sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Indicados são criticados por políticos e especialistas

• "Único ponto em comum é a pouca intimidade com as pastas", diz Aécio

- O Globo

BRASÍLIA - A maior crítica é em torno do nome do novo ministro do Esporte, o deputado pastor George Hilton (PRB-MG). Em 2005, o pastor da Igreja Universal, então deputado estadual pelo PFL, foi flagrado e detido pela Polícia Federal no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com 11 caixas recheadas com cheques e notas de Real, num total de R$ 600 mil. O transporte foi feito em jatinho fretado.

À época, o pastor disse que o dinheiro era oriundo de doações de fiéis da Universal do Sul de Minas. Ele foi liberado, mas acabou sendo expulso do PFL.

- Como em um mês, uma pessoa que não é da área vai conseguir entrar num mundo onde há três anos as pessoas estão mergulhadas? Ninguém o conhece, não é do meio - disse uma das autoridades envolvidas nas Olimpíadas.

- O único ponto em comum entre os novos ministros é a pouca intimidade da maioria com as pastas pelas quais irão responder. A fragilidade da presidente a fez refém da sua base de apoio - criticou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A escolha de Aldo Rebelo, por sua vez, para a Ciência e Tecnologia provocou reação negativa na comunidade científica. Em 1994, Aldo apresentou um projeto de lei proibindo que órgãos públicos adotassem inovação tecnológica que afetasse a contratação de mão de obra.

A indicação do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), para a Defesa também causou críticas. Wagner teve dificuldades para administrar greves de policiais militares e dos bombeiros em 2012.

- Dentro da lógica política, o que vale é o apoio do partido - disse João Paulo Peixoto, cientista político da UnB, lembrando que esse tipo de composição nos Ministérios existe desde a redemocratização do país.

Procurados, Aldo e Jaques Wagner não retornaram. George Hilton não foi localizado.

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