quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Aécio contesta pesquisa do Datafolha

• Tucano diz que institutos devem explicação aos brasileiros pelos "erros grosseiros" cometidos

- Folha de S. Paulo

CAMPO GRANDE e BRASÍLIA - Um dia após o Datafolha apontar Dilma Rousseff (PT) numericamente à frente de Aécio Neves (PSDB), o candidato e o instituto de estudos ligado ao partido rebateram nesta terça-feira (21) os dados da pesquisa.

O tucano afirmou que os institutos "devem uma explicação aos brasileiros" por "erros grosseiros" cometidos.

De acordo com a pesquisa do Datafolha divulgada na segunda, Dilma tinha 52% das intenções de votos válidos (que excluem nulos e brancos) contra 48% do tucano. O resultado apontava empate técnico no limite da margem de erro.

"Se eu me abalasse por pesquisas, não teria tido o resultado que tive no primeiro turno", afirmou Aécio, em entrevista em Campo Grande.

O tucano disse que tem pesquisas internas que o colocam "com um margem enorme" à frente de Dilma Rousseff (PT). "Pelo que nós vimos da pesquisa do primeiro turno, o Datafolha está me dando como eleito", ironizou.

O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, afirmou que "as pesquisas divulgadas nesta semana pelo Datafolha mantêm as mesmas bases amostrais das que foram divulgadas na semana passada, que mostravam Aécio Neves numericamente à frente de Dilma Rousseff."

E completa: "Até então, não havia nenhuma contestação."

Órgão de estudos e formação política do PSDB, o Instituto Teotônio Vilela também questionou nesta terça a pesquisa do Datafolha de segunda. De acordo com texto do instituto tucano, o resultado "serve como luva à estratégia petista de tentar esfriar os ânimos dos eleitores de Aécio Neves". Em sua análise, a disputa está "cabeça a cabeça", na pior das hipóteses.

Para o instituto, há erros de metodologia na pesquisa. Entre outros pontos, diz que a abstenção é desconsiderada. "Ela tende a ser maior no Nordeste, onde o governo costuma ser mais forte."

Paulino afirmou que o Datafolha considera a abstenção, não havendo efeito algum sobre os resultados.

Os institutos sofreram críticas após a divulgação dos resultados do primeiro turno devido à diferença entre os números de pesquisas concluídas na véspera da eleição e os apurados nas urnas.

Aécio, por exemplo, aparecia com 26% no Datafolha encerrado no sábado e com 27% no Ibope. O tucano ficou com 34% dos votos válidos.

O petista Alexandre Padilha, candidato derrotado ao governo de São Paulo, foi um dos que criticaram os institutos. Os levantamentos concluídos pelo Datafolha e Ibope na véspera apontavam que ele teria no máximo 16% dos votos válidos. Padilha terminou a disputa com 18%.

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