sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Presidente do Bradesco recusa convite de Dilma para a Fazenda

• Trabuco disse que não podia aceitar o cargo devido a compromissos com comando do banco

• Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini são nomes cotados para formar equipe econômica

Valdo Cruz, Andréia Sadi, Mariana Haubert e Mônica Bergamo – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Convidado oficialmente, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite da presidente Dilma Rousseff para assumir o comando do Ministério da Fazenda no lugar do atual ministro Guido Mantega.

Trabuco esteve com Dilma na quarta-feira (19), quando agradeceu o convite, mas disse que não tinha condições de aceitar por causa de compromissos assumidos com o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão.

Dilma e Brandão reuniram-se um dia antes, na terça-feira (18), quando a presidente tentou convencer o comandante do Bradesco a liberar seu funcionário. No encontro, ele relatou à presidente que considerava difícil a liberação porque Trabuco deve ser seu substituto.

Durante a campanha, Dilma criticou a proximidade de seus adversários com gente ligada a bancos. Aécio Neves havia escolhido Armínio Fraga, do fundo Gávea, para a Fazenda, e Marina Silva tinha como assessora Neca Setúbal, acionista do banco Itaú.

Diante da recusa de Trabuco, Dilma passou a avaliar três nomes para formar sua equipe econômica: Joaquim Levy (ex-secretário do Tesouro no governo Lula), Nelson Barbosa (ex-secretário-executivo da Fazenda) e Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central.

Dilma esteve reunida nesta quinta (20) com Barbosa, em São Paulo, após o velório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

Segundo a Folha apurou, a divulgação dos nomes pode ocorrer entre esta sexta-feira (21) e a segunda (24).

Segundo um assessor presidencial, há uma possibilidade de os três fazerem parte da equipe econômica.

Levy seria o nome mais identificado com medidas na área fiscal. Barbosa ocuparia o papel de formulador de medidas econômicas. Tombini seguiria no BC com a missão de levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%.

O trio, classificado como técnicos qualificados e testados em funções executivas, compensaria a ausência de um nome de impacto.

Atualmente à frente de um dos braços do Bradesco, Levy seria uma sugestão do banco. Assessores palacianos dizem que Levy seria um bom nome para, mas enxergam dificuldades na escolha porque, no passado, ele teve desentendimentos com Dilma.

Nelson Barbosa, um dos nomes sugeridos pelo ex-presidente Lula para o comando da Fazenda, pode ser nomeado para o Planejamento.

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