sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Oposição vai pedir indiciamentos em relatório paralelo da CPI mista da Petrobrás

• Deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirma que pedido contra envolvidos vai envolver empresários, ex-diretores da estatal e políticos citados no caso

Daiene Cardoso - Agência Estado

BRASÍLIA - O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) anunciou na tarde desta quinta-feira, 11, que o relatório paralelo a ser apresentado pelos partidos de oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobrás na próxima semana trará pedidos de indiciamento de envolvidos na suspeita de esquema de desvios na estatal. O parlamentar, membro da comissão, afirmou que os pedidos vão envolver empresários, ex-diretores e políticos mencionados no caso.

Para o deputado, é preciso incluir o indiciamento de quem está envolvido de forma comprovada no esquema, como Costa, o doleiro Alberto Youssef, o ex-deputado André Vargas (que teve o mandato cassado nessa quarta-feira), o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), além de empresários que participaram da delação premiada. "O relator pegou leve demais numa investigação seriíssima e com consequências graves", concluiu. Ele descartou o inclusão do pedido de indiciamento do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró neste momento.

Sampaio disse acreditar que o Palácio do Planalto tivesse conhecimento do esquema, mas que ainda não há elementos que levem ao pedido de indiciamento da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não há elementos, neste momento, para o indiciamento da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, mas há uma clara evidência de que nós temos de avançar na investigação porque ambos foram referidos pelo mais importante delator do esquema como pessoas que tinham total ciência dos fatos", declarou. Sampaio foi indicado pelo PSDB, DEM, PSB, PPS e Solidariedade para produzir um parecer alternativo.

O tucano classificou como "estarrecedor" o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS) não propor o indiciamento dos envolvidos no escândalo, como políticos e empresários, e concluir que o trâmite da compra da refinaria de Pasadena transcorreu dentro da normalidade. "Ele tratou como sendo uma compra normal aquilo que foi sinônimo de roubalheira no País", afirmou o deputado, criticando a fragilidade e a falta de abordagem de "questões essenciais" levantadas pela investigação até agora.

Segundo Sampaio, o depoimento do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa apontou que parte do governo sabia do esquema. "Ele não abordou a questão do envolvimento do Palácio do Planalto. A Casa Civil recebeu um e-mail do Paulo Roberto Costa dizendo que havia esse esquema de corrupção, confessando esse esquema de corrupção", adicionou.

Sampaio também atacou a falta de menção no relatório de Maia dos indícios envolvendo o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e das doações das empresas com dinheiro do esquema às campanhas eleitorais. O tucano defendeu o aprofundamento das investigações em uma nova CPI. Em sua avaliação, como há informações de que mais agentes políticos estão envolvidos, é preciso instaurar uma nova comissão já no início do ano.

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