terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pezão versus Crivella, Garotinho (PR) e Lindbergh(PT)

Crivella obtém apoio de Garotinho e Lindbergh(PT)

• Pezão prepara tática de desconstrução do adversário e quer que PT libere filiados

• Senador vai a Campos na terça para fechar a aliança com Garotinho; Lindbergh anuncia seu apoio nesta quarta

Italo Nogueira – Folha de S. Paulo

RIO - O senador Marcelo Crivella (PRB) vai receber o apoio do deputado federal Anthony Garotinho (PR) e do senador Lindbergh Farias (PT), principais candidatos ao governo do Rio de Janeiro derrotados no primeiro turno.

Essas alianças ajudarão a dar mais estrutura à campanha contra o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), mas devem abrir flancos para ataques do peemedebista.

O PMDB do Rio vai usar a tática da "desconstrução" contra Crivella, seguindo o exemplo da campanha do PT contra Marina Silva (PSB). Peemedebistas pretendem explorar as contradições no arco de alianças que Crivella vem articulando. No segundo turno, porém, os dois candidatos terão o mesmo tempo no horário eleitoral.

Crivella vai a Campos nesta terça-feira (7) para finalizar a aliança com Garotinho, a quem superou por 42 mil votos. O PT do Rio e o senador Lindbergh vão anunciar o apoio nesta quarta-feira (8). O PSOL ainda discute eventual apoio, mas já declarou que não se aliará a Pezão.

Durante o primeiro turno, Crivella apresentou-se como um político "ficha limpa" --por não responder a processos-- externo às estruturas partidárias. A aliança com Garotinho, rejeitado por quase metade do eleitorado, é o primeiro componente da tática de desconstrução.

A intenção de coordenadores de campanha de Pezão é aumentar a rejeição a Crivella. Bispo licenciado da Igreja Universal, ele tinha em eleições anteriores mais de 30% de rejeição. Essa taxa era de apenas 15% às vésperas do primeiro turno desta disputa.

"Durante o primeiro turno, o Crivella não era o centro do debate. Agora vamos lembrar que ele é o herdeiro do bispo [Edir] Macedo e tudo o que ele representa", disse o deputado eleito Jorge Picciani (PMDB), presidente regional da sigla e um dos coordenadores da campanha de Pezão.

Páginas em redes sociais já lembram a declaração do senador de não aceitar doação de empreiteiras, embora tenha recebido contribuições delas em eleições anteriores.

A campanha de Pezão ainda discute como a estratégia seria incluída na TV. Há resistência de parte do grupo em usá-la no horário eleitoral, por destoar do tom adotado no primeiro turno. Pezão explorou a imagem de homem simples, realizador de obras.

"Eu ia aos debates e todos me batiam. Já vai ser extraordinário ir só com um me batendo. Se for atacado vou responder como respondi [no primeiro turno]", disse Pezão.

O peemedebista disse que espera obter o apoio de deputados eleitos e prefeitos do PT e do PR. Disse esperar que os petistas liberem seus filiados para que o apoiem: "Dos 11 prefeitos do PT, devo ter o apoio de 10. Acho difícil ter o apoio do PT inteiro. Mas quero também ter o apoio. Quero que pelo menos que as pessoas que queiram me apoiar possam me apoiar", afirmou.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) disse nesta segunda-feira (6) que a presidente Dilma Rousseff (PT) não deverá subir a nenhum palanque no Rio. Ele teve um encontro na noite da segunda com Pezão, o prefeito da capital, Eduardo Paes, e o ministro Moreira Franco (SAC).

Colaboraram Adriano Barcelos e Marco Antônio Martins

Um comentário:

Anônimo disse...

Pezão é um candidato muito melhor que o Crivella. Na realidade Crivella não tem preparo para ocupar o cargo de governador do Rio e agora que ele fechou parceria com o bandido do Garotinho isso ficou bem claro. Pezão fez uma campanha limpa e continua da mesma forma.