terça-feira, 9 de setembro de 2014

Aécio: houve 'benefício político' a Dilma

• Candidato do PSDB cobra da presidente explicações à população sobre esquema de corrupção na Petrobras

- O Globo

BELÉM e MARABÁ (PA) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou ontem que a presidente Dilma Rousseff se beneficiou politicamente do suposto esquema de corrupção na Petrobras, denunciado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Em agendas de campanha em Belém e Marabá, no Pará, ele cobrou, mais uma vez, que a presidente se posicione claramente sobre as investigações e disse que o "governo do PT enlameou nossa principal empresa".

- Estamos falando de uma área que foi conduzida, liderada, pela atual presidente da República nos últimos 12 anos. Eu não faço acusação pessoal de ela ter se beneficiado desses recursos, mas pelo menos o benefício político foi dado ao seu governo, por isso ela tem responsabilidade e satisfação a dar à população. Ela tinha a obrigação de saber aquilo que acontece no seu entorno. Administrar é tomar decisão. Administrar é coibir malfeitos. Administrar é apresentar resultados positivos, tudo o que esse governo não vem fazendo - criticou Aécio, que se referiu ao escândalo como "mensalão dois".

"Esse governo acabou"
Assim como havia feito no domingo, o candidato do PSDB defendeu a necessidade de "respostas diretas" sobre o caso:

- Não adianta o governo dizer que não sabia. As denúncias são absolutamente graves, e é preciso que haja por parte da presidente da República uma posição mais clara em relação a tudo isso.

O candidato do PSDB condenou ainda o fato de Dilma, semana passada, ter indicado, em discurso para empresários, que haverá mudanças na equipe econômica em um eventual novo governo.

- Esse governo acabou antes da hora. A presidente da República já demite por antecipação o seu ministro da Fazenda. Nossa proposta busca encerrar esse ciclo perverso de governo do PT, que tão mal vem fazendo ao país, para iniciarmos um novo ciclo de seriedade e respeitabilidade na gestão do recurso público.

Apesar das críticas relacionadas ao escândalo da Petrobras, Aécio defendeu o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente de avião em agosto. Segundo a revista Veja, Campos foi citado pelo ex-diretor da Petrobras em depoimento à Polícia Federal, como um dos integrantes do suposto esquema de corrupção.

- Eu não faço nenhuma acusação desse gênero à candidata Marina e vou até além. Em relação às acusações sobre o ex-governador Eduardo Campos, conheci Eduardo durante 30 anos. Isso não combina com ele. Eduardo era um homem de bem. Eu faço toda essa ressalva - destacou.

O candidato no entanto, atacou novamente a candidata do PSB, Marina Silva, a quem acusou de mudar constantemente de opinião.

- Se alguém tem uma semelhança ou uma identidade com o PT é ela (Marina), pelos seus mais de 20 anos de militância no partido, não somos nós. A nossa cobrança em relação a ela é uma cobrança política. Eu quero saber sim qual é o compromisso da Marina com o agronegócio, se vale o de hoje ou vale o de 1999, quando ela apresentou um projeto proibindo o cultivo de transgênicos no país? Qual é o compromisso dela com a estabilidade econômica do país? É o de agora ou aquele quando ela, no PT, votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, e dentro do PT, tentaram inviabilizar o Plano Real? O Brasil tem o direito de saber em qual candidata eventualmente vai votar.

Combate às drogas
Aécio defendeu ainda uma "nova relação" com países produtores de drogas. Sem citar nomes, o candidato afirmou que os governos de alguns países fazem "vista grossa" para a questão.

- O Brasil não é produtor de cocaína e de maconha. E os países que são os principais produtores, vemos seus governos fazendo vista grossa para aquilo que lá acontece. Vem para o Brasil e, aqui, vimos no ano passado 56 mil assassinatos. Mais de 30 mil em função do tráfico de drogas. Vamos estabelecer uma nova relação, onde as parcerias com esses países serão condicionadas a ações efetivas desses governos para coibir o cultivo das drogas no seu território - afirmou.

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