sábado, 25 de outubro de 2014

Sede da Editora Abril em SP é pichada

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Em protesto contra reportagem da revista "Veja", cerca de 50 pessoas picharam a sede da editora Abril em São Paulo e espalharam edições picadas da "Veja" diante do prédio nesta sexta-feira (24). Na calçada e nas paredes da Abril foram escritas as frases "Veja mente" e "Fora Veja"

Revista nega ter aberto exceção para adiantar data de circulação
Após a presidente Dilma Rousseff utilizar o horário eleitoral para criticar a reportagem publicada pela "Veja", a revista divulgou nota em que negou ter aberto exceção ao antecipar sua distribuição para a antevéspera das eleições presidenciais deste ano.

"Em quatro das últimas cinco eleições presidenciais, VEJA circulou antecipadamente, no primeiro turno ou no segundo", diz o texto distribuído pela revista.

Segundo a nota, os fatos narrados na reportagem ocorreram na terça-feira (21), a apuração sobre eles começou no mesmo dia, mas a revista "só atingiu o grau de certeza e clareza necessária para publicação" na tarde de quinta.

A "Veja" também diz que Dilma, ao atacar a revista, criticou o "mensageiro", mas que o "cerne do problema" foi produzido pelos fatos "degradantes" na Petrobras.

A revista termina dizendo que reconhece em Dilma uma defensora da liberdade de imprensa e que espera que essa qualidade não se abale quando são revelados fatos que lhe "possam ser pessoal ou eleitoralmente prejudiciais".

Na seção "Carta ao Leitor" de sua edição desta sexta, a "Veja" disse que "não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato", mas sim para "aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes".

'Jornal Nacional' não menciona reportagem
O "Jornal Nacional", da TV Globo, não fez nenhuma menção à reportagem da revista "Veja" em sua edição desta sexta (24), embora esse tema tenha sido tratado pelos dois candidatos a presidente no horário de propaganda eleitoral.

O assunto foi destacado, ao longo do dia, tanto pela campanha de Aécio Neves (PSDB) como pela de Dilma Rousseff (PT) --que se defendeu das acusações nos programas eleitorais diurno e noturno na TV.

A coligação de Dilma Rousseff (PT) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral que fossem retirados do Facebook links e menções à reportagem da revista.

Sem entrar no mérito do conteúdo, o ministro Admar Gonzaga negou. Para ele, o pedido não cabe, já que se baseou num dispositivo da minirreforma eleitoral aprovada a menos de um ano do pleito de 2014 e que só valerá no próximo.

O presidente do PT, Rui Falcão, anunciou medidas judiciais contra a revista, incluindo pedidos para proibir a publicidade dela.

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