sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Câmara: trabalho mesmo, quando outubro vier
O fracasso subiu à cabeça dos comandantes do Congresso. Apesar do resultado pífio do “esforço concentrado” desta semana, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB) anunciou ontem que vai “tentar convencer” os líderes partidários a não desistirem do esforço concentrado de setembro, último mês antes das eleições deste ano. Mas, a rigor, disse que só acredita em trabalho “pra valer” em outubro.

• Consenso da folga
O presidente da Câmara não garante que fará deputados trabalhar em setembro: “É preciso haver consenso”. Ah, bom.

• Se pintar clima
Henrique Alves vai aguardar para saber “se haverá clima” e quórum para votar a MP que flexibiliza a transmissão da Voz do Brasil.

• Conselhos esquecidos
Outro caso que os políticos empurram com a barriga é o decreto legislativo derrubando ato de Dilma que cria os conselhos populares.

• Ganham sem trabalhar
Apesar da vadiagem generalizada dos parlamentares, iniciada antes da Copa do Mundo, eles receberão seus altos salários integralmente.

• Friboi financia candidatos de olho no BNDES
Beneficiado com financiamentos bilionários do BNDES, que até virou sócio da empresa, e sempre tratado com generosidade pelo governo Lula, o Grupo JBS Friboi transformou-se agora em um doador “mão aberta”, na disputa presidencial. Entregou R$ 5 milhões à campanha de Dilma Rousseff (PT) e outros R$ 5 milhões ao comitê eleitoral de Aécio Neves (PSDB). Para Eduardo Campos (PSB), um “troco”: R$1 milhão.

• BNDES, uma mãe
Em 2010, Dilma já pré-candidata, a BNDESPar comprou 99,9% dos R$ 3,4 bilhões das debêntures colocadas à venda pelo JBS Friboi.

• Lulista orgânico
Só o Grupo JBS Friboi embolsou R$ 7,5 bilhões do BNDES até 2007. Seu presidente, Joesley Batista, virou “lulista” de carteirinha, claro.

• Gente generosa…
Além de Dilma, o PT prestou contas de R$ 6,3 milhões recebidos de empresas, na campanha atual. Todas desinteressadas, naturalmente.

• Proibido criticar
O Santander demitiu 4 assessores, que, com desassombro, advertiram os clientes vips que a reeleição de Dilma ameaçaria a economia. Daqui para frente, vai ficar difícil dar credibilidade aos informes desse banco.

• Ela, a rejeição
Diante da crescente rejeição ao PT em São Paulo, o candidato do PMDB ao governo, Paulo Skaf, prefere fingir que não é aliado de Dilma. Para muitos paulistas, a companhia do satanás é mais aceitável.

• Diferença sutil
O ministro e ex-deputado Paulo Bernardo (Comunicações), de atuação pífia, em política continua afiado. Disse a verdade: “combinar perguntas em CPIs sempre ocorreu”. A diferença é que eles agora foram pegos.

• Parou tudo
Após várias recusas de votar projetos na Câmara, Givaldo Carimbão (Pros-AL) fez a Ricardo Berzoini a pergunta que não quer calar: “Afinal, ministro, tem votação importante para o governo?” E ouviu: “Não”.

• Brasil nas feiras de turismo
O presidente da Embratur, Vicente Neto, diz que o Brasil está garantido em três grandes feiras de turismo na Europa, América do Sul e Ásia, até setembro: Top Resa, na França; Fit, na Argentina; e Jata, no Japão. Participam 74 representantes da cadeia produtiva do turismo nacional.

• Estratégia do avestruz
A Presidência da República não quis se pronunciar sobre o calote de R$ 380 milhões, que o Brasil aplica na Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2013, revelado ontem nesta coluna.

• Ambiente de trabalho
O único pagamento do Brasil à ONU, nos últimos tempos, foi uma contribuição para a reforma da entidade, em Nova York, onde trabalha o ex-chanceler Antonio Patriota, que também não fala sobre o calote.

• Transparência opaca
O portal Transparência Brasil parece ter entrado no ritmo do Congresso: desde junho os dados de gastos do governo não são atualizados. Pararam de fazer conta de somar em maio.

• Pensando bem…
…o único jeito de o governo explicar a sessão mentirinha da CPI Petrobras é alegar que as respostas foram sopradas por Chico Xavier.

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