitos países do mundo de hoje governos encontram dificuldades crescentes para fazer face às expectativas de suas populações. Educação, saúde, transporte, segurança, entre outros serviços que o público por várias décadas esperava que seus governos provessem, estão ficando além dos orçamentos públicos razoáveis ou, ao menos, além daquilo que parcelas expressivas da população consideram aceitável em termos de impostos, taxas e contribuições adicionais para financiar a provisão de tais serviços. Qualquer semelhança com países que conhecemos melhor não é mera coincidência.

Voltando ao início, a afirmação e as duas perguntas do parágrafo que abre este artigo são de uma ilustre e influente personalidade da vida pública brasileira (Edmundo Macedo Soares e Silva) e foram publicadas em dezembro de 1944 no Boletim do Círculo de Técnicos Militares sob o título A Engenharia Brasileira no Projeto de Volta Redonda: Um Capítulo do Planejamento Econômico.

Passaram-se quase 70 anos. Temos uma relativamente longa história de acertos - e de desacertos - no combinar o público e o privado (doméstico e internacional) na promoção do desenvolvimento econômico e social do País.

Tenho para mim que as épocas em que mais avançamos, ou que tivemos mais acertos, foram as épocas em que as decisões envolvidas tinham menor vezo ideológico, mais transparência, mais confiança na cooperação público/privado e mais pragmatismo. E que perdemos tempo precioso, especialmente nos investimentos em infraestrutura, quando foi mais forte o peso da ideologia, da falta de transparência e da desconfiança entre os dois setores.

Em suma, e para concluir, o que se requer é uma combinação de um Estado eficiente, que viva sob o primado da lei e seja administrado por governos obrigados a prestar contas a seus cidadãos.

Não é necessário, por certo, "apenas esperar" pela iniciativa privada, mas é necessário, sempre, que governos expliquem e prestem contas ao Parlamento e aos seus cidadãos das razões, por exemplo, que podem levá-lo a conceder acesso privilegiado a recursos escassos a determinados grupos específicos (por meio de subsídios, créditos, isenções e proteções comerciais). Ou quando resolvem "chamar a si incumbências" que consideram que não poderiam ser deixadas a outrem.

Mesmo porque, neste último caso, é possível que uma discussão aberta, transparente e não ideologizada mostre situações em que há "incumbências", existentes ou programadas, que poderiam estar além das possibilidades técnicas, humanas, financeiras e fiscais do próprio Estado - e suas empresas.

Pedro S. Malan, economista, foi ministro da fazenda no governo FHC.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Brasília-DF -Denise Rothenburg

O perigo das PECs
Nas reuniões que a presidente Dilma Rousseff terá ainda este mês a fim de preparar seu governo para a volta dos trabalhos no Congresso Nacional, ela pedirá a ministros e líderes que fiquem em estado de alerta em relação às propostas de emendas constitucionais, as PECs. Elas são a nova onda dos congressistas para abrir a caixa de bondades. É que essas propostas, apesar de exigirem o sim de um número expressivo de parlamentares (308 na Câmara, em dois turnos), têm virado “arroz de festa”, pois não passam pelo crivo do Poder Executivo (são votadas e promulgadas pelo Legislativo). Para completar, “furam” a fila e a barragem a que ficam restritos os projetos de lei quando há medidas provisórias em pauta.
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A lista de fogueiras a pular nesse quesito é grande: tem emendas constitucionais para tratar de benefícios de todos os tipos, para os soldados da borracha, ampliação de salários para agentes de saúde, policiais militares e por aí vai. Em um ano eleitoral, em que muitos deputados (e partidos) ficarão insatisfeitos com a reforma ministerial e ávidos para agradar ao eleitor, todo o cuidado com esses dispositivos é pouco.

Campeões de gastos
A Câmara publicou em seu site oficial na internet (www.camara.gov.br) os gastos dos deputados com a cota de atividade parlamentar. De fevereiro de 2011, quando começou a legislatura, até o fim de dezembro de 2013, os deputados que mais gastaram foram: Raul Lima (PP-RR), R$ 1.206.954,21; Jhonatan de Jesus (PRB-RR), R$ 1.198.508,56; e Padre Ton (PT-RO), R$ 1.164.954,31.

Campeões de economia
Dos 513 deputados, os que menos gastaram foram: Miro Teixeira (Pros-RJ), R$ 204.206,06; Nice Lobão (PSD-MA), R$ 85.866,47; e Reguffe (PDT-DF), apenas R$ 30.925,79.

Campeões do disfarce
A cota de atividade parlamentar misturou gastos normais de gabinete — tais como o uso do telefone fixo — com a verba indenizatória. O mix vem sob medida para não deixar nenhum deputado com custo zero. Reguffe, por exemplo, optou por não usar a verba indenizatória.

CURTIDAS

A alegria do PMDB/ Michel Temer saiu pra lá de satisfeito com a conversa que manteve com a presidente Dilma Rousseff a respeito dos palanques regionais. Tanto é que vai amanhã ao Rio de Janeiro para dizer aos peemedebistas que nem tudo está perdido. Ele ainda convocou a cúpula do partido para uma reunião em Brasília nesta quarta-feira.

A desconfiança do PMDB/ A convenção que deverá selar o acordo do partido com Dilma Rousseff ficou para abril. Assim, têm-se três meses para ver se a conversa de Dilma foi para valer ou apenas mais um afago no vice.

Fora da foto/ No papel de pré-candidato ao governo do Maranhão, o presidente da Embratur, Flávio Dino, do PCdoB, se mantém longe do desgaste que assola a governadora do estado, Roseana Sarney. Dino está de férias. Só volta na semana que vem.

A esperança de Walter/ O deputado Walter Feldman, da virtual Rede, avisa que nada está fechado no PSB a respeito do governo de São Paulo: “Geraldo Alckmin foi muito elegante ao dizer que seguirá qualquer caminho que o PSB e a Rede determinarem. Temos programa, temos nomes e não está descartada a candidatura própria. A política deve prevalecer nessa construção”. Em tempo: de Pernambuco, vêm avisos de que Feldman não deixa de ter alguma razão nas suas declarações.

Convers@de domingo
O líder do Pros, deputado Givaldo Carimbão, de Alagoas, conta os planos eleitorais do partido e as perspectivas de ingresso no governo Dilma dentro da reforma ministerial. Confira no site www.correiobraziliense.com.br

Fonte: Correio Braziliense