sábado, 25 de outubro de 2014

Roberto Freire diz que Dilma não pode desqualificar denúncias de doleiro

Presidente do PPS afirma que Brasil corre o risco de reeleger uma presidente que começaria o segundo mandato envolvida diretamente em suspeitas de corrupção

- Fábio Matos/Assessoria do Parlamentar

O deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, afirmou nesta sexta-feira (24) que Dilma Rousseff (PT) não pode desqualificar as denúncias feitas pelo doleiro Alberto Yousseff em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, dando conta de que a petista e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento das irregularidades na Petrobras.

Segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja, Yousseff, preso pela Operação Lava Jato, teria afirmado que “o Planalto sabia de tudo”. A publicação diz ainda que o delegado que ouviu o doleiro, então, perguntou: “Mas quem no Planalto?”. E a resposta teria sido categórica: “Lula e Dilma”.

“Neste momento, Dilma não pode desqualificar os delatores do esquema. Quando foi conveniente para ela, durante o debate no SBT, utilizou [os depoimentos] para atacar o falecido ex-presidente do PSDB”, afirmou Freire.

O parlamentar se referiu à acusação feita por Leonardo Meirelles, suposto laranja de Yousseff, de que o doleiro teria trabalhado para o ex-dirigente do PSDB. No debate com o senador Aécio Neves (PSDB) exibido pelo SBT, Dilma atacou o adversário citando as denúncias. Dias depois, o advogado do doleiro, Antonio Figueiredo Basto, negou que seu cliente tenha tido qualquer relação com os tucanos e exigiu uma acareação entre Yousseff e Meirelles.

Em relação à reportagem de Veja, que liga Dilma e Lula ao escândalo na Petrobras, o presidente do PPS também afirmou que “qualquer pessoa com um mínimo de bom senso sabia que os dois tinham conhecimento”. “Até porque eram responsáveis pela Petrobras e nomearam esses diretores”, disse Freire.

Segundo o parlamentar, a sociedade brasileira tem uma decisão importante a tomar neste domingo (26) ao escolher o próximo presidente da República e deve levar em consideração as recentes denúncias de corrupção contra o governo do PT.

“O Brasil corre o risco de reeleger uma presidente que talvez começará o mandato com uma suspeita de envolvimento no escândalo da Petrobras”, afirmou Freire. “Isso era inimaginável, mas nos tempos de Lula pode acontecer.”

O deputado citou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, decano da Corte, ao falar sobre a sequência de escândalos que marcam os 12 anos de governos de Lula e Dilma. “Os petistas não querem admitir que tinha razão o ex-ministro do STF, que afirmou que uma quadrilha havia assaltado o Estado brasileiro.”

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