quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Marina: legado de Campos não deve ser fragmentado

• Políticos acompanharam cerimônia na Catedral Metropolitana de Brasília. Dirigentes do PSB se reúnem para discutir chapa

Simone Iglesias e Catarina Alencastro – O Globo

BRASÍLIA - Dezenas de políticos acompanharam nesta terça-feira a missa de sétimo dia da morte de Eduardo Campos, na Catedral Metropolitana de Brasília. A vice do pernambucano na chapa e mais cotada para assumir a candidatura à Presidência, Marina Silva, chegou acompanhada do senador e candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSB Rodrigo Rollemberg. Em um breve pronunciamento realizado após a missa, Marina fez uma homenagem dizendo que, neste momento, é preciso reunir esforços para renovar a política.

- Neste momento nosso esforço, independente de partidos, é de que todo seu esforço, sua trajetória, sua insistência em renovar a politica não seja tratado como uma herança onde cada um pega um fragmento do desposo, mas como um legado que quanto mais pessoas puderam apropriar dele maior ele fica porque se multiplica no coração, nas mentes e na ação daqueles que não desistem de que esse mundo possa ser socialmente justo, economicamente próspero, culturalmente diverso, politicamente democrático e ambientalmente sustentável quanto tantas vezes dizíamos – afirmou Marina

Ela pontuou que apesar das críticas, Eduardo Campos empunhou sua bandeira até o fim e repetiu a frase que deverá ser usada insistentemente na campanha do PSB, uma das últimas proferidas por Eduardo Campos de que não desistiria do Brasil.

Marina também lembrou de dois momentos em que esteve ao lado de Campos: uma atividade em Pernambuco, que reuniu 13 mil pessoas; e seu velório, onde mais de 100 mil pessoas foram dizer adeus.

- Que pena que só agora o sentido se faz. Que bom que aqueles que caminharam com ele tentando dar o sentido do compromisso de não desistir do Brasil agora se unem a todos aqueles que choram a sua morte.

O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foram à cerimônia. A missa foi celebrada pelo arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha.

Também estavam presentes ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), colegas da mãe de Eduardo Campos, Ana Arraes, que trabalha no órgão, deputados e dirigentes de outros partidos, como o presidente do PV, Afonso Penna.

O presidente do PSB, Roberto Amaral, o secretário-geral Carlos Siqueira e o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), líder da bancada na Câmara, não foram à missa. Eles estão reunidos em Recife com a viúva de Campos para decidir o nome do vice que irá compor a chapa com Marina Silva. Amaral, Siqueira e Beto devem chegar em Brasília nesta terça-feira à noite.

O nome de Beto está em consulta no partido para assumir o cargo. Na tarde desta terça-feira dirigentes do PSB continuam a conversar em Brasília para fechar a chapa e anunciá-la nesta quarta-feira.

- A Marina ainda vai crescer muito. Inicialmente, achávamos que ela ia trazer votos para o Eduardo, mas agora é o Eduardo que vai trazer votos para ela - afirmou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Embora cotado para o cargo de vice, Delgado disse que não apresentou nem apresentará seu nome porque não é momento de disputa, mas de consenso partidário.

Um outro parlamentar ligado a Marina disse que Beto Albuquerque é o melhor nome por ser agregador e ter forte trânsito no Congresso.

Eduardo Campos morreu em acidente de avião ocorrido na manhã da última quarta-feira que matou também outras seis pessoas, sendo dois tripulantes e outros quatro passageiros. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas por peritos da Força Aérea Brasileira (FAB).

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